terça-feira, 24 de outubro de 2017

Com Vergonha do Evangelho.

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Autor: Sandro Francisco do Nascimento
Texto base: Rm 1: 16.

“Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego. Pois a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá da fé”.

Introdução

Antes de conhecer a teologia reformada estive um tempo imerso no meio pentecostal, para ser mais exato cresci no meio referido. Esta minha experiência me torna apto a falar abertamente sobre este movimento que tem crescido a cada dia. Fui um pentecostal fervoroso e participei ativamente de algumas experiências defendidas veementemente pelos pentecostais como “unção, ou enchimento do Espírito”. No entanto, deixando a vergonha e o constrangimento de lado, há algum tempo tendo a luz das escrituras me dispus a falar sobre aquelas experiências pela qual passei e presenciei.
Contudo, o que me traz a escrever esta reflexão é uma preocupação com o presto crescimento da filosofia pragmática, ou “pragmatismo”.
O pensamento pragmático, ao menos na história moderna. Teve início no final do século XIX no  Metaphysical Club, um grupo de especulação filosófica liderado pelo lógico Charles Sanders Peirce, pelo psicólogo William James e pelo jurista Oliver Wendell Holmes, Jr., congregando em seguida acadêmicos importantes dos Estados Unidos. Segundo essa doutrina metafísica, o sentido de uma ideia corresponde ao conjunto dos seus desdobramentos práticos.
Disse que este pensamento tem aparente origem no século XIX, mas creio que o pensamento pragmático é encontrado sendo reprovado nas próprias escrituras, afirmativa que pretendo defender no decorrer desta reflexão.
A pergunta que deve estar sendo feita agora pelo leitor é: o que o texto de romanos tem haver com o pragmatismo? A resposta, no entanto é muito fácil. Nada! Exatamente isso!
O pastor Batista John MacArthur em seu livro “Com Vergonha do Evangelho”, faz uma crítica ao crescente movimento pragmático que tem invadido as igrejas, maquiando o evangelho, escondendo sua mensagem como entregue por Cristo e seus apóstolos a fim de torna-lo mais atraente a massa. Quando falo a massa, de fato estou querendo dizer que muitos pastores “modernos” querem de fato encher as igrejas para obter lucro financeiro. São mercenários, lobos vestidos de ovelhas!


MacArthur usa como pano de fundo a batalha enfrentada por Charles Spurgeon, que em seus dias viu a igreja se rendendo as graças do liberalismo teológico, e do marketing como meio do crescimento da igreja.
Citação:
A apatia está por toda parte. Ninguém se preocupa em verificar se o que esta sendo pregado é verdadeiro ou falso. Um sermão é um sermão, não importa o assunto; só que, quanto mais curto, melhor.
Charles Haddon Spurgeon.
Para ser breve irei apontar dois fatores que fortalecem este movimento:
1.      Tomando as palavras de São Tiago, irmão de nosso Senhor.
Mas cada um é tentado quando atraído e seduzido por seu próprio desejo.
Tiago 1:14.
Dois grupos se destacam aqui:
·         Aqueles que são atraídos pelas suas necessidades pessoais, querem ser paparicados, ou ter algum lugar para se divertir em família ou entre amigos. Acham que a igreja é um local onde as pessoas devam se sentir bem acalentadas quanto a sua forma de viver, não desejam ser confrontados pela verdade do evangelho, não querem ter seus pecados expostos.
·         São gananciosos, muitas vezes sabem que seus condutores são impostores, mas veem uma chance de se dar bem na vida. Nunca conheceram o evangelho. São desprezíveis, imundos, fazem muitos sacrifícios a fim de barganhar com Deus, isso quando pelo ao menos crê em Deus.
2.      O crescimento da teologia da prosperidade.
Aqui também podemos dividir em dois grupos:
·         Aqueles que são atraídos por bênçãos de Deus, mas não tem a menor familiaridade com o Deus das bênçãos. Conhecem o salmo do pastor fiel, no entanto, o pastor não tem qualquer laço com eles.
·         Aqueles que são ate sinceros, mas, são guiados por cães gulosos, não são incentivados a buscar conhecimento nas escrituras. São cegos guiados por outros cegos, não conhecem o caminho nem tem um guia confiável.

Podemos ver nas escrituras exemplos desses falsos mestres sendo confrontados por Deus. Em Ezequiel 34, o Senhor profetiza contra os tais. São maquinas mortíferas, não entram pela porta com as ovelhas, não cheiram a ovelhas, não se preocupam com elas.
Assim como apontei dois motivos para o crescimento do pragmatismo, irei também apontar o que entendo que deve ser feito para combater a acomodação da igreja aos moldes do mundo.
1.      Em João 17: 17 Jesus orando ao Pai em favor dos seus disse:
Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.
Esta afirmação de Jesus por si só derruba a lógica do pensamento pragmático, uma vez que os crentes devem ser santificados nos moldes da palavra, e a palavra de Deus é a verdade. Isso nos leva a duas conclusões:
·         A palavra de Deus é absoluta, ela é a verdade. Isso então indica que qualquer outra afirmativa que se propõe ser verdade tem que estar em harmonia com a verdade revelada por Deus nas escrituras.
·         A outra conclusão obvia que chegamos é que Cristo sendo o verbo encarnado é o único modelo pelo qual nós devemos seguir. No capitulo 14 verso 6 do mesmo evangelho Jesus disse:
Eu Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém chega ao Pai, a não ser por mim.

2.      Devemos retornar a pratica de uma teologia saudável, onde Deus e não o homem seja o centro. Ensinar e viver o evangelho de Cristo como prescrito nas escrituras, ensinado os novos convertidos aquilo que de fato a palavra revela sobre a depravação da humanidade, a obra de Cristo e a aplicação por meio do Espírito Santo na vida daqueles que são alcançados pela graça.

Como Paulo disse a Timóteo em sua segunda carta:
Toda a escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça. II Tm 3: 16.

Aplicações
·         Deus não aceita qualquer coisa vinda de nós se Ele mesmo não tiver prescrito explicita ou implicitamente nas escrituras. Temos como exemplo os filhos de Arão que ofereceram fogo estranho. Ou mesmo o bezerro de ouro que o povo fez no deserto em quanto Moises havia subido ao monte para receber do Senhor as tabuas da lei. Trazendo para nossos dias, modificando a mensagem do evangelho tornando-a mais atraente ao pecador que não quer ser confrontado.
·         Experiências não podem substituir a verdade da escritura. I Co 1:21-23.
·         A igreja de Deus não precisa do pragmatismo para crescer, Deus é soberano e Ele mesmo é quem opera no crescimento da sua igreja. At 2:47.



Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas!