sábado, 5 de outubro de 2019

Tem crescido o Evangelho?




Atualmente, o movimento “evangélico” brasileiro tem demonstrado sinais de crescimento numérico. Com a ascensão dos meios de comunicação e mídias sociais, fruto da globalização advinda da pós modernidade, os plantadores de “igrejas” têm tido bastante êxito em seus investimentos. Apesar de muitos entenderem que tal crescimento é um progresso, a ala conservadora, da qual eu mesmo faço parte, tem apontado fragilidades no pseudo crescimento.

Em primeiro lugar, o Evangelho passou de boas novas de salvação, onde a doutrina da graça imerecida exclui qualquer mérito humano e, ao menos na grande maioria, passou para uma teologia antropocêntrica. Nessa  perspectiva, a pregação não deve ferir uma tal “integridade” humana, ao contrário disso, o indivíduo deve ser encorajado a fazer sacrifícios, normalmente financeiros, e exigir de Deus o galardão “justamente  merecido” pelo seu suposto ato de fé.

A resposta bíblica, no entanto, aponta para uma outra direção. Textos como Efésios 2.1-10, por exemplo, identificam a humanidade como cadáveres e que pela graça imerecida recebem não só o dom para crer como também a capacidade de produzir obras dignas da sua vocação.

Conclui-se, então, que embora tenha de fato ocorrido um fenômeno de crescimento numérico na chamada “igreja evangélica”, o dado numérico diz mais respeito a um movimento nominal do que uma regeneração real. Compete aos conservadores orar, evangelizar e influenciar de forma positiva para que o país ascenda fielmente o mandato, imperativo, de crescimento da igreja.

Para quem desejar se aprofundar neste assunto, deixo como indicação de leitura o Livro " Com Vergonha do Evangelho", do teólogo e pastor Batista John MacArhur. Nessa obra, ele usa como pano de fundo histórico o dilema enfrentado por Charles Spurgeon, que em seus dias lutou contra a entrada do liberalismo teológico na igreja.





Por: Sandro Francisco do Nascimento