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quinta-feira, 26 de maio de 2022

A Bíblia e Seus Intérpretes - Augustus Nicodemus



Resumo do capítulo 7 do livro a Bíblia e seus intérpretes


Por: Sandro Francisco do Nascimento


No capítulo 7 do livro “A Bíblia e seus intérpretes”, Augustus Nicodemus aborda o desenvolvimento dos métodos de interpretação bíblica após a morte dos apóstolos. Nesse período surgiram os “pais da igreja”, que eram bispos e pastores que  assumiram a missão de guiar a igreja e defendê-la doutrinariamente. Esse período foi marcado pelos embates doutrinários e a busca por entender como as Escrituras dos  profetas apontavam para Cristo. 

Nesse período surgiram duas escolas de interpretação das Escrituras: A escola de Alexandria, que era marcada por sua interpretação alegórica dos textos; e a escola de Antioquia, que, em oposição à Alexandria, que optou pela interpretação literal.

A escola de Alexandria tem suas raízes no pensamento dos antigos filósofos gregos. Sua interpretação tem origem em Heráclito. Os gregos tinham dificuldades para interpretar as ações dos deuses, suas más ações e sua moral deplorável. Para redimir os deuses, Heráclito estabeleceu o conceito de “Huponóia”, sentido profundo. Sua abordagem foi aplicada às obras de Homero (A Ilíada e a Odisseia). Além de Heráclito, outro grande filósofo que influenciou a forma de interpretação da escola de Alexandria foi Platão. Ele desenvolveu a ideia que o mundo material é na verdade uma projeção imperfeita do mundo ideal que faz parte das realidades imateriais. Os principais nomes dessa escola de interpretação, são: Pantenus, fundador da escola catequética de Alexandria; Clemente de Alexandria, sucessor de Pantenus; Orígenes, o mais respeitado e estudioso de sua época.

A escola de Antioquia surgiu como uma reação ao método de interpretação adotado pela escola de Alexandria. Foi fundada por Luciano de Antioquia, teólogo que deu origem a uma tradição de estudos bíblicos que buscava conhecer as línguas originais. A escola de Antioquia foi formada  no início do século 4º, embora já houvesse no século 2º teólogos que possuíam uma interpretação mais sóbria das Escrituras, e ficou conhecida por sua abordagem literal das Escrituras. Os princípios de interpretação da escola de Antioquia irão, mais tarde, ser adotados pelos reformadores. Os mais importantes defensores deste método, foram: Deodoro de Tarso; Teodoro de Mopsuéstia; e João Crisóstomo. 

A escola de Antioquia desenvolveu alguns princípios  interpretativos: sensibilidade e atenção ao sentido literal do texto; Theoria; Historicidade dos relatos; e a Intenção autoral.

Por terem sido condenados alguns representantes da escola de Antioquia por heresia, seu método de interpretação acabou caindo em descrédito.


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terça-feira, 24 de maio de 2022

O Credo dos Apóstolos - Franklin Ferreira



Resenha Crítica: O Credo dos Apóstolos



Por: Sandro Francisco do Nascimento

Livro com Título: O Credo dos Apóstolos: as doutrinas centrais da fé cristã.

Autor: Franklin Ferreira.

Editora Fiel 278 páginas



  1. Introdução.


Um dos grandes prejuízos experimentados por nossa geração e que certamente encontra sua origem nos modernos movimentos evangélicos1, é o desapego ou desconhecimento do conteúdo bíblico e das tradições da igreja cristã. Desconhecimento do conteúdo bíblico por causa da grande quantidade de crentes nominais, que jamais tiveram contato, desde sua conversão, com as doutrinas centrais do cristianismo. Pouco ou nada se fala sobre a teologia da cruz; em alguns casos, não há qualquer interesse em se apresentar o Cristo que foi morto, ressurgiu dos mortos e que há de julgar o mundo inteiro. Quanto à vida piedosa, nada pode ser dito para não ofender os pretensos convertidos que estão ansiosos para usufruir das bênçãos de Deus, sem, contudo, conhecê-lo e ter qualquer compromisso com Ele. De igual modo, as tradições da igreja cristã têm sido abandonadas sob o pretexto de serem antiquadas, arcaicas ou mesmo antibíblicas. Confunde-se o conceito de tradição, segundo o catolicismo, e nega- se por consequência a necessidade de um núcleo doutrinário extraído e sintetizado das Escrituras que possam ser o Norte e padrão para todos aqueles que abraçam o cristianismo. Este é o pano de fundo que propiciou a escrita desta obra de autoria do Pastor Franklin Ferreira. A obra tem como fim apresentar uma exposição do credo apostólico e demonstrar sua relevância para a igreja cristã em uma época de grande, se não total, desapego às tradições ou doutrinas centrais da igreja cristã genuína. Há de se afirmar que as doutrinas expostas por meio do credo, afirmações extraídas da própria Escritura, são essenciais para a fé cristã e que devem ser comuns a todos aqueles que de fato se identificam como cristãos genuínos. Ou seja, se há algum ponto destas doutrinas que não é crido ou recebido como doutrina cristã, tal comunidade ou pessoa, não pode ser considerada irmã. Essas doutrinas são axiomas, não são passíveis de negociação.


O que iremos apresentar aqui é um resumo que tem por objetivo apontar alguns assuntos que possuem mais relevância. Irei, quando necessário, expor minha opinião pessoal sobre um assunto específico que me parece ter sido pouco explorado, ou que, tenho uma interpretação diferente da exposta pelo autor.



  1. Relevância.


Ao se abordar uma discussão sobre doutrinas axiomáticas, deve-se pensar sobre sua relevância para a igreja cristã. A definição de axioma, por si, já demonstra que tal assunto é de vital importância. Um axioma, por definição, é aquilo que não pode e nem deve ser negociado. Ou seja, as doutrinas que são tão evidentemente ensinadas pelas Escrituras, que não se pode negociar sua importância para a confissão e identidade da comunidade da fé. Ferreira inicia a obra demonstrando que há um estranhamento da comunidade cristã atual para com as doutrinas básicas da fé cristã. Esse estranhamento, sem dúvida, torna imperativa a reafirmação dos pontos centrais da fé.



  1. Método expositivo


O método expositivo é certamente uma das formas mais eficazes de se apresentar um conteúdo tão rico quanto o é o Credo Apostólico. Ferreira inicia sua exposição demonstrando a origem do problema a ser discutido. Ou seja, o que deu origem à necessidade de se escrever uma obra para explicar a origem, história e atualidade do Credo para a igreja cristã. Essa apresentação inicial está bastante evidente já nas primeiras páginas do livro. No prefácio, Ferreira esclarece o objetivo e motivação que o levaram a escrever uma exposição do Credo dos Apóstolos.



O objetivo desta obra é meditar sobre o antigo documento cristão conhecido como Credo dos Apóstolos. Por meio da exposição deste documento, gostaria de colocar diante do leitor os temas doutrinais cristãos que são absolutamente inegociáveis e vitais, se queremos preservar uma identidade cristã genuína nos dias atuais. (FERREIRA, 2015, p. 11)



  1. Divisão



  1. Introdução


O autor apresenta o credo como um documento histórico. Fala de sua origem, sua relação e derivação das Escrituras e sua função como documento unificador da comunidade da fé.



Comecemos este estudo sobre o Credo dos Apóstolos citando as palavras de abertura da obra A tradição cristã, de Jaroslav Pelikan: “O que a igreja de Jesus Cristo acredita, ensina e confessa com base na palavra de Deus: essa é a doutrina cristã. [...] O Credo dos Apóstolos é uma apresentação do ensino bíblico, ortodoxo e consensual, “aquilo que foi crido em todo lugar, em todo tempo e por todos”[...]. (FERREIRA, 2015, p. 19, 20)



  1. Preâmbulo


Ferreira faz uma apresentação geral do tema. Particularmente, entendo que esta parte do livro foi não só oportuna, mas essencial para a aproximação do leitor ao tema. O autor consegue transmitir ao leitor conceitos bases para entender a natureza e 

importância do Credo. O leitor pode ter acesso de forma introdutória a conceitos básicos sobre a relação entre a cosmovisão cristã Reformada, seus pressupostos, e a interpretação correta da Bíblia e sua exposição no Credo.



O Credo, resumo da Escritura, funciona como aqueles óculos que nos levam de volta ao texto bíblico e nos ajudam a interpretar o texto bíblico corretamente. Não há interpretação bíblica livre de pressupostos. O Credo dos Apóstolos funciona como um conjunto de pressupostos que guia tanto a leitura bíblica como a interpretação que o fiel faz da criação. (FERREIRA, 2015, p. 64)



  1. Artigos


Após apresentar uma visão panorâmica do conteúdo do livro e preparação para compreensão adequada, Ferreira expõe o Credo respeitando sua divisão natural em três artigos. O primeiro é apresentado como “O Deus Criador”. Ele apresenta uma exposição sobre o Deus Pai, o Todo-poderoso Criador, “A primeira divisão do Credo é focada em Deus Pai. Deus criador, Deus sustentador, o Deus da providência. O Pai todo- poderoso, criador do céu e da terra” (FERREIRA, 2015).


O segundo artigo apresenta o Filho, Jesus, como o “Deus Redentor”. Cristo é apresentado como o unificador e ápice da revelação de Deus. Jesus é o redentor, o Messias prometido que haveria de esmagar a cabeça da serpente.



Por que esse segundo artigo é maior? Porque, em alguma medida, o Pai e o Espírito vêm a nós por meio do Filho. Nesse sentido, ninguém pode ter a pretensão de ter a Deus como Pai e ter a consolação que vem do Espírito Santo se não for por meio de Jesus Cristos. (FERREIRA, 2015, p. 131)



O terceiro artigo apresenta o Espírito Santo como doador da vida, unificador, provedor e preservador do seu povo.



Se estivermos lendo o Credo corretamente, o que aprendemos é que só há vida cristã, e só há igreja verdadeira, quando o Espírito Santo opera. Toda a nossa vida cristã, tudo o que somos como cristãos, todas as bênçãos que recebemos, são dádivas concedidas pela bendita pessoa do Espírito Santo. Então, o que aprendemos do Credo, quando lemos “creio no Espírito... a santa Igreja... a comunhão dos santos”, é que a igreja encontra a sua razão de ser por meio do Espírito Santo. A igreja só é igreja por causa da obra do Espírito Santo. (FERREIRA, 2015, p. 212,213)


  1. Crítica pessoal


Antes de expor minha crítica deixo claro que minha oposição não diz respeito à totalidade do argumento do autor, mas apenas uma afirmação específica. Durante toda a obra, embora demonstre a pessoalidade de cada pessoa da trindade (a economia da trindade), Ferreira procura unificar as pessoas da trindade demonstrando que os três são igualmente eternos, poderosos, dignos de toda honra, glória e louvor. Contudo, ao criticar grupos cristãos específicos, ele afirma algo que parece não ter amparo nas Escrituras, ou pelo menos não desfruta de amparo claro dela. Diz respeito a quem devemos nos dirigir na oração.



[...] igrejas com background fundamentalista, focadas mais em leis e regras, enfatizarão o Pai; ou, de uma forma mais vaga, em Deus, mas sem muito descrever quem é esse Deus. [...] É curioso que em algumas dessas comunidades não se recomenda orar a Jesus Cristo. Se um fiel orar a Jesus Cristo, é repreendido. Nem se fale, então, em orar ao Espírito Santo. (FERREIRA, 2015, p. 102)



Segundo Ferreira, ao menos é o que sua expressão parece apontar, uma pessoa que mantém como regra ou prática de oração dirigir-se ao Pai, por meio ou em nome do Filho, pelo Espírito Santo, seria fundamentalista2, visto que Pai, Filho e Espírito Santo são um. Essa afirmação me parece equivocada. A oração dominical, como ensinada por Jesus em Mateus 6.9-13, parece nos ensinar, de forma clara, que devemos orar ao Pai. Em João 17, na oração sacerdotal, novamente Jesus ora ao Pai. O apóstolo Paulo, em Efésios 1.15-23, parece também demonstrar que as orações eram realizadas ao Pai. No mesmo capítulo, dos versos 3-14, o apóstolo expõe o que chamamos de economia da trindade, demonstrando que há na trindade uma subordinação funcional e consensual. Com isso não quero dizer que uma ou outra das pessoas da trindade não são dignas de receber nossas orações. Mas que a Escritura parece apontar para uma ordem funcional na qual o Pai é aquele a quem nos dirigimos em oração, em nome do Filho, pelo poder e iluminação do Espírito Santo.



  1. Conclusão


Uma conclusão adequada deve expressar como podemos utilizar o Credo e para quê. Em primeiro lugar devemos considerar que o Credo, sendo a síntese daquilo que cremos nas Escrituras, pode ser utilizado como paradigma para recepcionar novos convertidos a quem tendo sido apresentadas as verdades do evangelho, possam confessar, de forma consciente, o Credo. Em segundo lugar, o Credo é um marcador ou delimitador da confissão cristã. Ou seja, a partir das verdades inegociáveis apresentadas por meio do Credo, podemos determinar ou perceber doutrinas sectárias, estranhas à fé e que porventura estejam sorrateiramente sendo introduzidas no seio da igreja. Em terceiro lugar, o Credo tem função unificadora. Através do Credo a igreja pode afirmar-se una. Em quarto e último lugar, o Credo ajuda a igreja a entender a necessidade de buscar a santificação.


1 “Muito da tradição protestante brasileira foi moldada pelo antigo fundamentalismo evangélico, nascido em fins do século XIX, e oriundo do sul dos Estados Unidos. Entre outros, este nos legou uma aversão aos credos da igreja e às confissões de fé. (FERREIRA, 2015, p. 11)

2 Fundamentalismo. Movimento teológico conservador que teve início nos Estados unidos no final do século XIX e continuou a exercer grande influência durante o século XX. Insistia que certas doutrinas básicas ou “fundamentos” devem ser preservados, como a inerrância das Escrituras e o nascimento virginal de Cristo. Nos últimos anos, o termo passou a ser associado a uma mentalidade particular de separação, legalismo e até mesmo obscurantismo. (MILLARD, 2011, p. 85)



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domingo, 27 de março de 2022

Teologia Sistemática Charles Hodge

 






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domingo, 24 de novembro de 2019

Uma Introdução aos Estudos Teológicos



INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS TEOLÓGICOS


O período Patrístico- c.100-451 d.C.:
A origem do cristianismo: Palestina, mais especificamente na região da Judéia, em particular na cidade de Jerusalém”;
“No processo de expansão surgiram diversas regiões que se tornaram importantes centros de debate teológico. As três consideradas mais importantes são:
1.      A cidade de Alexandria;
2.      A cidade de Antioquia e a região vizinha da capadócia, na atual Turquia;
3.      O norte da África Ocidental.”

O termo “Patrístico” vem da palavra latina “pater”, “pai”, e tanto designa o período referente aos pais da igreja quanto as ideias características que se desenvolveram durante esse período”.

“O período Patrístico: esse termo representa algo definido de forma vaga que frequentemente é considerado como o período a partir do termino dos documentos do NOVO TESTAMENTO (c.100) até o decisivo Concílio da Calcedônia (451).”

Patrístico: normalmente, esse termo significa o ramo do estudo teológico que trata do estudo dos “pais” (patres) da igreja.”

Patrologia: Esse termo já significou literalmente “o estudo dos pais da igreja”, mais ou menos, da mesma forma que “teologia” significava “o estudo de Deus” (THEOS). Entretanto, em anos recentes a palavra sofreu uma alteração em seu significado. Agora, ela se refere a manuais de literatura patrística, como aquele do célebre acadêmico alemão JOHANES QUASTIN, que fornece a seus leitores fácil acesso às principais ideias dos escritores patrísticos e a alguns dos problemas de interpretação associados a elas.”

PROGRESSOS CRUCIAIS DA TEOLOGIA

A ampliação do cânon do NOVO TESTAMENTO: A palavra cânon deriva da palavra grega Kanon e significa “uma regra” ou “um ponto fixo de referência”.
O cânon das Escrituras refere-se a um conjunto restrito e definido de determinados livros. O termo “canônico” é usado em relação aos livros aceitos como parte do cânon.

A DEFINIÇÃO DOS CREDOS ECUMÊNICOS

A expressão “credo” vem da palavra latina, que apresenta a mesma grafia e cujo significado é “eu creio”, expressão inicial do Credo Apostólico.
Os credos são uma síntese da fé que deve ser comum a todos os crentes. São pontos essenciais, conjuntos de verdades que faria parte da confissão daqueles que seriam batizados.
Por seu caráter universal, os credos diferem das confissões de fé denominacionais.



“Vós quereis ouvir de por que e em que modo Deus há de ser amado? Eu vos respondo: a causa pela qual Deus há de ser amado é o próprio Deus; o modo é amar sem modo. É suficiente isso? Talvez seja, mas para os sábios. Mas eu estou em dívida em relação aos ignorantes (cf.rm1,14): embora, para os sábios, o que foi dito seja suficiente, para outros deve ser explicado.”
(BERNARDO DE CLARAVAL, 2010:9).


TEOLOGIA:

 DEFINIÇÕES a.C.
Para Platão: relaciona o termo com ensino mitológico.
Para Aristóteles: diz respeito a ciência teórica mais importante.

DEFINIÇÕES d.C.

Com o desenvolvimento do cristianismo, são formadas escolas de compreensão da Sagrada Escritura, desde então o termo é utilizado em sentido cristão.
Orígenes, pai que viveu entre II e III séculos, foi o primeiro a utilizar o termo em relação ao conhecimento de Jesus Cristo.
O que Orígenes chama de teologia pode ser entendido como a ação da igreja, presente na escrita do N.T.
“A teologia tem como ponto de partida a fé da Igreja”.
“Querigma: proclamar, anunciar”.
Ortodoxia: sistema teológico considerado único e verdadeiro pela igreja.
CONCÍLIO DE JERUSALÉM (ANO 51 a.C.).

ALTA IDADE MÉDIA: teologia expressa a totalidade da fé cristã. (da queda do império romano em 476 até o século IX).
Neste período, expressão como: sacra doctrina e sacra scriptura são usados como sinônimo de teologia.
No século IX temos o uso comum do termo teologia.

ACONTECIMENTOS DO PERÍODO MEDIEVAL:

Fundação de escolas e surgimento das universidades- passado o período turbulento dos reinos bárbaros no sul da Europa (até o século VIII).
A teologia chega as universidades- a dialética como contraposição de ideias, de argumentos, ganha espaço na reflexão. Surgimento das “summas” teológicas.
Surge a teologia da reforma protestante- Lutero protesta contra a escolástica.
Modernidade- a partir do século XVI, surgem a teologia moral e a teologia positiva. Críticas humanistas, tensão entre universidade e igreja.

INFLUÊNCIA DO RACIONALISMO:

Século XX traz a expressão “voltar as fontes”.
Concílio Vaticano II (1962-1965), “traz a filosofia de que conversando a gente se entende”.
Os primeiros teólogos eram leigos, não Clérigos, que formularam e contribuíram com a reflexão teológica.
Ex: AGOSTINHO DE HIPONA.

OS PRINCIPAIS MÉTODOS DA TEOLOGIA

Na teologia cristã temos como referência a sagrada escritura, a prática eclesial, o magistério e a linguagem.
Patrística- teologia dos primeiros pais da igreja.
·         De acordo com a região, o método patrístico assume características latinas ou gregas;
·         Predomina na antiguidade, durante o império romano no Ocidente e no Oriente;
·         Tem como método exegético a leitura do antigo testamento a partir de Jesus Cristo.
Escolástico-
·         Dois grupos identificados: o Tomista e o Franciscano;
·         No desenvolvimento, há a escolástica posterior e a teologia reformada;
·         A teologia atua como a inteligência da fé, o modo racional de entender o como. Ciência e religião caminham interligadas.
Moderna-
·         Põem em evidencia os desafios atuais, como pessoais e sociais;
·         Influência do iluminismo, valorização e progresso da ciência para a teologia.

PONTOS IMPORTANTES SOBRE A TEOLOGIA ATUAL

Pressupostos para a teologia:

·         A linguagem rigorosa, própria do meio acadêmico;
·         Resposta aos dramas da realidade a partir da perspectiva da palavra- mistério;
·         Autocrítica;
·         Mistagógica: em permanente aprofundamento da fé;
·         História: em processo de aprendizagem na caminhada no tempo;
·         Plural: diversidade de teologias;
·         Interdisciplinaridade: recebe contribuição de outras áres do conhecimento;
·         Fidelidade à palavra-Mistério.


A TEOLOGIA COMO CIÊNCIA

Ciência é o conhecimento em que definimos sua causa para demonstra-la. A partir do desenvolvimento da ciência, obtemos o conhecimento sistematizado por meio de um método.
Ciência = do grego scientia.
Palavras-chave: ciência, conhecimento, definimos, causa e demonstra-la.
Na teologia, “o que faz uma ciência não é seu assunto (objeto formal)”. (BOFF, 2014, p.21).
Palavras-chave: teologia, assunto (objeto material), modo (objeto formal).
“Teologia é a ciência que apresenta a Revelação de modo crítico, sistemático e amplo, buscando a compreensão do MISTÉRIO revelado em si mesmo e suas consequências para a existência humana”.
“O modo de fazer e o objeto da teologia são inseparáveis”.

REFERENCIAL E BUSCA:

·         Verdade como referencial e busca,
·         Na convivência com a pluralidade de verdades, a pesquisa teológica é entendida no campo da religião e esta tem seu espaço limitado ao privado;
·         A teologia reivindica seu estatuto como ciência, e o espaço público, tanto pelo seu pressuposto antropológico como pelo diálogo com a filosofia e com a área de ciências humanas.


HISTORICIDADE E USO DOS MÉTODOS HISTÓRICOS:

·         Como campo de conhecimento, a teologia se desenvolve na história, aprofundando a revelação, as leituras da realidade, a relação entre Deus e a humanidade, da humanidade entre si, identificando aspectos e iluminando questões;
·         O avanço do saber é progressivo e diretamente relacionado à significação da vida, tanto em seu entendimento como em seu agir.

ETAPAS DO SABER TEOLÓGICO:

·         Fixar os dados da revelação (objetos material e formal, fonte);
·         Determinar as questões que estes dados suscitam (problema e delimitação);
·         Refletir sobre os dados (objetivos e fundamentação teórica).

OBJETO MATERIAL E OBJETO FORMAL
·         Identificar o objeto de estudo, que, na teologia, é Deus e sua revelação;
·         Definir qual a perspectiva da pesquisa;
·         Estabelecer uma relação objetiva (objeto material) e uma relação subjetiva (objeto formal).

FONTE:
A teologia é uma ciência que busca compreender o que crê, a fé é a fonte subjetiva.
·         Sagrada Escritura: primeira fonte da teologia;
·         Tradição: é o processo dinâmico de nossa identidade como pessoa e da comunidade, que orienta na vivencia da fé, na continuidade histórica.

Ø  Tradição apostólica, norma de qualquer tradição eclesial;
Ø  Tradição eclesial, em continuidade com a apostólica, atualizando-a e desenvolvendo-a nas diferentes culturas e épocas.
·         Magistério;
·         História.

PROBLEMA:
Definimos a questão que queremos resolver.

DELIMITAÇÃO:
Precisamos aprender a limitar nossa análise para torna-la viável. E necessário considerar o assunto, a extensão e os fatores envolvidos.

OBJETIVO (PARA QUÊ):
Na pesquisa teológica, a relação entre Deus e a humanidade é o objetivo último.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Fundamentamos teoricamente o assunto que pesquisamos, apresentando os conceitos centrais, as abordagens possíveis e as perspectivas desejadas.
Teologia é sempre uma continuidade, precisamos considerar e respeitar autores que já estudaram sobre o tema.


Para quem deseja conhecer mais, indico essa obra do Alister E. McGrath!