segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

A humilhação de Cristo, paradigma para a igreja.




Por: Sandro Francisco do nascimento.
Texto base: Filipenses 2.5-11.

Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que esta acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.

Introdução

O texto em apreço foi escrito pelo apostolo Paulo, provavelmente no ano 61 d.C. A cidade recebeu esse nome (Filipos) por causa de Filipe da Macedônia, pai de Alexandre o Grande. Era uma cidade muito importante por estar localizada na via Egnatia, que era a estrada principal entre as províncias do leste de Roma (At 16.12). Ao que tudo indica a cidade era fortemente povoada por gentios, provavelmente soldados romanos aposentados, os quais desfrutavam os privilégios de sua cidadania romana.

Propósito 

O propósito principal da carta segundo o próprio Paulo deixa claro em Fp 4.10-13 é agradecer pela cooperação da igreja de Filipos. Contudo, o apostolo também os exorta a manter a unidade, o que indica que a igreja estava enfrentando problema de divisão e partidarismo Fp 2.1- 4. 

Elucidação

O texto de filipenses 2.5-11 é um hino a humildade do Rei, o apostolo exalta o ato de auto esvaziamento de nosso Senhor que, sendo Deus, sujeitou-se a vontade do Pai de livre e espontânea vontade assumindo a posição e forma de servo. Creio que esse texto pode ser entendido não só como a maioria dos teólogos o expressam, tomando seu significado de muita importância com respeito a sua divindade, humilhação e exaltação, mas também uma aplicação mais ampla com respeito a vida de humildade e comunhão da igreja.
É vergonhoso o fato de que nós, de uma igreja genuinamente calvinista, que cremos na depravação total do homem, mas contrariando o que cremos exigirmos um reconhecimento de nossas boas ações. As vezes somos tão contraditórios que, quando ofendidos nos indignamos e gritamos em auto tom: quem você pensa que é? Ou: com quem você pensa que esta falando? E qual o motivo dessa nossa atitude? Sinto informar, somos todos em certa medida “hipócritas”.
Quando leio a carta de Paulo aos filipenses percebo que o antídoto para nossa soberba é a obediência voluntária, aquela mesma obediência que levou nosso Senhor a se esvaziar de si, se sujeitando ao Pai e assumindo a posição de um escravo.

Verdades implícitas

Quero compartilhar com a amada igreja algumas verdades que o texto nos ensina sobre a humilhação de Cristo (kenwsij) que devem ser o paradigma para uma vida de humildade e união na comunidade da igreja.
1.      Apesar de elogiar a igreja naquilo que eles estavam firmes, Paulo os repreende por algumas atitudes carnais.
·         “Nada façais por partidarismo ou vanglória” (Fp 2.3). Ao que tudo indica a exemplo de Corinto, os filipenses estavam enfrentando também problemas com panelinhas (1Co 3.3-4). Infelizmente ainda há em nossas igrejas aqueles que formam coligações e, outros que acham que são donos da igreja. Isso acaba destruindo a unidade da igreja, causando discórdia pelo simples motivo que não são os interesses do corpo que esta em evidencia mas, o individuo (3Jo 9).
·         Com essa atitude em evidencia na igreja, a conclusão obvia que podemos chegar é que ainda que a igreja pareça estar saudável por alguns acertos ela é nada mais que carnal.

2.      Dos versículos 1 ao 4 Paulo os repreende e exorta-os a como proceder de forma digna. Mas o clímax de sua exortação esta dos versos 5 ao 11, pois nesses versículos o apostolo vai apontar a humilhação de Cristo como paradigma de humildade e sujeição da igreja.
·         Ele inicia o verso 5 com um imperativo, “tende”, que indica a ordem de ter ou possuir. Uma outra forma possível para compreensão seria: possuam em vós.
·         Agora quero chamar a atenção dos irmãos para algumas palavras em particular:
Ø  Ekenwsen- que  quer dizer esvazio-se. A palavra esta na terceira pessoa do singular e esta na voz ativa, ou seja, a ação foi efetuada pelo sujeito (Cristo).
Ø  Morfh – Forma, não como forma física mas como essência ou característica particular que o define. Em outras palavras, Jesus é essencialmente Deus, ele é divino, possui todos os atributos de Deus.
Ø  Schma- Forma, porem ao contrario de morfh, skema tem o significado de forma física.
Ø  Isa- igual.
Paulo esta afirmando que Cristo sendo essencialmente Deus humilhou-se voluntariamente assumindo a forma de homem, forma essa que o possibilitou a padecer todos os castigos necessários a satisfazer a justiça de Deus. (Fp 2.8).

Aplicação

1.      A exemplo de Cristo, não devemos ser orgulhosos.(Fp 2.5-8).
A palavra aqui traduzida como usurpação é a palavra grega “a,rpagmon”, que pode ser entendida como: algo a ser conseguido ou retido a qualquer custo. Em outras palavras, Cristo não se apegou o fato de ser Deus, mas se esvaziou de sua gloria no céu e encarnou em um corpo de carne, sofrendo assim tudo que nós sofremos.
2.      Assim como Cristo, nossa obediência não deve ser forçada, mas ao contrario, devemos obedecer e amar a Deus e sua igreja voluntariamente.(Fp 2.7)
O próprio Paulo sabia o que era sofrer voluntariamente por obediência a verdade de Deus e por amor a igreja do Senhor.(Fp 2.27-30; At 16.9-12;At 16.16-24).
3.      Tendo como exemplo o ato de auto esvaziamento de Cristo, devemos desenvolver nossa salvação (Fp 2. 12-18). Devemos evidenciar que de fato somos salvos, pois se dissermos que estamos na luz e praticarmos as obras que não são dignas da luz, fica evidente que não andamos na luz nem a conhecemos.






Que o Senhor pois aplique sua palavra em nossas vidas!

Feliz Natal





Boa noite,

Hoje, dia 25 de dezembro, a Cristandade comemora o nascimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Contudo, a data que o Senhor nasceu não é de fato conhecida, sabemos que não foi no dia 25 de dezembro, essa data só foi fixada já no século IV da era Cristã.
Parafraseando o Rev. Jefferson Andrade, podemos afirmar: neste dia 25 de dezembro não celebramos o dia ,mas um dia em que Deus rompeu as barreiras da Eternidade e adentrou no espaço tempo assumindo a forma de Homem, “uma criança”.
Mas, embora não prestemos muitas vezes a atenção devida, gostaria de lhes apresentar algumas verdades a respeito desse dia tão importante.

Em primeiro lugar, o natal não começou no dia em que nosso Senhor nasceu de forma humilde em uma instalação tão simples. O natal começou na eternidade, Deus o Pai em sua providencia, sua soberana vontade ao criar o homem já tinha em vista a história da redenção. Redenção essa que só é possível por meio de um sacrifício efetuado pelo próprio Deus. Em Gêneses 3.15, em meio aquele turbulento acontecimento, “a queda”, Deus o Pai declara: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.
O descendente prometido, por meio de seu sacrifício voluntario justificou a muitos, pois pagou ao Pai o preço exigido pela sua justiça.

Em segundo lugar, o Pai conduziu a história de modo a preparar todo o cenário em que seria propício a vinda de seu filho.
Em 342 a.C, Aristóteles foi chamado pelo rei Felipe II e indicado tutor pessoal do filho do rei, Alexandre. Esse relacionamento haveria de ter um impacto tremendo, não só sobre o mundo mediterrâneo no futuro imediato, mas também sobre a civilização ocidental pelo resto da história. O discípulo mais destacado de Aristóteles iria distinguir-se não como filósofo, mas como líder militar. Alexandre, o Grande, adquiriu do seu mentor a paixão pela unidade. Suas conquistas militares foram motivadas em grande medida por seu desejo de criar uma cultura unificada no mundo antigo, uma cultura unida por uma língua comum, o grego. Como esse programa de helenização estendeu-se até a palestina, o Novo Testamento foi escrito em grego e não em hebraico ou latim.
A língua, o comércio que demandavam melhores formas de se viajar, a criação de estradas que ligavam as varias regiões deram impulso aos pregadores, pois tinham uma língua comum que poderia ser entendida em qualquer parte e estradas para poderem se mover.

O terceiro ponto e ultimo é que o natal é um presente de Deus, Cristo Jesus encarnou cumprindo assim a vontade do Pai. Seu nascimento nos trouxe a vida, mesmo sabendo o que haveria de padecer, Ele foi obediente, o Deus Eterno humilhou-se, fazendo-se um de nós sofreu as dores mais profundas  pois sendo justo nasceu para pagar de forma plena e eterna, a divida contraída por nós.
Que neste dia celebremos a luz do mundo, o Emanuel, o príncipe da paz, maravilhoso, Deus forte, nossa justiça, a Ele eternamente Glória, Honra e louvor.
Feliz Natal, que neste dia sejamos constrangidos pela justiça de Deus, que vivamos uma vida digna de tão grande presente pois Ele nasceu, morreu, ressuscitou e esta a direita do Pai eternamente. Amém!