sábado, 17 de dezembro de 2016

Onde está Deus?




Por: Valdejane Maria da S. Nascimento
http://coisasdemulhercris.blogspot.com.br/

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, assim os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55:8, 9).

Quando acontece uma tragédia algumas pessoas se perguntam: Onde estava Deus? Normalmente as pessoas têm o costume de pensar que se Deus está vendo tudo, então nada de ruim vai acontecer, ou que, se Deus é bom; logo tragédias não deveriam acontecer. No entanto, elas não percebem que Deus habita em uma esfera diferente da nossa, que tem planos diferentes dos nossos. Deus não trabalha conforme a nossa vontade, nós não determinamos o que ele deve fazer, ele não é guiado por nós; somos pecadores ele é santo; somos limitados ele é ilimitado. Ele faz conforme o seu querer e não conforme nossos desejos.  Em meio à tragédia, ele é o mesmo Deus, ele é soberano do mesmo jeito, ele é fiel.

Nós enxergamos o presente, ele vê o presente e o futuro; nós almejamos desfrutar bênçãos matérias, ele quer que gozemos de sua maravilhosa presença; lembramos constantemente das nossas dores, mas não paramos para refletir no sofrimento que Jesus passou por nós; julgamos injusto alguém morrer em uma tragédia, esquecemos que a maior injustiça aconteceu quando um homem santo, justo, sem pecado morreu para nos justificar, sendo nós miseráveis pecadores, que nem se quer merecíamos sua graça.

Os pensamentos de Deus são diferentes dos nossos, os caminhos dele são diferentes dos nossos, ele tem um plano diferente, o qual nós nunca iremos entender. Ele vê a eternidade, ele sabe o motivo pelo qual tudo acontece, quem somos nós para questionarmos os planos de Deus? Quem somos nós para querermos entender? Por acaso ele nos deve explicações? Ele é o criador de tudo, ele projeta caminhos que nós nunca poderemos entender, faz coisas inimagináveis acontecerem, o que é impossível para nós é possível para ele. “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite” (Salmos 90:4).  

Jamais conseguiríamos medir o tamanho do seu poder, nem a intensidade do seu amor, nossos pecados são tão grandes que nunca conseguiríamos nos aproximar de Deus, mas a sua graça é tão imensurável que nos alcançou. Embora não possamos entender ou ver seus propósitos sabemos que ele está no controle de tudo em nossa vida, em qualquer situação ele está conosco, ele nunca nos deixa só. Assim só nos resta confiarmos nossas vidas a ele. Abandone o desejo de entender e dizer como Deus deve agir e apenas confie.


quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Confissão de fé de Westminster




CAPÍTULO IV
DA CRIAÇÃO


I. Ao princípio aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a manifestação da glória do seu eterno poder, sabedoria e bondade, criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bom, o mundo e tudo o que nele há, visíveis ou invisíveis.

Rom. 9:36; Heb. 1:2; João 1:2-3, Rom. 1:20; Sal. 104:24; Jer. 10: 12; Gen. 1; At. 17:24; Col. 1: 16; Exo. 20: 11.

II. Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea, com almas racionais e imortais, e dotou-as de inteligência, retidão e perfeita santidade, segundo a sua própria imagem, tendo a lei de Deus escrita em seus corações, e o poder de cumpri-la, mas com a possibilidade de transgredi-la, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, que era mutável. Além dessa escrita em seus corações, receberam o preceito de não comerem da árvore da ciência do bem e do mal; enquanto obedeceram a este preceito, foram felizes em sua comunhão com Deus e tiveram domínio sobre as criaturas.


Gen. 1:27 e 2:7; Sal. 8:5; Ecl. 12:7; Mat. 10:28; Rom. 2:14, 15; Col. 3:10; Gen. 3:6.



terça-feira, 8 de novembro de 2016

Confissão de fé de Westminster





CAPÍTULO III
DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS


I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.

Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34.

II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições.

At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.

III. Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.

I Tim.5:21; Mar. 5:38; Jud. 6; Mat. 25:31, 41; Prov. 16:4; Rom. 9:22-23; Ef. 1:5-6.

IV. Esses homens e esses anjos, assim predestinados e preordenados, são particular e imutavelmente designados; o seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem aumentado nem diminuído.

João 10: 14-16, 27-28; 13:18; II Tim. 2:19.

V. Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa.

Ef. 1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9.

VI. Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também, pelo eterno e mui livre propósito da sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente chamados para a fé em Cristo pelo seu Espírito, que opera no tempo devido, são justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora. Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo.

I Pedro 1:2; Ef. 1:4 e 2: 10; II Tess. 2:13; I Tess. 5:9-10; Tito 2:14; Rom. 8:30; Ef.1:5; I Pedro 1:5; João 6:64-65 e 17:9; Rom. 8:28; I João 2:19.

VII. Segundo o inescrutável conselho da sua própria vontade, pela qual ele concede ou recusa misericórdia, como lhe apraz, para a glória do seu soberano poder sobre as suas criaturas, o resto dos homens, para louvor da sua gloriosa justiça, foi Deus servido não contemplar e ordená-los para a desonra e ira por causa dos seus pecados.

Mat. 11:25-26; Rom. 9:17-22; II Tim. 2:20; Jud. 4; I Pedro 2:8.

VIII. A doutrina deste alto mistério de predestinação deve ser tratada com especial prudência e cuidado, a fim de que os homens, atendendo à vontade revelada em sua palavra e prestando obediência a ela, possam, pela evidência da sua vocação eficaz, certificar-se da sua eterna eleição. Assim, a todos os que sinceramente obedecem ao Evangelho esta doutrina fornece motivo de louvor, reverência e admiração de Deus, bem como de humildade diligência e abundante consolação.


Rom. 9:20 e 11:23; Deut. 29:29; II Pedro 1:10; Ef. 1:6; Luc. 10:20; Rom. 5:33, e 11:5-6, 10.




segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Confissão de fé de Westminster











CAPÍTULO II
DE DEUS E DA SANTÍSSIMA TRINDADE

I. Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeições. Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões; é imutável, imenso, eterno, incompreensível, - onipotente, onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto, fazendo tudo para a sua própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e imutável. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo e terrível em seus juízos, pois odeia todo o pecado; de modo algum terá por inocente o culpado.

Deut. 6:4; I Cor. 8:4, 6; I Tess. 1:9; Jer. 10:10; Jó 11:79; Jó 26:14; João 6:24; I Tim. 1:17; Deut. 4:15-16; Luc. 24:39; At. 14:11, 15; Tiago 1:17; I Reis 8:27; Sal. 92:2; Sal. 145:3; Gen. 17:1; Rom. 16:27; Isa. 6:3; Sal. 115:3; Exo3:14; Ef. 1:11; Prov. 16:4; Rom. 11:36; Apoc. 4:11; I João 4:8; Exo. 36:6-7; Heb. 11:6; Nee. 9:32-33; Sal. 5:5-6; Naum 1:2-3.

II. Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança. Ele é todo suficiente em si e para si, pois não precisa das criaturas que trouxe à existência, não deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória nelas, por elas, para elas e sobre elas. Ele é a única origem de todo o ser; dele, por ele e para ele são todas as coisas e sobre elas tem ele soberano domínio para fazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser. Todas as coisas estão patentes e manifestas diante dele; o seu saber é infinito, infalível e independente da criatura, de sorte que para ele nada é contingente ou incerto. Ele é santíssimo em todos os seus conselhos, em todas as suas obras e em todos os seus preceitos. Da parte dos anjos e dos homens e de qualquer outra criatura lhe são devidos todo o culto, todo o serviço e obediência, que ele há por bem requerer deles.

João 5:26; At. 7:2; Sal. 119:68; I Tim. 6: 15; At - . 17:24-25; Rom. 11:36; Apoc. 4:11; Heb. 4:13; Rom. 11:33-34; At. 15:18; Prov. 15:3; Sal. 145-17; Apoc. 5: 12-14.

III. Na unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade - Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo, O Pai não é de ninguém - não é nem gerado, nem procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente procedente do Pai e do Filho.

Mat. 3:16-17; 28-19; II Cor. 13:14; João 1:14, 18 e 15:26; Gal. 4:6.

Soli Deo Gloria





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“Porque dele e por meio dele e para ele são todas as cousas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém” Romanos 11:36

Somente para Deus a glória, e unicamente para Ele. A Igreja existe para a demonstração deste valor: o valor que Ele tem. Não a respeito de nós, ou o que nós buscamos ter, mas sim exclusivamente a Ele, de modo que os hinos e cânticos girem em torno da pessoa e dos atributos de Deus. A mensagem não deve ser antropocêntrica (o homem como o centro) e sim Cristocentrica (Cristo como o centro).

Somente para Deus a glória, e unicamente para Ele. Este o fim principal da nossa existência: a glória de Deus. Glorificar a Deus é tão somente reconhecer a atribuir a Ele todas as perfeições dEle. Somente na pessoa dEle termos o nosso gozo.

Somente para Deus a glória, e unicamente para Ele, sendo Ele a fonte (Porque
dele) o mantenedor (por meio dele), e o alvo (para ele são todas as coisas) de tudo isso. Sendo assim, a vida dentro e fora da igreja vem dEle. Se obtermos dEle o que necessitamos, sermos mantidos por Ele e com o fim de para Ele fazermos todas coisas.

 Como inicia o Catecismo Maior de Westminster diz: Qual é o fim supremo e principal do homem? Resposta. O fim supremo e principal do homem e glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. (Rom. 11:36; 1 Cor. 10:31; Sal. 73:24-26; João 17:22-24).

Auto-exame:

1) As músicas que você canta a Deus giram em torno dEle ou de outras coisas? E as pregações, orações, conversas, etc?

2) Você cobra de si atitudes de um modo tal que é como se você fosse o meio para que algo acontecesse e que tudo estivesse em suas mãos?


3) Você tem buscado sua alegria em Deus, em Seu louvor, em todas as áreas da sua vida?

domingo, 6 de novembro de 2016

Sola Fide



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"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie." Efésios 2:8-9

Somente pela fé, e unicamente por ela, o pecador é salvo com base nos méritos de eternos de Cristo. Sendo assim, a presente sola reafirma os três solas anteriores: a Escritura é o meio pelo qual Cristo é revelado, sendo este o alvo da fé, sendo que a fé é um presente concedido graciosamente por Deus "e isto (a fé) não vem de vós".

Somente pela fé na pessoa de Cristo é meio pelo qual Deus declara o pecador injusto em justo. A necessidade de tal ato se dá por causa da nossa total inabilidade e capacidade para satisfazer a justiça de Deus. Porque somos pecadores, todas as nassas obras estão corrompidas pelo pecado e, portanto, são inúteis a Deus, ou como a própria Escritura trata (Isaías 64:6), como algo podre:

Diante da nossa impotência e incompetência, não podemos confiar em nossa carne, em nosso esforço e sim unicamente na obra de Cristo na cruz. A fé é a atitude de total confiança no que as Escrituras declaram a respeito de Cristo e sua Obra.

Auto exame:

  1. Você tem se achegado a Deus exclusivamente pela fé em Cristo, o novo e vivo caminho, reconhecendo que não há absolutamente nada de bom em você ou você tenta fazer alguma obra para que Deus o aceite? Essas obras podem ser: frequência no culto, dizimar ou ofertar, ler a bíblia ou orar, ficar um tempo sem pecar. Pense nisto: Fé salvadora é o arremesso desesperado de uma alma desesperada nos braços de um Todo-Poderoso Salvador.
  2.  A justificação pela fé não é somente o perdão dos pecados, mas Deus também imputa sobre aquele que crê a própria justiça perfeita de Cristo. Sendo assim, você tem se visto como Deus vê, ou seja, alguém declarado como perfeitamente justo?
  3. Você tem descansado na obra de Cristo como suficiente ou sempre se preocupado que Deus não irá aceitá-lo? 
  4.  Algumas pessoas tem uma noção errada sobre a importância da fé, achando depois que somos justificados pela fé somente, nós passamos a tentar ser aceitos diante de Deus, em nossa santificação, pelo cumprimento da lei moral de Deus (boas obras). Contudo a vida cristã é iniciada, mantida e finalizada pela fé. Você não vai obter nenhum progresso em santificação se você não estiver descansando em Cristo como sua justiça. Justificação é a base para santificação. Portanto, medite nisto: toda boa obra que você realiza buscando ser aceito diante de Deus é, em si, um pecado, pois está minimizando a glória de Cristo e sua dependência dele. Não faça boas obras para ser aceito diante de Deus, faça pois você o ama e quer que “os homens vejam a sua luz e glorifiquema Deus”.
  5.  Se há somente um Deus e todos somos igualmente pecadores e justificados unicamente pela fé, não há nenhum povo ou tipo de pessoa que o Evangelho não possa alcançar. Pense no impacto que isso tem sobre missões globais.




sábado, 5 de novembro de 2016

Sola Gratia





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“Então lhe disse Davi: Não temas, porque usarei de bondade para contigo, por
amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu comerás pão sempre à minha mesa. Então se inclinou, e disse: Quem é teu servo, para teres olhado para um cão morto tal como eu?” 2 Samuel 9:7-8

Somente pela graça, e unicamente por ela, é que somos abençoados por Deus.
A graça é o favor imerecido de Deus às suas criaturas. Tal como Davi favorecendo Mefibosete por amor a Jonatas, assim também nós somos alvos do favor de Deus por causa do amor de Deus Pai à Deus Filho.

Assim como Mefibosete se viu indigno do favor do Rei “Quem é o teu servo, para teres olhado para um cão morto tal como eu?”, assim também nós devemos nos prostrar em face à maravilhosa graça do Senhor em nos estender o seu favor na pessoa de Cristo. Não temos o direito de estar diante de Deus, mas, unicamente pela Graça, temos o privilégio de estarmos na presença dEle. Somos como um cão morto diante de Deus, somente pela Sua infinita Graça é que somos aceitos diante dEle em Cristo.

A graça exalta a Deus e humilha o pecador. Aqueles que a si mesmo tem se considerado um cão morto têm entendido o real significado da graça de Deus. Hoje onde ouvimos “eu determino”, “eu declaro”, “eu isso”, “eu aquilo”, tais pessoas nada sabem de Deus e muito menos da Sua graça, pois se acham dignos e merecedores das coisas que estão reivindicando diante de Deus.

Auto-exame:

1) Você entra na presença de Deus humilde e confiadamente como um cão dependendo exclusivamente da graça dele ou entra ousada e tolamente como uma pessoa não-convidada na corte real?

2) você reconhece que: (1) o ar que você respirou agora e todo funcionamento
biológico correto ou não do seu corpo, (2) todas suas posses ou ausência de posses, (3) todos seus relacionamentos bons ou ruins, (4) e, principalmente, toda sua salvação, incluindo, sua fé, suas boas obras, seu novo coração, sua perseverança na fé, sua santificação e, no final, sua glorificação vem exclusivamente pela graça? E se é pela graça, você não tem o direito de se gloriar por nada? Você entende que se você crê em Cristo hoje e é salvo isso é por conta da graça de Deus e não nada de bom que haja em você (porque não há nada de bom em sua carne)?

3) Você compreende que quando você reclama ou murmura você está insinuando que a graça de Deus não te é suficiente?


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Solus Christus


                                          
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“Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo: a ele ouvi.
Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo. Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos, e não temais! Então eles, levantando os olhos a ninguém viram senão só a Jesus.” Mateus 17:5-8

Numa época onde muitos ídolos estão aparecendo no meio evangélico, numa época onde a atitude de muitos seria de montar uma tenda para Jesus e outras para os pastores e cantores famosos, temos aqui um direcionamento dado por Deus sobre quem devemos buscar ouvir e ver: Somente a Cristo.

Somente em Cristo, e apenas nEle a satisfação de Deus está depositada. O Senhor disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Não há nada e nem ninguém  fora de Cristo e nem além dEle que possa satisfazer a Deus. O Senhor se compraz em Seu filho, apenas. Unicamente por imputar a justiça de Cristo sobre seu povo que Deus se alegra em nós.

Diante disso, somos ordenados por Deus (pois o verbo ouvir está no imperativo) a ouvir somente a Cristo “a ele ouvi”. Mas o que é ouvir a Cristo? Ouvir a Cristo é ouvir a Palavra de Cristo: a Escritura. Ouvir a Cristo é abrir as Escrituras para estudá-las: “E, começando por Moisés discorrendo por todos os profetas expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.” (Lc 24:27).

Como certo servo disse: “Em muitos lugares raramente é possível ir a uma reunião cuja única atração seja Cristo. Só se pode concluir que os filhos de Deus estão entediados dele, pois é preciso mimá-los com pirulitos e balinhas na forma de filmes religiosos, jogos e refrescos” Cristo hoje é tratado como um mero coadjuvante e não como o Protagonista.

A evidência de que estamos cumprindo a vontade de Deus em dar a Cristo toda a primazia e tê-lO como preeminente em nossas vidas é que não fitaremos a ninguém mais a não ser Cristo “Então eles, levantando os olhos a ninguém viram senão só a Jesus.”

Apenas em Cristo temos a Salvação. “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (At 4:12). Não há nenhuma outra ligação entre Deus e homens.
Unicamente os que depositaram sua confiança em Cristo estarão com Ele no fim dos tempos. Ele é a única ponte do pecador ao perdão de Deus. Assim como só havia um caminho através do Mar Vermelho para o outro lado, só há um caminho para chegar-se ao Senhor.

Somente em Cristo somos aceitos pelo Pai, somente por causa de Cristo somos atendidos pelo Pai, somente em Cristo somos amados pelo Pai, somente em Cristo so- mos salvos da ira, somente por meio de Cristo temos paz com Deus e a paz de Deus. Sem Cristo, nada podemos fazer.

Auto-exame:

1) Você acredita que quem não conhece a Cristo pode, de alguma maneira, ser
salvo, ou você realmente crê que “aquele que não crê no Filho não verá a vida” (Jo 3:36)?

2) Quando você prega, conversa, se relaciona, etc, você tem Cristo como o centro, tentando sempre expor Sua encarnação, vida, morte, sacrificio, exaltação e Soberania?


Sola Scriptura


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“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão,
para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus
seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” II Timóteo 3:16,17

Somente por meio das Escrituras - a revelação tanto da Pessoa quanto da
vontade de Deus - o homem pode conhecê-Lo, ser salvo e habilitado para a boa
obra do Senhor. Entretanto, cresce em nossos dias uma visão da irrelevância das
Escrituras onde ela não é mais a autoridade final em questões espirituais entre o
Homem e Deus, mas apenas uma dentre muitas fontes de autoridade a respeito
de Deus e a prática cristã.

Somente nas Escritura, e unicamente nela, aqueles que almejam serem
usados pelo Senhor devem se apoiar. As Escrituras como Palavra de Deus (“Toda
a Escritura é inspirada por Deus”) constituem-se como o único meio proveitoso
(“e útil”) pelo qual analisamos se devemos crer em algo como sã doutrina (“para
o ensino”) ou rejeitá-lo (“para a repreensão”).

Somente pela Escritura, e unicamente por ela, temos o padrão de prática,
pois ela é útil “para a correção”, ou seja, ela revela qual é o comportamento e
proceder errado - o que nós não devemos fazer - mas também aponta “para a
instrução na justiça”, para a prática correta que devemos cultivar e crescer.

Somente a Escritura, e unicamente ela, é o meio pelo qual Deus apontou
como instrumento de capacitação e habilitação para todo o servo e serva de
Deus, “afim de que todo homem”, tenha a provisão necessária (“seja perfeito”), e
o treinamento necessário (“perfeitamente habilitado”), para o santo trabalho do
Senhor (“para toda boa obra”).

Auto-exame:

1) Para entender os atributos de Deus você recorre a Bíblia ou ao senso comum
de sua geração? Exemplo: Quando a Bíblia diz que Deus é amor, você simplesmente
assume que isso significa que Deus ama a todos igualmente ou confere para ver se e
como isso é atestado no resto da Escritura?

2) Você consegue dar base bíblica para os elementos praticados no culto que
você participa?

3) Um dos problemas dos fariseus é que eles colocavam cargas extras sobre as
pessoas que as próprias Escrituras não colocavam. Quando você diz para alguém que
algo é errado (quer seja homicídio ou ingestão de bebida alcoólica), você está claramente
se baseando nas Escrituras e mostrando isso para a pessoa?

4) Em sua busca por santificação, a Bíblia tem tomado um lugar de destaque?
Você tem resistido à tentação com suas próprias forças ou usando a Palavra de Deus,
assim como Jesus?

Sola Scriptura

O Crescimento da Igreja e o Pragmatismo



Rev. Ageu Magalhães

Cristologia- A Justiça do Rei.



Rev. Heber Campos.

Lutero e o Começo da Reforma


Escrito por: R. C. Sproul 
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; pois o querer o bem está em mim, mas não o realizá-lo. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero.” — Romanos 7.18-19
Protestantes ao redor do mundo celebram hoje sua distinção da Igreja Católica Romana com orgulho e regularidade. Todavia, quantos conhecem verdadeiramente a história por detrás da separação? O antigo adágio “você não pode saber para onde está indo se não souber de onde veio” pode não soar verdadeiro em toda situação, mas o estado doloroso da ortodoxia bíblica nas igrejas protestantes hoje demonstra o valor desse antigo provérbio. Os eventos que culminaram na Reforma do século dezesseis ocorreram em resposta ao tratamento e entendimento distorcido da Palavra de Deus na Igreja Católica Romana daquela época. Martinho Lutero foi o homem que desafiou o status quo errante e ascendeu a chama que queima até hoje.
I. As Raízes da Reforma
a. A frase em latim post tenebras, lux (“após trevas, luz”) resume o mote da Reforma do século 16. Essas “trevas” referem-se ao entendimento do cristianismo bíblico pela igreja, que se desenvolveu gradualmente durante a idade das trevas ao longo da era Medieval até o tempo da Reforma.
b. A teologia do sacerdotalismo dominava a igreja. O sacerdotalismo propõe que a salvação ocorre principalmente por meio das ministrações da igreja, através do sacerdórcio, e particularmente através da administração dos sacramentos.
c. Os Reformadores responderam a esse sistema da maneira mais enfática no século 16. Todavia, eles não viram sua reação como revolucionária, mas como uma obra de reforma, chamando a igreja de volta às formas e teologia original da igreja apostólica.
II. As Raízes de Martinho Lutero 
a. Lutero nasceu em 1483, na cidade de Eisleben (Alemanha), sendo seus pais antigos camponeses: Hans e Magarethe. A natureza industriosa de Hans levou a família da pobreza à riqueza, e ele desejou que seu filho, Martinho, se tornar-se um advogado proeminente e rico.
b. Desde sua juventude, Lutero demonstrou uma aptidão por aprendizado, e recebeu o grau de Mestre em Artes na Universidade de Erfurt e entrou no programa de Direito na mesma universidade. Sua educação clássica (na qual aprendeu Latim) bem como seus estudos legais o assistiriam poderosamente pelo restante de sua vida.
c. Em julho de 1505, um raio quase atingiu Lutero quando ele voltava da universidade para casa. Ele gritou: “Salve-me, Santa Ana; e eu me tornaria um monge”. Interpretando essa crise como um sinal de Deus e desejando honrar o seu voto, Lutero encontrou no monastério agostiniano local, que era muito rigoroso, para extremo desgosto do seu pai.
d. Lutero comprometeu-se completamente aos seus deveres monásticos, procurando ganhar acesso ao céu sendo um monge correto e rígido. Todavia, a despeito do exercício perpétuo de disciplinas espirituais, Lutero não podia apaziguar a culpa que experimentava constantemente. Sua mente legal aplicava os mandamentos de Deus meticulosamente a si mesmo, e ele alegava pelo perdão real e duradouro para o seu pecado sempre presente. O monastério não poderia oferecer nada para aliviar a sua consciência.

Outras passagens bíblicas relevantes:
Levítico 19.1–4; Salmos 14.1–3; Romanos 3.9–20; Efésios 2.8–10



Tradução e adaptação: Felipe Sabino de Araújo Neto – 31 de outubro de 2012

domingo, 30 de outubro de 2016

Jeová Tsidkenu “O Senhor é a Nossa Justiça”



Robert Murray  M’Cheyne 

 A palavra de ordem dos Reformadores —

 Era alheio outrora à graça e a Deus, Não sabia do perigo nem dos fardos meus; Amigos falavam, embevecidos, de Cristo no madeiro, Mas, para mim, Jeová Tsidkenu ainda não era verdadeiro. 

Lia com prazer para me entreter ou me livrar da ansiedade, A exuberância de Isaías, ou de João, a simplicidade; Mas, nem mesmo ao imaginar de Cristo o sangue carmesim, Jeová Tsidkenu significava algo para mim.

 Como as lágrimas que as filhas de Sião vertiam, Eu chorava quando as águas Sua alma encobriam; Não pensava, contudo, em meus pecados cravados no madeiro; Para mim, Jeová Tsidkenu ainda não era verdadeiro.

 Quando a graça generosa despertou-me com a luz do alto, Fui tomado de temor e de mortal sobressalto; Nenhum refúgio ou segurança em mim mesmo posso encontrar, Somente Jeová Tsidkenu pode me salvar. 

Diante desse Nome nenhum terror pode restar; Banida a culpa, com ousadia hei de me aproximar Para beber da fonte viva que jamais terá fim; Jeová Tsidkenu é tudo para mim.

 Meu tesouro e glória eterna, Jeová Tsidkenu! Jamais me perderei, Jeová Tsidkenu! Seja nas águas, seja em terra firme, em Ti serei vencedor, Minha corda e âncora, minha armadura e escudo protetor! 

Mesmo no vale da sombra da morte, Lembrar-me-ei desse nome e serei forte; Pois, quando o Senhor desta vida febril me libertar, Jeová Tsidkenu serão as últimas palavras que meus lábios hão de pronunciar.

Entrevista sobre Cessacionismo e Continuismo


Por AUGUSTUS NICODEMUS
Augustus Nicodemus Lopes
Fiquei imaginando o que eu diria se fosse entrevistado sobre a cessação e a continuação dos dons espirituais mencionados na Bíblia, e daí nasceu esta sessão fictícia de perguntas e respostas. As perguntas estão em negrito e itálico.

Pastor Augustus, os dons espirituais cessaram?
Primeiro é necessário definir a que dons nos referimos. Acredito que o Espírito continua até hoje a conceder à Igreja a maioria dos dons mencionados na Bíblia. Mas, tenho a impressão que outros dons foram concedidos somente por um tempo a determinadas pessoas, para atender aos propósitos de Deus para aquela época. Estes não estariam mais disponíveis hoje. Por isto, é necessário, antes de qualquer coisa, esclarecer a que dons estamos nos referindo quando dizemos que os dons cessaram ou que continuam.

Outra coisa a ser levada em consideração é que, de acordo com a história bíblica, Deus não agiu sempre da mesma maneira em todas as épocas. Há muitas ações miraculosas e sobrenaturais que ocorreram somente uma vez ou durante um tempo específico e não foram repetidas. Portanto, por princípio, devemos admitir que Deus é soberano para agir de diferentes maneiras através da história, e que dentro desta ação, ele concede diferentes dons a diferentes pessoas em diferentes épocas. Assim, não podemos nem restringir a ocorrência de determinados dons somente a um período da história e nem requerer que todos os dons terão necessariamente de ocorrer em todos estes períodos.

Então, você não se definiria como um cessacionista?
Se por cessacionista você quer dizer uma pessoa que não acredita que o Espírito Santo conceda dons espirituais à sua Igreja nos dias de hoje, é claro que não sou cessacionista. Se, por outro lado, um continuísta seria alguém que acredita que todos os dons espirituais mencionados na Bíblia estão disponíveis hoje à Igreja, bastando ter fé para recebê-los, é claro que também não sou um continuísta. Creio num caminho intermediário para o qual ainda não achei um nome. Não posso ser chamado de cessacionista e nem de continuísta, pois creio que alguns dons continuam como eram no Novo Testamento, outros cessaram e outros continuam apenas em parte.

Bem, a discussão moderna gira mais em torno dos dons chamados sobrenaturais, como curas, línguas, profecias... se Deus é o mesmo hoje, ontem e eternamente, estes dons não estariam disponíveis hoje, como estavam na época dos apóstolos?
Poderíamos perfeitamente aplicar a estes dons e outros o princípio acima, de que Deus age de maneiras diferentes em épocas diferentes. Não podemos confundir a imutabilidade de Deus - que significa que ele não muda em seu ser e seus atributos - com a "mesmice" de Deus, que significa que ele sempre age da mesma forma. Teoricamente, ele poderia ter concedido os dons relacionados com curas, línguas e profecias a algumas pessoas durante o período apostólico e uma vez cessado aquele período, suspendido a atuação dos mesmos. Não vejo em que admitir isto afeta a imutabilidade de Deus ou diminui o seu poder e sua glória. Querer que Deus sempre atue da mesma maneira, isto sim, engessa Deus num padrão rígido e não admite que Ele tenha maneiras diferentes de agir em épocas diferentes para atingir seus propósitos.

Mas o que havia de tão especial no período apostólico para Deus conceder estes dons sobrenaturais?
Foi o período de transição entre a antiga e a nova alianças. Teve a ver com a vinda de Jesus Cristo ao mundo e o cumprimento de todas as promessas que Deus havia feito a seu povo pelos profetas de Israel. Foi a inauguração dos últimos dias, do fim dos séculos, da última hora e do fim dos tempos. Foi a época em que o Espirito prometido foi derramado. Deus levantou os Doze e Paulo para através deles explicar e registrar estes fatos no Novo Testamento. Era necessário, portanto, que o período mais importante da história da redenção fosse marcado por sinais, prodígios e maravilhas feitos por pessoas extraordinárias como os apóstolos e seus associados. Era preciso deixar claro que era Deus quem estava por detrás daqueles acontecimentos e da mudança da aliança. Uma parte dos dons mencionados no Novo Testamento está relacionada diretamente com este período e com os apóstolos, como o dom de curar e fazer milagres e a profecia como veículo de novas revelações. O dom de línguas, aparentemente, estava também associado àquela época, como sinal externo da chegada do Espírito Santo aos diferentes grupos que compunham a Igreja em seu início (judeus, samaritanos, gentios e discípulos de João Batista). Mas, parece que ele servia a outros propósitos além deste mencionado. 

A questão é que estes dons aparecem em algumas das listas de dons espirituais do Novo Testamento como ferramentas do Espírito dadas a todos os crentes para edificar a igreja de Cristo. E agora?
Não vejo dificuldades. Estas listas aparecem em Efésios 4, Romanos 12, 1Coríntios 12 (2 listas) e 1Pedro 4. O que precisamos é definir com mais precisão o que significam cada um destes dons. O que significa, por exemplo, o dom de profetizar, que aparece nestas listas? Os crentes que tinham o dom de profetizar nas igrejas cristãs eram profetas iguais a Isaías e Jeremias, que foram capazes de predizer o futuro de Israel e das nações com incrível precisão? Ou será que os profetas cristãos se limitavam a edificar, exortar, consolar e instruir as igrejas, como Paulo diz em 1Coríntios 11:3 e 31? E o que significa o dom de curar e de realizar milagres? Por que só encontramos este dom associado ao ministério dos apóstolos? E por falar nisto, o que significa "apóstolo" na lista de Efésios 4? O termo pode significar tão somente enviados, missionários, sem qualquer relação com os Doze e Paulo. Infelizmente as pessoas não levam em conta que existem determinados aspectos da função do profeta, do ofício do apóstolo e mesmo do dom de línguas, os quais parecem estar relacionados somente àquela época. Se levarmos em conta estas coisas, podemos até dizer que todos os dons continuam hoje, mas que alguns aspectos ou atributos deles cessaram após o período dos apóstolos.

E qual seria então o critério para dizermos quais os dons que permanecem para os dias de hoje e quais os que cessaram?
Acredito que a regra de ouro é esta: todos os dons que foram veículos de novas revelações ou que estavam ligados diretamente aos instrumentos das revelações, que foram os apóstolos, cessaram com a morte deles. Ilustrando, o dom de profecia continua hoje, conforme entendo, mas somente enquanto exortação, consolo, confrontação pela Palavra. Já o aspecto revelatório da profecia que vemos, por exemplo, em João ao escrever Apocalipse, ou em Paulo e Pedro ao prever como será o futuro, a vinda de Cristo, a ressurreição dos mortos, etc., isso certamente não faz parte da profecia hoje. Já cessou.

Da mesma forma o dom do apostolado. Se entendermos apóstolo como missionário, enviado das igrejas para pregar o Evangelho aos povos (é este o sentido básico do termo em grego), não vejo problemas em dizer que ainda hoje temos apóstolos entre nós, que são os missionários que vão desbravar campos ainda não atingidos pelo Evangelho. Mas, certamente não existem mais apóstolos no sentido dos Doze e Paulo, que viram o Senhor Jesus ressurreto, foram chamados diretamente por Ele pessoalmente ou numa aparição após a ressurreição, e que receberam não somente poderes extraordinários de curar e realizar milagres, como foram também veículos da revelação divina, tendo profetizado acerca do futuro de Deus para seu povo e o mundo. E mais, seus escritos às igrejas foram inspirados pelo Espírito Santo, de forma que são infalíveis e inerrantes, sendo a própria Palavra de Deus. Obviamente, nenhum dos que se intitulam de apóstolo hoje tem estas credenciais. Portanto, não podem ser considerados apóstolos como Pedro, Tiago, João e Paulo. Este é um dos dons que permanece hoje somente em parte.

Por este critério o dom de línguas teria cessado também?
Não necessariamente, pois, até onde eu entendo, ele não era revelacional, isto é, não era veículo de novas revelações, como a profecia. Acredito que o relato de Atos e de 1Coríntios 14 nos dão informações suficientes de que o conteúdo das línguas era o louvor a Deus (Atos 2:11; 10:46). O dom consistia na capacidade de louvar e exaltar as grandezas de Deus num idioma que a pessoa desconhecia, e que tinha de se traduzido para a edificação da igreja. Portanto, teoricamente, este dom não precisaria ter cessado pois não era revelacional. Todavia, temos indícios significativos da história da igreja de que ele cessou após o período apostólico. Na eventualidade de uma ocorrência genuína deste dom hoje, esperaríamos que fosse de acordo com as regras bíblicas de 1Coríntios 14: dois ou três falando, em sequência, e com interpretação. Como normalmente não é este o caso nas igrejas que dizem ter este dom, continuo tendo dúvidas de que o que está acontecendo nelas é a manifestação do genuíno dom de línguas. Mas, em tese, estou aberto para a ocorrência do dom genuíno.

Mas, então, isto quer dizer que os crentes que falam em línguas são mentirosos ou estão sendo influenciados pelo diabo?
Claro que não. Seria uma temeridade afirmar este tipo de coisa. Prefiro pensar que em boa parte das ocorrências são irmãos em Cristo sinceros que pensam estar de fato falando em línguas por terem sido ensinados desta forma dentro de determinados ambientes. Eles foram ensinados que falar em línguas é balbuciar palavras sem sentido num êxtase emocional. Há alguns que inclusive foram ensinados por seus pastores a como fazer isto, tipo "relaxe a língua, forme uma palavra desconhecida em sua mente e repita até que saia espontaneamente da sua boca..."

Não consigo perceber qual é o mal em se falar em línguas hoje nas igrejas. Qual o problema?
Se as línguas faladas não forem de Deus, a imitação delas deve trazer algum prejuízo ou perigo de natureza espiritual. Não posso afirmar ao certo, mas imagino que pode produzir arrogância, falsa espiritualidade, e abrir a porta para a atuação de demônios ou da natureza pecaminosa do homem. Na verdade, estes perigos estão presentes em qualquer manifestação que seja meramente humana, e não somente línguas.

Alguns diriam que você nunca falou em línguas porque nunca foi realmente batizado com o Espírito Santo...
Hehe, eu sei, já me disseram isto na cara, num congresso de irmãos pentecostais onde estive como visitante. Bom, a minha resposta é que acordo com Paulo todos os crentes verdadeiros já foram batizados com o Espírito Santo (1Cor 12:13) mas nem todos falam em línguas (1Cor 12:30). Se não for assim, terei de dizer que os reformadores e os grandes missionários da história da igreja nunca foram batizados com o Espírito Santo, pois nunca falaram em línguas. Todavia, se formos fazer uma comparação, eles fizeram mais pelo Reino de Deus do que estes que hoje insistem em dizer que as línguas são o sinal inequívoco do batismo com o Espírito Santo...

Mudando de assunto... Deus cura hoje?
Sem dúvida alguma. Eu mesmo já fui curado por Deus. Todavia é preciso fazer a diferença entre o dom de curar e as curas que Deus faz em resposta à oração. Aqueles que tinham o dom de curar - e parece que estava restrito aos apóstolos e seus associados - nunca falhavam. Cada vez que determinavam a cura, ela acontecia. Não há caso registrado de alguém com dom de curar, como Paulo e Pedro, terem comandado a cura que ela não tenha acontecido. E estamos falando da cura de cegos, coxos, aleijados, surdos e mudos, muitos dos quais nem tinham fé. E mesmo da ressurreição de mortos. Obviamente não apareceu depois dos apóstolos ninguém na história da Igreja, até os dias de hoje, com este mesmo poder. E estou falando de homens como Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley, Whitefield, Hudson Taylor, Spurgeon, Moody e outros homens de Deus, que não podem ser acusados de não terem fé ou de serem carnais.

Isso não quer dizer que Deus deixou de curar depois dos apóstolos. Ele cura sim, ao responder as orações por cura quando quiser. E nem sempre ele responde positivamente. Se fosse feita uma pesquisa, aposto que ela revelaria que existe proporcionalmente o m

O Sofrimento dos Reformadores



Por Anônimo
Bunyan : 12 anos em uma prisão.

Spurgeon : Gota, depressão, cuidou de uma esposa acamada durante 26 anos, reumatismo e doença de Bright (inflamação nos rins)

M'Cheyne : tuberculose, conviveu com depressão durante anos.

David Brainerd: Tuberculose, depressão mórbida, sofreu com a tristeza e melancolia durante toda a sua curta vida.

Willian Cowper: Depressão, melancolia, desespero...

Vendo esses relatos fico impressionado como Deus usa a fraqueza e os sofrimentos dos seus servos para Sua Glória. Fico impressionado como Deus consolou e sustentou a vida desses homens. 

O que dizer sobre Deus? Ele é injusto em afligir seus filhos para sua glória e com um propósito maior? De maneira nenhuma. Ele manisfestou Sua soberana graça nos sofrimentos e privações. "Nossas aflições são um regime de saúde de um Médico infinitamente sábio". 

Spurgeon disse: "Ouso dizer que a maior benção terrena que Deus pode dar a qualquer um de nós é a saúde, com exceção da doença... Se alguns homens, que eu saiba, somente fossem favorecidos com um mês de reumatismo, isso poderia, pela graça de Deus, amadurecê-los maravilhosamente".

Via Elivelton Oliveira/Calvinista