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domingo, 29 de maio de 2022

Devocional -- Salmo 30.5b (cf. Efésios 2.4-5)



 Devocional - 29 de maio de 2022

Salmo 30.5b (cf. Efésios 2.4-5)


“[...] Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã.”


Grande é o Senhor. Ele é tardio em irar-se. Ele nos dá gratuitamente o que não merecíamos e, por sua misericórdia, não nos dá o que de fato era a nossa recompensa. Assim como a enfermidade que castiga à noite, mas pela manhã, com os primeiros raios do sol, nos oferece alívio, assim também é o Senhor em sua disciplina para com os Seus. Ainda que por nossa natureza miserável sejamos levados a pecar contra nosso Senhor, Ele é misericordioso conosco. Os homens fazem planos, projetam louvor para si, mas o Senhor conhece os seus propósitos. O Senhor nos abate em nossa soberba. Ele nos confronta; sejamos zelosos. Louvemos ao Senhor, pois Ele é digno de “toda adoração”.


Presb.: Sem. Sandro Francisco do Nascimento.


sábado, 28 de maio de 2022

Devocional -- Salmo 23.1 (cf. João 10.14-15)


 


Devocional - 28 de maio de 2022

Salmo 23.1 (cf. João 10.14-15)


“O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.”


Quão maravilhoso é viver sob o paternal cuidado do Deus todo poderoso. Louvado seja nosso Deus; bendito seja o seu nome pelos séculos dos séculos. Ele nos deu a vida. Sua providência se manifesta na vida de seus filhos. Ele tem especial cuidado dos seus. Todos os dias desfrutamos das suas misericórdias e nos alegramos em seu amor. Ele nos guarda nas aflições; passa conosco por todas elas. Podemos ter confiança diante do perigo, pois Deus, o nosso Deus, é forte e poderoso para nos salvar. Na eternidade nos amou, na história demonstrou seu incondicional afeto. Nele podemos repousar de nossas preocupações, Ele é suficiente para nós. O tolo, diz: “precisamos de mais riquezas.” Aqueles que confiam no Senhor têm, Nele, tudo de que necessitam. Ele é nossa riqueza. Ele é o pão que nos alimenta e através de suas santas palavras somos fartos. O Senhor nos conhece; nós o conhecemos bem. Podemos Nele sempre confiar, pois Ele nos deu a vida; a sua vida Ele nos deu.


Presb.: Sem. Sandro Francisco do Nascimento.


sexta-feira, 27 de maio de 2022

Devocional -- Salmo 119.11 (cf. João 1.1)




Devocional - 27 de maio de 2022

Salmo 119.11 (cf. João 1.1)


“Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.”

Quão maravilhoso é viver sob as santas orientações de nosso Deus… O Salmo que acabamos de ler nos ensina o quanto precisamos observar as santas palavras de Deus. Embora todas as circunstâncias sejam contrárias, angústias e perseguições nos cerquem, contudo, podemos descansar em sua santa lei. Ela é aprazível para os que são Seus. Nela temos confiança. Através dela nosso Senhor nos ensina como devemos andar e como Ele deve ser adorado. Ela regula nossa relação com nosso Senhor; nos faz reconhecer como devemos viver com nosso próximo. Devemos ser tomados por santo zelo, ao ponto de sermos ofendidos quando nosso Senhor é ofendido pela rejeição de suas santas palavras. O salmista diz: “Guia-me pela vereda dos teus mandamentos, pois nela me comprazo.” Somos bem-aventurados, somos irrepreensíveis no Senhor. Seus caminhos são seguros, confiamos em ti! As palavras do Senhor nos enche de gozo, elas nos são como conselho seguro, em quem se pode confiar integralmente. Louvamos ao Senhor, pois Ele, pela sua santa palavra, há de nos conduzir. 


Presb.: Sem. Sandro Francisco do Nascimento.


terça-feira, 24 de maio de 2022

O Credo dos Apóstolos - Franklin Ferreira



Resenha Crítica: O Credo dos Apóstolos



Por: Sandro Francisco do Nascimento

Livro com Título: O Credo dos Apóstolos: as doutrinas centrais da fé cristã.

Autor: Franklin Ferreira.

Editora Fiel 278 páginas



  1. Introdução.


Um dos grandes prejuízos experimentados por nossa geração e que certamente encontra sua origem nos modernos movimentos evangélicos1, é o desapego ou desconhecimento do conteúdo bíblico e das tradições da igreja cristã. Desconhecimento do conteúdo bíblico por causa da grande quantidade de crentes nominais, que jamais tiveram contato, desde sua conversão, com as doutrinas centrais do cristianismo. Pouco ou nada se fala sobre a teologia da cruz; em alguns casos, não há qualquer interesse em se apresentar o Cristo que foi morto, ressurgiu dos mortos e que há de julgar o mundo inteiro. Quanto à vida piedosa, nada pode ser dito para não ofender os pretensos convertidos que estão ansiosos para usufruir das bênçãos de Deus, sem, contudo, conhecê-lo e ter qualquer compromisso com Ele. De igual modo, as tradições da igreja cristã têm sido abandonadas sob o pretexto de serem antiquadas, arcaicas ou mesmo antibíblicas. Confunde-se o conceito de tradição, segundo o catolicismo, e nega- se por consequência a necessidade de um núcleo doutrinário extraído e sintetizado das Escrituras que possam ser o Norte e padrão para todos aqueles que abraçam o cristianismo. Este é o pano de fundo que propiciou a escrita desta obra de autoria do Pastor Franklin Ferreira. A obra tem como fim apresentar uma exposição do credo apostólico e demonstrar sua relevância para a igreja cristã em uma época de grande, se não total, desapego às tradições ou doutrinas centrais da igreja cristã genuína. Há de se afirmar que as doutrinas expostas por meio do credo, afirmações extraídas da própria Escritura, são essenciais para a fé cristã e que devem ser comuns a todos aqueles que de fato se identificam como cristãos genuínos. Ou seja, se há algum ponto destas doutrinas que não é crido ou recebido como doutrina cristã, tal comunidade ou pessoa, não pode ser considerada irmã. Essas doutrinas são axiomas, não são passíveis de negociação.


O que iremos apresentar aqui é um resumo que tem por objetivo apontar alguns assuntos que possuem mais relevância. Irei, quando necessário, expor minha opinião pessoal sobre um assunto específico que me parece ter sido pouco explorado, ou que, tenho uma interpretação diferente da exposta pelo autor.



  1. Relevância.


Ao se abordar uma discussão sobre doutrinas axiomáticas, deve-se pensar sobre sua relevância para a igreja cristã. A definição de axioma, por si, já demonstra que tal assunto é de vital importância. Um axioma, por definição, é aquilo que não pode e nem deve ser negociado. Ou seja, as doutrinas que são tão evidentemente ensinadas pelas Escrituras, que não se pode negociar sua importância para a confissão e identidade da comunidade da fé. Ferreira inicia a obra demonstrando que há um estranhamento da comunidade cristã atual para com as doutrinas básicas da fé cristã. Esse estranhamento, sem dúvida, torna imperativa a reafirmação dos pontos centrais da fé.



  1. Método expositivo


O método expositivo é certamente uma das formas mais eficazes de se apresentar um conteúdo tão rico quanto o é o Credo Apostólico. Ferreira inicia sua exposição demonstrando a origem do problema a ser discutido. Ou seja, o que deu origem à necessidade de se escrever uma obra para explicar a origem, história e atualidade do Credo para a igreja cristã. Essa apresentação inicial está bastante evidente já nas primeiras páginas do livro. No prefácio, Ferreira esclarece o objetivo e motivação que o levaram a escrever uma exposição do Credo dos Apóstolos.



O objetivo desta obra é meditar sobre o antigo documento cristão conhecido como Credo dos Apóstolos. Por meio da exposição deste documento, gostaria de colocar diante do leitor os temas doutrinais cristãos que são absolutamente inegociáveis e vitais, se queremos preservar uma identidade cristã genuína nos dias atuais. (FERREIRA, 2015, p. 11)



  1. Divisão



  1. Introdução


O autor apresenta o credo como um documento histórico. Fala de sua origem, sua relação e derivação das Escrituras e sua função como documento unificador da comunidade da fé.



Comecemos este estudo sobre o Credo dos Apóstolos citando as palavras de abertura da obra A tradição cristã, de Jaroslav Pelikan: “O que a igreja de Jesus Cristo acredita, ensina e confessa com base na palavra de Deus: essa é a doutrina cristã. [...] O Credo dos Apóstolos é uma apresentação do ensino bíblico, ortodoxo e consensual, “aquilo que foi crido em todo lugar, em todo tempo e por todos”[...]. (FERREIRA, 2015, p. 19, 20)



  1. Preâmbulo


Ferreira faz uma apresentação geral do tema. Particularmente, entendo que esta parte do livro foi não só oportuna, mas essencial para a aproximação do leitor ao tema. O autor consegue transmitir ao leitor conceitos bases para entender a natureza e 

importância do Credo. O leitor pode ter acesso de forma introdutória a conceitos básicos sobre a relação entre a cosmovisão cristã Reformada, seus pressupostos, e a interpretação correta da Bíblia e sua exposição no Credo.



O Credo, resumo da Escritura, funciona como aqueles óculos que nos levam de volta ao texto bíblico e nos ajudam a interpretar o texto bíblico corretamente. Não há interpretação bíblica livre de pressupostos. O Credo dos Apóstolos funciona como um conjunto de pressupostos que guia tanto a leitura bíblica como a interpretação que o fiel faz da criação. (FERREIRA, 2015, p. 64)



  1. Artigos


Após apresentar uma visão panorâmica do conteúdo do livro e preparação para compreensão adequada, Ferreira expõe o Credo respeitando sua divisão natural em três artigos. O primeiro é apresentado como “O Deus Criador”. Ele apresenta uma exposição sobre o Deus Pai, o Todo-poderoso Criador, “A primeira divisão do Credo é focada em Deus Pai. Deus criador, Deus sustentador, o Deus da providência. O Pai todo- poderoso, criador do céu e da terra” (FERREIRA, 2015).


O segundo artigo apresenta o Filho, Jesus, como o “Deus Redentor”. Cristo é apresentado como o unificador e ápice da revelação de Deus. Jesus é o redentor, o Messias prometido que haveria de esmagar a cabeça da serpente.



Por que esse segundo artigo é maior? Porque, em alguma medida, o Pai e o Espírito vêm a nós por meio do Filho. Nesse sentido, ninguém pode ter a pretensão de ter a Deus como Pai e ter a consolação que vem do Espírito Santo se não for por meio de Jesus Cristos. (FERREIRA, 2015, p. 131)



O terceiro artigo apresenta o Espírito Santo como doador da vida, unificador, provedor e preservador do seu povo.



Se estivermos lendo o Credo corretamente, o que aprendemos é que só há vida cristã, e só há igreja verdadeira, quando o Espírito Santo opera. Toda a nossa vida cristã, tudo o que somos como cristãos, todas as bênçãos que recebemos, são dádivas concedidas pela bendita pessoa do Espírito Santo. Então, o que aprendemos do Credo, quando lemos “creio no Espírito... a santa Igreja... a comunhão dos santos”, é que a igreja encontra a sua razão de ser por meio do Espírito Santo. A igreja só é igreja por causa da obra do Espírito Santo. (FERREIRA, 2015, p. 212,213)


  1. Crítica pessoal


Antes de expor minha crítica deixo claro que minha oposição não diz respeito à totalidade do argumento do autor, mas apenas uma afirmação específica. Durante toda a obra, embora demonstre a pessoalidade de cada pessoa da trindade (a economia da trindade), Ferreira procura unificar as pessoas da trindade demonstrando que os três são igualmente eternos, poderosos, dignos de toda honra, glória e louvor. Contudo, ao criticar grupos cristãos específicos, ele afirma algo que parece não ter amparo nas Escrituras, ou pelo menos não desfruta de amparo claro dela. Diz respeito a quem devemos nos dirigir na oração.



[...] igrejas com background fundamentalista, focadas mais em leis e regras, enfatizarão o Pai; ou, de uma forma mais vaga, em Deus, mas sem muito descrever quem é esse Deus. [...] É curioso que em algumas dessas comunidades não se recomenda orar a Jesus Cristo. Se um fiel orar a Jesus Cristo, é repreendido. Nem se fale, então, em orar ao Espírito Santo. (FERREIRA, 2015, p. 102)



Segundo Ferreira, ao menos é o que sua expressão parece apontar, uma pessoa que mantém como regra ou prática de oração dirigir-se ao Pai, por meio ou em nome do Filho, pelo Espírito Santo, seria fundamentalista2, visto que Pai, Filho e Espírito Santo são um. Essa afirmação me parece equivocada. A oração dominical, como ensinada por Jesus em Mateus 6.9-13, parece nos ensinar, de forma clara, que devemos orar ao Pai. Em João 17, na oração sacerdotal, novamente Jesus ora ao Pai. O apóstolo Paulo, em Efésios 1.15-23, parece também demonstrar que as orações eram realizadas ao Pai. No mesmo capítulo, dos versos 3-14, o apóstolo expõe o que chamamos de economia da trindade, demonstrando que há na trindade uma subordinação funcional e consensual. Com isso não quero dizer que uma ou outra das pessoas da trindade não são dignas de receber nossas orações. Mas que a Escritura parece apontar para uma ordem funcional na qual o Pai é aquele a quem nos dirigimos em oração, em nome do Filho, pelo poder e iluminação do Espírito Santo.



  1. Conclusão


Uma conclusão adequada deve expressar como podemos utilizar o Credo e para quê. Em primeiro lugar devemos considerar que o Credo, sendo a síntese daquilo que cremos nas Escrituras, pode ser utilizado como paradigma para recepcionar novos convertidos a quem tendo sido apresentadas as verdades do evangelho, possam confessar, de forma consciente, o Credo. Em segundo lugar, o Credo é um marcador ou delimitador da confissão cristã. Ou seja, a partir das verdades inegociáveis apresentadas por meio do Credo, podemos determinar ou perceber doutrinas sectárias, estranhas à fé e que porventura estejam sorrateiramente sendo introduzidas no seio da igreja. Em terceiro lugar, o Credo tem função unificadora. Através do Credo a igreja pode afirmar-se una. Em quarto e último lugar, o Credo ajuda a igreja a entender a necessidade de buscar a santificação.


1 “Muito da tradição protestante brasileira foi moldada pelo antigo fundamentalismo evangélico, nascido em fins do século XIX, e oriundo do sul dos Estados Unidos. Entre outros, este nos legou uma aversão aos credos da igreja e às confissões de fé. (FERREIRA, 2015, p. 11)

2 Fundamentalismo. Movimento teológico conservador que teve início nos Estados unidos no final do século XIX e continuou a exercer grande influência durante o século XX. Insistia que certas doutrinas básicas ou “fundamentos” devem ser preservados, como a inerrância das Escrituras e o nascimento virginal de Cristo. Nos últimos anos, o termo passou a ser associado a uma mentalidade particular de separação, legalismo e até mesmo obscurantismo. (MILLARD, 2011, p. 85)



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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

SÉRIE SOBRE O TEMA “A VIDA CRISTÃ NO LAR”, CAPÍTULO II.




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INTRODUÇÃO

Graça e paz!

Inicio este vídeo pedindo desculpas e justificando a demora da segunda parte da série. Infelizmente, sofri um pequeno acidente doméstico que me fiz ter que reservar uns dias para repouso. Mas graças a Deus já estou melhor e pronto para continuar não só esse, mas outros projetos que iniciei e que irei iniciar.

NOTA DE FALECIMENTO.

Jay Adams entrou em seu descanso eterno com seu Senhor em 14 de novembro de 2020. Ele tinha 91 anos. Adams era mais conhecido como o fundador do movimento de aconselhamento bíblico moderno, lançado com a publicação de seu livro inovador Competent to Counsel em 1970. Ele foi um campeão pela causa da suficiência bíblica e contra a invasão da psicologia secular nas salas de aconselhamento de pastores e leigos cristãos. (ARMS)

 https://doutrinasdagra.blogspot.com/2020/12/jay-e-adams-1929-2020-nota-de.html

CAPÍTULO II – ESPERANÇA E AJUDA PARA SUA FAMÍLIA

 

“Há esperança e ajuda para sua família.” (ADAMS, 2011)

 

Há em nossos dias uma ênfase no fracasso. Diz-se que:

1.      Os pais fracassaram;

2.      Programas governamentais fracassaram;

3.      A igreja também fracassou... e a lista continua!

O resultado:

1.      Desesperança;

2.      Impotência diante das dificuldades.

Diagnóstico:

A falta de esperança faz parte do problema inicial! Ou seja, não só um problema a ser tratado, a desesperança sobrepõe seu suposto problema anterior.

Nossa corrupção é tão grande que tendemos a nos eximir da culpa , “pecado”, dando um novo diagnóstico para nossos problemas, a chamamos de doença. Mas a Bíblia nos ensina que o problema comum do mundo é o pecado, não uma doença, literalmente falando.

Para suavizar e fugir da responsabilidade a humanidade aprendeu a usar eufemismos. Apesar de não ser de todo incorreto, o uso de eufemismos chegou as últimas consequências. Para diminuir ou se livrar da consciência da culpa aprendemos a tomar como literal o uso do eufemismo.

Jay Adams não nega a realidade das enfermidades, o que ele faz é distinguir aquilo que deve ser tido como doença e aquilo que deve ser encarado como o que verdadeiramente é, “pecado”. Segundo ele, quando categorizamos todo tipo de comportamento ou problema como uma enfermidade da carne ou mental, somos conduzidos ao desespero. Isso se dá pelo fato de que estamos lidando com problemas que aos nossos olhos passam a fazer parte da esfera externa, que não temos controle ou podemos eficazmente em muitos casos fazer algo à respeito.

A partir dessa perspectiva ele passa a criar um interlocutor fictício, estilo Paulo aos Romanos. O diálogo gira em torno e na direção das dificuldades que enfrentamos na atualidade e a relação destas com o que outros crentes, especificamente, os Coríntios do primeiro século e os Hebreus do Êxodo, enfrentaram em sua própria época. A conclusão á que ele chega é que embora as dificuldades assumam roupagens modernas, os problemas continuam sendo os mesmos. Essa conclusão é determinante para que possamos nos posicionar diante das dificuldades, pois no texto -1 Coríntios 10.13 – o apóstolo nos dá motivo de esperança visto que apesar dos problemas sabemos que a providência tem trabalhado na vida do povo de Deus desde os tempos mais remotos.

Por fim, Jay Adams nos convida a próxima etapa que irá compreender o terceiro capítulo, “Comunicação em primeiro lugar”.

CONCLUSÃO

O que podemos aprender neste segundo capítulo?

Aprendemos que ainda que o mundo inteiro veja desesperança para os problemas atuais que se instalam nos lares e na sociedade, Deus em sua providência já ordenou os meios pelos quais iremos atravessar essas dificuldades. Aprendemos também que os problemas atuais são apenas versões modernas dos mesmíssimos problemas enfrentados pelos nossos antepassados e que Deus, por sua providência nos dá o peso conforme as nossas forças. Que a diferença cultural ou temporal não nos distancia da providência divina que opera em toda a história dando graça ao seu povo. Que devemos encarar nossos pecados não como doenças, mas entendendo que são exatamente o que são, pecados. E que por esse motivo somos responsáveis por eles, mas que nossa esperança, não probabilidade, mas confiança, é que Deus tem a solução para resolver nosso maior problema.

Que o Senhor nos abençoe!


terça-feira, 3 de novembro de 2020

INTRODUÇÃO ÀS ANTIGAS DOUTRINAS DA GRAÇA



INTRODUÇÃO

Dá-se o nome de As Antigas Doutrinas da Graça, aquelas doutrinas bíblicas defendidas durante a história bíblica e história da igreja, por diversos crentes que lutaram para manter intactos os ensinos bíblicos com respeito a doutrina da Eleição e Salvação Eterna.

Charles H. Spurgeon, grande pregador do evangelho, pastor Batista que viveu no século 19, falando sobre as Doutrinas da Graça, disse:

“Minha opinião pessoal é que não há pregação de Cristo e este Crucificado, a menos que se pregue aquilo que atualmente se chama calvinismo[...]”. (ANGLADA, 2009)

Já em sua época, Spurgeon experimentava uma aversão as doutrinas da graça, contudo, ele não concebia uma pregação que fosse fiel ao espírito do evangelho que não considerasse as doutrinas bíblicas que Calvino e tantos outros antes dele pregaram e defenderam. Por esse motivo, iremos partir do ponto de origem dessas doutrinas, a Sagrada Escritura. Por meio desse breve estudo iremos caminhar pelas vias da história até chegarmos ao momento em que essas doutrinas foram sistematizadas.

AS DOUTRINAS DA GRAÇA E AS ESCRITURAS

A história bíblica da redenção aponta para a ideia, que, Deus, durante a história, sempre agiu de forma eletiva com o homem. Essa eleição sempre ocorreu não com vista a uma retribuição divina as boas atitudes daqueles que foram alvo de sua eleição, mas contrariando essa perspectiva, Deus escolheu entre os homens aqueles que estavam perdidos.

No texto escrito por Paulo aos romanos, o apóstolo apresenta-nos em seus três primeiros capítulos a situação em que o homem caiu por ocasião da queda de nosso primeiro pai, Adão. Nesses capítulos Paulo encerra toda a humanidade debaixo do pecado e consequentemente alvos da ira de Deus. Por meio de sua argumentação, Paulo pretende demonstrar que não há diferença entre aqueles que são de Israel ou não, todos sem exceção necessitam da misericórdia de Deus e não possuem em si mesmos nada que os faça merecer a bondade Divina.

Rm 2:1  Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. 2  E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. 3  E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?

Rm 3:9  Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado, 10  como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. 11  Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. 12  Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.[1] 

Ambos os textos, acima citados, demonstram aquilo que o Apóstolo entendia, pelo Espírito Santo, sobre qual era a situação da humanidade diante de um Deus Santo. Esse entendimento Paulino com respeito a condição humana permeia praticamente todos os seus escritos, em Efésios, por exemplo, nos capítulos 1 e 2, ele trata claramente tanto da doutrina da eleição, quanto elucida o motivo pelo qual os homens não podem por suas próprias forças se achegarem a Deus.[2][3]

Obviamente muitos outros textos poderiam ser citados, não só paulinos, contudo, por se tratar de uma introdução, não pretendo estender o assunto uma vez que cada ponto ficará devidamente estabelecido durante a abordagem individual de cada tópico dos chamados cinco pontos do calvinismo. Basta saber nesse momento que as escrituras demonstram de forma abundante que a queda corrompeu de tal maneira o ser humano que ele é incapaz de buscar a Deus por suas próprias habilidades, que o homem natural é escravo do pecado e está constantemente sob a ira Divina.

AS DOUTRINAS DA GRAÇA E AGOSTINHO[4].

Santo Agostinho de Hipona, como é popularmente conhecido, era originário do Norte da África. Converteu-se em Milão e logo se tornou Bispo de Hipona. Combateu diversas heresias em seu tempo, entre elas: o maniqueísmo, o donatismo e o pelagianismo. Vamos discutir em particular seu debate com respeito as ideias heréticas de Pelágio.

A controvérsia girou mais especificamente sobre qual o estado do homem após a queda. Pelágio[5] defendia que apesar da queda, o homem não havia sido corrompido totalmente pelo pecado e que este poderia, sem o auxílio Divino, responder positivamente a graça de Deus (livre arbítrio). Agostinho, por outro lado, defendeu que o homem, após a queda, tornou-se totalmente depravado, não podendo por suas próprias habilidades voltar-se para Deus e sua Graça.

RESULTADO

O Pelagianismo foi condenado oficialmente pela Igreja antiga nos concílios de Cartago (418 d.C.), de Éfeso (431 d.C.) e finalmente no Concílio de Orange II (529 d.C.). (MAIA)

O SÍNODO DE DORT

Dort ou Dordrecht é uma cidade da Holanda, que fica nas proximidades de Roterdã. Na época, Dort era uma das principais  cidades, a província mais poderosa da República. (DORT, 2016)

A palavra “sínodo” significa, na estrutura da Igreja Reformada, uma assembleia de pastores e presbíteros, representantes das igrejas locais. Existem sínodos provinciais ou regionais, e sínodos nacionais. (DORT, 2016)

ORIGEM DO NOME “ARMINIANOS”

O nome arminianos deriva do nome de um teólogo holandês que era pastor da igreja reformada em Amsterdã e foi nomeado, em 1603, professor de teologia na Universidade  de Leiden, a mais antiga e mais famosa da Holanda, Jacobus Arminius, ou em português, Armínio. Um ano depois, Armínio apresentou uma tese sobre a doutrina da predestinação, onde afirmava que a eleição não era baseada no Eterno Decreto de Deus, mas na presciência  Divina. Sua tese foi contestada por um teólogo chamado Francisco Gomarus, Gomaro. Neste mesmo ano, Gomaro, apresentou uma tese onde reafirmou o posicionamento já antes estabelecido e aceito sobre a doutrina da predestinação. Em sua tese, ele reafirmou que Deus elege pecadores, com base em seu Eterno propósito, sem prever neles qualquer boa obra que os faça merecer sua graça Salvadora e que os demais são deixados em seu estado natural de queda para que recebam a pena devida exigida pela justiça divina.

OS REMOSNTRANTES

Após a morte de Armínio, seus alunos colheram anotações de sala de aula e formularam seus posicionamentos com base na tese defendida por seu mestre. Eles pediram que fossem considerados seus posicionamentos e que, a doutrina da salvação, com base nos seus escritos, fosse revista e alterada. Por esse motivo o Sínodo foi convocado para tratar da questão, o que ocasionou a resposta por parte daqueles que defendiam a doutrina da salvação com base no Eterno decreto de Deus.

Composição do sínodo:

·         39 pastores;

·         19 presbíteros;

·         19 comissários políticos- havia na época uma relação estreita entre a igreja e estado;

·         Representantes das universidades e seminários regionais;

·         Foram convidados também representantes das igrejas reformadas estrangeiras.

O sínodo teve início no dia 13 de novembro de 1618, sob a presidência do pastor da Frísia, Johannes Bogerman, que tinha como seu secretario particular o pastor inglês, puritano, Guilelmus Amesius. (DORT, 2016)

DECISÕES TOMADAS NO SÍNODO

No livreto publicado pela editora Cultura cristã, “Os Cânones de Dort”, nos é  apresentado uma informação muito interessante sobre a posição dos arminianos no decorrer do Sínodo.

“Nas primeiras sessões,  o Sínodo discutiu a agenda e decidiu chamar treze dos teólogos arminianos mais importantes para defender sua doutrina. Episcopius, professor da Faculdade de Teologia em Leiden e sucessor de Armínio, e doze pastores compareceram em dezembro de 1618. Para eles, o Sínodo não passava de uma conferência e eles lhe negavam competência para agir como tribunal em questões de doutrina. Eles não queriam ser tratados como réus. A tática do grupo arminiano era obstruir as reuniões do Sínodo com debates formais. O Sínodo queria discutir os artigos da Remonstrância, mas o grupo arminiano se recusava a expor claramente sua posição doutrinária. Após quatro semanas de debates inúteis, o presidente do Sínodo dispensou o grupo dos arminianos. Com isso, o Sínodo passou a julgar a doutrina arminiana com base em seus escritos. Os cinco artigos dos arminianos foram discutidos e uma comissão preparou o texto dos cânones ou regras de doutrina em que se condenava a doutrina arminiana e se expunha a doutrina reformada.” (DORT, 2016)

Por algum motivo, parece que os arminianos, ou não estavam seguros de sua posição, ou tentaram utilizar alguma tática para atrapalhar a condução do Sínodo. Contudo, no dia 6 de maio de 1619, sendo aceitos por todos os delegados, os Cânones de Dort foram solenemente promulgados.

Ao longo dos anos, a estudada resposta do Sínodo de Dort às “heresias” arminianas tem sido apresentada na forma de um acróstico formado pela palavra Tulip: (SPENCER, 2000)

T

Total depravity

Depravação total

U

Unconditional election

Eleição incondicional

L

Limited atenement

Expiação limitada

I

Irresistible grace

Graça irresistível

P

Perseverance of the saints

Perseverança dos santos

 

CONCLUSÃO

Nossa intenção foi de apresentar um breve histórico de como foram formadas e estabelecidas as doutrinas da graça. Uma abordagem minuciosa será apresentada na exposição individual de cada um dos cinco pontos. Contudo, é de extrema importância que o aluno detenha esse conhecimento introdutório para que tenha em mente o contexto que define o espírito da época, isso o fará entender o porquê certas decisões tomaram seus rumos atuais.

Bibliografia

ANGLADA, P. R. B. Calvinismo: As Antigas Doutrinas da Graça. 3ª. ed. Belém: Knox Publicações, v. 0, 2009.

DORT, O. C. D. Os Cânones de Dort. 3ª. ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2016.

MAIA, C. R. http://misscristianerodrigues.blogspot.com/. misscristianerodrigues. Disponivel em: <http://misscristianerodrigues.blogspot.com/2011/02/controversia-de-agostinho-e-pelagio.html>.

SPENCER, D. E. TULIP: Os Cinco Pontos do Calvinismo à Luz das Escrituras. 2ª. ed. São Paulo: PARAKLETOS, 2000.

 



[1] Sl 14:2  O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. 3  Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um. Paulo cita o Salmo 14-2.3.

[2] Ef 1:3  Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, 4  como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, 5  e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6  para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado. 7  Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, 8  que Ele tornou abundante para conosco em toda a sabedoria e prudência, 9  descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, 10  de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; 11  nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade, 12  com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que primeiro esperamos em Cristo; 13  em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; 14  o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória. 

[3] Ef 2:1  E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, 2  em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; 3  entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. 4  Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5  estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6  e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; 7  para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. 8  Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. 9  Não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10  Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. 

 

Agostinho nasceu em 13 de novembro de 354 d.C., em Tagasta, na África (hoje Argélia) e faleceu em 28 de agosto de 430 em Hipona. Foi um dos maiores pensadores da Igreja. Era filho de Patrício, homem de recursos, pagão, mas que se converteu nos últimos anos de sua vida e sua mãe Mônica, cristã que sempre dedicou a vida à sua formação, conversão e esperanças (ao filho), embora Agostinho tenha vivido dissolutamente e desregradamente até os 32 anos, quando ocorreu sua conversão. (MAIA)

[5]Pelágio um monge britânico, nasceu por volta do ano 350 e muitos de seus escritos são conhecidos através das citações e alusões feitas em livros que se opõem a ele e o condenam, sua vida é cheia de mistérios assim como tantos outros hereges do cristianismo primitivo. Chegou em Roma, por volta do ano 400 ou 405 e viajou para a África do Norte, onde poderia ter conhecido Agostinho. (MAIA)