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terça-feira, 24 de maio de 2022

O Credo dos Apóstolos - Franklin Ferreira



Resenha Crítica: O Credo dos Apóstolos



Por: Sandro Francisco do Nascimento

Livro com Título: O Credo dos Apóstolos: as doutrinas centrais da fé cristã.

Autor: Franklin Ferreira.

Editora Fiel 278 páginas



  1. Introdução.


Um dos grandes prejuízos experimentados por nossa geração e que certamente encontra sua origem nos modernos movimentos evangélicos1, é o desapego ou desconhecimento do conteúdo bíblico e das tradições da igreja cristã. Desconhecimento do conteúdo bíblico por causa da grande quantidade de crentes nominais, que jamais tiveram contato, desde sua conversão, com as doutrinas centrais do cristianismo. Pouco ou nada se fala sobre a teologia da cruz; em alguns casos, não há qualquer interesse em se apresentar o Cristo que foi morto, ressurgiu dos mortos e que há de julgar o mundo inteiro. Quanto à vida piedosa, nada pode ser dito para não ofender os pretensos convertidos que estão ansiosos para usufruir das bênçãos de Deus, sem, contudo, conhecê-lo e ter qualquer compromisso com Ele. De igual modo, as tradições da igreja cristã têm sido abandonadas sob o pretexto de serem antiquadas, arcaicas ou mesmo antibíblicas. Confunde-se o conceito de tradição, segundo o catolicismo, e nega- se por consequência a necessidade de um núcleo doutrinário extraído e sintetizado das Escrituras que possam ser o Norte e padrão para todos aqueles que abraçam o cristianismo. Este é o pano de fundo que propiciou a escrita desta obra de autoria do Pastor Franklin Ferreira. A obra tem como fim apresentar uma exposição do credo apostólico e demonstrar sua relevância para a igreja cristã em uma época de grande, se não total, desapego às tradições ou doutrinas centrais da igreja cristã genuína. Há de se afirmar que as doutrinas expostas por meio do credo, afirmações extraídas da própria Escritura, são essenciais para a fé cristã e que devem ser comuns a todos aqueles que de fato se identificam como cristãos genuínos. Ou seja, se há algum ponto destas doutrinas que não é crido ou recebido como doutrina cristã, tal comunidade ou pessoa, não pode ser considerada irmã. Essas doutrinas são axiomas, não são passíveis de negociação.


O que iremos apresentar aqui é um resumo que tem por objetivo apontar alguns assuntos que possuem mais relevância. Irei, quando necessário, expor minha opinião pessoal sobre um assunto específico que me parece ter sido pouco explorado, ou que, tenho uma interpretação diferente da exposta pelo autor.



  1. Relevância.


Ao se abordar uma discussão sobre doutrinas axiomáticas, deve-se pensar sobre sua relevância para a igreja cristã. A definição de axioma, por si, já demonstra que tal assunto é de vital importância. Um axioma, por definição, é aquilo que não pode e nem deve ser negociado. Ou seja, as doutrinas que são tão evidentemente ensinadas pelas Escrituras, que não se pode negociar sua importância para a confissão e identidade da comunidade da fé. Ferreira inicia a obra demonstrando que há um estranhamento da comunidade cristã atual para com as doutrinas básicas da fé cristã. Esse estranhamento, sem dúvida, torna imperativa a reafirmação dos pontos centrais da fé.



  1. Método expositivo


O método expositivo é certamente uma das formas mais eficazes de se apresentar um conteúdo tão rico quanto o é o Credo Apostólico. Ferreira inicia sua exposição demonstrando a origem do problema a ser discutido. Ou seja, o que deu origem à necessidade de se escrever uma obra para explicar a origem, história e atualidade do Credo para a igreja cristã. Essa apresentação inicial está bastante evidente já nas primeiras páginas do livro. No prefácio, Ferreira esclarece o objetivo e motivação que o levaram a escrever uma exposição do Credo dos Apóstolos.



O objetivo desta obra é meditar sobre o antigo documento cristão conhecido como Credo dos Apóstolos. Por meio da exposição deste documento, gostaria de colocar diante do leitor os temas doutrinais cristãos que são absolutamente inegociáveis e vitais, se queremos preservar uma identidade cristã genuína nos dias atuais. (FERREIRA, 2015, p. 11)



  1. Divisão



  1. Introdução


O autor apresenta o credo como um documento histórico. Fala de sua origem, sua relação e derivação das Escrituras e sua função como documento unificador da comunidade da fé.



Comecemos este estudo sobre o Credo dos Apóstolos citando as palavras de abertura da obra A tradição cristã, de Jaroslav Pelikan: “O que a igreja de Jesus Cristo acredita, ensina e confessa com base na palavra de Deus: essa é a doutrina cristã. [...] O Credo dos Apóstolos é uma apresentação do ensino bíblico, ortodoxo e consensual, “aquilo que foi crido em todo lugar, em todo tempo e por todos”[...]. (FERREIRA, 2015, p. 19, 20)



  1. Preâmbulo


Ferreira faz uma apresentação geral do tema. Particularmente, entendo que esta parte do livro foi não só oportuna, mas essencial para a aproximação do leitor ao tema. O autor consegue transmitir ao leitor conceitos bases para entender a natureza e 

importância do Credo. O leitor pode ter acesso de forma introdutória a conceitos básicos sobre a relação entre a cosmovisão cristã Reformada, seus pressupostos, e a interpretação correta da Bíblia e sua exposição no Credo.



O Credo, resumo da Escritura, funciona como aqueles óculos que nos levam de volta ao texto bíblico e nos ajudam a interpretar o texto bíblico corretamente. Não há interpretação bíblica livre de pressupostos. O Credo dos Apóstolos funciona como um conjunto de pressupostos que guia tanto a leitura bíblica como a interpretação que o fiel faz da criação. (FERREIRA, 2015, p. 64)



  1. Artigos


Após apresentar uma visão panorâmica do conteúdo do livro e preparação para compreensão adequada, Ferreira expõe o Credo respeitando sua divisão natural em três artigos. O primeiro é apresentado como “O Deus Criador”. Ele apresenta uma exposição sobre o Deus Pai, o Todo-poderoso Criador, “A primeira divisão do Credo é focada em Deus Pai. Deus criador, Deus sustentador, o Deus da providência. O Pai todo- poderoso, criador do céu e da terra” (FERREIRA, 2015).


O segundo artigo apresenta o Filho, Jesus, como o “Deus Redentor”. Cristo é apresentado como o unificador e ápice da revelação de Deus. Jesus é o redentor, o Messias prometido que haveria de esmagar a cabeça da serpente.



Por que esse segundo artigo é maior? Porque, em alguma medida, o Pai e o Espírito vêm a nós por meio do Filho. Nesse sentido, ninguém pode ter a pretensão de ter a Deus como Pai e ter a consolação que vem do Espírito Santo se não for por meio de Jesus Cristos. (FERREIRA, 2015, p. 131)



O terceiro artigo apresenta o Espírito Santo como doador da vida, unificador, provedor e preservador do seu povo.



Se estivermos lendo o Credo corretamente, o que aprendemos é que só há vida cristã, e só há igreja verdadeira, quando o Espírito Santo opera. Toda a nossa vida cristã, tudo o que somos como cristãos, todas as bênçãos que recebemos, são dádivas concedidas pela bendita pessoa do Espírito Santo. Então, o que aprendemos do Credo, quando lemos “creio no Espírito... a santa Igreja... a comunhão dos santos”, é que a igreja encontra a sua razão de ser por meio do Espírito Santo. A igreja só é igreja por causa da obra do Espírito Santo. (FERREIRA, 2015, p. 212,213)


  1. Crítica pessoal


Antes de expor minha crítica deixo claro que minha oposição não diz respeito à totalidade do argumento do autor, mas apenas uma afirmação específica. Durante toda a obra, embora demonstre a pessoalidade de cada pessoa da trindade (a economia da trindade), Ferreira procura unificar as pessoas da trindade demonstrando que os três são igualmente eternos, poderosos, dignos de toda honra, glória e louvor. Contudo, ao criticar grupos cristãos específicos, ele afirma algo que parece não ter amparo nas Escrituras, ou pelo menos não desfruta de amparo claro dela. Diz respeito a quem devemos nos dirigir na oração.



[...] igrejas com background fundamentalista, focadas mais em leis e regras, enfatizarão o Pai; ou, de uma forma mais vaga, em Deus, mas sem muito descrever quem é esse Deus. [...] É curioso que em algumas dessas comunidades não se recomenda orar a Jesus Cristo. Se um fiel orar a Jesus Cristo, é repreendido. Nem se fale, então, em orar ao Espírito Santo. (FERREIRA, 2015, p. 102)



Segundo Ferreira, ao menos é o que sua expressão parece apontar, uma pessoa que mantém como regra ou prática de oração dirigir-se ao Pai, por meio ou em nome do Filho, pelo Espírito Santo, seria fundamentalista2, visto que Pai, Filho e Espírito Santo são um. Essa afirmação me parece equivocada. A oração dominical, como ensinada por Jesus em Mateus 6.9-13, parece nos ensinar, de forma clara, que devemos orar ao Pai. Em João 17, na oração sacerdotal, novamente Jesus ora ao Pai. O apóstolo Paulo, em Efésios 1.15-23, parece também demonstrar que as orações eram realizadas ao Pai. No mesmo capítulo, dos versos 3-14, o apóstolo expõe o que chamamos de economia da trindade, demonstrando que há na trindade uma subordinação funcional e consensual. Com isso não quero dizer que uma ou outra das pessoas da trindade não são dignas de receber nossas orações. Mas que a Escritura parece apontar para uma ordem funcional na qual o Pai é aquele a quem nos dirigimos em oração, em nome do Filho, pelo poder e iluminação do Espírito Santo.



  1. Conclusão


Uma conclusão adequada deve expressar como podemos utilizar o Credo e para quê. Em primeiro lugar devemos considerar que o Credo, sendo a síntese daquilo que cremos nas Escrituras, pode ser utilizado como paradigma para recepcionar novos convertidos a quem tendo sido apresentadas as verdades do evangelho, possam confessar, de forma consciente, o Credo. Em segundo lugar, o Credo é um marcador ou delimitador da confissão cristã. Ou seja, a partir das verdades inegociáveis apresentadas por meio do Credo, podemos determinar ou perceber doutrinas sectárias, estranhas à fé e que porventura estejam sorrateiramente sendo introduzidas no seio da igreja. Em terceiro lugar, o Credo tem função unificadora. Através do Credo a igreja pode afirmar-se una. Em quarto e último lugar, o Credo ajuda a igreja a entender a necessidade de buscar a santificação.


1 “Muito da tradição protestante brasileira foi moldada pelo antigo fundamentalismo evangélico, nascido em fins do século XIX, e oriundo do sul dos Estados Unidos. Entre outros, este nos legou uma aversão aos credos da igreja e às confissões de fé. (FERREIRA, 2015, p. 11)

2 Fundamentalismo. Movimento teológico conservador que teve início nos Estados unidos no final do século XIX e continuou a exercer grande influência durante o século XX. Insistia que certas doutrinas básicas ou “fundamentos” devem ser preservados, como a inerrância das Escrituras e o nascimento virginal de Cristo. Nos últimos anos, o termo passou a ser associado a uma mentalidade particular de separação, legalismo e até mesmo obscurantismo. (MILLARD, 2011, p. 85)



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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

SÉRIE SOBRE O TEMA “A VIDA CRISTÃ NO LAR”, BASEADA NO LIVRO DO REV. JAY E. ADAMS.



APRESENTAÇÃO

Graça e paz!

Me chamo Sandro, sou membro da Igreja Presbiteriana do Brasil, na Cidade do Cabo de Santo Agostinho – Pe. Tenho servido a Deus como presbítero na referida igreja e labutado também na área teológica. Estou me formando no curso de Bacharelado em Teologia pela Universidade Estácio de Sá, e, também, em Bacharel livre pela FATERGE – Faculdade de Teologia Reformada Genebra. Além desses dois Bacharelados, possuo também cursos específicos pelas instituições: Instituto Reformado de São Paulo; Escola Teológica Charles Spurgeon; Instituto Kuyper; Instituição Curso Fiel de Liderança; entre outros.

Este post é o primeiro de uma série que irei postar sobre o tema “A Vida Cristã no Lar”, baseado no livro de mesmo nome e escrito pelo Rev. Jay Adams.

SOBRE O AUTOR

Jay Edward Adams (30 de janeiro de 1929 (idade 91 anos)

“Pastor aposentado foi também Diretor de Estudos Avançados e Professor de Teologia Prática no Westminster Theological Seminary (EUA). Escreveu mais de 50 livros sobre ministério pastoral, pregação, aconselhamento, estudo bíblico, e vida cristã.” (SHEDDPUBLICACOES)

INTRODUÇÃO

Logo no prefácio do livro o autor deixa muito evidente qual o seu propósito ao  escrevê-lo, diz ele:

“Este livro tem o objetivo de cumprir dois propósitos fundamentais [...] No lar [...] avaliar, comentar e aperfeiçoar vários aspectos do lar cristão. Creio que ele indicará o caminho das soluções que Deus tem para os problemas familiares. [...] como auxílio para conselheiros cristãos. Pode ser usado no aconselhamento de cônjuges, pais e filhos ou membros da família [...].” (ADAMS, 2011)

 

CAPÍTULO I – UM LAR CENTRADO EM CRISTO

No início do primeiro capítulo, o Rev. Jay Adams nos desafia com uma pergunta retórica: “É possível ter um lar centralizado em Cristo no mundo atual de problemas e pecado?” Sua pergunta parte do pressuposto de que seus leitores são crentes e que entendem a gravidade do seu questionamento. A reposta obvia que a maioria sincera dos crentes chegaria, ou deveria chegar, é que seus lares estão aquém  daquilo que se pensa sobre um lar cristão e que certamente algo deve ser feito para mudar essa situação. Esta pergunta nos leva automaticamente a questionar: como deve ser um lar cristão? Na mente da maioria das pessoas, inclusive eu, um lar cristão deveria ser definido como: um lugar onde há continua harmonia, paz, silencio, tranquilidade e alegria (parafraseando o livro). Ao contrário disso, o autor nos afirma  que não devemos esperar esse grau de perfeição, mesmo se tratando de em um lar cristão. O motivo é muito simples e teologicamente plausível, um lar cristão é composto por pecadores arrependidos e justificados, mas ainda assim são pecadores. Ou seja, a ideia de que um lar cristão é perfeito não procede da Bíblia.

“o primeiro e mais importante fato a recordar sobre um verdadeiro lar cristão é que ali vivem pecadores.” (ADAMS, 2011)

Por mais difícil que seja aceitar essa verdade, nossos lares não são perfeitos porque nós somos falhos e lamentavelmente somos bons nisso. O Rev. Adams nos oferece alguns exemplos de como cometemos diversas falhas: (paráfrase)

·         Os pais são falhos, tanto no seu relacionamento com os filhos, quanto com Deus;

·         Da mesma forma, os filhos também são falhos. Não são obedientes, são negligentes com suas obrigações;

·         O casal falha. Os pais discutem diante dos filhos, ficam irritados e em alguns casos (muitos na verdade), falam mutuamente palavras ofensivas.

Quando pintamos esse retrato sobre como normalmente é um lar cristão, inevitavelmente somos encorajados a fazer outra pergunta: que diferença há entre um lar cristão e o lar do vizinho não crente? A resposta é: assim como a ação salvadora de Cristo nos leva à um processo de crescimento onde chegaremos ao final em um estado de perfeição – glorificação – assim também se reflete no lar cristão. O que o caracteriza não é o fato de haver pessoas perfeitas, mas que sabem que são imperfeitas e por este motivo recorrem a Cristo para que seus lares sejam aperfeiçoados. Uma vez que essa verdade está clara na mente do leitor, o autor agora demonstra como que uma família cristã se distingui de uma descrente. Ele nos oferece três diferenças significativas:

1.      “Os crentes admitem seus pecados”; (cf. 1 João 1.8-10)

2.      “Os crentes sabem o que fazer com seus pecados; eles sabem a origem de seus problemas familiares e sabem onde encontrar a resposta para resolver esses problemas. Um lar cristão deve ser guiado pela palavra de Deus e aquilo que Ela aponta como regra para nossas vidas.

3.      “Os crentes abandonam seus pecados”. Assim como o crente cresce e se desenvolve na graça, também deve ocorrer o mesmo na vida familiar, o mesmo norte deve guiar as duas situações.(cf. 1 João 3.9)

“As pessoas que vivem no lar cristão são pecadoras, mas o Salvador, que não tem pecado, vive ali também. E isso faz toda a diferença! (ADAMS, 2011)

CONCLUSÃO

O que podemos aprender neste primeiro capítulo?

Aprendemos que muitas vezes nos enganamos em pensar que nosso lar é tão perfeito o quanto deveria ser. Julgamos que somos tão perfeitos por sermos cristãos que não percebemos a obvia verdade de que somos pecadores. Por termos essa falsa impressão de nós mesmos e daquilo que realmente é um lar cristão, esquecemo-nos de olhar para os membros de nossa família como se refletidos pelo espelho a nossa frente. Não percebemos que somos tão suscetíveis aos mesmos erros e por esse motivo, quando somos ofendidos, exigimos uma justiça própria que nem mesmo possuímos.

Aprendemos também que a distinção entre um lar cristão e um lar descrente é que o lar cristão possui Cristo como seu centro, sua vida, conduta e ações são pautadas por Ele. Que devemos crescer espiritualmente, pois a medida em que crescemos na graça e no conhecimento de Cristo, tão mais estaremos preparados para enfrentar de forma sábia e sóbria as adversidades que certamente surgirão em nossos lares.

Que o Senhor nos abençoe!

Assista ao vídeo sobre o tema!



domingo, 1 de novembro de 2020

O cristão e a política | Pr. Jefferson Andrade

 


Culto de Louvor e Adoração ao Eterno Deus. Sermão Expositivo pregado pelo Rev. Jefferson Andrade em romanos 13.1-7.

Texto Base

1 Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. 2 Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. 3 Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. 4 Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. 5 Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. 6 Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. 7 Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.

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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Correção do primeiro exercício da quarta regra- 1João 3.9.


Observação: no no final do vídeo eu disse que o proto gnosticismo surgiu na segunda metade do ano 100, mas na verdade o que queria dizer é segunda metade do primeiro século.
Definir o significado da expressão - “Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, [...] ele não pode estar no pecado.”(1 João 3.9) – à luz do propósito do texto em questão, carta e sua relação com o propósito da Escritura.
Resposta:
a) Se opor ao ensino de que por serem cristãos poderiam viver de toda forma, praticando pecado e vivendo uma vida que em nada se harmoniza com a graça de ser justificados em Cristo.
1Jo 3:9  Todo aquele que é nascido de Deus não se dedica à prática do pecado, porquanto a semente de Deus permanece nele e ele não pode continuar no pecado, pois é nascido de Deus. KJA
b) Ele contrasta a vida pecaminosa – com prazer- daqueles que são por natureza “filhos do diabo”, pois não foram justificados pela fé em Jesus e por isso não se parecem com ele nem o reconhecem. Comentário:
“Muitos comentaristas sugerem que o tempo verbal de “pecando” dá a ideia de “viver em” pecado, isto é, pecar como estilo de vida. Só que isso não é o mesmo que viver da forma certa, mas, às vezes, sucumbir à tentação ou ao engano e se arrepender de verdade depois.” (KEENER, p. 838)
1Jo 3:9  Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. JFAA 1Jo 3:9  Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus. JFAC
Comentário:
“Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas. [...] Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma.” Tiago 1.18,21.

“Alguns estudiosos sugeriram que João adota a imagem da “semente” [...] certos pensadores acreditavam na existência de uma “semente divina” no ser humano [...], ideia que os cristãos podiam usar, de forma adaptada, em referência àqueles que nasceram do Espírito.” (KEENER, p. 838)
“pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.”  1Pedro 1:23.
Conclusão:
Concluímos que João procura defender a fé cristã dos ensinos heréticos de um “proto gnosticismo”.
Combate o dualismo entre a matéria má e o espírito bom. Esse ensino leva a dois erros graves: 1)O espírito está prezo ao corpo, por esse motivo, o corpo deve se destruído para que a alma seja libertada (se comete todo tipo de pecado, pois, segundo eles, o espírito não seria afetado); 2) Alguns vão partir de uma posição ascética, entendendo que tudo é mau e que certas praticas devem levar o corpo a sofrer por meio da abnegação. Colossenses 2.21-23.

Obs: Eles admitiam algum tipo de divindade de Cristo, contudo, não aceitavam que ele de fato havia encarnado, o que nos leva à outro tipo de abordagem gnóstica.
Outra forma gnóstica de heresia que possivelmente está sendo combatida por João é aquela ensinada por Cerinto. Nas palavras de MacArthur: “[...] afirmava que o “espírito” de Cristo desceu sobre Jesus humano no seu batismo, mas o deixou pouco antes de sua crucificação.” João combate esse ensino de forma muito clara em 1 João 5.6.

domingo, 30 de agosto de 2020

Três verdades que você precisa saber sobre a pregação do evangelho.

 





Pregação Expositiva

Cabo de Santo Agostinho, 30/08/2020.

Por: Sandro Francisco do Nascimento.

Texto base: Mateus 28:18-20.

 

“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”

 

·         Introdução

Inicio esta exposição fazendo uma citação do livro do renomado autor Norte Americano, Mark W. Baker, “Jesus, o maior psicólogo que já existiu”. Ele conta que quando estava na faculdade observava um grupo de cristãos que costumava fazer pregações nos pontos mais frequentados do campus. Ele disse que ficava impressionado com “sinceridade” e o poder da “convicção” de um desses cristãos em particular. Depois de ouvi-lo por meses, Mark disse que passou a crer que aquele rapaz, por meio de sua “fervorosa pregação”, deveria ter conseguido a conversão de muitas pessoas. No entanto, para surpresa de Mark, aquele rapaz revelou que não havia conseguido atrair ninguém a Cristo durante todo aquele tempo. Ele disse: “[...] isso não importa. É a nossa missão.”

Aquele rapaz tinha a convicção de que sua postura diante dos resultados de sua pregação não tinha nenhuma importância, desde que, de qualquer forma, ele cumprisse aquilo que em sua mente deveria ser cumprido. “Ordem dada, ordem cumprida”.

Segundo Mark, aquela atitude indiferente do rapaz produziu em muitos de seus ouvintes irritação e antipatia para com o “Deus indiferente” pregado por ele. Sou sincero em dizer para os irmãos que não concordo com todas as afirmações feitas pelo auto com respeito a sua interpretação de Cristo e das Escrituras,  mas nesse caso específico, percebo que muitos de nós que dizemos pregar e que encorajamos outros a fazerem o mesmo, temos agido de forma semelhante por desconhecer qual a natureza da “Missão” e da pregação do evangelho. 

O texto que lemos a alguns instantes nos mostra pelo ao menos três verdades que nós, cooperadores na “Missão”, devemos saber. Por este motivo, convido os irmãos a ler esse texto e o observar na perspectiva do seguinte tema: três verdades que você precisa saber sobre a pregação do evangelho.

 

·         Exposição

“A primeira verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

A.     A pregação do evangelho faz parte da missão de Cristo, Missio Dei (Missão de Deus). ( cf. verso 18)

“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” ( cf. verso 18)

                                                      I.            Exposição:

a.      Encontramos aqui a base para a pregação - Tendo cumprido tudo que haveria de cumprir, Jesus tem autoridade legal para ordenar que sua missão (a Missio Dei)(Missão de Deus) prossiga e alcance seus eleitos de todas as nações.  Podemos constatar isso em (cf. Lc 24.44-47)

 

“Texto paralelo”

“Depois lhes disse: São estas as palavras que vos falei, estando ainda convosco: Era necessário que se cumprisse tudo o que estava escrito sobre mim  na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as escrituras, e disse-lhes: Está escrito que o Cristo sofreria, e ao terceiro dia ressuscitaria dentre os mortos; e que em seu nome se pregaria o arrependimento para perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.”

 

b.      Devemos ainda entender o que Jesus quis dizer quando afirmou que toda autoridade lhe foi dada - Hendriksen, em seu comentário, faz distinção entre a autoridade de Cristo antes da ressurreição e após. Diz ele:

 

Antes de seu triunfo sobre a morte, o uso desse dom estava sempre restringido de algum modo”.

 

Ou seja, enquanto Cristo não fosse morto e ressuscitado como previa o cumprimento da lei, ainda faltava vencer um inimigo do povo de Deus, a saber, “a morte”.

 

                                                   II.            Ilustração:

Algo que poderíamos utilizar aqui como ilustração, embora toda ilustração com respeito a obra de Cristo seja simplista diante da dimensão do ato divino, é a imagem de um homem que com muito trabalho, penoso, consegue pagar o penhor de uma propriedade. Após efetuar o pagamento, ele é levado à um cartório e a propriedade é passada para o seu nome. Ele agora é de fato o dono, mesmo que antes ele já utilizasse a propriedade para plantar, por exemplo, mas legalmente, a propriedade lhe pertence quando por meio do total pagamento ele a tem em seu próprio nome.

Após ser declarado legalmente o dono, por meio do pagamento reconhecido em cartório, ele, diante de seus servos, lhes dá a ordem para construir e edificar moradias. “Ele tem autoridade para tal.”

 

                                                 III.            Aplicação:

Como podemos aplicar essa verdade?

·          Com base na autoridade de Cristo, Bradando ao mundo como o apostolo Paulo o fez: “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego.” (Rm 1.16)

 

“A primeira verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

A.     A pregação do evangelho faz parte da missão de Cristo, Missio Dei (Missão de Deus). ( cf. verso 18)

“A segunda verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

B.     Somos convocados a participar da Missão. (cf. verso 19a)

 

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,”

 

                                                      I.            Exposição:

Somos chamados por Cristo para participar da “Missão” ao menos de duas formas.  

a.      Por meio da pregação .

Literalmente, o “ide”, segundo Hendriksen, pode ser tranquilamente traduzido como “havendo ido”. O imperativo aqui é “fazer discípulos”.

 Voltando ao exemplo de nossa introdução, gostaria de revelar aos irmãos uma impressão que tenho sobre a prática de entregar literaturas. Particularmente, acho que tem pouco efeito, ao menos se negligenciarmos o fato de que estamos lidando com pessoas e que como é parte do indivíduo social humano, somos muito mais receptivos quando envolvidos em relação pessoal e interativa. A ordem de Cristo é muito clara, “havendo ido, fazei discípulos”, isso pressupõe que sigamos em direção aqueles que haverão de ser chamados.

b.      Por meio do ensino.

“[..]batizando-os, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.”

O batismo obviamente é o resultado do chamado eficaz, quando o indivíduo, após ter ouvido a pregação do evangelho, é convertido pelo Espírito Santo e inicia sua caminhada cristã. O que se segue é que como cooperadores da “Missão de Cristo”, temos o dever de acompanhar aqueles que são chamados pela palavra, ensinando-os a andar segundo a sua vocação.

O ensino deve seguir a vida daqueles que são chamados a aliança a fim de que eles obedeçam a todas as coisas que Cristo ordenou. ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”.

 

                                                   II.            Ilustração:

Uma excelente ilustração que podemos utilizar aqui é o compromisso do apostolo Paulo para com as igrejas plantadas por ele, seja de forma direta ou indireta. Em Filipenses, por exemplo, ele trata de forma muito amável aqueles irmãos que receberam o evangelho por meio de sua missão evangelística. Nos versos 3 e 4 do primeiro capítulo, por exemplo, o apostolo expressa seu cuidado para com os filipenses por meio de súplicas e agradecendo a Deus por saber que aqueles irmãos estão prosperando e crescendo na graça.

  

                                                 III.            Aplicação:

Como podemos aplicar essa verdade?

Em primeiro lugar, tornando-nos dispostos a ir. Precisamos sair de nossa zona de conforto, as almas estão sedentas, não fomos chamados para a inatividade.

Em segundo lugar, sendo atenciosos, amáveis, lançando a semente e visitando a terra para garantir que a planta irá prosperar.

 

“A primeira verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

A.     A pregação do evangelho faz parte da missão de Cristo, Missio Dei (Missão de Deus). ( cf. verso 18)

“A segunda verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

B.     Somos convocados a participar da Missão. (cf. verso 19a)

“A terceira verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

C.     Embora a Missão não seja fácil, Cristo garantiu que não estaríamos sozinhos.

“E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mt 28.20b)

 

                                                      I.            Exposição:

Como Cristo está conosco?

a.      Por meio da presença do Espírito Santo que  nos garante as ferramentas para a missão.

Embora tenhamos a responsabilidade de buscar o conhecimento necessário e os meios para o cumprimento da missão, devemos nos sujeitar ao Santo Espírito, por meio dele é que nossas palavras alcançarão êxito. Podemos constatar essa verdade em Atos 16.6-10, onde o Espírito intervém nos planos do apóstolo o enviando para a Macedônia, local onde o evangelho floresceu e para quem Paulo enviou uma de suas cartas. É por meio do Espírito de Cristo que somos direcionados segundo a vontade de Deus

b.      A presença do Espírito Santo nos garante que os eleitos receberão a palavra para a salvação.

Novamente devemos ter em mente que tanto a conversão, quanto o crescimento,-Filipenses 1.6- são frutos da ação soberana de Deus na pessoa do seu Santo Espírito. embora sejamos o canal para a operação do Espírito no descrente, não devemos pensar que a conversão de “a” mais “b” se deu por causa do nosso próprio intelecto. Podemos facilmente exemplificar essa verdade ao observar os resultados da intervenção do Espírito em Atos 16.

  •       Demônios foram expulsos;
  •          Milagres ocorreram;
  •          Pessoas foram convertidas.

 

                                                   II.            Ilustração:

Para ilustrar essa verdade, vou utilizar a imagem de um jovem que ao completar seus 18 anos, segue para uma junta militar com o fim de alistar-se. Ele passa por todo processo de alistamento e posteriormente, sendo convocado, irá receber todo treinamento necessário para prestar seu serviço a pátria. Ele é um agente passivo, se submete a autoridade para que sendo convocado possa estar preparado, mas por outro lado ele é ativo em fazer-se disponível para o treinamento. Da mesma forma, uma vez convocados por Deus para a missão, somos passivos pois recebemos de Deus tanto a missão quando as ferramentas necessárias para ir até o descrente, mas ao mesmo tempo devemos nos dispor a fazer a vontade de Deus ou caso contrário seremos negligentes para com a nossa vocação.

                                                 III.            Aplicação:

 

Como podemos aplicar essa verdade em nossas vidas?

·         Tendo a consciência que devemos nos submeter ao Espírito de Deus se quisermos ter êxito na evangelização.

·         Sabendo que devemos nos preparar, utilizar as ferramentas que o Senhor nos dá por meio de sua palavra.

·         Mesmo passando por dificuldades por causa do Evangelho, não devemos desanimar, pois aquele que nos chamou para a missão está conosco.

 

 

Conclusão

O que aprendemos por meio desse texto?

Aprendemos que:

  •         A evangelização faz parte da “Missão de Deus”, Ele, por meio da obra de Cristo, tem toda autoridade legal para enviar seus cooperadores a convocar seus eleitos que estão espalhados pelo mundo;
  •          Somos convocados a participar da Missão de Cristo, a evangelização é um imperativo e se não estamos abandonando nossa zona de conforto para cumprir com nosso chamado estamos em desobediência direta e aberta a Cristo;
  •          Que certamente encontramos dificuldades diversas para cumprir a missão, mas que devemos confiar em Deus, pois por meio de seu Espírito veiculado pela palavra pregada as almas são convertidas para a glória de Deus.

 

Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas!