terça-feira, 16 de outubro de 2018

Teologia inclusiva?





Autor: Sandro Francisco do Nascimento
Texto base: Rm 1.24-27.

Definição: teologiainclusiva ou teologia gay”,  é uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor, aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde que haja este sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento de igrejas onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a eles é ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e à salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. A falácia desse pensamento é que a mesma Bíblia que nos ensina que Deus é amor igualmente diz que ele é santo e que sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela seja expressa dentro do casamento heterossexual, sendo proibidas as relações homossexuais.[1]
A teologia inclusiva a semelhança de sua mãe “teologia liberal”, nega a confiabilidade da interpretação dos textos bíblicos que condenam o pecado homossexual. Os textos dizem eles representam a visão de uma cultura preconceituosa. Eles dizem também: tais proibições aludem praticas pagãs, sendo condenados então não a pratica em si mesma mas, a pratica em rituais pagãos. Argumentam que tais textos estão relacionados com outras proibições que perderam sua validade com a vinda da nova aliança, tais como: ordenanças alimentares (comer sangue, carne de porco) etc.
Liberalismo teológico: que tem como característica o método histórico-crítico de interpretação das escrituras, negam a suficiência e a inerrância  da Bíblia. Desse grupo surge os libertinos, que defendem o sexo antes e fora do casamento, a simpatia pelo homossexualismo, entre outras aberrações teológicas.
Por causa do pouco tempo que temos para discorrer sobre o assunto, iremos nos concentrar nas principais alegações daqueles que defendem tais ideias.
Como dito anteriormente, é muito comum aos defensores da “teologia inclusiva” dizerem que os textos do antigo testamento que falam contra a união homoafetiva, estão na verdade proibindo tais praticas como parte de rituais pagãos. Argumentam também que essas proibições estão diretamente ligadas a outras proibições que por ocasião da nova aliança não são mais proibidas.
É bem verdade que os Cananeus e também outros povos gentílicos da época praticavam sexo homoafetivo em seus rituais. Também é verdade que as proibições a relação homossexual estão ligadas no texto a outras proibições que na nova aliança não têm mais qualquer utilidade. Então estariam eles corretos em sua afirmação? Obvio que não. Uma analise mais atenta nos revelará a diferença entre as coisas proibidas, uma vez que estamos tratando no texto de itens da Lei de Deus: a “Lei Cerimonial”, Lei civil e  “Lei Moral de Deus!”
A lei cerimonial e civil de fato foram abolidas na cruz do calvário, por isso não somos mais obrigados a observar as mesmas. Contudo, a Lei Moral de Deus não foi mudada, continua valendo e temos o dever de cumprir todas.
Como podemos então saber que a proibição homossexual não foi também abolida? Vamos comparar os textos:
Ler antes (Catecismo Maior de Westminster) perguntas: 93 a 97.

93. Que é a lei moral?
A lei moral é a declaração da vontade de Deus, feita ao gênero humano, dirigindo e obrigando todas as pessoas à conformidade e obediência perfeita e perpétua a ela - nos apetites e disposições do homem inteiro, alma e corpo, e no cumprimento de todos aqueles deveres de santidade e retidão que se devem a Deus e ao homem, prometendo vida pela obediência e ameaçando com a morte a violação dela. Dt 5.1, 31, 33; Lc 10.26-28; Gl 3.10; 1Ts 5.28; Lc 1.75; At 24.16; Rm 10.15. 
94. É a lei moral de alguma utilidade ao homem depois da queda? Embora nenhum homem, depois da queda, possa alcançar a retidão e a vida pela lei moral, todavia ela é de grande utilidade a todos os homens, tendo uma utilidade especial aos não regenerados e outra aos regenerados. Rm 8.3; Gl 2.16; 1Tm 1.8. 
95. De que utilidade é a lei moral a todos os homens? A lei moral é de utilidade a todos os homens, para os instruir sobre a natureza e vontade de Deus e sobre os seus deveres para com Ele, obrigando-os, a andar conforme a essa vontade; para os convencer de que são incapazes de a guardar e do estado poluto e pecaminoso da sua natureza, corações e vidas; para os humilhar, fazendo-os sentir o seu pecado e miséria, e assim ajudando-os a ver melhor como precisam de Cristo e da perfeição da sua obediência. Lv 20.7-8; Rm 7.12; Tg 2.10; Mq 6.8; Sl 19.11-12; Rm 3.9, 20, 23 e 7.7, 9, 13; Gl 3.21-22; Rm 10.4. 
96. De que utilidade especial é a lei moral aos homens não regenerados? A lei moral é de utilidade aos homens não regenerados para despertar as suas consciências a fim de fugirem da ira vindoura e forçá-los a recorrer a Cristo; ou para deixá-los inescusáveis e sob a maldição do pecado, se continuarem nesse estado e caminho. 1Tm 1.9-10; Gl 3.10, 24; 1.20. 
97. De que utilidade especial é a lei moral aos regenerados? Embora os que são regenerados e crentes em Cristo sejam libertados da lei moral, como pacto de obras, de modo que nem são justificados nem condenados por ela; contudo, além da utilidade geral desta lei comum a eles e a todos os homens é ela de utilidade especial para lhes mostrar quanto devem a Cristo por cumpri-la e sofrer a maldição dela, em lugar e para bem deles, e assim provocálos a uma gratidão maior e a manifestar esta gratidão por maior cuidado da sua parte em conformarem-se a esta lei, como regra de sua obediência. Rm 6.14 e 7.4, 6; Gl 4.4-5; Rm 3.20 e 8.1, 34 e 7.24-25; Gl 3.13-14; Rm 8.3-4; 2Co 5.21; Cl 1.12-14; Rm 7.22 e 12.2; Tt 2.11-14.


Textos:
Com homem não te deitarás , como se fosse mulher; é abominação. Nem te deitarás com animal, para te contaminares com ele, nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele; é confusão.
Lv 18.22-23. Comparar com o texto de romanos 1.24-27.
Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.
Lv 20.13.
Quando estavam entretidos, alguns vadios da cidade cercaram a casa. Esmurrando a porta, gritaram para o homem idoso, dono da casa: "Traga para fora o homem que entrou em sua casa para que tenhamos relações com ele!" O dono da casa saiu e lhes disse: "Não sejam tão perversos, meus amigos. Já que esse homem é meu hóspede, não cometam essa loucura. 
Jz 1922-23.
E outros: 1Co 6.9-11;Rm 1.24-27...
Comparando os textos é perceptível que todas as ordens que fazem parte da lei moral, são reafirmadas no novo testamento. Vários exemplos podem ser citados a fim de mostrar que as proibições que tinham o objetivo de obediência a lei moral foram reafirmadas na nova aliança, a lei moral é então uma lei permanente e não transitória.
O relato bíblico de homens de Deus que foram polígamos
Outro argumento usado pelos defensores da “teologia inclusiva” é que, homens de Deus como (Abraão, Moisés, Davi, Salomão e outros, foram polígamos. A resposta a esse argumento no entanto é muito simples, uma vez que a revelação de Deus é progressiva, Deus suportou pacientemente a ignorância humana durante a história. Contudo, com a vinda de Cristo que é o ápice da revelação, fica estabelecido pela relação de Cristo com sua igreja o padrão para o casamento, a união heterossexual e monogâmica. Ef 5.22-33.
Sodoma e Gomorra
Sodoma e Gomorra foram destruídas entre outros motivos (de natureza social Ez 16.48-50), por causa da prática homossexual de seus habitantes. Gn 18.20;19.5.
A historia de Sodoma se tornou paradigma do castigo de Deus contra a perversão sexual (2Pe 2.6; Jd 7). Considerava-se abominação o ato de um homem deitar-se com outro como se fosse com mulher (Lv 18.22). A prostituição cultual, que incluía a pratica homossexual, era proibida em Israel (Dt 23.17; 1Rs 14.24).[2]
No entanto, os defensores da “teologia inclusiva” alegam que o pecado de Sodoma e Gomorra não foi a homossexualidade, mas a falta de hospitalidade aos visitantes de Ló (Gn 19..1-5). O argumento deles para essa afirmação esta de o original hebraico de Gênesis 19.5 dizer que os homens de Sodoma queriam conhecer os visitantes de Ló. Contudo, uma analise contextual nos revelará que o termo yadah traduzido como conhecer, é o mesmo que Ló usa para afirmar no verso 8 que suas filhas eram virgens: “Elas nunca conheceram (yadah) homem”.[3]
 Filo, um judeu do primeiro século, em sua obra sobre a vida de Abraão, afirma que os homens de Sodoma se acostumaram gradativamente a ser tratados como mulheres”.
Qual o modelo bíblico para a relação sexual
Em Gênesis 2.18-25 nos é relatado de forma detalhada a formação da mulher, esse relato nos mostra alguns padrões a serem observados:
·         Deus viu que não era bom que o homem estivesse só.
·         O Senhor fez a mulher como sua auxiliadora.
·         A mulher foi feita do homem e para o homem.
Estabelece-se que: o casamento é uma união entre dois indivíduos (monogâmico) de sexos opostos (heterossexuais).
É o mandato de Deus na Criação, que especifica a relação do homem com o cosmo. Este mandato esta principalmente fundamentado no relato de Gênesis 1.28.
A primeira frase deste texto “sede fecundos, multiplicai-vos” – “significa desenvolver o mundo social: formar famílias, igrejas, escolas, cidades, governos, leis. A segunda frase – enchei a terra e sujeitai-a – significa subordinar o mundo natural: fazer colheitas, construir pontes, projetar computadores, compor músicas.” [4]
A relação como explicitada na criação é reafirmada por Cristo no novo testamento:
3 Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo? 4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher  5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? 6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7 Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? 8 Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio. 9 Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério. 10 Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar. 11 Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado. 12 Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita.
Conclusão
Ainda que nossa abordagem não tenha contemplado todos os argumentos defendidos pela “teologia inclusiva, creio que respondemos satisfatoriamente a esses que talvez sejam de fato os principais e mais utilizados argumentos dos tais. Os argumentos levantados por eles no entanto são claramente frutos de uma tentativa desesperada de dar fundamento á suas praticas infundadas. Concluímos então que, a relação homossexual ofende frontalmente a lei de Deus, que se opõe a sua santidade e que é justamente repudiada em toda escritura. Suas tentativas de corromper os textos, uma vez analisados a luz de uma interpretação coerente das escrituras, mostram a fragilidade daquilo que eles têm denominado de “teologia inclusiva”.
Subescrevo as palavras do Rev. Augustus em seu livro “polêmicas na Igreja”: “ o relacionamento sexual que, biblicamente, é padrão, normal, aceitável e ordenado por Deus: o casamento monogâmico heterossexual”. Gênesis 1.27-28; Mateus 19.4-5.[5]
O homossexualismo é um pecado tanto quanto o adultério ou a fornicação, e aqueles que o praticam necessitam da graça de Deus para serem libertos de seu pecado e salvos. Devemos pregar a palavra da verdade, não com ódio ou mesmo desprezo mas, demonstrando a eles o quanto como nós, são dependentes da graça de Deus para a salvação e que suas praticas de outrora não são de forma alguma aceitas para Deus.