terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Filosofia para Iniciantes - R.C. Sproul



 R. C. Sproul apresenta uma radiografia histórica da filosofia do Ocidente e mostra-nos o gigantesco impacto que as idéias desses e de outros pensadores exercem e exerceram sobre os fatos, sobre as artes, sobre a cultura e sobre a teologia do mundo em que vivemos, além das conseqüências que elas têm sobre a nossa vida do dia-a-dia.

Começando com antigos pensadores gregos como Platão e Aristóteles, passando por filósofos cristãos como Agostinho e Tomás de Aquino, e chegando aos formadores do pensamento moderno como Kant e Nietzsche, R. C. Sproul apresenta-nos o gigantesco impacto que as ideias desses e de outros pensadores exerceram e exercem sobre os fatos, as artes, a cultura e a teologia no mundo em que vivemos, além das consequências que elas têm sobre a nossa vida no dia a dia.

Ao fazer uma exposição de conceitos básicos da filosofia, o propósito deste livro é mostrar que quanto maior for o conhecimento que o cristão tem das ideias que deram forma à nossa cultura, maior será sua capacidade de entender e influenciar o contexto no qual está inserido.

Iniciação à História da Filosofia - Danilo Marcondes

Resultado de mais de quinze anos dedicados ao ensino da filosofia, esse verdadeiro guia da história do pensamento ocidental situa pensadores e correntes filosóficas em seu contexto histórico, discute ideias e conceitos e, quando necessário, apresenta os textos mais relevantes dos filósofos em questão, como o mito da caverna de Platão ou a tabela dos juízos e categorias de Kant. Dividido cronologicamente em quatro partes – filosofia antiga, medieval, moderna e contemporânea –, após cada capítulo o livro traz quadros sinóticos que recapitulam a matéria estudada, uma seleção de leituras sugeridas, além de propor questões e temas para discussão em sala de aula, o que reforça e traduz o caráter expressamente didático da obra. Conta também com índice remissivo.

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Credo Apostólico - Franklin Ferreira




A Escritura é a Palavra de Deus. Os Credos e Confissões, são a resposta da fé à revelação de Deus na Escritura. Este entendimento é vital para se entender a relação correta entre os credos e a Bíblia e é o ponto de partida do autor nesta obra.

O professor Franklin Ferreira oferece aqui um estudo doutrinal e prático do Credo dos Apóstolos, o qual afirma as doutrinas essenciais da fé cristã. O Credo é aqui apresentado como um guia para conduzir o cristão de modo seguro em sua confissão de fé e vida cristã, e como um documento que preserva uma identidade cristã genuína nos dias atuais.





 



segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Livro: PANORAMA DA HISTÓRIA CRISTÃ - HERNANDES DIAS LOPES

 




LIVRO: CRISTIANISMO BEM EXPLICADO - AUGUSTUS NICODEMUS

 


Cristianismo bem explicado é o quarto livro de uma série de obras que visam facilitar a compreensão das questões mais complicadas da fé cristã. Os temas tratados nos quatro livros foram objeto de perguntas feitas a Augustus Nicodemus pelos ouvintes do programa de rádio "Em poucas palavras". O sucesso no rádio foi tal que se estendeu aos livros. 

Neste quarto volume, o autor trabalha assuntos relacionados a três grandes temáticas: "O homem e o mundo", "Deus e o mundo" e "A mente do mundo". Na primeira, Augustus dialoga com o leitor sobre como o cristão deve colocar-se em um meio refratário à fé cristã. Na segunda, trata da soberania de Deus, questão fundamental para a fé, e suas aplicações para o momento presente. Na terceira, Augustus analisa o festival de bobagens que povoam o ambiente evangélico e que perigosamente distorcem a fé.

Cristianismo bem explicado e os outros três livros da série ― Cristianismo descomplicado, Cristianismo simplificado Cristianismo facilitado ― constituem um manual de vida cristã essencial para lidar com as demandas de um mundo tão conturbado.

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Livro: A SUPREMACIA E A SUFICIÊNCIA DE CRISTO - REV. AUGUSTUS NICODEMUS

 


Em nossos dias, assim como na época de Paulo, a supremacia e a suficiência de Cristo têm sido desafiadas pelos mais variados tipos de heresia. Paulo escreveu a carta aos colossenses em meados do primeiro século para combater um falso ensinamento, conhecido como a heresia de Colossos. No entanto, o leitor atento que esteja familiarizado com a situação da igreja evangélica brasileira não terá dificuldade em identificar nos dias de hoje várias semelhanças com essa heresia. Precisamente por esse motivo a carta que Paulo escreveu aos colossenses é tão relevante para o nosso tempo.

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

SÉRIE SOBRE O TEMA “A VIDA CRISTÃ NO LAR”, CAPÍTULO II.




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INTRODUÇÃO

Graça e paz!

Inicio este vídeo pedindo desculpas e justificando a demora da segunda parte da série. Infelizmente, sofri um pequeno acidente doméstico que me fiz ter que reservar uns dias para repouso. Mas graças a Deus já estou melhor e pronto para continuar não só esse, mas outros projetos que iniciei e que irei iniciar.

NOTA DE FALECIMENTO.

Jay Adams entrou em seu descanso eterno com seu Senhor em 14 de novembro de 2020. Ele tinha 91 anos. Adams era mais conhecido como o fundador do movimento de aconselhamento bíblico moderno, lançado com a publicação de seu livro inovador Competent to Counsel em 1970. Ele foi um campeão pela causa da suficiência bíblica e contra a invasão da psicologia secular nas salas de aconselhamento de pastores e leigos cristãos. (ARMS)

 https://doutrinasdagra.blogspot.com/2020/12/jay-e-adams-1929-2020-nota-de.html

CAPÍTULO II – ESPERANÇA E AJUDA PARA SUA FAMÍLIA

 

“Há esperança e ajuda para sua família.” (ADAMS, 2011)

 

Há em nossos dias uma ênfase no fracasso. Diz-se que:

1.      Os pais fracassaram;

2.      Programas governamentais fracassaram;

3.      A igreja também fracassou... e a lista continua!

O resultado:

1.      Desesperança;

2.      Impotência diante das dificuldades.

Diagnóstico:

A falta de esperança faz parte do problema inicial! Ou seja, não só um problema a ser tratado, a desesperança sobrepõe seu suposto problema anterior.

Nossa corrupção é tão grande que tendemos a nos eximir da culpa , “pecado”, dando um novo diagnóstico para nossos problemas, a chamamos de doença. Mas a Bíblia nos ensina que o problema comum do mundo é o pecado, não uma doença, literalmente falando.

Para suavizar e fugir da responsabilidade a humanidade aprendeu a usar eufemismos. Apesar de não ser de todo incorreto, o uso de eufemismos chegou as últimas consequências. Para diminuir ou se livrar da consciência da culpa aprendemos a tomar como literal o uso do eufemismo.

Jay Adams não nega a realidade das enfermidades, o que ele faz é distinguir aquilo que deve ser tido como doença e aquilo que deve ser encarado como o que verdadeiramente é, “pecado”. Segundo ele, quando categorizamos todo tipo de comportamento ou problema como uma enfermidade da carne ou mental, somos conduzidos ao desespero. Isso se dá pelo fato de que estamos lidando com problemas que aos nossos olhos passam a fazer parte da esfera externa, que não temos controle ou podemos eficazmente em muitos casos fazer algo à respeito.

A partir dessa perspectiva ele passa a criar um interlocutor fictício, estilo Paulo aos Romanos. O diálogo gira em torno e na direção das dificuldades que enfrentamos na atualidade e a relação destas com o que outros crentes, especificamente, os Coríntios do primeiro século e os Hebreus do Êxodo, enfrentaram em sua própria época. A conclusão á que ele chega é que embora as dificuldades assumam roupagens modernas, os problemas continuam sendo os mesmos. Essa conclusão é determinante para que possamos nos posicionar diante das dificuldades, pois no texto -1 Coríntios 10.13 – o apóstolo nos dá motivo de esperança visto que apesar dos problemas sabemos que a providência tem trabalhado na vida do povo de Deus desde os tempos mais remotos.

Por fim, Jay Adams nos convida a próxima etapa que irá compreender o terceiro capítulo, “Comunicação em primeiro lugar”.

CONCLUSÃO

O que podemos aprender neste segundo capítulo?

Aprendemos que ainda que o mundo inteiro veja desesperança para os problemas atuais que se instalam nos lares e na sociedade, Deus em sua providência já ordenou os meios pelos quais iremos atravessar essas dificuldades. Aprendemos também que os problemas atuais são apenas versões modernas dos mesmíssimos problemas enfrentados pelos nossos antepassados e que Deus, por sua providência nos dá o peso conforme as nossas forças. Que a diferença cultural ou temporal não nos distancia da providência divina que opera em toda a história dando graça ao seu povo. Que devemos encarar nossos pecados não como doenças, mas entendendo que são exatamente o que são, pecados. E que por esse motivo somos responsáveis por eles, mas que nossa esperança, não probabilidade, mas confiança, é que Deus tem a solução para resolver nosso maior problema.

Que o Senhor nos abençoe!


quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Jay E. Adams 1929-2020 - Nota de Falecimento - In Loving Memory Of Jay Adams.


 Jay Adams entrou em seu descanso eterno com seu Senhor em 14 de novembro de 2020. Ele tinha 91 anos.

Adams era mais conhecido como o fundador do movimento de aconselhamento bíblico moderno, lançado com a publicação de seu livro inovador Competent to Counsel em 1970. Ele foi um campeão pela causa da suficiência bíblica e contra a invasão da psicologia secular nas salas de aconselhamento de pastores e leigos cristãos.

Juventude e conversão

Jay Edward Adams nasceu em 30 de janeiro de 1929, em Baltimore, Maryland. Seu pai era um policial de ronda e sua mãe uma secretária. Nenhum de seus pais frequentava a igreja e ele não recebeu nenhuma instrução em assuntos espirituais quando criança.

Adams era um jovem precocemente brilhante e pulou um ano do ensino médio para se formar quando tinha apenas 15 anos. Sua primeira consideração sobre qualquer assunto espiritual ocorreu quando um amigo da vizinhança reclamou com ele sobre um livro que ele estava lendo por um homem que negava as Escrituras. Adams se perguntou por que seu amigo, um crente, se preocupava tanto com a Bíblia e decidiu investigar. Ele encontrou o Novo Testamento de Gideão que seu pai havia recebido como soldado na Grande Guerra e começou a ler. Quando ele terminou de ler o Evangelho de João, Deus abriu seu coração e ele passou a acreditar que o que estava lendo era verdade.

Seu amigo o convidou para sua igreja, onde ouviu as Escrituras pregadas por um pastor que era um expositor habilidoso e ele começou a crescer. Depois de se formar no ensino médio, ele perguntou a seu pastor onde poderia ir para aprender melhor a Bíblia. Seu pastor indicou-lhe o Seminário Episcopal Reformado na Filadélfia, onde uma exceção teve que ser feita para que Adams pudesse se matricular como um estudante de 15 anos sem nenhum diploma de graduação.

Os próximos três anos foram rigorosos para Adams, que não tinha familiaridade anterior com as Escrituras. Ele aprendeu rapidamente e logo desenvolveu amor pelo estudo das Escrituras nas línguas originais. Após a conclusão de seu curso de graduação, ele se matriculou na Universidade Johns Hopkins e se formou em línguas clássicas. Após a graduação em 1952, ele recebeu seus diplomas de graduação e pós-graduação no mesmo dia.

Durante seus dias de seminário e faculdade, Adams pregou nas ruas e pregou em igrejas rurais e missões de resgate. Ele atuou como diretor do capítulo local da Juventude para Cristo e cantou em um quarteto masculino. Mas o mais importante, ele conheceu e acabou se casando com Betty Jane Whitlock em 23 de junho de 1951.

Primeiros Ministérios

Em 1952, Adams se tornou pastor da Igreja Presbiteriana Unida em Eighty-Four, Pensilvânia, e logo se envolveu em um conflito denominacional. Ele se opôs a uma fusão proposta com uma denominação liberal e foi escolhido para debater o principal proponente da fusão. O debate não terminou bem para seu adversário, que tentou negar a existência de liberalismo em sua denominação. Adams havia feito seu dever de casa e flagrado seu oponente em uma série de mentiras, citando-lhe seus escritos anteriores.

Adams pastoreava várias outras pequenas igrejas enquanto fazia estudos adicionais na Temple University, onde estudou homilética com Andrew Blackwood, que impressionou Adams profundamente e incutiu nele o amor pela pregação.

Em 1958, Adams mudou-se para Kirkwood, MO e se tornou o diretor de Missões Domésticas da denominação Bíblica Presbiteriana. Enquanto viajava, ele frequentemente tinha conversas com pastores que perguntavam sobre sua compreensão da escatologia. Como era questionado com tanta frequência, ele decidiu colocar sua opinião em um pequeno livro, que intitulou Realized Millennialism (um termo que ele preferiu a “amilenismo”). A maioria dos pastores da denominação eram pré-milenares, entretanto, e seu livro gerou um certo grau de controvérsia. Não desejando ser uma causa de divisão, ele renunciou para se concentrar em seu doutorado. estudos na Universidade de Missouri.

A essa altura de sua carreira acadêmica, Adams tinha um domínio maduro de sua teologia e era um excelente erudito grego. Mas sua preocupação com o estado de pregação que observava nas igrejas cresceu, levando-o a concentrar seu doutorado. trabalhar para aprender a se comunicar de forma eficaz. Por três anos, enquanto fazia seu doutorado. trabalho, ele pregava nos fins de semana, empacotava mantimentos em um mercado local, lia livros de direito em fitas para alunos cegos e dava aulas na universidade como estagiário.

Aprendendo a aconselhar

Em 1963 mudou-se para Nova Jersey, tornou-se pastor de uma Igreja Presbiteriana Ortodoxa e foi convidado a ensinar homilética em tempo parcial no Seminário Teológico de Westminster. Como o mais novo instrutor, ele recebeu um curso que nenhum dos outros professores queria ministrar, um curso intitulado “Poimênica” (mais conhecido como teologia pastoral). Como parte desse curso, esperava-se que ele ensinasse algo sobre aconselhamento pastoral.

Adams não tinha experiência no ensino de aconselhamento e experiência limitada de aconselhamento como pastor, então ele simplesmente ensinou as anotações que o professor anterior havia lhe dado. Ele não encontrou nenhuma substância teológica no que havia recebido e estava determinado a estudar e fazer melhor antes de ter que ministrar o curso novamente no ano seguinte. Enquanto estudava, porém, não encontrou nada para ajudá-lo. Ele se debruçou sobre tudo o que pôde encontrar escrito de uma perspectiva cristã e encontrou apenas dogmas freudianos e rogerianos. Ele estudou textos seculares e procurou encontrar material útil para o conselheiro cristão. “Comecei a concluir que era obtuso demais para entender o que lia nesses livros”, lembrou ele mais tarde. “Todos os outros seminários foram capazes de integrar esses conceitos seculares e pagãos em seu currículo, mas eu não conseguia ver como fazer isso.”

Em 1965, Adams teve a oportunidade de acompanhar O. Hobart Mowrer por seis semanas. Mowrer foi presidente da American Psychological Association e escreveu um livro que Adams considerou provocativo. Nele, Mowrer, um ateu, fez a pergunta: "O cristianismo evangélico vendeu seu direito de primogenitura por uma bagunça de sopa psicológica?"

Adams viu Mowrer confrontar seus aconselhados sobre suas ações, exortá-los a assumir responsabilidades e não se esconder atrás de rótulos psicológicos. Essa foi uma abordagem incomum para um psicólogo secular, mas Adams viu Mowrer ter muito mais sucesso com ela do que seus contemporâneos. Mowrer foi um iconoclasta que desafiou as conclusões comuns daqueles em sua disciplina. Embora Adams estivesse grato pela oportunidade de observar Mowrer naquele verão, ele estava longe do behaviorismo de Mowrer. “Mowrer era hábil em atirar pedras pelas janelas dos psicólogos”, diria Adams mais tarde, “mas não tinha nada para substituir o vidro quebrado para manter os insetos longe”.

Aquele verão com Mowrer foi revelador para Adams. A razão pela qual ele não conseguiu integrar os conceitos psicológicos seculares às Escrituras foi porque eles não se integraram! Como resultado dessa epifania, Adams conseguiu deixar de lado os dogmas psicológicos atuais e se concentrar no que as Escrituras têm a dizer sobre as pessoas e seus problemas. Mowrer providenciou a escavadeira de que Adams precisava para limpar o local onde poderia construir um sistema de aconselhamento com os materiais de construção das Escrituras. Adams começou a programar mais e mais aconselhamento e usou cada sessão como um impulso para pesquisar nas Escrituras soluções específicas para os problemas que eram apresentados. Ele convidou os alunos a participarem de sessões de aconselhamento e então debateu com eles a melhor maneira de proceder após cada sessão e como as Escrituras atendiam a essa necessidade.

Enquanto estudava questões de aconselhamento, Adams começou a formar um sistema de aconselhamento. Ele conhecia cada sistema de pensamento - teológico, filosófico, matemático - eventualmente marcado com um rótulo. Ele relutava em pensar que alguém atribuísse seu nome ao seu sistema de alguma forma, então ele decidiu usar uma forma anglicizada da palavra grega que Paulo usava para aconselhamento e cunhou a palavra “nouthetic”. Esse sistema começou a se cristalizar em um conjunto de notas que Adams escreveu para sua classe do seminário, que chegou às mãos de um editor que pediu a Adams que as transformasse em um livro.

Antes da publicação, entretanto, a editora providenciou para que Adams enviasse seu manuscrito a meia dúzia de homens que estavam ensinando aconselhamento em outros seminários e convidassem suas críticas. Esses homens se encontraram com Adams em um hotel de aeroporto e relataram suas conclusões. A maioria estava de acordo com a tese básica de Adams, de que os conceitos psicológicos seculares haviam invadido a igreja e que algo deveria ser feito a respeito. O livro de Adams, no entanto, não era isso. Era muito agudo, muito acusador. O tom estava todo errado e deveria ser mais irênico.

Adams avaliou as críticas cuidadosamente, mas perguntou a si mesmo: se esses homens concordavam que ele estava fundamentalmente correto e que mudanças precisavam ser feitas, o que eles estavam fazendo para efetuar a mudança? Todos eles tinham plataformas a partir das quais podiam defender a mudança. O que eles estavam realizando? Como resultado, Adams concluiu que seu manuscrito não era afiado o suficiente e trabalhou para torná-lo ainda mais resistente.

Competente para Advogado

Quando Competent to Counsel foi publicado em 1970, virou o mundo do aconselhamento cristão de cabeça para baixo. Nele, Adams demonstrou como os três sistemas psicológicos seculares primários - os de Freud, Rogers e Watson / Skinner - se opunham às Escrituras e devem ser rejeitados pelos conselheiros cristãos. [1] Ele desempacotou a palavra grega nouthesia e demonstrou como o apóstolo Paulo se envolveu no tipo de aconselhamento que ele estava defendendo, tirando o título de seu livro da declaração de Paulo em Romanos 15:14,

Estou convencido de vocês, meus irmãos, que vocês mesmos são cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento e competentes para se aconselharem.

Os anos que se seguiram à publicação de Competent to Counsel foram um turbilhão de atividades para Adams. Os pastores conservadores receberam seu livro com entusiasmo, mas aqueles que investiram nos sistemas psicológicos seculares que Adams condenou, o condenaram violentamente. Choveram convites para fazer palestras e explicar sua abordagem, e como Adams era bem treinado como orador público, o público o considerou um poderoso defensor do uso das Escrituras no aconselhamento. Adams ficou feliz em defender seus pontos de vista, mas rapidamente percebeu que, embora fosse necessário ser polêmico em Competent to Counsel, seria necessário fornecer ajuda sólida e prática com as muitas questões de aconselhamento que os pastores enfrentavam. Para atender a essa necessidade, ele publicou The Christian Counselor's Manual em 1973.

The Millhouse

Em 1976, Adams havia viajado pelo mundo, explicando seus pontos de vista e exortando os pastores a ministrar a Palavra sem medo na sala de aconselhamento. Ele continuou a ensinar no seminário, ele e seus seguidores formaram a National Association of Nouthetic Counselors, e ele publicou quinze outros livros. Mas era uma programação que estava afetando seu corpo. Ele desenvolveu problemas cardíacos causados ​​pela exaustão, e seus médicos e familiares o aconselharam a diminuir o ritmo. Então, ele renunciou ao seminário, passou a administração do CCEF para um colega de trabalho e se mudou com a família para a zona rural da Geórgia. Ele comprou um velho moinho de grãos e começou a trabalhar para transformá-lo em uma casa.

Adams continuou a viajar e a ensinar, mas em um ritmo muito mais lento. Nos seis anos seguintes, ele pôde dedicar muito mais tempo à escrita. Da paz e reclusão de Millhouse, Adams produziu algumas de suas obras mais importantes, incluindo sua tradução do Novo Testamento grego, que publicou com ampla ajuda de aconselhamento como o Novo Testamento do conselheiro cristão.

Voltar para a sala de aula

Em 1982, Adams aceitou o convite para estabelecer um D.Min. programa de homilética no Westminster Theological Seminary, na Califórnia. Como ele poderia dar aulas em módulos de uma semana, ele teria a liberdade de viajar e continuar a escrever. Adams geralmente não gostava das restrições da academia, mas achava que a liberdade que Westminster oferecia era atraente. Como projeto final, esperava-se que os alunos escrevessem algo que pastores ocupados considerariam prático e que publicassem seu projeto. Como resultado, muitos livros úteis foram publicados pelos alunos de Adams, vários dos quais ainda são designados para leitura em outros programas de homilética.

Plantador de igrejas

Adams deu a Westminster um compromisso de cinco anos. Ele acreditava que poderia estabelecer o programa e passá-lo a outra pessoa. Ele ficou mais tempo, mas em 1990 mudou-se para o interior do estado da Carolina do Sul, onde um amigo da denominação ARP o convidou para plantar uma igreja em um subúrbio crescente de Greenville, onde a igreja ARP havia garantido uma propriedade privilegiada. Seu genro, recém-formado no seminário, juntou-se a ele e, juntos, plantaram a Igreja Presbiteriana Harrison Bridge Road em Simpsonville. Os Adams compraram uma pequena área rural perto de Enoree, SC, onde continuaram a viver até sua morte.

Adams gostou do retorno ao ministério pastoral, pregando todas as semanas e fazendo aconselhamento regular novamente. Além disso, em parceria com um amigo, ele fundou a Timeless Texts, uma pequena editora cujo objetivo principal era publicar seus livros.

Aposentadoria

Adams se aposentou de sua igreja em 1997, quando o governador concedeu-lhe a Ordem do Palmetto, a maior homenagem civil concedida pelo estado da Carolina do Sul. A aposentadoria proporcionou-lhe a oportunidade de dedicar mais tempo à escrita, e Timeless Texts permitiu que ele publicasse as coisas com muito mais rapidez. Seu Comentário do Conselheiro Cristão foi um produto desses anos.

A aposentadoria também deu a ele tempo para ensinar. O genro de Adams, que agora pastoreava a igreja Redentor ARP em Moore, SC, o convidou para estabelecer um centro de treinamento de aconselhamento em sua igreja. Rapidamente chegaram os pedidos de vídeo e áudio das palestras de Adams. Em vez de enviar gravações ao acaso para todos os que pedissem, ele decidiu formar o Institute for Nouthetic Studies (INS) e construir um currículo estruturado que incluiria tudo o que ele considerasse essencial em um programa de treinamento. Naquela época, a nova tecnologia permitiu que ele disponibilizasse mais facilmente as aulas para os alunos.

À medida que os anos afetavam seu corpo, Adams começou a considerar o futuro de seus ministérios de aposentadoria. Donn Arms, o diretor do INS, desenvolveu um relacionamento com o Mid-America Baptist Theological Seminary em Memphis e eles abordaram Adams com a perspectiva de fundir o Instituto com o Seminário. Isso foi realizado em 2015. Depois que o parceiro de Adams na Timeless Texts morreu, ele atribuiu os direitos autorais de seus livros ao INS, que iniciou o processo de trazer todos os livros de Adams de volta à impressão.

Jay Adams, o autor

Uma vez, um vagabundo apresentou Adams como "um homem que nunca teve um pensamento não publicado". Com mais de 100 livros em seu crédito, poucos autores foram tão produtivos quanto Jay Adams ao longo da vida. Enquanto muitos livros trataram de questões de aconselhamento, outros livros cobriram um espectro surpreendente de questões, incluindo teologia, hermenêutica, vida cristã, um livro devocional, pregação (incluindo um livro para leigos sobre como ouvir um sermão), ministério pastoral, ficção, envelhecimento , orientação, escatologia, conflito da igreja e comentários.

Adams se esforçou para ser claro quando escreveu, um estilo que levou os críticos a acusá-lo de ser simplista. Para Jay, a complexidade costumava ser a capa do erro, enquanto a clareza era prima da verdade. Por meio de seu Institute for Nouthetic Studies, o Mid-America Baptist Theological Seminary está trabalhando para trazer todos os livros de Adams de volta à publicação, para que as gerações futuras possam estudar e aprender com Jay Adams.

Jay Adams tocou a vida de milhões de crentes em todo o mundo por meio dos alunos que ensinou, dos livros que escreveu, dos conselheiros ajudados por conselheiros nutéticos e de suas palestras, podcasts e vídeos. Pela boa provisão de Deus, Sua igreja será capaz de aprender e lucrar com o ministério de Jay Adams para as gerações futuras.

Deixe sua homenagem ou mensagem para a família em nossa seção de comentários.

[1] Ele usou o termo aconselhamento “cristão” em vez de aconselhamento “bíblico”, pois não lhe ocorreu que alguém pensaria que o aconselhamento cristão poderia ser outra coisa senão bíblica.

Conteúdo extraído: 

https://web.archive.org/web/20201116144217/https://nouthetic.blog/2020/11/14/jay-e-adams-1929-2020/

domingo, 8 de novembro de 2020

Introdução à carta aos Filipenses


 

1.     INTRODUÇÃO

 

Como todo estudo bíblico, devemos iniciar partindo do pressuposto de que a Bíblia é a inerrante, infalível, e imutável palavra de Deus. Contudo, não negamos que além de uma natureza divina, a escritura possui também uma natureza humana, pois foi escrita por homens que viveram em determinado tempo e que utilizaram sua cultura para transmitir as verdades reveladas por Deus por meio do Espírito Santo em sua Palavra. Isso quer dizer que ao transmitir a mensagem divina, esses autores o fizeram com as ferramentas culturais e os recursos gramaticais que tinham a sua disposição.

Sabendo dessas duas naturezas da Escritura, devemos nos sujeitar a sua autoridade, mas para interpretar corretamente sua mensagem, faremos também uso de recursos que nos aproximará da intenção do autor ao transmitir sua mensagem. No livro “A Bíblia e seus Intérpretes”, o Rev. Augustus Nicodemus Lopes, falando sobre a natureza humana da Escritura, afirma: “O fato de que a Bíblia não caiu pronta do céu, mas que foi escrita por diferentes pessoas em diferentes épocas, línguas e lugares, alerta-nos para o que alguns estudiosos têm chamado de distanciamento.” (LOPES, 2013, p. 23)

Com um espírito de humildade e submissão, iremos nos colocar sob a orientação do Espírito Santo, rogando a Deus que ilumine nossas mentes para que possamos não só entender aquilo que Ele nos transmitiu por sua palavra revelada, mas que também  nos guie para que sua palavra seja efetivamente guardada e aplicada em nossos corações.

 

1.1. Autor, data e local da escrita.

A carta de Paulo aos Filipenses, juntamente com Efésios, Colossenses e Filemom, formam o conhecido grupo de escritos paulinos da prisão. Embora existam aqueles que se opõem, a maioria dos eruditos concordam que essas cartas tenham sido escritas enquanto Paulo estava preso em Roma por ocasião de seu primeiro cativeiro naquela cidade em cerca de 60-62 d.C.

12 E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; 13 De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares; 14 E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor. Filipenses 1.12-14 (ACF).

 

Além de Roma, alguns estudiosos propuseram duas possíveis origens de escrita da carta, Cesaréia[1] e Éfeso[2]. Contudo, por não haver argumentos fortes que justifiquem a escrita em ambas, permanece a aceitação de que Roma é o local de origem. Alguns argumentos podem ser apontados em favor da escrita em Roma, são eles: (MACARTHUR, 2015, p. 461)

 

A) Paulo faz referência à “guarda do palácio”[...] “De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares;” [...] Filipenses 1.12-14 (ACF).

 

B) Paulo faz referência aos “santos [...] que estão na casa de César”. Filipenses 4.22 (ACF).

 

C) As semelhanças entre os detalhes da prisão de Paulo fornecidos em Atos e nas “epístolas da prisão” também demonstram que essas epístolas foram escritas de Roma.

 

            a) Paulo era guardado por soldados, [...]“E, logo que chegamos a Roma, o centurião entregou os presos ao capitão da guarda; mas a Paulo se lhe permitiu morar por sua conta à parte, com o soldado que o guardava.” [...] Atos 28.16 (ACF); cf. 1.13-14.

 

            b) Paulo tinha permissão para receber visitantes, [...] “E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo;” [...] Atos 28.30 (ACF); cf. 4.18.

            c) Paulo teve a oportunidade de pregar o evangelho, [...] “Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.” Atos 28.31 (ACF); cf. 1.12-14; Ef 6.18-20; Cl 4.2-4.

 

1.2. Origem do nome.

Filipos deve seu nome ao grande Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre “O Grande”. Atraído pelas minas de ouro que havia no local, Filipe II conquistou a região no século IV a.C. Mais tarde, no século II a.C., Filipos tornou-se parte da província romana da Macedônia[3]. Em 42 a.C., os exércitos de Antônio e Otávio derrotaram os de Brutus e Cassius na batalha de Filipos, colocando, desse modo, um fim à República Romana e prenunciando o Império. Depois da batalha, Filipos se tornou uma colônia romana (cf. At 16.12), e muitos veteranos do exército romano se estabeleceram lá.

Como colônia, Filipos tinha autonomia do governo provincial e os mesmos direitos que tinham as cidades na Itália, inclusive  o uso da lei romana, isenção de alguns impostos e cidadania romana para seus habitantes (At 16:21). O fato de ser uma colônia também era motivo de muito orgulho cívico por parte dos filipenses; eles usavam o latim como idioma oficial, adotaram os costumes romanos e governavam a sua cidade segundo o modelo das cidades italianas. Tanto Atos como Filipenses refletem o status de Filipos como uma colônia romana. (MACARTHUR, 2015, p. 462).

 

1.3. Localização Geográfica da cidade de Filipos. [4]

“O povoado que originalmente era chamado de Krenides, ficava localizado ao norte da Grécia, cerca de 16 km de Neápolis, no mar Egeu. Após a conquista da região, Filipe II, mudou seu nome e redimensionou a cidade com novos habitantes e muitas construções.” (HALLEY, 2001, p. 646)

Filipos era atravessada pela Via Egnácia, que era a principal estrada que ligava  a Ásia e o Ocidente. Por este motivo, Paulo escolheu a cidade como primeira da Europa  a receber o evangelho, o que certamente tinha um papel estratégico dado seu privilégio geográfico. Pela cidade também passava o rio Gangitis (atual Angitis), local onde parece que havia uma pequena comunidade judaica. Essa comunidade judaica ali instalada parece não ser expressiva, a cidade e consequentemente a igreja eram massivamente compostas por crentes gentios.

 

1.4. Classe literária: Epístola[5]

Etimologia- do grego (epistolh,): “carta epístola” (GINGRICH, 1984, p. 83).

Forma de missiva[6] mais formal que uma carta simples. Uma epístola teria uma maior qualidade literária que uma carta, além de conter uma mensagem mais importante, que faz contraste com o caráter informal e, algumas vezes, superficial, de uma simples carta. As epístolas, missivas de natureza mais formal, incluem os tratados religiosos, as orações públicas, os tratados filosóficos, os tratados políticos, as exortações morais [...]. Uma epístola é uma obra de arte; uma carta é um pedaço da vida diária. (CHAMPLIN, 2015, p. 407)

 

1.4.1.      Características de uma epístola.

                       

Uma saudação pessoal, com a usual palavra grega (χάρις) graça, como parte dessa saudação; “(Filipenses 1.1-2).

Uma espécie de ação de graças ou saudação; Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós,” (Filipenses 1.3).

Expressão de desejo pelo bem estar dos leitores da epístola, o que, no Novo Testamento, normalmente assume a forma de uma oração; fazendo, sempre com alegria, oração por vós em todas as minhas súplicas,”  (Filipenses 1.4).

O tratamento da mensagem principal a ser comunicada, o que no Novo testamento, inclui instruções doutrinárias e éticas, de mistura com informes pessoais;

Uma benção, que geralmente contém alguma forma de saudação pessoal;

A assinatura, para propósitos de identificação e autenticação. “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!” (Filipenses 4.23) (Gál 6.11; II Tes 3.17).

 

1.5. Principais personagens.

1.5.1.      Paulo.

Pouco se sabe sobre a vida anterior a seu ministério evangelístico. Contudo, em sua enciclopédia, Champlin nos informa que:

[...] Do nascimento de Paulo até seu aparecimento em Jerusalém, como perseguidor dos crentes, temos apenas  informações muito esparsas. Sabemos que ele nasceu em Tarso, - cidade não insignificante - (ver atos 21:39), descrição essa que tem sido confirmada pelas escavações arqueológicas de Sir William Ramsay. Naquele tempo Tarso  (na Cilícia) foi incorporada à  província  da  Síria. [...] Tarso chegou a ser a cidade mais importante da Cilícia. [...] Também se sabe que era um centro cultural, e que ali era muito forte a variedade do estoicismo romano. (CHAMPLIN, 2015, p. 120)

 

Algumas informações encontradas nas escrituras podem nos iluminar quanto fatos de sua vida. “Em primeiro lugar, sabemos que Paulo era judeu de nascimento.” (LOPES, 2009, p. 11) (cf. At 22.3), da tribo de Benjamim (cf. Fp 3.4-5).

 Em segundo, foi criado na fé judaica, isto incluía: Ser circuncidado ao oitavo dia (cf. Fp 3.5); Possuía elevado conhecimento sobre os preceitos da lei (cf. Gl 1.14), “ Dominava com grande desenvoltura o conhecimento da lei e as opiniões mais importantes dos grandes mestres de sua época.” (LOPES, 2009, p. 12). Em terceiro lugar, Paulo foi instruído em Jerusalém aos pés de Gamaliel (cf. At. 22.3).

Na cidade de Davi, Paulo foi instruído aos pés de Gamaliel, o maior e o mais ilustre rabino daquela época, homem culto, sábio e piedoso. Ele foi instruído segundo a exatidão da lei dos seus antepassados. Conhecia bem  de perto as tradições do seu povo. Sabia de cor as inúmeras regras e preceitos criados pelos anciãos. A tradição oral, fruto da interpretação extravagante dos escribas, era observada cuidadosamente por esse jovem. (LOPES, 2009, p. 13)

 

Em quarto lugar, Paulo era um homem erudito, conhecedor da cultura secular. Comentando sobre a erudição de Paulo, o Rev. Hernandes Dias Lopes, diz: “Seu conhecimento transcendia o campo religioso.[...] Trafegava com desenvoltura pelos corredores do passado e citava com precisão os grandes pensadores e filósofos dos tempos antigos.” (LOPES, 2009, p. 13).

“Quando pregou na capital intelectual do mundo, a Atenas de Péricles, Sócrates, Platão e Aristóteles, não hesitou em citar alguns poetas atenienses (At 17.28). Quando escreveu a Tito, na ilha de Creta, fez referência a Epimênides, um filósofo cretense, do século 6º a.C (Tt 1.12). Paulo tinha uma cultura enciclopédica. Festo, mesmo fazendo troça do apóstolo, precisou se curvar à realidade insofismável de que Paulo era um homem de muitas letras (At 26.24).” (LOPES, 2009, p. 13)

 

Em quinto lugar, Paulo era um fariseu (cf. Fp 3.5-6; At 26.5; Gl 1.14). Os fariseus eram um “importante grupo religioso da palestina” (ERICKSON, 2011, p. 79), que seguia com grande rigor os preceitos da lei judaica. Eram legalistas, “compunham o grupo religioso mais ortodoxo de Israel.[...] estavam do lado oposto dos saduceus, grupo religioso que negava a ressurreição e a existência dos anjos.” (LOPES, 2009). Sua presença é datada do século II a.C. até o final do século I d.C.

Em sexto lugar, “[...] Paulo era um membro zeloso do Sinédrio [...]” (LOPES, 2009, p. 14) (cf. At.7.59-60; 9.1-2). O sinédrio era um grupo formado por setenta homens maduros e que tinha como função principal legislar e julgar a vida religiosa e moral do povo.

Em sétimo lugar, Paulo possuía cidadania romana (cf. At 22.27). Mesmo sendo filho de judeus, por ter nascido em uma província romana, Tarso da Cilícia, Paulo recebeu cidadania romana. Sua cidadania não se deu por pagamento (cf. At 22.28a), mas por direito de nascimento (cf. cf. At 22.28b).

Para mais informações sobre a vida “conhecida” do apóstolo, sugiro a leitura do livro “Paulo: O Maior Líder do Cristianismo”, de autoria do Rev. Hernandes Dias Lopes, cuja referência está na bibliografia deste livro. Em sua obra, o Rev. Hernandes, faz uma abordagem descritiva e piedosa de todas as informações que a própria Escritura nos dá sobre a vida e ministério evangelístico do apóstolo Paulo.

 

1.5.2.      Timóteo.

 

Missionário de ascendência judia (sua mãe) e gentia (seu pai, grego). Sua mãe se chamava Eunice, e sua avó, Lóide (cf. 2Tm 1.5). Timóteo era natural de Listra, uma cidade na província romana da Galácia, parte da atual Turquia (cf. At 16.1-3).

Sobre sua conversão, sabemos que foi fruto da pregação do apóstolo Paulo (cf. 1Tm 1.2), acompanhando-o logo após em sua segunda viagem missionária, 51 .d.C. ( cf. At 16.3). Era escolhido por Deus para o santo ofício e foi consagrado pelos presbíteros e Paulo (cf. 1Tm 1.18, 4.14; 2Tm 1.6). Timóteo esteve bastante ativo junto com Paulo em suas viagens missionárias. Sobre seu papel missionário, Halley, diz:

[...] provavelmente redigiu esta carta ditada por Paulo. Ele ajudara a fundar a igreja de Filipos, de modo que Paulo incluiu seu nome na saudação. Também ajudara a escrever outras cartas: 1 Coríntios, Colossenses,  1 e 2 Tessalonicenses e Filemom. (HALLEY, 2001, p. 646)

 

Segundo MacArthur, Timóteo havia sido “preparado por Paulo para dar continuidade ao seu ministério em Filipos (1:1-2:23).” (MACARTHUR, 2015, p. 464) (cf. Fp 2.19-23).

 

1.5.3.      Epafrodito.

 

Foi um mensageiro da igreja de Filipos, enviado à Roma para entregar ofertas ao apóstolo Paulo (cf. Fp 2.25-30, 4.18). Segundo Champlin[7], o fato de Epafrodito ter sido delegado para entregar as ofertas enviadas pela igreja a Paulo, sugere que ele era um dos líderes da igreja. Não se sabe se no caminho ou se após ter chegado a Roma, mas nos é informado que Epafrodito adoeceu a ponto de quase morrer (cf. Fp 2.27-30). Por fim, Paulo resolve enviá-lo de volta para Filipos levando consigo a carta, que além de assuntos concernentes a comunidade, também contêm recomendações quanto o serviço e caráter de Epafrodito (cf. Fp 2.28-30).

 

1.5.4.      Evódia.

 

Seu nome vem do grego e significa “cheirosa”[8]. Era membro da igreja de Filipos, e tinha uma antiga querela com Síntique, outra mulher crente da mesma comunidade. Visto haver esse tipo de relacionamento belicoso dentro da comunidade da igreja, Paulo exorta a ambas que tivessem uma mente concordante (cf. Fp 4.2-3). O motivo da querela entre Evódia e Síntique é desconhecido, mas Champlin comenta que, normalmente as querelas possuem erros de ambos os lados, e por esse motivo o apóstolo Paulo dirigi sua exortação as duas.

 

1.5.5.      Síntique.

 

O nome de Síntique, assim como Evódia, tem sua origem no grego e significa “afortunada”. Era membro da igreja de Filipos, onde também residia. Apesar de alimentarem uma querela, Síntique e Evódia  trabalharam juntas em cooperação com o apóstolo Paulo. Quando o apóstolo escreveu essa carta, no entanto, essas duas irmãs haviam entrado em choque uma com a outra. Não sabemos o motivo pelo qual elas criaram um sentimento animoso mútuo, mas o apóstolo pede a um amigo, que ele chama de “verdadeiro companheiro”, que as ajudem a superar suas diferenças (cf. Fp 4.2-3).

 

1.6. Propósito.

Embora a linguagem de Paulo ressalte o caráter amoroso com o qual ele se dirige a igreja, outros assuntos também o levaram a escrever a epistola. Em seu comentário, MacArthur, nos oferece ao menos cinco objetivos tencionados por Paulo ao escrever essa carta, são eles:

“Os objetivos de Paulo ao escrever essa epístola eram diversos. (MACARTHUR, 2015, p. 464)

A)  “[...] expressar, por escrito, o seu agradecimento pela oferta dos filipenses (4.10-18).”

B)  “[...] que os filipenses soubessem por que ele havia decidido mandar Epafrodito de volta, para que não pensassem  que o serviço dele para Paulo havia sido insatisfatório (2.25-26).”

C)  “[...] Queria informa-los a respeito de sua situação em Roma (1.12-26).”

D)  “[...] Exortá-los à unidade (2.1-2; 4.2).”

E)  “[...] adverti-los contra os falsos mestres (3.1-4.1).”

 

 

1.7. Principais doutrinas.

Segundo MacArthur[9], as principais doutrinas encontradas em Filipenses, são três:

 

1)  A humildade de Cristo;

2)  A submissão de Cristo;

3)  E a provisão de Cristo para os Cristãos.

 

Sua humildade pode ser evidenciada pelo fato de, sendo Deus, submeter-se,  servindo e se entregando em sacrifício pelo seu povo. Nos versos 7 e 8 do capítulo 2, Paulo demonstra a humildade do Salvador no fato de ter ele assumido a forma de homem, sendo obediente aos propósitos salvíficos da Santíssima trindade até a morte. No capítulo 3, dos versos 7 ao 14, o apóstolo aponta para a verdade que devemos ter uma atitude de submissão e gratidão a Cristo.

 

Além dessas três doutrinas, MacArthur[10] diz que Deus é apresentado por três características relacionadas ao Seu caráter. 

 

1) “Deus é glorioso”- 2.11;

2) “Deus é misericordioso”- 2.27;

3) “E Deus é providente”- 1.12.

 

1.8. Esboço.

 

        I.            Saudações de Paulo (Fp 1.1-11)

     II.            As circunstâncias de Paulo (Fp 1.12-26)

  III.            As exortações de Paulo (Fp 1.27-2.18)

a.       Permanecer firme em Cristo (Fp 1.27-30)

b.      Ser humilde como Cristo (Fp 2.1-11)

c.       Ser uma luz para o mundo (Fp 2.12-18)

  IV.            Companheiros de Paulo (Fp 2.19-30)

a.       Timóteo (Fp 2.19-24)

b.      Epafrodito (Fp 2.25-30)

    V.            Avisos de Paulo (Fp 3.1-4: 1)

a.       Avisos contra os falsos mestres (Fp 3.1-16)

b.      Avisos contra os inimigos da cruz (Fp 3.17-4.1)

  VI.            A alegria de Paulo (Fp 4.2-9)

VII.            A gratidão de Paulo (Fp 4.10-20)

VIII.            A despedida de Paulo (Fp 4.21-23)

 

1.9. Conclusão.

O estudo correto da escritura é de fato exaustivo. Devemos dedicar tempo e esforço para adentrar nos corredores da história e do tempo, com o fim de transpor os abismos existentes entre nós e o autor inspirado. Uma vez que possuímos um conhecimento apropriado sobre o contexto que cercava a ocasião da escrita, somos capazes de olhar para o texto com uma visão mais precisa sobre as informações nele encontradas. Sem esse processo de introdução não poderíamos, por exemplo, ter uma ideia precisa sobre o que Paulo quis dizer quando falou aos Filipenses que “ele poderia confiar na carne”, que no contexto diz respeito a sua ascendência hebreia e seus vários ritos fervorosamente defendidos pelo apóstolo antes de sua conversão. A partir do próximo capítulo, iremos escavar o texto e retirar dele a mensagem de Deus para nós e sua igreja.

Referências

 

ABATE, E. Comentário Bíblico Africano. 1ª. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2010. 1475 p. ISBN 978-85-7325-554-6.

CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª. ed. São Paulo: Hagnos, v. 5, 2015.

ERICKSON, M. J. Dicionário Popular de Teologia. Tradução de Emirson Justino. 1ª. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2011.

GINGRICH, F. W. Léxico do Novo Testamento. Tradução de Júlio P. T. Zabatiero. 1ª. ed. São Paulo: Vida Nova, 1984. 83 p. ISBN 978-85-275-0085-2.

HALLEY, H. H. Manual Bíblico de Halley. 1ª. ed. São Paulo: Vida, 2001.

HENDRIKSEN, W. Comentário do Novo Testamento: Efésios e Filipenses. Tradução de Valter Graciano Martins. 2ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã., 2004. 409 p.

LOPES, A. N. A Bíblia e seus Intérpretes: Uma Breve História da Interpretação. 3ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2013. 23 p. ISBN 978-85-7622-479-2.

LOPES, H. D. Paulo: O Maior Líder do Cristianismo. 1ª. ed. São Paulo: Hagnos, 2009. 11 p. ISBN 978-85-7742-062-9.

MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015.

MOODY. Comentário Bíblico. [S.l.]: [s.n.].

 

 



[1] Alguns têm afirmado que Paulo escreveu as epístolas da prisão durante os dois anos em que esteve preso em Cesareia (At 24.27). Entretanto, durante esse período, suas oportunidades de receber visitas e de proclamar o evangelho foram severamente limitadas (cf. At 23.35). As “epístolas da prisão” expressam a esperança de Paulo por uma sentença favorável (cf. 1.25;2.24; Fm 22). MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015.

[2] Outra alternativa que tem sido apresentada é que Paulo tenha escrito as “epístolas da prisão” em Éfeso. Porém, em Éfeso, assim como em Cesareia, nenhuma decisão conclusiva poderia ser tomada sobre seu caso, por causa do seu direito de apelar para o imperador. E Lucas também estava com Paulo quando este escreveu Colossenses (Cl 4.14); entretanto, aparentemente ele não estava com o apóstolo em Éfeso. A passagem de Atos 19, que registra a estadia de Paulo em Éfeso, não é uma das seções de Atos escrita na terceira pessoa [...], No entanto, o argumento mais poderoso contra Éfeso ter sido o ponto de origem das “epístolas da prisão” é que não há evidências de que Paulo sequer sido preso em Éfeso. MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015.

[3] MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015.

[4] HALLEY, H. H. Manual Bíblico de Halley. 1ª. ed. São Paulo: Vida, 2001.

 

[5] “chama-se epístolas, 21 dos 27 livros do Novo Testamento. São cartas escritas por apóstolos. Treze são paulinas, isto é, escritas pelo apóstolo Paulo: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemon. Havendo ainda a Epístola aos Hebreus que muitos supõem ser também do apóstolo Paulo. As três epístolas pastorais, na ordem em que foram escritas, são: 1 Timóteo, Tito e 2 Timóteo. Não são dirigidas a uma igreja, mas a pastores. Cinco das epístolas, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1 João e Judas, são católicas, isto é, gerais ou universais, porque foram dirigidas à Igreja em geral. A Igreja Primitiva contava sete epístolas católicas, incluindo 2 e 3 João. Essas, contudo, são epístolas pessoais dirigidas a indivíduos.”

[6] “(Substantivo feminino) 1 Carta; bilhete em que uma mensagem é enviada a alguém. 2 Bilhete; mensagem enviada a alguém com o intuito de comunicar alguma coisa. 3 Epístola; correspondência que se envia a alguém. Etimologia (origem da palavra missiva) – do francês: missive/ de lettre missive.”

[7] CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª. ed. São Paulo: Hagnos, v. 2, 2015, p.400.

 

[8] CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª. ed. São Paulo: Hagnos, v. 2, 2015, p.608.

[9] MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015, p.465.

[10] MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015, p.465.