segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

A humilhação de Cristo, paradigma para a igreja.




Por: Sandro Francisco do nascimento.
Texto base: Filipenses 2.5-11.

Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que esta acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.

Introdução

O texto em apreço foi escrito pelo apostolo Paulo, provavelmente no ano 61 d.C. A cidade recebeu esse nome (Filipos) por causa de Filipe da Macedônia, pai de Alexandre o Grande. Era uma cidade muito importante por estar localizada na via Egnatia, que era a estrada principal entre as províncias do leste de Roma (At 16.12). Ao que tudo indica a cidade era fortemente povoada por gentios, provavelmente soldados romanos aposentados, os quais desfrutavam os privilégios de sua cidadania romana.

Propósito 

O propósito principal da carta segundo o próprio Paulo deixa claro em Fp 4.10-13 é agradecer pela cooperação da igreja de Filipos. Contudo, o apostolo também os exorta a manter a unidade, o que indica que a igreja estava enfrentando problema de divisão e partidarismo Fp 2.1- 4. 

Elucidação

O texto de filipenses 2.5-11 é um hino a humildade do Rei, o apostolo exalta o ato de auto esvaziamento de nosso Senhor que, sendo Deus, sujeitou-se a vontade do Pai de livre e espontânea vontade assumindo a posição e forma de servo. Creio que esse texto pode ser entendido não só como a maioria dos teólogos o expressam, tomando seu significado de muita importância com respeito a sua divindade, humilhação e exaltação, mas também uma aplicação mais ampla com respeito a vida de humildade e comunhão da igreja.
É vergonhoso o fato de que nós, de uma igreja genuinamente calvinista, que cremos na depravação total do homem, mas contrariando o que cremos exigirmos um reconhecimento de nossas boas ações. As vezes somos tão contraditórios que, quando ofendidos nos indignamos e gritamos em auto tom: quem você pensa que é? Ou: com quem você pensa que esta falando? E qual o motivo dessa nossa atitude? Sinto informar, somos todos em certa medida “hipócritas”.
Quando leio a carta de Paulo aos filipenses percebo que o antídoto para nossa soberba é a obediência voluntária, aquela mesma obediência que levou nosso Senhor a se esvaziar de si, se sujeitando ao Pai e assumindo a posição de um escravo.

Verdades implícitas

Quero compartilhar com a amada igreja algumas verdades que o texto nos ensina sobre a humilhação de Cristo (kenwsij) que devem ser o paradigma para uma vida de humildade e união na comunidade da igreja.
1.      Apesar de elogiar a igreja naquilo que eles estavam firmes, Paulo os repreende por algumas atitudes carnais.
·         “Nada façais por partidarismo ou vanglória” (Fp 2.3). Ao que tudo indica a exemplo de Corinto, os filipenses estavam enfrentando também problemas com panelinhas (1Co 3.3-4). Infelizmente ainda há em nossas igrejas aqueles que formam coligações e, outros que acham que são donos da igreja. Isso acaba destruindo a unidade da igreja, causando discórdia pelo simples motivo que não são os interesses do corpo que esta em evidencia mas, o individuo (3Jo 9).
·         Com essa atitude em evidencia na igreja, a conclusão obvia que podemos chegar é que ainda que a igreja pareça estar saudável por alguns acertos ela é nada mais que carnal.

2.      Dos versículos 1 ao 4 Paulo os repreende e exorta-os a como proceder de forma digna. Mas o clímax de sua exortação esta dos versos 5 ao 11, pois nesses versículos o apostolo vai apontar a humilhação de Cristo como paradigma de humildade e sujeição da igreja.
·         Ele inicia o verso 5 com um imperativo, “tende”, que indica a ordem de ter ou possuir. Uma outra forma possível para compreensão seria: possuam em vós.
·         Agora quero chamar a atenção dos irmãos para algumas palavras em particular:
Ø  Ekenwsen- que  quer dizer esvazio-se. A palavra esta na terceira pessoa do singular e esta na voz ativa, ou seja, a ação foi efetuada pelo sujeito (Cristo).
Ø  Morfh – Forma, não como forma física mas como essência ou característica particular que o define. Em outras palavras, Jesus é essencialmente Deus, ele é divino, possui todos os atributos de Deus.
Ø  Schma- Forma, porem ao contrario de morfh, skema tem o significado de forma física.
Ø  Isa- igual.
Paulo esta afirmando que Cristo sendo essencialmente Deus humilhou-se voluntariamente assumindo a forma de homem, forma essa que o possibilitou a padecer todos os castigos necessários a satisfazer a justiça de Deus. (Fp 2.8).

Aplicação

1.      A exemplo de Cristo, não devemos ser orgulhosos.(Fp 2.5-8).
A palavra aqui traduzida como usurpação é a palavra grega “a,rpagmon”, que pode ser entendida como: algo a ser conseguido ou retido a qualquer custo. Em outras palavras, Cristo não se apegou o fato de ser Deus, mas se esvaziou de sua gloria no céu e encarnou em um corpo de carne, sofrendo assim tudo que nós sofremos.
2.      Assim como Cristo, nossa obediência não deve ser forçada, mas ao contrario, devemos obedecer e amar a Deus e sua igreja voluntariamente.(Fp 2.7)
O próprio Paulo sabia o que era sofrer voluntariamente por obediência a verdade de Deus e por amor a igreja do Senhor.(Fp 2.27-30; At 16.9-12;At 16.16-24).
3.      Tendo como exemplo o ato de auto esvaziamento de Cristo, devemos desenvolver nossa salvação (Fp 2. 12-18). Devemos evidenciar que de fato somos salvos, pois se dissermos que estamos na luz e praticarmos as obras que não são dignas da luz, fica evidente que não andamos na luz nem a conhecemos.






Que o Senhor pois aplique sua palavra em nossas vidas!

Feliz Natal





Boa noite,

Hoje, dia 25 de dezembro, a Cristandade comemora o nascimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Contudo, a data que o Senhor nasceu não é de fato conhecida, sabemos que não foi no dia 25 de dezembro, essa data só foi fixada já no século IV da era Cristã.
Parafraseando o Rev. Jefferson Andrade, podemos afirmar: neste dia 25 de dezembro não celebramos o dia ,mas um dia em que Deus rompeu as barreiras da Eternidade e adentrou no espaço tempo assumindo a forma de Homem, “uma criança”.
Mas, embora não prestemos muitas vezes a atenção devida, gostaria de lhes apresentar algumas verdades a respeito desse dia tão importante.

Em primeiro lugar, o natal não começou no dia em que nosso Senhor nasceu de forma humilde em uma instalação tão simples. O natal começou na eternidade, Deus o Pai em sua providencia, sua soberana vontade ao criar o homem já tinha em vista a história da redenção. Redenção essa que só é possível por meio de um sacrifício efetuado pelo próprio Deus. Em Gêneses 3.15, em meio aquele turbulento acontecimento, “a queda”, Deus o Pai declara: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.
O descendente prometido, por meio de seu sacrifício voluntario justificou a muitos, pois pagou ao Pai o preço exigido pela sua justiça.

Em segundo lugar, o Pai conduziu a história de modo a preparar todo o cenário em que seria propício a vinda de seu filho.
Em 342 a.C, Aristóteles foi chamado pelo rei Felipe II e indicado tutor pessoal do filho do rei, Alexandre. Esse relacionamento haveria de ter um impacto tremendo, não só sobre o mundo mediterrâneo no futuro imediato, mas também sobre a civilização ocidental pelo resto da história. O discípulo mais destacado de Aristóteles iria distinguir-se não como filósofo, mas como líder militar. Alexandre, o Grande, adquiriu do seu mentor a paixão pela unidade. Suas conquistas militares foram motivadas em grande medida por seu desejo de criar uma cultura unificada no mundo antigo, uma cultura unida por uma língua comum, o grego. Como esse programa de helenização estendeu-se até a palestina, o Novo Testamento foi escrito em grego e não em hebraico ou latim.
A língua, o comércio que demandavam melhores formas de se viajar, a criação de estradas que ligavam as varias regiões deram impulso aos pregadores, pois tinham uma língua comum que poderia ser entendida em qualquer parte e estradas para poderem se mover.

O terceiro ponto e ultimo é que o natal é um presente de Deus, Cristo Jesus encarnou cumprindo assim a vontade do Pai. Seu nascimento nos trouxe a vida, mesmo sabendo o que haveria de padecer, Ele foi obediente, o Deus Eterno humilhou-se, fazendo-se um de nós sofreu as dores mais profundas  pois sendo justo nasceu para pagar de forma plena e eterna, a divida contraída por nós.
Que neste dia celebremos a luz do mundo, o Emanuel, o príncipe da paz, maravilhoso, Deus forte, nossa justiça, a Ele eternamente Glória, Honra e louvor.
Feliz Natal, que neste dia sejamos constrangidos pela justiça de Deus, que vivamos uma vida digna de tão grande presente pois Ele nasceu, morreu, ressuscitou e esta a direita do Pai eternamente. Amém!






terça-feira, 24 de outubro de 2017

Com Vergonha do Evangelho.

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Autor: Sandro Francisco do Nascimento
Texto base: Rm 1: 16.

“Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego. Pois a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá da fé”.

Introdução

Antes de conhecer a teologia reformada estive um tempo imerso no meio pentecostal, para ser mais exato cresci no meio referido. Esta minha experiência me torna apto a falar abertamente sobre este movimento que tem crescido a cada dia. Fui um pentecostal fervoroso e participei ativamente de algumas experiências defendidas veementemente pelos pentecostais como “unção, ou enchimento do Espírito”. No entanto, deixando a vergonha e o constrangimento de lado, há algum tempo tendo a luz das escrituras me dispus a falar sobre aquelas experiências pela qual passei e presenciei.
Contudo, o que me traz a escrever esta reflexão é uma preocupação com o presto crescimento da filosofia pragmática, ou “pragmatismo”.
O pensamento pragmático, ao menos na história moderna. Teve início no final do século XIX no  Metaphysical Club, um grupo de especulação filosófica liderado pelo lógico Charles Sanders Peirce, pelo psicólogo William James e pelo jurista Oliver Wendell Holmes, Jr., congregando em seguida acadêmicos importantes dos Estados Unidos. Segundo essa doutrina metafísica, o sentido de uma ideia corresponde ao conjunto dos seus desdobramentos práticos.
Disse que este pensamento tem aparente origem no século XIX, mas creio que o pensamento pragmático é encontrado sendo reprovado nas próprias escrituras, afirmativa que pretendo defender no decorrer desta reflexão.
A pergunta que deve estar sendo feita agora pelo leitor é: o que o texto de romanos tem haver com o pragmatismo? A resposta, no entanto é muito fácil. Nada! Exatamente isso!
O pastor Batista John MacArthur em seu livro “Com Vergonha do Evangelho”, faz uma crítica ao crescente movimento pragmático que tem invadido as igrejas, maquiando o evangelho, escondendo sua mensagem como entregue por Cristo e seus apóstolos a fim de torna-lo mais atraente a massa. Quando falo a massa, de fato estou querendo dizer que muitos pastores “modernos” querem de fato encher as igrejas para obter lucro financeiro. São mercenários, lobos vestidos de ovelhas!


MacArthur usa como pano de fundo a batalha enfrentada por Charles Spurgeon, que em seus dias viu a igreja se rendendo as graças do liberalismo teológico, e do marketing como meio do crescimento da igreja.
Citação:
A apatia está por toda parte. Ninguém se preocupa em verificar se o que esta sendo pregado é verdadeiro ou falso. Um sermão é um sermão, não importa o assunto; só que, quanto mais curto, melhor.
Charles Haddon Spurgeon.
Para ser breve irei apontar dois fatores que fortalecem este movimento:
1.      Tomando as palavras de São Tiago, irmão de nosso Senhor.
Mas cada um é tentado quando atraído e seduzido por seu próprio desejo.
Tiago 1:14.
Dois grupos se destacam aqui:
·         Aqueles que são atraídos pelas suas necessidades pessoais, querem ser paparicados, ou ter algum lugar para se divertir em família ou entre amigos. Acham que a igreja é um local onde as pessoas devam se sentir bem acalentadas quanto a sua forma de viver, não desejam ser confrontados pela verdade do evangelho, não querem ter seus pecados expostos.
·         São gananciosos, muitas vezes sabem que seus condutores são impostores, mas veem uma chance de se dar bem na vida. Nunca conheceram o evangelho. São desprezíveis, imundos, fazem muitos sacrifícios a fim de barganhar com Deus, isso quando pelo ao menos crê em Deus.
2.      O crescimento da teologia da prosperidade.
Aqui também podemos dividir em dois grupos:
·         Aqueles que são atraídos por bênçãos de Deus, mas não tem a menor familiaridade com o Deus das bênçãos. Conhecem o salmo do pastor fiel, no entanto, o pastor não tem qualquer laço com eles.
·         Aqueles que são ate sinceros, mas, são guiados por cães gulosos, não são incentivados a buscar conhecimento nas escrituras. São cegos guiados por outros cegos, não conhecem o caminho nem tem um guia confiável.

Podemos ver nas escrituras exemplos desses falsos mestres sendo confrontados por Deus. Em Ezequiel 34, o Senhor profetiza contra os tais. São maquinas mortíferas, não entram pela porta com as ovelhas, não cheiram a ovelhas, não se preocupam com elas.
Assim como apontei dois motivos para o crescimento do pragmatismo, irei também apontar o que entendo que deve ser feito para combater a acomodação da igreja aos moldes do mundo.
1.      Em João 17: 17 Jesus orando ao Pai em favor dos seus disse:
Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.
Esta afirmação de Jesus por si só derruba a lógica do pensamento pragmático, uma vez que os crentes devem ser santificados nos moldes da palavra, e a palavra de Deus é a verdade. Isso nos leva a duas conclusões:
·         A palavra de Deus é absoluta, ela é a verdade. Isso então indica que qualquer outra afirmativa que se propõe ser verdade tem que estar em harmonia com a verdade revelada por Deus nas escrituras.
·         A outra conclusão obvia que chegamos é que Cristo sendo o verbo encarnado é o único modelo pelo qual nós devemos seguir. No capitulo 14 verso 6 do mesmo evangelho Jesus disse:
Eu Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém chega ao Pai, a não ser por mim.

2.      Devemos retornar a pratica de uma teologia saudável, onde Deus e não o homem seja o centro. Ensinar e viver o evangelho de Cristo como prescrito nas escrituras, ensinado os novos convertidos aquilo que de fato a palavra revela sobre a depravação da humanidade, a obra de Cristo e a aplicação por meio do Espírito Santo na vida daqueles que são alcançados pela graça.

Como Paulo disse a Timóteo em sua segunda carta:
Toda a escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça. II Tm 3: 16.

Aplicações
·         Deus não aceita qualquer coisa vinda de nós se Ele mesmo não tiver prescrito explicita ou implicitamente nas escrituras. Temos como exemplo os filhos de Arão que ofereceram fogo estranho. Ou mesmo o bezerro de ouro que o povo fez no deserto em quanto Moises havia subido ao monte para receber do Senhor as tabuas da lei. Trazendo para nossos dias, modificando a mensagem do evangelho tornando-a mais atraente ao pecador que não quer ser confrontado.
·         Experiências não podem substituir a verdade da escritura. I Co 1:21-23.
·         A igreja de Deus não precisa do pragmatismo para crescer, Deus é soberano e Ele mesmo é quem opera no crescimento da sua igreja. At 2:47.



Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas!

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Sobre a santa vocação

REFLEXÃO


Texto base: Atos 20:17- 28 (ênfase 20: 28).
Autor: Sandro Francisco do Nascimento.

Introdução

Como é sabido por todos, no dia 08 de setembro nós comemoramos o dia do seminarista presbiteriano. O seminarista é certamente alguém que recebe o chamado para o santo ministério da palavra e para a melhor execução da sua vocação, dedica sua vida aos estudos a fim de dizer a razão da sua fé a qualquer que com duvida lhe perguntar (1Pe3: 15).
É, no entanto, necessário lembrar que todo crente é sacerdote e também chamado a ter responsabilidade com a obra do Senhor, cada um segundo o dom que o Senhor lhe tem dado. Sendo assim, todo crente verdadeiro é vocaionado (convocado) primeiro para a salvação, e segundo para a cooperação na edificação do corpo de Cristo (a igreja).
Portanto irmãos cada um de nós estejamos atentos para trabalhar com as ferramentas que o Senhor por sua misericórdia tem nos dado para a edificação do Seu Corpo.
Apesar de ser um assunto bastante extenso, hoje irei compartilhar com os irmãos algumas lições sobre a vocação para o ministério da palavra contidas no texto de Atos 20: 28.

Contexto

Este episódio ocorreu durante a terceira viagem missionária de Paulo, viagem esta que desestabilizou o mercado da idolatria naquela cidade (Éfeso). As pessoas tendo convicção de pecado confessavam suas praticas e queimavam em praça publica seus livros de feitiçaria (At19: 18-20[1]).
Este grande avivamento provocou a ira daqueles que lucravam com o comercio idolatra da cidade que abrigava o templo da deusa Artemis (At19: 23-25).

Exposição

Paulo como de costume inicia sua instrução relacionando a orientação com verdades já estabelecidas anteriormente.
Portanto – é uma conjunção conclusiva, que encerra um raciocínio que foi exposto anteriormente. Pesava sobre Paulo como ministro do evangelho a preocupação bem como o dever de instruir corretamente aqueles a quem ele havia apresentado o evangelho (At20: 25-27).
Paulo é um pastor preocupado com a vida espiritual da igreja. II Coríntios 11:28
28 - Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas.
Pouco antes do verso 28 (Atos), Paulo enfatizou seu testemunho e seu sofrimento por amor ao evangelho. E com a autoridade de quem cumpria sua vocação, exorta aos presbíteros que havia chamado para estar com ele naquele momento.
Quando Paulo diz a esses presbíteros que tenham cuidado de si mesmos e do rebanho do Senhor, ele fala com autoridade de quem vive esta verdade em seu próprio ministério.
A linguagem usada por Paulo nos reporta ao texto de Ezequiel 34: 1- 10[2], onde o Senhor por meio de Ezequiel profetiza contra os maus pastores, que por sua ganância estavam explorando o povo e os desviando da religião.
 Certamente a figura do pastor para eles era muito familiar devido à própria cultura. No antigo testamento era comum a visão de um pastor benévolo, e esses eram responsáveis pelas ovelhas a quais prestariam contas a seu Senhor. Assim como as ovelhas se mal cuidadas por seu pastor poderia virar presa das feras do campo, também o povo de Deus pela ganância de seus lideres (sacerdotes, reis), andavam errantes e seriam presas fáceis para a escravidão e idolatria.
É precisamente neste sentido que Paulo alerta aqueles anciãos, para que tenham cuidado para não cair no engano e com sua queda fazer perecer toda a igreja. E o motivo para a vigilância deles é simplesmente o compromisso para com a igreja do Senhor.

Algumas verdades implícitas no texto

1.      Tende cuidado de vós mesmos – meus irmãos, o alerta de Paulo esta edificado sobre duas premissas:
·         Seu próprio testemunho – (At20: 18), aqueles que são vocacionados para o santo ofício da palavra devem ter uma vida irrepreensível, para que por seu bom porte possa ter liberdade de instruir o rebanho. Por esse motivo ele inicia o versículo 28 com o “portanto”.
·         Porque a igreja é de Deus, comprada pelo seu sangue derramado por meio do sacrifício de Cristo na cruz do calvário – ao dizer que eles tenham cuidado da igreja de Deus, Paulo os lembra de que os mesmos não são proprietários do rebanho, mas que Deus é o proprietário legal da sua igreja, Ele pagou por ela. Assim como em corinto houve partidos e divisões por imaturidade espiritual, onde alguns queriam posição de destaque dentro da igreja, Paulo diz que em Efeso ira surgir no meio deles, pessoas que não iriam se importar com a igreja, iram querer atenção distorcendo o evangelho e atraindo discípulos para si.
2.      O ministério da palavra serve a igreja e não o contrário – não há destaque para o pastor, ele esta a frente da igreja para servir a igreja. É responsável pela vida espiritual da igreja. Tem o dever de instruí-las na verdade, alimenta-las e entrega-las sãs e salvas ao dono do rebanho. (At20: 20; 27).
3.      A santa vocação dada por Deus a Paulo o constrangia, os sofrimentos e perseguições eram seu estandarte – (At20: 19- 24), mesmo que aos olhos humanos pareça absurdo, Paulo via a providencia de Deus em seus sofrimentos. Sabia que sua vida terrena não era o fim, mas que o Senhor o havia chamado para herdar a coroa da vida eterna. Sua vida de fato estava entregue a missão que o Senhor o havia lhe confiado.
Aplicação
·         Todos os crentes são chamados a trabalhar na obra do Senhor, devemos então pedir ao Senhor que nos instrua a fazer aquilo que ele requer de nós. (1Co 12: 4- 7).
·         Alem da vocação para a salvação, somos chamados também para coisas ou posições especificas no corpo de Cristo, não somos todos iguais e com as mesmas habilidades. (1Co12: 28- 30).
·         Devemos ser prudentes, utilizando as habilidades que o Senhor nos deu para o crescimento e edificação do corpo de Cristo (a igreja). (1Co12: 12).
·         Devemos honrar nossos irmãos com nossos dons.
Que o Senhor, pois aplique sua palavra em nossas vidas!




[1] Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos. Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos, e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata. Assim, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.
(Ats 19:18-20 Portuguese JFAC)


[2] E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas, portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu estou contra os pastores e demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e lhes não servirão mais de pasto.
(Eze 34:1-10 Portuguese JFAC)


terça-feira, 18 de julho de 2017

Santificação e Pureza.



Texto base: Efésios 4:17-24.


Introdução

Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus.

 Efésios 5:15-16.

Embora o texto acima tenha sido escrito há 2.000 anos, o mesmo retrata a realidade dos dias atuais.
Quando falamos sobre santidade e pureza, não só os jovens são desafiados pelas dificuldades, mas todo cristão verdadeiro, independente da idade. Todos os dias somos bombardeados pelos meios de comunicação, a imoralidade se tornou algo comum, e todos que sustentam valores cristãos são oprimidos por uma política que marginaliza qualquer defesa a moralidade.
Por essas dificuldades se faz necessário que a igreja do Senhor viva os meios de graça, a fim de que por meio delas tenhamos forças e conhecimento para nos manter firmes e lutar contra os ataques a fé.
Além das dificuldades relacionadas às influencias do mundo, também sofremos com distúrbios teológicos doutrinários que obscurecem o real sentido da santidade e pureza. Creio que a agressão feita à doutrina da justificação torna a graça barata e por meio de sutilezas às vezes legalistas, e outras libertinas, desvirtua a necessidade de boas obras. Essa desvirtuação ocorre no sentido em que alguns entendem que precisam de obras para ser salvos, e entram pelo caminho do legalismo e fanatismo religioso. Por outro lado, o liberalismo prega uma salvação que não exige nenhuma responsabilidade daqueles que foram justificados pela graça.
Devemos evitar ambos e buscar o entendimento correto do papel das obras na vida daqueles que foram justificados por Cristo.

Sobre Éfeso

·         [1]Éfeso era a maior, mais rica e mais importante cidade da Ásia Menor. Era chamada “a feira das vaidades” do mundo antigo.[2] Um escritor romano a chamou: “a luz da Ásia”. [3]A cidade tinha uma população estimada em mais de duzentas mil pessoas. Os efésios construíram um teatro que podia oferecer assento para cerca de 24 mil pessoas.[4]
·         Em Éfeso, ficava o mais importante porto da Ásia Menor.[5] Para todos os que desejavam viajar para algum lugar da Ásia, Éfeso era a entrada obrigatória. Mais tarde, quando muitos mártires foram capturados na Ásia e levados a Roma para ser lançados aos leões, Inácio rebatizou Éfeso de “a porta dos mártires”.[6]
·         Éfeso era o centro do culto a Diana (Atos 19:35), cujo templo jônico era uma das sete maravilhas do mundo antigo.[7] Nesse templo, havia centenas de prostitutas sagradas. Tudo isso fazia de Éfeso uma cidade sobremodo imoral.[8] Simon Kistemaker, citando o filosofo grego Heráclito, diz que a moral do templo era pior que a moral dos animais, pois nem mesmo os cães promíscuos mutilavam uns aos outros.[9] Era uma cidade mística, cheia de superstição e também um dos centros do culto ao imperador.
·         Paulo visitou a cidade no final da sua segunda viagem missionária por volta do ano 52 D.C. Em sua terceira viagem, permaneceu em Éfeso por três anos.
·         Apesar de todos os problemas morais da cidade, houve ali alguns sinais de avivamento: as pessoas ao ouvirem o evangelho denunciavam publicamente suas obras; rompiam com o ocultismo, queimando seus livros de magia; e dali o evangelho de Cristo se espalhou para toda Ásia Menor (Atos 19:1-20).

Visão Panorâmica
1.      Autor: Paulo
2.      Destinatários: “Aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus” (Ef 1.1).
3.      Mensagem: O que Deus fez por meio de Cristo e sua obra de santificação por meio do Espírito.
4.      Tema central: A nova sociedade de Deus, a igreja.
5.      Data e local onde foi escrita: Provavelmente em prisão domiciliar, em Roma, entre os anos 61 a 63 d.C. (Ef 4.1; 6.20).

Esboço geral da carta, proposto por John stott
1.      Introdução à carta (Ef 1.1-2).
2.      A nova vida que Deus nos deu em Cristo (Ef 1.3-2.10).
3.      A nova sociedade que Deus criou mediante Cristo (Ef 2.11-3.21).
4.      Os novos padrões que Deus espera da nova sociedade (Ef 4.1-5.21).
5.      Os novos relacionamentos (Ef 5.22-6.24).

Exposição

Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos,
Paulo inicia o verso 17 confirmando o que havia falado anteriormente do verso 1-16.
É interessante que a doutrina da eleição não nos coloca numa posição de comodismo quanto nossa responsabilidade moral. Fomos eleitos para uma nova vida em Cristo, não mais andando como andávamos outrora, alienados, escravos do pecado, mas segundo a imagem do nosso Senhor.
Observem que ele usa a expressão “no Senhor”, que indica que o que esta falando tem a aprovação do Senhor.
Quando analisamos a declaração de Paulo, concluímos que há duas ideias combinadas:
a.       Ponham de lado sua antiga forma de vida; cf 2.1-3,12; 4.14,22.
b.      Em sua vida atual, não imitem o ambiente ímpio. A o falar da conduta gentílica Paulo acrescenta: futilidade de sua mente.

Paulo, ao falar da nova vida, usa uma linguagem tipificada. Há uma vida comum à maioria dos gentios, e uma vida comum à vida cristã. Para os efésios o que Paulo estava falando era verificável cotidianamente por quatro coisas que caracterizavam a vida gentílica ou pagã.
1.      Mente vazia.
2.      Vida alienada de Deus.
3.      Coração endurecido.
4.      Corpo entregue a toda sorte de impureza. (Ef 4.19).

O contraste a esta vida é o que Paulo chama de: “Mas não foi assim que aprendestes a Cristo” (Ef 4.20).
Esta afirmação de Paulo nos coloca não só como tendo aprendido com Cristo, mas aprendido o próprio Cristo. Ou seja, Cristo é o professor e também o conteúdo daquilo que temos aprendido.
Em seu comentário sobre Efésios, o Rev. Hernandes dias Lopes diz:
“Cristo é a substância, o mestre e o ambiente de ensino (4.21).”
Stott por sua vez disse:
“Jesus Cristo era o ensinador, o ensino, o conteúdo e o ambiente do aprendizado”.
  O próprio Senhor Jesus em sua oração sacerdotal em João 17.17 disse:
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.”
Cristo é o verbo Logoj
 (logos).
Cristo é a verdade. João 14.6.

Em outras palavras, se aprendemos de Cristo, com Cristo e em Cristo, é de se esperar coisas novas e melhores. É uma consequência lógica de se estar incluso na família de Deus.

Paulo então continua usando um argumento de contraste.

Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus, que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade.
Ef 4:20-24.

Nesses versículos Paulo explica o que de fato significa aprender a Cristo. Compreender a vida que Jesus nos deu, e os novos padrões que dela resultam.

“quanto a o trato passado” (“... quanto à antiga maneira de viver”- NVI), “vos despojeis do velho homem”.
A tônica do evangelho é então uma mudança total de vida, abandonando as antigas praticas e adotando praticas dignas da vocação dada por Deus.

·         O velho homem- é o homem carnal, morto em delitos e pecados (Ef 2.1-3), que anda segundo as inclinações da carne (Rm 8.5-11; Gl 5.16).
·         O novo homem- esse é renovado “no espírito do vosso entendimento” (Ef 4.23). A conversão tem haver com mudança de pensamento e atitudes, como Stott disse: “se a degradação dos pagãos se deve à mente vazia, a retidão do Cristão depende da constante renovação da mente”.

Aplicação

1.      Fomos eleitos para a santificação.
Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor. Ef 1.4.
2.      O Espírito Santo aplica a morte e ressurreição de Cristo a nós para que sejamos santificados.
Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Rm 6.4.
3.      Não devemos confundir “justificação” com “santificação”.
No Catecismo Maior de Westminster questão 75 é feita a seguinte pergunta:

“O que é santificação?”

R: A santificação é uma obra da graça de Deus, pela qual aqueles a quem Ele escolheu antes da fundação do mundo para serem santos são, no tempo devido- pela operação poderosa do Seu Espírito a o aplicar-lhes a morte e a ressurreição de Cristo- renovados em toda a sua humanidade à imagem de Deus; têm as sementes do arrependimento para a vida e recebem em seus corações todas as demais graças salvadoras que são estimuladas, aumentadas e fortalecidas para que eles morram mais e mais para o pecado e ressuscitem em novidade de vida.

Reparem que o catecismo afirma que a santificação é uma obra da graça de Deus. Porque diferentemente da justificação e da adoção, a santificação não é um ato, mas um processo. A justificação e a adoção são atos instantâneos, realizados de uma vez para sempre num ponto do tempo, mas a santificação é um processo para a vida inteira; inicia-se na hora em que a pessoa é regenerada e vai até o momento da sua morte, quando a alma adentra o estado de glória.[10]

Na questão 77 o Catecismo pergunta:

“Em que diferem a justificação e a santificação?”
R: Embora a santificação seja inseparavelmente unida à justificação, elas são, contudo, diferentes nisto: Deus, na justificação, imputa a justiça de Cristo; na santificação o seu Espírito infundi a graça e dá poder de exercita-la. Na primeira o pecado é perdoado; na outra é subjugado. Uma liberta igualmente todos os crentes da ira vingadora de Deus- e isso nesta vida, para que jamais sejam condenados; a outra não é igual em todos nem é perfeita em ninguém nesta vida, mas progride para a perfeição.[11]

Ø  Imputar- é um termo jurídico que significa atribuir ou colocar alguma coisa na conta de alguém
Ø  Infundir- significa derramar algo em alguma coisa.

Semelhanças entre justificação e santificação.[12]
·         Elas estão inseparavelmente unidas; não há justificação sem santificação, nem santificação sem justificação. Quem tem uma, tem também a outra.
·         Deus é o autor e a fonte de ambas, justificação e santificação.
·         Tanto a justificação quanto a santificação são procedentes da graça de Deus, ou amor e favor especial para com pecadores.

Pontos que diferem entre justificação e a santificação.[13]

JUSTIFICAÇÃO
SANTIFICAÇÃO
Um ato da livre graça de Deus
Uma obra da livre graça de Deus
Um ato mediante o qual Deus imputa a justiça de Cristo
Uma obra mediante a qual Deus infunde graça e poder
Um ato em que Deus perdoa o pecado
Uma obra em que Deus subjuga pecados
Total e igual para todos os casos
Difere em grau em diferentes pessoas
Completa e perfeita nesta vida
Incompleta e imperfeita nesta vida
Um veredicto judicial que livra da condenação e outorga a vida eterna
Um crescimento espiritual do caráter cristão, plantado e regado divinamente

4.      A santificação é uma necessidade da igreja, jovens e adultos.
5.      Uma vez que a santificação não é plena nesta vida, devemos instruir e compreender as limitações de nossos irmãos, sempre nos fortalecendo e não nos conformando com nossos pecados.
6.      Busquemos a santificação, pois o Senhor é Santo.







Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas.






[1] Rev. Hernandes Dias Lopes, Ouça o que o Espírito diz às Igrejas, p. 43-44.
[2] Barclay, William. Apocalipsis, p.70
[3] Barclay, William. Apocalipsis, p.70.
[4] Kistemaker, Simon. Apocalipse, p.148.
[5] Ladd, George. Apocalipse, p.30.
[6] Barclay, William. Apocalipsis, p.70.
[7] Stott, John. O que Cristo pensa da Igreja, p.16.
[8] Barclay, William. Apocalipsis, p.72.
[9] Kistemaker, Simon. Apocalipse, p.150.
[10] Catecismo Maior de Westminster Comentada por Johannes Gareerhus Vos.
[11] Catecismo Maior de Westminster Comentada por Johannes Gareerhus Vos.
[12] Catecismo Maior de Westminster Comentada por Johannes Gareerhus Vos.
[13] Catecismo Maior de Westminster Comentada por Johannes Gareerhus Vos.