domingo, 8 de novembro de 2020

Introdução à carta aos Filipenses


 

1.     INTRODUÇÃO

 

Como todo estudo bíblico, devemos iniciar partindo do pressuposto de que a Bíblia é a inerrante, infalível, e imutável palavra de Deus. Contudo, não negamos que além de uma natureza divina, a escritura possui também uma natureza humana, pois foi escrita por homens que viveram em determinado tempo e que utilizaram sua cultura para transmitir as verdades reveladas por Deus por meio do Espírito Santo em sua Palavra. Isso quer dizer que ao transmitir a mensagem divina, esses autores o fizeram com as ferramentas culturais e os recursos gramaticais que tinham a sua disposição.

Sabendo dessas duas naturezas da Escritura, devemos nos sujeitar a sua autoridade, mas para interpretar corretamente sua mensagem, faremos também uso de recursos que nos aproximará da intenção do autor ao transmitir sua mensagem. No livro “A Bíblia e seus Intérpretes”, o Rev. Augustus Nicodemus Lopes, falando sobre a natureza humana da Escritura, afirma: “O fato de que a Bíblia não caiu pronta do céu, mas que foi escrita por diferentes pessoas em diferentes épocas, línguas e lugares, alerta-nos para o que alguns estudiosos têm chamado de distanciamento.” (LOPES, 2013, p. 23)

Com um espírito de humildade e submissão, iremos nos colocar sob a orientação do Espírito Santo, rogando a Deus que ilumine nossas mentes para que possamos não só entender aquilo que Ele nos transmitiu por sua palavra revelada, mas que também  nos guie para que sua palavra seja efetivamente guardada e aplicada em nossos corações.

 

1.1. Autor, data e local da escrita.

A carta de Paulo aos Filipenses, juntamente com Efésios, Colossenses e Filemom, formam o conhecido grupo de escritos paulinos da prisão. Embora existam aqueles que se opõem, a maioria dos eruditos concordam que essas cartas tenham sido escritas enquanto Paulo estava preso em Roma por ocasião de seu primeiro cativeiro naquela cidade em cerca de 60-62 d.C.

12 E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; 13 De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares; 14 E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor. Filipenses 1.12-14 (ACF).

 

Além de Roma, alguns estudiosos propuseram duas possíveis origens de escrita da carta, Cesaréia[1] e Éfeso[2]. Contudo, por não haver argumentos fortes que justifiquem a escrita em ambas, permanece a aceitação de que Roma é o local de origem. Alguns argumentos podem ser apontados em favor da escrita em Roma, são eles: (MACARTHUR, 2015, p. 461)

 

A) Paulo faz referência à “guarda do palácio”[...] “De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares;” [...] Filipenses 1.12-14 (ACF).

 

B) Paulo faz referência aos “santos [...] que estão na casa de César”. Filipenses 4.22 (ACF).

 

C) As semelhanças entre os detalhes da prisão de Paulo fornecidos em Atos e nas “epístolas da prisão” também demonstram que essas epístolas foram escritas de Roma.

 

            a) Paulo era guardado por soldados, [...]“E, logo que chegamos a Roma, o centurião entregou os presos ao capitão da guarda; mas a Paulo se lhe permitiu morar por sua conta à parte, com o soldado que o guardava.” [...] Atos 28.16 (ACF); cf. 1.13-14.

 

            b) Paulo tinha permissão para receber visitantes, [...] “E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo;” [...] Atos 28.30 (ACF); cf. 4.18.

            c) Paulo teve a oportunidade de pregar o evangelho, [...] “Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.” Atos 28.31 (ACF); cf. 1.12-14; Ef 6.18-20; Cl 4.2-4.

 

1.2. Origem do nome.

Filipos deve seu nome ao grande Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre “O Grande”. Atraído pelas minas de ouro que havia no local, Filipe II conquistou a região no século IV a.C. Mais tarde, no século II a.C., Filipos tornou-se parte da província romana da Macedônia[3]. Em 42 a.C., os exércitos de Antônio e Otávio derrotaram os de Brutus e Cassius na batalha de Filipos, colocando, desse modo, um fim à República Romana e prenunciando o Império. Depois da batalha, Filipos se tornou uma colônia romana (cf. At 16.12), e muitos veteranos do exército romano se estabeleceram lá.

Como colônia, Filipos tinha autonomia do governo provincial e os mesmos direitos que tinham as cidades na Itália, inclusive  o uso da lei romana, isenção de alguns impostos e cidadania romana para seus habitantes (At 16:21). O fato de ser uma colônia também era motivo de muito orgulho cívico por parte dos filipenses; eles usavam o latim como idioma oficial, adotaram os costumes romanos e governavam a sua cidade segundo o modelo das cidades italianas. Tanto Atos como Filipenses refletem o status de Filipos como uma colônia romana. (MACARTHUR, 2015, p. 462).

 

1.3. Localização Geográfica da cidade de Filipos. [4]

“O povoado que originalmente era chamado de Krenides, ficava localizado ao norte da Grécia, cerca de 16 km de Neápolis, no mar Egeu. Após a conquista da região, Filipe II, mudou seu nome e redimensionou a cidade com novos habitantes e muitas construções.” (HALLEY, 2001, p. 646)

Filipos era atravessada pela Via Egnácia, que era a principal estrada que ligava  a Ásia e o Ocidente. Por este motivo, Paulo escolheu a cidade como primeira da Europa  a receber o evangelho, o que certamente tinha um papel estratégico dado seu privilégio geográfico. Pela cidade também passava o rio Gangitis (atual Angitis), local onde parece que havia uma pequena comunidade judaica. Essa comunidade judaica ali instalada parece não ser expressiva, a cidade e consequentemente a igreja eram massivamente compostas por crentes gentios.

 

1.4. Classe literária: Epístola[5]

Etimologia- do grego (epistolh,): “carta epístola” (GINGRICH, 1984, p. 83).

Forma de missiva[6] mais formal que uma carta simples. Uma epístola teria uma maior qualidade literária que uma carta, além de conter uma mensagem mais importante, que faz contraste com o caráter informal e, algumas vezes, superficial, de uma simples carta. As epístolas, missivas de natureza mais formal, incluem os tratados religiosos, as orações públicas, os tratados filosóficos, os tratados políticos, as exortações morais [...]. Uma epístola é uma obra de arte; uma carta é um pedaço da vida diária. (CHAMPLIN, 2015, p. 407)

 

1.4.1.      Características de uma epístola.

                       

Uma saudação pessoal, com a usual palavra grega (χάρις) graça, como parte dessa saudação; “(Filipenses 1.1-2).

Uma espécie de ação de graças ou saudação; Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós,” (Filipenses 1.3).

Expressão de desejo pelo bem estar dos leitores da epístola, o que, no Novo Testamento, normalmente assume a forma de uma oração; fazendo, sempre com alegria, oração por vós em todas as minhas súplicas,”  (Filipenses 1.4).

O tratamento da mensagem principal a ser comunicada, o que no Novo testamento, inclui instruções doutrinárias e éticas, de mistura com informes pessoais;

Uma benção, que geralmente contém alguma forma de saudação pessoal;

A assinatura, para propósitos de identificação e autenticação. “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!” (Filipenses 4.23) (Gál 6.11; II Tes 3.17).

 

1.5. Principais personagens.

1.5.1.      Paulo.

Pouco se sabe sobre a vida anterior a seu ministério evangelístico. Contudo, em sua enciclopédia, Champlin nos informa que:

[...] Do nascimento de Paulo até seu aparecimento em Jerusalém, como perseguidor dos crentes, temos apenas  informações muito esparsas. Sabemos que ele nasceu em Tarso, - cidade não insignificante - (ver atos 21:39), descrição essa que tem sido confirmada pelas escavações arqueológicas de Sir William Ramsay. Naquele tempo Tarso  (na Cilícia) foi incorporada à  província  da  Síria. [...] Tarso chegou a ser a cidade mais importante da Cilícia. [...] Também se sabe que era um centro cultural, e que ali era muito forte a variedade do estoicismo romano. (CHAMPLIN, 2015, p. 120)

 

Algumas informações encontradas nas escrituras podem nos iluminar quanto fatos de sua vida. “Em primeiro lugar, sabemos que Paulo era judeu de nascimento.” (LOPES, 2009, p. 11) (cf. At 22.3), da tribo de Benjamim (cf. Fp 3.4-5).

 Em segundo, foi criado na fé judaica, isto incluía: Ser circuncidado ao oitavo dia (cf. Fp 3.5); Possuía elevado conhecimento sobre os preceitos da lei (cf. Gl 1.14), “ Dominava com grande desenvoltura o conhecimento da lei e as opiniões mais importantes dos grandes mestres de sua época.” (LOPES, 2009, p. 12). Em terceiro lugar, Paulo foi instruído em Jerusalém aos pés de Gamaliel (cf. At. 22.3).

Na cidade de Davi, Paulo foi instruído aos pés de Gamaliel, o maior e o mais ilustre rabino daquela época, homem culto, sábio e piedoso. Ele foi instruído segundo a exatidão da lei dos seus antepassados. Conhecia bem  de perto as tradições do seu povo. Sabia de cor as inúmeras regras e preceitos criados pelos anciãos. A tradição oral, fruto da interpretação extravagante dos escribas, era observada cuidadosamente por esse jovem. (LOPES, 2009, p. 13)

 

Em quarto lugar, Paulo era um homem erudito, conhecedor da cultura secular. Comentando sobre a erudição de Paulo, o Rev. Hernandes Dias Lopes, diz: “Seu conhecimento transcendia o campo religioso.[...] Trafegava com desenvoltura pelos corredores do passado e citava com precisão os grandes pensadores e filósofos dos tempos antigos.” (LOPES, 2009, p. 13).

“Quando pregou na capital intelectual do mundo, a Atenas de Péricles, Sócrates, Platão e Aristóteles, não hesitou em citar alguns poetas atenienses (At 17.28). Quando escreveu a Tito, na ilha de Creta, fez referência a Epimênides, um filósofo cretense, do século 6º a.C (Tt 1.12). Paulo tinha uma cultura enciclopédica. Festo, mesmo fazendo troça do apóstolo, precisou se curvar à realidade insofismável de que Paulo era um homem de muitas letras (At 26.24).” (LOPES, 2009, p. 13)

 

Em quinto lugar, Paulo era um fariseu (cf. Fp 3.5-6; At 26.5; Gl 1.14). Os fariseus eram um “importante grupo religioso da palestina” (ERICKSON, 2011, p. 79), que seguia com grande rigor os preceitos da lei judaica. Eram legalistas, “compunham o grupo religioso mais ortodoxo de Israel.[...] estavam do lado oposto dos saduceus, grupo religioso que negava a ressurreição e a existência dos anjos.” (LOPES, 2009). Sua presença é datada do século II a.C. até o final do século I d.C.

Em sexto lugar, “[...] Paulo era um membro zeloso do Sinédrio [...]” (LOPES, 2009, p. 14) (cf. At.7.59-60; 9.1-2). O sinédrio era um grupo formado por setenta homens maduros e que tinha como função principal legislar e julgar a vida religiosa e moral do povo.

Em sétimo lugar, Paulo possuía cidadania romana (cf. At 22.27). Mesmo sendo filho de judeus, por ter nascido em uma província romana, Tarso da Cilícia, Paulo recebeu cidadania romana. Sua cidadania não se deu por pagamento (cf. At 22.28a), mas por direito de nascimento (cf. cf. At 22.28b).

Para mais informações sobre a vida “conhecida” do apóstolo, sugiro a leitura do livro “Paulo: O Maior Líder do Cristianismo”, de autoria do Rev. Hernandes Dias Lopes, cuja referência está na bibliografia deste livro. Em sua obra, o Rev. Hernandes, faz uma abordagem descritiva e piedosa de todas as informações que a própria Escritura nos dá sobre a vida e ministério evangelístico do apóstolo Paulo.

 

1.5.2.      Timóteo.

 

Missionário de ascendência judia (sua mãe) e gentia (seu pai, grego). Sua mãe se chamava Eunice, e sua avó, Lóide (cf. 2Tm 1.5). Timóteo era natural de Listra, uma cidade na província romana da Galácia, parte da atual Turquia (cf. At 16.1-3).

Sobre sua conversão, sabemos que foi fruto da pregação do apóstolo Paulo (cf. 1Tm 1.2), acompanhando-o logo após em sua segunda viagem missionária, 51 .d.C. ( cf. At 16.3). Era escolhido por Deus para o santo ofício e foi consagrado pelos presbíteros e Paulo (cf. 1Tm 1.18, 4.14; 2Tm 1.6). Timóteo esteve bastante ativo junto com Paulo em suas viagens missionárias. Sobre seu papel missionário, Halley, diz:

[...] provavelmente redigiu esta carta ditada por Paulo. Ele ajudara a fundar a igreja de Filipos, de modo que Paulo incluiu seu nome na saudação. Também ajudara a escrever outras cartas: 1 Coríntios, Colossenses,  1 e 2 Tessalonicenses e Filemom. (HALLEY, 2001, p. 646)

 

Segundo MacArthur, Timóteo havia sido “preparado por Paulo para dar continuidade ao seu ministério em Filipos (1:1-2:23).” (MACARTHUR, 2015, p. 464) (cf. Fp 2.19-23).

 

1.5.3.      Epafrodito.

 

Foi um mensageiro da igreja de Filipos, enviado à Roma para entregar ofertas ao apóstolo Paulo (cf. Fp 2.25-30, 4.18). Segundo Champlin[7], o fato de Epafrodito ter sido delegado para entregar as ofertas enviadas pela igreja a Paulo, sugere que ele era um dos líderes da igreja. Não se sabe se no caminho ou se após ter chegado a Roma, mas nos é informado que Epafrodito adoeceu a ponto de quase morrer (cf. Fp 2.27-30). Por fim, Paulo resolve enviá-lo de volta para Filipos levando consigo a carta, que além de assuntos concernentes a comunidade, também contêm recomendações quanto o serviço e caráter de Epafrodito (cf. Fp 2.28-30).

 

1.5.4.      Evódia.

 

Seu nome vem do grego e significa “cheirosa”[8]. Era membro da igreja de Filipos, e tinha uma antiga querela com Síntique, outra mulher crente da mesma comunidade. Visto haver esse tipo de relacionamento belicoso dentro da comunidade da igreja, Paulo exorta a ambas que tivessem uma mente concordante (cf. Fp 4.2-3). O motivo da querela entre Evódia e Síntique é desconhecido, mas Champlin comenta que, normalmente as querelas possuem erros de ambos os lados, e por esse motivo o apóstolo Paulo dirigi sua exortação as duas.

 

1.5.5.      Síntique.

 

O nome de Síntique, assim como Evódia, tem sua origem no grego e significa “afortunada”. Era membro da igreja de Filipos, onde também residia. Apesar de alimentarem uma querela, Síntique e Evódia  trabalharam juntas em cooperação com o apóstolo Paulo. Quando o apóstolo escreveu essa carta, no entanto, essas duas irmãs haviam entrado em choque uma com a outra. Não sabemos o motivo pelo qual elas criaram um sentimento animoso mútuo, mas o apóstolo pede a um amigo, que ele chama de “verdadeiro companheiro”, que as ajudem a superar suas diferenças (cf. Fp 4.2-3).

 

1.6. Propósito.

Embora a linguagem de Paulo ressalte o caráter amoroso com o qual ele se dirige a igreja, outros assuntos também o levaram a escrever a epistola. Em seu comentário, MacArthur, nos oferece ao menos cinco objetivos tencionados por Paulo ao escrever essa carta, são eles:

“Os objetivos de Paulo ao escrever essa epístola eram diversos. (MACARTHUR, 2015, p. 464)

A)  “[...] expressar, por escrito, o seu agradecimento pela oferta dos filipenses (4.10-18).”

B)  “[...] que os filipenses soubessem por que ele havia decidido mandar Epafrodito de volta, para que não pensassem  que o serviço dele para Paulo havia sido insatisfatório (2.25-26).”

C)  “[...] Queria informa-los a respeito de sua situação em Roma (1.12-26).”

D)  “[...] Exortá-los à unidade (2.1-2; 4.2).”

E)  “[...] adverti-los contra os falsos mestres (3.1-4.1).”

 

 

1.7. Principais doutrinas.

Segundo MacArthur[9], as principais doutrinas encontradas em Filipenses, são três:

 

1)  A humildade de Cristo;

2)  A submissão de Cristo;

3)  E a provisão de Cristo para os Cristãos.

 

Sua humildade pode ser evidenciada pelo fato de, sendo Deus, submeter-se,  servindo e se entregando em sacrifício pelo seu povo. Nos versos 7 e 8 do capítulo 2, Paulo demonstra a humildade do Salvador no fato de ter ele assumido a forma de homem, sendo obediente aos propósitos salvíficos da Santíssima trindade até a morte. No capítulo 3, dos versos 7 ao 14, o apóstolo aponta para a verdade que devemos ter uma atitude de submissão e gratidão a Cristo.

 

Além dessas três doutrinas, MacArthur[10] diz que Deus é apresentado por três características relacionadas ao Seu caráter. 

 

1) “Deus é glorioso”- 2.11;

2) “Deus é misericordioso”- 2.27;

3) “E Deus é providente”- 1.12.

 

1.8. Esboço.

 

        I.            Saudações de Paulo (Fp 1.1-11)

     II.            As circunstâncias de Paulo (Fp 1.12-26)

  III.            As exortações de Paulo (Fp 1.27-2.18)

a.       Permanecer firme em Cristo (Fp 1.27-30)

b.      Ser humilde como Cristo (Fp 2.1-11)

c.       Ser uma luz para o mundo (Fp 2.12-18)

  IV.            Companheiros de Paulo (Fp 2.19-30)

a.       Timóteo (Fp 2.19-24)

b.      Epafrodito (Fp 2.25-30)

    V.            Avisos de Paulo (Fp 3.1-4: 1)

a.       Avisos contra os falsos mestres (Fp 3.1-16)

b.      Avisos contra os inimigos da cruz (Fp 3.17-4.1)

  VI.            A alegria de Paulo (Fp 4.2-9)

VII.            A gratidão de Paulo (Fp 4.10-20)

VIII.            A despedida de Paulo (Fp 4.21-23)

 

1.9. Conclusão.

O estudo correto da escritura é de fato exaustivo. Devemos dedicar tempo e esforço para adentrar nos corredores da história e do tempo, com o fim de transpor os abismos existentes entre nós e o autor inspirado. Uma vez que possuímos um conhecimento apropriado sobre o contexto que cercava a ocasião da escrita, somos capazes de olhar para o texto com uma visão mais precisa sobre as informações nele encontradas. Sem esse processo de introdução não poderíamos, por exemplo, ter uma ideia precisa sobre o que Paulo quis dizer quando falou aos Filipenses que “ele poderia confiar na carne”, que no contexto diz respeito a sua ascendência hebreia e seus vários ritos fervorosamente defendidos pelo apóstolo antes de sua conversão. A partir do próximo capítulo, iremos escavar o texto e retirar dele a mensagem de Deus para nós e sua igreja.

Referências

 

ABATE, E. Comentário Bíblico Africano. 1ª. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2010. 1475 p. ISBN 978-85-7325-554-6.

CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª. ed. São Paulo: Hagnos, v. 5, 2015.

ERICKSON, M. J. Dicionário Popular de Teologia. Tradução de Emirson Justino. 1ª. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2011.

GINGRICH, F. W. Léxico do Novo Testamento. Tradução de Júlio P. T. Zabatiero. 1ª. ed. São Paulo: Vida Nova, 1984. 83 p. ISBN 978-85-275-0085-2.

HALLEY, H. H. Manual Bíblico de Halley. 1ª. ed. São Paulo: Vida, 2001.

HENDRIKSEN, W. Comentário do Novo Testamento: Efésios e Filipenses. Tradução de Valter Graciano Martins. 2ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã., 2004. 409 p.

LOPES, A. N. A Bíblia e seus Intérpretes: Uma Breve História da Interpretação. 3ª. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2013. 23 p. ISBN 978-85-7622-479-2.

LOPES, H. D. Paulo: O Maior Líder do Cristianismo. 1ª. ed. São Paulo: Hagnos, 2009. 11 p. ISBN 978-85-7742-062-9.

MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015.

MOODY. Comentário Bíblico. [S.l.]: [s.n.].

 

 



[1] Alguns têm afirmado que Paulo escreveu as epístolas da prisão durante os dois anos em que esteve preso em Cesareia (At 24.27). Entretanto, durante esse período, suas oportunidades de receber visitas e de proclamar o evangelho foram severamente limitadas (cf. At 23.35). As “epístolas da prisão” expressam a esperança de Paulo por uma sentença favorável (cf. 1.25;2.24; Fm 22). MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015.

[2] Outra alternativa que tem sido apresentada é que Paulo tenha escrito as “epístolas da prisão” em Éfeso. Porém, em Éfeso, assim como em Cesareia, nenhuma decisão conclusiva poderia ser tomada sobre seu caso, por causa do seu direito de apelar para o imperador. E Lucas também estava com Paulo quando este escreveu Colossenses (Cl 4.14); entretanto, aparentemente ele não estava com o apóstolo em Éfeso. A passagem de Atos 19, que registra a estadia de Paulo em Éfeso, não é uma das seções de Atos escrita na terceira pessoa [...], No entanto, o argumento mais poderoso contra Éfeso ter sido o ponto de origem das “epístolas da prisão” é que não há evidências de que Paulo sequer sido preso em Éfeso. MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015.

[3] MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015.

[4] HALLEY, H. H. Manual Bíblico de Halley. 1ª. ed. São Paulo: Vida, 2001.

 

[5] “chama-se epístolas, 21 dos 27 livros do Novo Testamento. São cartas escritas por apóstolos. Treze são paulinas, isto é, escritas pelo apóstolo Paulo: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemon. Havendo ainda a Epístola aos Hebreus que muitos supõem ser também do apóstolo Paulo. As três epístolas pastorais, na ordem em que foram escritas, são: 1 Timóteo, Tito e 2 Timóteo. Não são dirigidas a uma igreja, mas a pastores. Cinco das epístolas, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1 João e Judas, são católicas, isto é, gerais ou universais, porque foram dirigidas à Igreja em geral. A Igreja Primitiva contava sete epístolas católicas, incluindo 2 e 3 João. Essas, contudo, são epístolas pessoais dirigidas a indivíduos.”

[6] “(Substantivo feminino) 1 Carta; bilhete em que uma mensagem é enviada a alguém. 2 Bilhete; mensagem enviada a alguém com o intuito de comunicar alguma coisa. 3 Epístola; correspondência que se envia a alguém. Etimologia (origem da palavra missiva) – do francês: missive/ de lettre missive.”

[7] CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª. ed. São Paulo: Hagnos, v. 2, 2015, p.400.

 

[8] CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª. ed. São Paulo: Hagnos, v. 2, 2015, p.608.

[9] MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015, p.465.

[10] MACARTHUR, J. Comentário Bíblico MacArthur. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2015, p.465.

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