domingo, 21 de dezembro de 2014

Perda da salvação

Perda da salvação
Texto Básico: Hb 6.1-8.
Introdução
Em nossos dias temos visto uma teologia centrada numa suposta liberdade humana que os garante como senhor de seus destinos. Tal pensamento é ensinado pela maioria das denominações existente, contrariando os ensinamentos da palavra de Deus.
Partindo deste pressuposto que o homem tem livre acesso a Deus no momento em que bem deseja descartando-o quando não mais lhe é necessário, tais pessoas também ensinam que da mesma forma que o homem por sua própria capacidade pode ir a Deus também pode decair da graça e dizer que não quer ser salvo. Nosso estudo tem como objetivo provar o equivoco de acomodações feitas em textos bíblicos para provar oque o texto não esta dizendo.
Sobre a Epístola aos Hebreus
Os biblicistas não sabem ao certo quem foi o autor da Epístola aos Hebreus. Martinho Lutero sugeriu que o autor era Apolo. Ele baseou-se em Atos 18.24-28, onde Apolo é mencionado como um judeu instruído, helênico, de Alexandria, no Egito. Tertuliano (escrevendo em 150-230d.C.) disse que  a Epístola aos Hebreus era de autoria de Barnabé. Adolf Harnack e J. Rendel Harris especularam que ela foi escrita por Priscila(ou Prisca) . William Ramsey sugeriu que o autor fora Felipe. Contudo, a posição tradicional é de que o apóstolo Paulo escreveu esta Epístola.
Objetivo
O objetivo da Epístola era assegurar aos Cristãos judeus de que sua fé em Jesus, como o Messias, era correta e legítima. Além disso, a Epístola também pretendia prepara-los para o eminente desastre, a destruição de Jerusalém por Roma.
A Perda da Salvação e as Escrituras

Não existe sequer uma passagem bíblica falando em perda de salvação; levando em consideração o Deus cuidadoso com o seu povo como é o nosso, se fosse possível que a salvação pudesse ser perdida pelo salvo, acredito eu que haveria inúmeras advertências nas Escrituras dizendo que tivéssemos cuidado para não perdê-la.



Respondendo objeções.

1 ¶ Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,
2 E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.
3 E isto faremos, se Deus o permitir.
4 Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,
5 E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro,
6 E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.
7 Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus;
8 Mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.

Hb 6.1-8

O propósito do cristão é plenamente expresso pela palavra grega teleioteta que é traduzida como “perfeição” (v. 1). O conceito é de que o crente deve buscar um estado de maturidade, em lugar de retroceder para os rudimentos iniciais do cristianismo e da fé básica (v. 2). A expressão “lançando de novo o fundamento” refere-se à ideia de que, se um cristão perdesse a sua salvação, precisaria ser regenerado novamente. Para interpretar esta perícope é necessário um entendimento apropriado da seção controversa dos versículos 4 a 6. A noção principal é de que toda passagem é hipotética. Por exemplo, é preciso aceitar a suposição de que alguém pode passar pelo processo de salvação, e então “recair” (v. 6), ou perder a salvação. A explicação nos versículos seguintes pretende mostrar como esta posição é estranha (v. 4). A impossibilidade está diretamente conectada ao infinitivo do versículo 6,”renovar” (anakainidzein).
Ao examinar o quarto particípio grego (v. 5), geusamenous (cf. v. 4), devemos considerar que a interpretação é semelhante á da voz média na expressão “provaram”. Ela aparece nesta forma para revelar ao homem a sua responsabilidade para com a palavra de Deus.
Voltemos nossa atenção mais uma vez para a expressão “é impossível” (v. 4), e combinemo-la com o infinitivo grego anakainidzein, que significa “renovar outra vez” (v. 6). Aplicado ao versículo 6, este termo refere-se a um arrependimento novo e diferente. Se fosse necessária uma forma diferente de arrependimento, Cristo também teria que morrer na cruz uma segunda vez. Isto, no entanto, é inconsistente com o contexto do restante da Epístola aos Hebreus.

assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.
Hb. 9.28


11 Ora, todo sacerdote se apresenta dia após dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados;

12 mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à direita de Deus,
   Hb. 10. 10-11

O ensinamento é óbvio: Cristo morreu uma vez pelos pecados do homem. Se sua morte fosse insuficiente, não haveria segurança para os crentes.
É precisamente por isto que o autor da Epistola aos Hebreus usa este exemplo. Em linguagem filosófica, esta forma de raciocínio é chamada reductio ad absurdum (redução a um absurdo). A partir de uma suposição falsa, chega-se a conclusões absurdas. Seria falso supor que um crente poderia cair, porque o seu arrependimento, baseado na divindade de Cristo, seria invalidado. Não haveria segurança e Cristo precisaria ser crucificado novamente.

Fonte: bíblia de estudo palavra-chave

Apostasia de crise – Hb 6. 4-8.

Para melhor compreensão deste texto, devemos ressaltar que a Carta aos Hebreus foi escrita entre as duas mais perversas campanhas de perseguição da Igreja: a de Nero, em 64 d. C.; e a de Domiciano, em 85 d. C. Insere-se neste período a Revolta Judaica e a queda de Jerusalém ( 67 a 70 d. C.). Foram tempos terríveis! Em 18 de julho de 64, houve o incêndio de Roma, certamente criminoso, que Nero atribuiu aos cristãos, tidos por inimigos da humanidade. Eles foram presos e, sob tortura, centenas negaram a fé em Cristo, escapando da morte física, mas transformando-se em apóstatas. Os que destemidamente confessaram fidelidade ao “Kyrius Christus”; foram lançados às feras nas arenas ou queimados em praça pública para servirem de iluminação aos 22 . Os confessantes, em decorrência da confissão, perdiam suas vidas de maneira crudelíssima. Os covardes, os renegadores da fé cristã, sobreviviam, sendo posteriormente rejeitados pelos descendentes dos mártires, cuja fé confessada sustentou a Igreja durante as perseguições. Foi, pois, neste contexto histórico, que o autor de Hebreus levantou a questão da apostasia, que não era apenas suposição, uma possibilidade, mas um quadro historicamente real, crudelissimamente verdadeiro.

A Promessa do Espírito Santo

Ao aceitar Cristo o crente recebe o Espírito Santo. O mesmo não o abandona mais.
Pelo contrário, veja só a promessa do Senhor. Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre. Jo 14:16.
De acordo com as palavras de Paulo em Efésios 1:10,11, recebemos o Espírito quando cremos em Jesus Cristo, como selo. É Ele o
penhor (garantia) da nossa herança (o céu).Quando o crente peca, o Espírito de Deus não sai dele, apenas se entristece. Pois este
selo é para sempre, até o dia da redenção. Veja: E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia
da redenção. Ef 4:30.
Paulo também adverte: não extingais o Espírito, I Ts 5:19. Isto porque muitos crentes anulam toda ação do Espírito Santo na sua vida.
Todavia, no Novo Testamento não existe um vocábulo referente ao Santo Espírito sair do crente.

Conclusão

A ideia de perda da salvação por si só não se sustenta. Ao se fazer tal afirmação usando o texto de Hb 6, os arminianos se colocam em contradição teológica própria.

Observe:

4 Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,

5 e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro,

6 e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério.

Se este texto realmente falasse a respeito de perda da salvação como os arminianos afirmam, como ficaria a defesa deles em respeito a liberdade humana, uma vez que para os tais o homem tem livre acesso a Deus para se salvar ou perder a salvação a qualquer momento. Sendo que nem mesmo os tais condenam as pessoas que se afastam, mas ao contrário, recebem-nas como crentes que nunca se afastaram? Não seria isto um apoio arminiano a doutrina da perseverança dos santos?
Deve-se entender esta passagem a luz do contexto geral das escrituras. Sendo a nossa eleição uma obra totalmente dependente de Deus que assegura todas a condições para nossa salvação não a podemos perde-la pelo motivo simples e lógico de que não fizemos nada para merece-la , mas confiantes que Deus nos conduzira a estatura de varão pereito.
No demais irmãos temos nossa consolação na palavra de Deus que nos assegura a eterna promessa e confirmação do amor de Deus.
31 Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?

32 Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas?

33 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica;

34 Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós;

35 quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?

36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro.

37 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.

38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades,

39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
Rm 8.31-38


Por: Sandro Francisco do Nascimento




domingo, 14 de dezembro de 2014

Reflexão

                                                          Ouvindo a voz de Deus

  Temos visto em nosso meio algumas manifestações externas que fogem dos ensinos       bíblicos e consequentemente do caráter Cristão. Todos os dias ao sair de casa ou até mesmo em casa podemos ver ou ouvir de longe estes movimentos que parecem querer realmente chamar a atenção com muito barulho e uma espécie de transe afirmando os tais que isto seria uma manifestação do poder de Deus através do Espirito Santo. Mas, uma curiosa dúvida nos chama a atenção! como se manifesta o Espirito de Deus? estes movimentos estão em conformidade com os ensinos bíblicos? Deus é um Deus de contenda,confusão ou essas pessoas estão assumindo um alto risco ao manifestar apenas a vaidade de seus próprios corações como é próprio da natureza humana que se opõe a santidade de Deus? 
 Uma coisa é certa, sem dificuldades podemos encontrar pessoas retraídas a mensagem do evangelho, pessoas que tiveram alguma experiência traumática com algum tipo de movimento religioso extremo ou por revelações humilhantes, profecias mentirosas que trouxe algum tipo de esperança e que ao não se cumprirem levaram consigo alguma esperança de fé que pudesse vir a estar brotando. 
Algumas considerações tem que ser feitas para saber se estas práticas estão em conformidade com a palavra de Deus. O primeiro ponto que gostaria de frisar é que para saber se estas práticas estão ligadas ao Espirito temos que saber primeiro quem é a pessoa do Espirito.
                                                           Quem é o Espirito Santo?

 Muitas pessoas chamaram o século 20 de "século do Espírito Santo". O surgimento e a disseminação do pentecostalismo, que dá uma ênfase maior nos ministérios do Espírito Santo, e o fortalecimento da ênfase do dispensacionalismo são caracteristicas dessa era. A preocupação desse século com a evangelização do mundo também destacou a necessidade de se conhecer o poder do Espírito para se conseguir isso. Ainda que esta atenção dada à operação do Espírito santo tenha sido uma coisa boa, nem sempre ela foi guiada pelas escrituras. Por isso, hoje em dia existe uma necessidade ainda maior de dar uma atenção especial ao ensinamento bíblico sobre o assunto.

Charles C. Ryrie.(editor de A BÍBLIA ANOTADA E EXPANDIDA).


I. O Espírito Santo é Deus
Assim como focalizamos a divindade de Jesus, também iremos perceber que o Espírito Santo também é Deus.
  •  Aparece 16 vezes associado à trindade. Gn 1.2; Jo 14.6, Hb 10.15-17 (cf. Jr 31.31-34)
  •  Dá a vida – Jó 34.14,15, Sl 104.30, Jo 3.6,7, Jo 6.63, Mt 1.18, Rm 8.11
  •  É onisciente – Is 40.13, I Co 2.10
  •  É onipresente – Sl 139.7
  •  É onipotente – Jó 33.4

                 II. O Espírito é uma pessoa 

                Talvez seja o membro da trindade sobre o qual se tenha maior dificuldade de ser        visto como uma pessoa de fato. Mas podemos entender que o Espírito Santo:

  •  Tem inteligência – I Co 2.10,11, Rm 8.27
  •  Tem emoções – Ef 4.30
  •  Tem vontade – I Co 12.11, At 16.6-11, 

        III. A obra do Espírito Santo

         A obra do Espírito Santo consiste em manifestar a presença ativa de Deus no mundo e em especial na igreja
. Podemos destacar algumas:

  •  Realiza milagres - At 8.39
  •  Intercede – Rm 8.26
  •  Inspirou as Escrituras – I Pe 1.21
  •  Possibilitou o nascimento virginal de Cristo – Lc 1.35
  •  Ensino - Jo 16

Vale a pena olhar com um pouco mais de atenção para a atuação do Espírito Santo na salvação do homem:

  •  Convence do pecado- Jo 16.8
  •  Atua na regeneração – Jo 3.5-8, I Co 6.11
  •  Santificação – Posicional (I Co 1.2, I Pe 2.9, I Co 6.11)Processo (I Pe 1.15,16, Jo 17.3, 2 Co 3.18, Gl 3.3-5)Final (Jd 24,25                                                                                                                                                                                                                                                                      IV. Nossa relação com Ele

  •  Testifica que somos de Deus – Rm 8.16
  •  Podemos mentir a ele – At 5.3
  •  Podemos resistir a ele– At 7.51
  •  Podemos entristecê-lo – Ef 4.30, Is 63.10                                                                                                                                                                                                                                                  levando em conta estes aspectos do Espirito podemos perceber claramente que Ele é uma pessoa e não uma força ativa como afirmam alguns que procuram negar a verdade da palavra de Deus.

O Batismo

                          O Batismo
Introdução
Antes de prosseguirmos nossa abordagem a respeito do batismo, é necessário que entendamos o significado do nome. Calvino define batismo da seguinte forma: “Batismo é uma marca do nosso cristianismo e o sinal pelo qual somos recebidos na sociedade da igreja, para que enxertados em Cristo sejamos contados entre seus filhos”.

O grande teólogo de Princeton, Charles Hodge, por sua vez, define batismo da seguinte forma: “Batismo é um sacramento no qual o lavar com água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo significa e sela nossa união com Cristo, a participação das bênçãos do pacto da graça e a promessa de pertencermos ao Senhor”.

O Batismo de João e o Batismo cristão.
Para esclarecer alguma possível dúvida que possa surgir em nós quanto algumas ambigüidades presentes nesses batismos, quero afirmar que não há nada de dessemelhante neles. Todos batizam em nome de Cristo de quem procede a remissão dos pecados. João disse que Cristo era o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo Jo1.28-29; através de seu sacrifício, Deus aceitou Sua justiça, ou melhor a propiciação de justiça sendo Cristo o autor da nossa salvação.
Não há diferenciação de significado entre o batismo de João e o de Cristo. Como disse J. Calvino: “Se alguém busca na Palavra de Deus uma diferença entre o batismo de um e o de outro, a única que encontrará é que João batizava em nome de alguém que viria, e os apóstolos, em alguém que já veio”.  Lc3.16; At19.4.
 Trecho da exposição do Rev. Nelson Gonçalves de Abreu


O Batismo: Uma novidade?
Talvez muitos cristãos imaginem que os judeus não conheciam nem praticavam nada semelhante ao que é descrito em Marcos 1.4... “apareceu João Batista no deserto[5], pregando batismo de arrependimento.”
Será que João Batista introduziu um rito completamente novo, desconhecido aos judeus? Vemos que o NT não explica o ritual do batismo, dando a entender que os judeus não necessitavam de explicações. Isso porque o batismo não foi uma cerimônia introduzida por Jesus, João ou os apóstolos, mas era uma prática comum entre os judeus desde os primórdios de sua organização como povo. Estes batismos eram feitos usando-se a água ou outro elemento, como o sangue.
Vejamos alguns textos:
“Quando voltam da praça, não correm sem se aspergirem (no original grego “batizarem”); e há muitas outras cousas que receberam para observar, como a lavagem (“batismo”) de copos, jarros de metal e camas. (Mc 7.4)
“O fariseu, porém, admirou-se ao ver que Jesus não se lavara (batizara) primeiro, antes de comer. (Lc 11.38)
Também Eclesiático[6] 34.25 diz: “Ao que se lava (batiza) depois de haver tocado um corpo morto, e torna a tocá-lo outra vez, de que lhe valerá o ter-se lavado?”
Todas estas passagens dão a entender que os batismos eram cerimônias comuns:
... não comem sem se batizarem...
... cousas que receberam para guardar, como o batismo de copos...
... ao que se batiza depois de haver tocado um cadáver...

Não falamos ainda sobre o modo como se batizavam. O fato é que se batizavam e que os batismos eram fato normal entre eles, independentemente da disputa acerca do significado da palavra.
Note que estes “batismos” não são invenção humana. O autor de Hebreus fala de “diversas abluções (no original “diversos batismos”) impostas até ao tempo oportuno de reforma.” (9.10; ver tb Hb 6.2). Impostos quando e onde? Com certeza, na Lei de Moisés, que prescrevia minuciosamente as “oferendas e sacrifícios, embora (...) ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta culto”. (Hb 9.9).
Portanto, quando Jesus veio, encontrou o povo praticando esses diversos batismos (o deles mesmos, dos copos, das camas, etc) como uma prática cotidiana. Insistimos em que se note a forma normal e familiar do NT tratar a matéria. João aparece batizando no deserto, porém não há surpresas; não se dão explicações. Ele veio pregando o batismo “de arrependimento”. Nova era a doutrina que pregava, não a cerimônia que praticava. De fato, a cerimônia era algo que o povo esperava ver o Messias realizar, bem como todo profeta verdadeiro. Por isso, quando João lhes disse que ele não era o Cristo, nem Elias, nem o profeta, a pergunta imediata que lhe fizeram foi: “Por que, pois, batizas?”[7] dando a entender, claramente, duas coisas:
a) que os profetas tinham o costume de batizar;
b) que esperavam que o Messias fizesse o mesmo na sua vinda.
Quando o próprio Senhor foi a João, embora não necessitasse de arrependimento ou purificação, disse a ele “... convém que cumpramos toda a justiça.” Justiça aqui significa “aquilo que a Lei exige”. Estas palavras contêm o princípio geral pela qual o Senhor se conduzia -- obedecer a todas as ordenanças da Lei de Moisés, pois foram instituídas por Deus. Portanto, os batismos eram cerimônias eminentemente religiosas ‘impostos’ pela Lei.
Os batismos dos judeus não eram feitos por imersão
A esta altura poderíamos pedir, àqueles que acham a forma essencial, que demonstrem que os batismos que os judeus praticavam eram sempre por imersão. Levando-se em conta os seus princípios exclusivistas (“nós estamos certos, eles errados”), são necessariamente obrigados a fazê-lo.
Porém, tentaremos demonstrar uma proposição negativa. Tais batismos nunca eram feitos por imersão.
a) a imersão não está estabelecida
Apesar de aqueles diversos batismos serem “impostos” ao povo como qualquer outra parte do ritual judaico, em lugar algum da Lei de Moisés se estabelece a imersão. Não se pode dar um só exemplo de que se exigisse do judeu a imersão em água em cumprimento a uma cerimônia religiosa.
Se não se pode provar a imersão, se não existe um mandamento, como poderíamos concluir que “era assim”, e mais, que “quem não faz assim” está errado!
b) Os batismos eram por aspersão ou efusão
Não vemos a imersão em nenhum lugar do AT, mas a Lei Mosaica ordena expressamente o modo destes batismos:
“Assim lhes farás para os purificar: asperge sobre eles água da purificação ....” (Nm 8.7);
“Eleazar, o sacerdote, tomará do sangue com o dedo e dele aspergirá para a frente da tenda da congregação ... (Nm 19:18).[8]
Vemos, pois, que na Antiga Aliança o modo de purificação estava claramente ordenado. Supor que se batizavam ou purificavam por imersão é supor que agiam sem mandamento, ou pior, contra o mandamento. Os batismos judaicos eram “impostos” (Hb 9:10) pela Lei. Eram simples purificações, como os textos demonstram e o modo era a aspersão, nunca a imersão.
c) As aspersões e efusões são chamados batismos.
Mostramos que a aspersão era ordenada e praticada e a imersão era desconhecida. Além disso, a tradução grega dos escritos judaicos refere-se a este método de purificação por aspersão usando a palavra “batizar”. Preste atenção: Esta palavra que, tantas e tantas vezes e em tanta confiança nos dizem significar submergir — e nada além disso —, se aplica a estas aspersões judaicas. A tradução grega de Eclesiástico 34:25 diz:
“Aquele que se batiza depois de haver tocado num corpo morto, e torna a tocá-lo, de que lhe valerá a ter-se lavado?”
Já vimos que o modo como se realizava este batismo por haver alguém tocado num corpo morto, está claramente ordenado na Lei de Moisés:
“Todo aquele que tocar o cadáver de qualquer pessoa e não se purificar, contaminou o Tabernáculo do Senhor, e essa pessoa será cortada de Israel; porquanto a água da purificação não foi aspergida sobre ele, [por isso] imundo será, e a sua imundícia será sobre ele” (Nm 19:13).8

Portanto, vemos que o NT utilizou uma palavra que já era usada há pelo menos 200 anos para designar estas cerimônias. Se a palavra batizar era usada, por centenas de anos, para indicar a aspersão, por que ensinar que no tempo do Senhor e de João Batista os judeus realizavam seus batismos de outro modo?
Muito antes da vinda de Jesus já se havia lido que aspergir-se por causa dos mortos era como batizar-se por eles [9]. Dizer que o método era a imersão é ir contra toda a evidência, visto que a aspersão aparece ensinada universalmente no AT.

d) “batizar” equivale a “lavar”.
Por exemplo Mt. 15:2 - “Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem. Comparado com Lc 11:38 “O fariseu, porém, admirou-se ao ver que Jesus não se lavara (no grego: batizara) primeiro, antes de comer”.
Aquele se batiza por haver tocado num corpo morto, e torna a tocar nele, de que se valerá o ter-se lavado? Portanto lavar e batizar podem ser usadas para descrever a mesma ação.

e) O batismo judeu era um rito cotidiano.
Os judeus não só se “batizavam” antes das refeições, ou “batizavam” as mãos antes de comer, mas batizavam-se também por causa de outras impurezas, como, por exemplo, quando se contaminavam, tocando um corpo morto. O mesmo faziam com as mesas e camas. Note que estes batismos de mãos antes das refeições não eram feitos com motivações higiênicas conforme fazemos atualmente. Era o cumprimento de um ritual religioso.
Se tudo isso era feito por imersão, cada família deveria ter um lugar apropriado. Neste caso o batistério seria um lugar essencial de cada casa judaica. Porém, não há evidência histórica ou bíblica que houvesse tal lugar em alguma casa, quer rica, quer pobre.
Não sendo necessária a imersão, deveria, então, existir alguma coisa para cumprir seus rituais de outra forma.
De fato, o NT se refere a vasilhas com capacidade para conter de 80 a 100 litros, pequenas demais para se imergir alguém, mas grandes o suficiente para se meterem as mãos nelas com o propósito de se retirar água usada para aspergir ou derramar sobre pessoas ou objetos. São as talhas de pedra mencionadas nas Bodas de Caná da Galiléia, “que os judeus usavam para as purificações.” (Jo 2.6)

f) O livro de Hebreus confirma os batismos por aspersão ou efusão
O livro de Hebreus (9.10) faz menção às “diversas abluções (batismos) impostas” ao povo. Já vimos que a Lei de Moisés não ordena a imersão, portanto estes “batismos impostos não podiam ser realizados dessa forma.
Também, pelo contexto imediato, fica claro que eram batismos “com o sangue de bodes, touros e as cinzas de uma novilha aspergidos sobre os contaminados” (9.13).
O autor de Hebreus contrasta o culto judaico com a dispensação cristã. No primeiro havia regulamentos com respeito a comidas e bebidas, e diversos batismos e ordenanças acerca da carne. O sangue dos animais ou as cinzas de uma novilha misturadas à água, aspergidos sobre os imundos cerimonialmente os santificavam quanto à purificação da carne. Na dispensação cristã, o sangue de Cristo é eficaz. No primeiro, “Moisés (...) tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã e escarlate e aspergiu o livro da Lei e o povo, além do tabernáculo e seus utensílios” (Hb 9.19,21).
Sem discussão, estes são os “diversos batismos” a que se refere o v.10.
E sempre por aspersão!

g) A figura do Batismo com o Espírito Santo favorece a efusão ou aspersão
Observe a linguagem bíblica empregada em relação a este tema.
“Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo.” (At 1.15).

No capítulo seguinte a promessa se cumpre e Pedro explica o acontecido ao povo usando a profecia de Joel: “e acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne... até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito.”
Vemos assim, sem discussão que a ação de Deus derramar o seu Espírito sobre os discípulos é chamada de batismo com o Espírito Santo. Temos aqui, indiscutivelmente um batismo por efusão, um batismo no mais elevado sentido da palavra. E já que o próprio Espírito o representou como umderramamento e o chamou de batismo nas Escrituras que Ele mesmo inspirou, por que querer impor uma forma diversa? Por que afirmar, contra toda evidência, que a imersão é a única forma correta? Quando, em imediata relação com o derramamento do Espírito, se menciona o batismo com água de cerca de três mil pessoas, não é duvidoso, para dizer o mínimo, que estas pessoas tenham sido metidas na água ao invés de se aplicar água sobre elas? O mais sublime batismo, o do Espírito Santo -- do qual o outro é um tipo -- é por efusão. Será o tipo administrado de um modo totalmente diferente?
h) Esperava-se que o Messias batizasse, e a forma esperada era a aspersão
Já vimos que os judeus esperavam que o Messias batizasse.
“Por que batizas, se não és o Cristo...?” foi a pergunta que fizeram a João Batista (Jo. 1.25). Qual a origem desta expectativa? Tentarei explicar. Referindo-se ao Messias, o texto de Isaías 52.15 diz:
“Assim causará admiração às nações...” (Edição Revista e Atualizada).

Até 1960, porém, em lugar de “causar admiração” o verbo hebraico “nazah” era traduzido por aspergirá. A profecia seria, então, “ele aspergirá a muitas nações.” “A nova tradução, mui discutível, funda-se mais em razões exegéticas que filológicas.”
De fato, a Edição Contemporânea da Bíblia traz:
“...assim borrifará a muitas nações.”

Em uma visão da Nova Aliança, o profeta Ezequiel assim escreve: “então, aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados” (v. 25).
A esta promessa seguem-se as promessas da concessão de um novo espírito e coração (v.26) e de que o Espírito faria morada dentro do homem (v.27) para fazê-lo obedecer à Lei. Veja também Jr 31.31-33.
Reconhecemos, então, que os profetas utilizaram um ritual de purificação, por eles conhecido, como um símbolo da real purificação que o Messias realizaria no impuro coração humano. Os tradutores da Bíblia viva corretamente parafraseiam Is. 52:15 da seguinte forma: “... com seu sofrimento ele purificará a muitas nações.”
O Messias “aspergirá a muitas nações ....”.
Aspergirei água pura sobre vós ....”
“Por que batizas, se não és o Cristo (...) ?”
Mais uma vez, nenhum indício de imersão e uma forte evidência em favor da aspersão.

i) A simplicidade dos batismos no NT.
Cremos já ter estabelecido solidamente o fato de que, se havemos de invalidar o batismo de alguém por causa da maneira como foi aplicado, não será o daqueles que foram batizados por aspersão. Se o leitor tiver um pouco mais de paciência poderemos ainda nos deter no exame dos batismos descritos no NT.
Uma evidência em favor da aspersão no NT é o fato de que as pessoas eram batizadas imediatamente, no lugar em que se convertiam, quer fosse na cidade, quer no deserto; numa casa ou em uma estrada; na prisão ou à margem de um rio; no inverno ou no verão. Não havia demora, não há referência alguma à saída para um lugar adequado para a imersão.
Quando alguém cria, no mesmo instante e no mesmo lugar havia sempre o necessário para ser batizado. Por isso, é muito difícil crer que fosse assim, se se praticasse a imersão. Pode-se supor, sim, mas é uma suposição altamente improvável. Vejamos alguns exemplos:
Paulo (At 9). Após sua queda e cegueira no caminho de Damasco, Paulo permaneceu três dias em jejum na casa de Judas. Ananias, guiado por Deus, entra na casa e, após breve instrução, batiza Paulo. Diz o texto: “a seguir, levantou-se e foi batizado”.
Havia um tanque na casa? foram a outro lugar? O texto não diz. A única “prova” seria o pretendido significado de “batizar”. Todas as circunstâncias são contra a imersão: na mesma casa, em pé, sem demora para preparar-se, sem sair nem entrar, pondo-se imediatamente a serviço de Cristo.
O carcereiro de Filipos (At 16). Convertido na prisão a altas horas da noite e, lá mesmo, imediatamente batizado junto com os seus. Foram a algum rio em plena noite? Havia um tanque na prisão? Quantas dificuldades o texto apresenta se partirmos do pressuposto de que batizar significa imergir, e nada mais. Por outro lado, quão simples se torna o relato, se se leva em conta que, para o povo judeu, era coisa natural o batizar-se por aspersão ou efusão.
Cornélio e sua casa (At 10). Sobre este episódio, se diz que o “Espírito Santo caiu sobre todos os que ouviam a palavra. “Admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do “Espírito Santo”. “Quando comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio. Então me lembrei da palavra do Senhor quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo (At 10.44; 11:15-16).
“Porventura pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o dom do Espírito Santo?” (At 10:47). Pedro batizou estas pessoas por imersão? De um lado somente uma suposição contra toda evidência. De outro porém, além da forte impressão que Cornélio foi batizado em sua própria casa, há o registro de que o “derramamento” do Espírito fez Pedro pensar que os termos batizar, derramar e cair— aplicados ao Espírito Santo — implicavam uma idéia semelhante à água.
Filipe e o eunuco (At 8:26-39). Comumente este é um texto julgado claramente em favor da imersão. Em sua viagem, o etíope lia Isaías 53; provavelmente ele tinha acabado de ler o último versículo do capítulo 52 “ele aspergirá muitas nações”. Filipe lhe explicou a passagem e, quando chegaram a um lugar onde havia água, desceram a ela e Filipe batizou o eunuco. Por imersão? Mesmo entendendo o texto como uma entrada real na água, nem por isso fica demonstrada a imersão. Leve-se em conta que as sandálias podiam ser facilmente tiradas, e que isto estaria de acordo com os costumes orientais e que, depois de descerem à água, Filipe lhe administrou o rito do batismo por aspersão ou efusão. Por outro lado, é muito duvidoso que no lugar deserto onde se encontravam houvesse uma corrente de água com profundidade suficiente para submergir o eunuco.
Tudo indica que não esperaram para obter roupas próprias para o batismo e não é provável que o viajante se submergisse com a roupa que trazia ao corpo. O texto diz simplesmente que, após o batismo o eunuco “foi seguindo seu caminho cheio de júbilo”. Diz o texto, também, que Filipe foi “arrebatado pelo Espírito do Senhor” para Azoto. Não podemos presumir que o Eunuco seguiu viagem pingando água e Filipe achou-se repentinamente em Azoto com as roupas encharcadas.
Os três mil de Atos 2 (vv 37-41). No mesmo dia em que os discípulos foram batizados do alto pelo derramamento do Espírito sobre eles, mais três mil almas foram acrescentadas à Igreja. Foram submergidos estes convertidos? Para responder que sim, só se pode dar como prova o pretenso significado da palavra batismo, o qual já descartamos. Nada mais no texto pode sugerir a submersão. Porém, para negá-la, amontoa-se uma série de circunstâncias: Não havia lugar para realizar essa forma de batismo, nem no templo, nem nos arredores onde estavam reunidos. Quem sabe foram em procissão até a porta dos ovelhas onde havia um tanque, pediram licença à multidão de enfermos que lá jazia (Jo 5:1-3) e passaram horas e horas, provavelmente até tarde da noite, submergindo três mil pessoas.
Será que naquele dia Jerusalém presenciou multidões de pessoas andando pelas ruas, a caminho de suas casas com as roupas gotejando, encharcadas, coladas a seus corpos?
Todos esses obstáculos, mais o fato de o batismo do Espírito Santo ter sido descrito como um derramamento, na realidade se opõe fortemente à idéia da imersão, ao passo que se harmoniza perfeitamente com a aspersão ou efusão. Para esta última forma de batismo havia tempo suficiente; o lugar onde estavam era adequado, não era preciso uma muda de roupa e ninguém necessitou voltar molhado para casa. Não há, portanto, contradição entre o batismo do Espírito e o da água. A palavra batizar se emprega em ambos os casos, com o mesmo sentido, pois tanto a água como o Espírito são derramados sobre as pessoas.
Uma palavra final
Um estimado amigo batista contou-me a seguinte história:
“Em Z....um lugar árido da África, um missionário estava obtendo uma boa quantidade de convertidos. Porém a água era pouca e preciosa. O que fazer? O missionário, então, cavou um buraco no chão, cobriu-o com um oleado e comprou, de um fornecedor, vários galões água a 20 dólares o galão! Com o tempo, o aguadeiro passou a gradativamente aumentar o preço do galão. Quando o missionário reclamou, o homem replicou. “Há tanta areia aqui, por que você não batiza com ela? Se você se dá ao luxo dessa extravagância, é porque tem condições de pagar por ela.”
Volta e meia surge um novo pregador no rádio, denunciando coisas que não tem nenhuma importância. Movem céus e terra para falar do “erro” daqueles que não tem, na igreja, a cerimônia do lava-pés, tão claramente ordenada por Jesus. Todas as igrejas estão erradas, menos a do pregador, que restaurou a ordenança. Há aquelas igrejas que usam pão fermentado na ceia -- o fermento é símbolo do pecado! Que dizer daqueles que constróem batistérios, quando não há nenhuma referência a eles nas Escrituras? Que grande pecado cometem as igrejas que não tem costume de se saudar com o ósculo santo! E aqueles que não se cumprimentam com “a paz do Senhor”? Quantas árvores teriam que ser transformadas em papel para tratarmos de tão importantes questões!
Pretendemos ter provado solidamente que a forma “correta” do batismo é a aspersão. Mas que importância tem isso? Talvez alguma, se, ao menos, tornar mais maleáveis gente como aquele missionário de Z... que deveria usar a água para matar a sede daquelas pessoas -- misericórdia quero e não holocaustos!
Que nosso Senhor, na sua volta, não encontre seus filhos, como crianças (para não usar outra palavra), a contender a respeito dos mosquitos e engolindo os camelos.
Glória somente a Deus.

 Trecho da exposição de Túlio César Costa Leite