segunda-feira, 24 de junho de 2019

"Presbiterianos": Origem e Significado do Termo




Alderi Souza de Matos

A Reforma religiosa do século dezesseis deu origem, de modo direto ou indireto, aos diversos grupos que hoje constituem o protestantismo. Os nomes adotados por essas igrejas podem derivar do próprio nome do seu fundador ("luteranos", "menonitas"), de uma convicção doutrinária primordial ("batistas", "pentecostais") ou de sua estrutura eclesiástica e forma de governo ("episcopais", "congregacionais"). Nesta última categoria também se incluem os "presbiterianos." 

As igrejas presbiterianas têm suas raízes na obra dos dois reformadores que entraram em cena pouco depois do pioneiro Martinho Lutero. Foram eles o suíço de língua alemã Ulrico Zuínglio (1484-1531) e o francês João Calvino (1509-1564), que atuaram ambos na Suíça, o primeiro em Zurique e o segundo em Genebra. Com a morte prematura de Zuínglio, Calvino tornou-se o principal líder e teólogo do movimento. No continente europeu, as igrejas que abraçaram a teologia e a estrutura eclesiástica preconizadas por Calvino adotaram o nome de "Igrejas Reformadas," principalmente em países como a própria Suíça, a França, a Holanda e a Hungria.

O nome "Igreja Presbiteriana" popularizou-se nas Ilhas Britânicas a partir da obra do reformador escocês João Knox (c.1514-1572), que foi discípulo de Calvino em Genebra. Eventualmente surgiram fortes comunidades presbiterianas na Escócia, Irlanda e Inglaterra. Através da imigração, os escoceses e irlandeses levaram o presbiterianismo para os Estados Unidos nos séculos dezessete e dezoito. Dos Estados Unidos, especialmente com o grande movimento missionário protestante do século dezenove, as igrejas presbiterianas e o nome "presbiteriano" foram introduzidos em muitos países do hemisfério sul. Entre esses países estava o Brasil, que teve como pioneiro presbiteriano o Rev. Ashbel G. Simonton, aqui chegado em 1859.

 
                                                                 

O termo "presbiteriano" decorre do fato de que nas igrejas desse nome o governo é exercido por "presbíteros." A palavra grega presbyteros encontra-se no Novo Testamento e significava originalmente "ancião," "homem idoso." À semelhança do que acontecia entre os judeus, também na igreja primitiva a liderança era exercida pelos membros mais experientes da comunidade, geralmente, mas não necessariamente, homens mais velhos. Eventualmente, o termo passou a ter um sentido técnico de líder da igreja e o aspecto da idade ficou em segundo plano. Assim, encontramos referências aos presbíteros em passagens bíblicas como Atos dos Apóstolos 11.30; 14.23; 15.2; 20.17; 1 Timóteo 5.17; Tito 1.5; Tiago 5.14; e 1 Pedro 5.1. Também encontramos o coletivo "presbitério" ou concílio de presbíteros em 1 Timóteo 4.14.

Portanto, seguindo o precedente bíblico, nas igrejas presbiterianas a liderança é exercida pelos presbíteros, os quais se subdividem em duas categorias – os presbíteros "regentes" (que governam), voltados primordialmente para funções administrativas, e os presbíteros "docentes" (que ensinam), ou seja, os ministros ou pastores. Esses dois tipos de presbíteros tem a mesma paridade, não se constituindo em uma hierarquia. Todavia, os pastores ou presbíteros docentes têm algumas funções privativas, como o ministração dos sacramentos. Os presbíteros exercem as suas funções em vários níveis: localmente, no "conselho" de cada igreja; em âmbito regional, nos presbitérios e sínodos; em âmbito nacional, no Supremo Concílio.






domingo, 23 de junho de 2019

AS INSTITUTAS DE JOÃO CALVINO


O livro que o leitor tem em mãos é a tradução da primeira edição das Institutas da Religião Cristã, envolvendo a soma de toda a piedade e tudo o mais que se deve saber sobre a doutrina da salvação: um livro digno de ser lido por todos os que zelam pela piedade, publicado por João Calvino em 1536, quando o reformador francês tinha apenas 27 anos.
Esta primeira edição das Institutas, escrita originalmente em latim, apresenta ao leitor o fundamento do pensamento e o coração de Calvino, estabelecendo-se como a mais importante obra de sua vida — obra que ele reeditou cinco vezes, até a sua última edição, em 1559. Depois de cinco séculos de seu lançamento, as Institutas permanecem úteis e relevantes para o estudo da doutrina e da piedade cristã. Dividida em duas partes, esta edição histórica oferece uma visão profunda do conhecimento de Deus e da vida cristã, e é uma obra que serve tanto ao interessado em aprofundar seu conhecimento da doutrina cristã como ao estudioso da obra do reformador francês.

Título
Autor
Título original
Código
3702
Editora
Editora Fiel
Páginas
513
Formato
16.00 x 23.00 cm
Peso
806 g.
Acabamento
Capa Dura
ISBN
9788581324913
Categorias
Edição
1ª Edição

sábado, 8 de junho de 2019

CREIO E-BOOK

CREIO NO FILHO


CREIO NO FILHO



SALVADOR PROMETIDO PELO PRÓPRIO DEUS:
Após o pecado de nossos primeiros pais e, a sua decorrente punição, Deus faz uma promessa: “Porei inimizade entre ti (serpente = satanás. cf. Ap 12.9; 20.2) e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15; Gn 17.7). Como diz Law, “estas foram as primeiras palavras da graça a um mundo perdido”.[14] De fato, aqui temos o protoevangelium, o primeiro vislumbre histórico do Evangelho de Jesus Cristo (Mc 1.1), Aquele que viria em graça restaurar o seu povo à comunhão com Deus. Ele viria como de fato veio, da “semente” da mulher (Mt 1.18-25; Lc 1.35), se constituindo no segundo Adão. Caso Jesus Cristo não se constituísse em descendência do primeiro casal, a promessa de Deus teria falhado e também, Cristo não poderia ser o representante legítimo do seu povo. Por outro lado, se Jesus Cristo pecasse, o seu sacrifício não teria valor vicário pois Ele mesmo precisaria, nesta hipótese, ter seus pecados expiados. Entretanto, a Bíblia afirma que Jesus veio da semente da mulher, sendo verdadeiramente homem – não obstante ser verdadeiro Deus –, todavia sem pecado (Jo 8.46; 2Co 5.21; Hb 2.17-18; 7.22-28; 9.23-28).
Jesus Cristo cumpriu o propósito de Deus a despeito de todas as tentativas de Satanás para frustrá-lo e, apesar da gravidade do pecado humano e de suas conseqüências, Jesus venceu. A graça de Deus é mais forte do que a obra pecaminosa do homem: a vida é mais forte do que a morte (Rm 5.12-15; 1Co 15.20-28; 45-49; 67,58). Como, escreveu Calvino: “Cristo suplantou a Adão, o pecado deste é absorvido pela justiça de Cristo. A maldição de Adão é destruída pela graça de Cristo, e a vida que Cristo conquistou tragou a morte que procedeu de Adão.”[15]
A SALVAÇÃO PROPORCIONADA POR CRISTO:
“Por que é o Filho de Deus chamado JESUS, isto é, SALVADOR?” “Porque ele nos salva de nossos pecados e porque a salvação não pode ser buscada ou encontrada em nenhum outro”.[16]
A salvação é uma prerrogativa única e exclusiva de Deus: ele tem poder e total liberdade para salvar a quem ele quiser; a Palavra diz que a salvação pertence a Deus (Hb 2.10; 5.9; Tg 4.12; Ap 7.10; 19.1). Por isso, a nossa salvação repousa unicamente em Deus. A Bíblia nos diz que a Salvação:
1) É oferecida por Deus unicamente através de Cristo, mediante a pregação da Palavra: Jesus Cristo é o único salvador. A Igreja anuncia a Palavra porque é através da Palavra que Deus produz a fé salvadora em seus escolhidos. (At 2.47; 4.4,12; Rm 10.13-17; Hb 7.25; 1Jo 4.14; Jd 25; Tg 1.18; 1Pe 1.23).
2) É resultado da nossa eleição: Deus nos escolheu na eternidade para a salvação em Cristo Jesus. (Ef 1.4; 1Ts 5.8,9; 2Ts 2.13; 2Tm 2.10).
3) É obra da graça de Deus: A nossa salvação é decorrente do Pacto da Graça, através do qual Deus confiou o seu povo ao seu Filho para que este viesse entregar a sua vida pelos seus escolhidos. Cristo deu a sua vida em favor de todos aqueles que o Pai lhe confiara na eternidade. (Sl 89.2,3; Is 42.6; 2Tm 1.9; Jo 6.39; 17.1,6-26).[17] Assim, todos os homens que creram, tanto no Antigo como no Novo Testamento, foram salvos pela graça (At 15.11).
Mérito e graça são conceitos que se excluem (Rm 11.6). “A graça divina e o mérito das obras [humanas] são tão opostos entre si que, se estabelecermos um, destruiremos o outro”, conclui Calvino (1509-1564).[18] De fato, a graça tem sempre como pressuposto a indignidade daquele que a recebe.[19] A graça brilha nas trevas do pecado; desta forma, a idéia de merecimento está totalmente excluída da salvação por graça (Ef. 2,8,9; 2Tm 1.9). A Palavra de Deus nos ensina que a nossa salvação é por Deus, porque é Ele quem faz tudo; por isso, o homem não pode criar a graça, antes, ela lhe é outorgada, devendo ser recebida sem torná-la vã em sua vida (2Co 6.1; 8.1; 1Co 15.10).
4) É efetivada pelo poder soberano de Deus: A nossa salvação é decorrente primeiramente da vontade soberana de Deus (Mt 19.23-36; Hb 7.25; Tg 4.12). Deus age através da sua poderosa palavra (Rm 1.16; 9.16-18; 10.17; 1Co 1.18), conduzindo-nos a Cristo (Jo 6.44,65), confessando-o como nosso Senhor (1Co 12.3). Deus mesmo dá-nos a certeza de que fomos salvos pelo poder da sua graça (Jo 10.27-29); confirmando (Rm 16.25-27);[20] selando (Ef 1.13; 4.30), edificando (At 20.32), santificando (2Ts 2.13) e preservando-nos (Jd 24,25), até à conclusão do seu propósito em nós: A salvação eterna para a glória de Deus (Fp 1.6; 2Ts 1.11,12; 1Pe 1.3,5; 2Pe 1.3).
5) É segundo a sua misericórdia: A misericórdia de Deus é uma demonstração da sua bondade para com aqueles que estão em miséria e pecado: Misericórdia sempre pressupõe necessidade daquele em quem ela é exercitada. Este é o estado do homem até que Deus o salve (Ef 2.4-5; Tt 3.5).
6) É fruto da longanimidade de Deus: Deus é paciente na execução do seu juízo, oferecendo tempo para que o homem se arrependa dos seus pecados e seja salvo. (2Pe 3.9,15).
A EXTENSÃO DA SALVAÇÃO PROPORCIONADA POR JESUS CRISTO:
JESUS SALVARÁ TODO O SEU POVO:
Jesus veio morrer pelo seu povo, cumprindo as demandas da Lei, sofrendo em lugar daqueles que ele representava, conseguindo assim, de forma inexorável, a salvação de todos os eleitos, conforme o Pacto feito entre ele e o Pai na eternidade. (Is 53.10-11; Mt 1.21; Jo 6.37-40,44,65; 10.14,15; 24-29; 17.6-26; Rm 5.12-21; Ef 5.25-27).
Confissão de Westminster (1647) declara:
… Os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente chamados para a fé em Cristo, pelo seu Espírito que opera no tempo devido, são justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder, por meio da fé salvadora. Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo.[21]
JESUS SALVA O HOMEM TODO:
A Bíblia declara que Jesus veio salvar o que estava perdido (Mt 18.11; Lc 19.10), os pecadores (Jo 3.16-17; 12.47; 1Tm 1.15). Jesus salva o seu povo por inteiro. A Bíblia não apresenta, como muitos imaginam, uma espiritualização da salvação, como se o corpo fosse mau e a alma (= espírito) fosse boa, conforme geralmente os filósofos gregos pensavam. A redenção de Cristo é para o homem inteiro pois todo ele está a carecer da libertação do poder do pecado.
Alguns elementos são fundamentais para a nossa compreensão desse ponto:
1) A Escritura usa indistintamente as palavras “salvação” e “cura”:
O verbo salvar (Σῴζω), o substantivo salvação (Σωτερία) e o adjetivo salvador (Σωτήρ) são usados de forma intercambiável para se referir à salvação eterna bem como ao livramento (= cura, libertação, segurança).
a) Salvar (Σῴζω): Mt 1.21; 9.21-22; Mc 6.56; 8.35; 10.26,52; At 4.9; 27.30; 1Co 1.18; Jd 5, etc.
b) Salvador (Σωτήρ) e Salvação (Σωτερία): Lc 1.47,69,71,77; 2.11; At 4.12; 27.34; Fp 1.19, etc.
2) A encarnação do Verbo de Deus: Sendo o corpo (matéria) mau – conforme os gnósticos criam –, o Verbo de Deus não poderia ter assumido uma forma humana (Jo 1.14).
3) A Ressurreição de Jesus bem como a sua ascensão: (Jo 20.26-29; At 1.9-11).
4) A Ressurreição final: Se o corpo é mau, não deveríamos ter um corpo na eternidade; entretanto, a Palavra nos ensina que quando Cristo retornar, os mortos ressuscitarão e, os que estiverem vivos terão os seus corpos transformados, adaptados à eternidade. (Rm 8.11; 1Co 15.20-23; 35-43; 50-58; Fp 3.21). O “corpo espiritual” [22] que teremos (1Co 15.44) não deve ser entendido como uma incorporeidade, mas, sim, “uma existência humana total, alma e corpo incluídos, que será criada, penetrada e controlada pelo Espírito de Cristo.”[23] Um corpo “totalmente pertencente à nova era, totalmente sob a direção do Espírito”.[24] Ou, nas palavras de Calvino (1509-1564), um corpo no qual “O Espírito será muito mais predominante (…). será muito mais pleno….”[25]
A salvação de Jesus Cristo é para o homem todo; Jesus se interessa com a inteireza do homem (corpo e alma).
JESUS SALVA O HOMEM ETERNAMENTE:
A salvação efetuada por Jesus começa aqui e agora e, jamais terá fim: é uma salvação eterna. (Jo 3.16; 3.36; 6.47; 1Tm 6.12; 2Tm 4.18; Hb 9.28; 1Pe 1.5).

                                              

[14] Henry Law, O Evangelho em Gênesis, São Paulo: Editora Leitor Cristão, 1969, p. 33. [15] João Calvino, Exposição de Romanos, São Paulo: Paracletos, 1997, (5.17), p. 194-195.
[16] Catecismo de Heidelberg, perg. 29.
[17] Vd. John Gill, A Complete Body of Doctrinal and Practical Divinity, Arkansas, The Baptist Standadar Bearer, 1989 (Reprinted), I.13. p. 83. [John Gill, “A Complete Body of Doctrinal and Practical Divinity,” The Collected Writings of: John Gill, [CD-ROM], (Albany, OR: Ages Software, 2000), I.13].
[18] J. Calvino, Exposição de Romanos, (11.6), p. 388. À frente Calvino continua: “É preciso lembrar que sempre que atribuímos nossa salvação à graça divina, estamos confessando que não há mérito algum nas obras; ou, antes, devemos lembrar que sempre que fazemos menção da graça, estamos destruindo a justiça procedente das obras.” [Exposição de Romanos, (11.6), p. 389].
[19] Vd. A. Booth, Somente pela Graça, p. 13.
[20] Calvino (1509-1564), comentando o texto de Rm 16.25, diz que Paulo ensina aqui a perseverança final. “E para que descansem (os romanos) e se apoiem neste poder, indica que ele nos foi assegurado pelo evangelho. Por isso não só nos promete a graça presente, ou seja, atual, senão também nos dá a certeza de uma graça eterna. Pois Deus nos anuncia que não somente é nosso Pai agora, senão para sempre, e o que é mais ainda, sua adoção sobrepassa a morte porque nos conduz à herança eterna.” (J. Calvino, La Epistola Del Apostol Pablo A Los Romanos, Grand Rapids, Michigan: Subcomision Literatura Cristiana de la Iglesia Cristiana Reformada, 1977, p. 393).
[21] Confissão de Westminster, III.6. Vd. também os capítulos VII e VIII; Catecismo Maior de Westminster, Pergs. 30-36, 41; Catecismo Menor de Westminster, Pergs. 20-21.
[22] “Σω̑μα πνευματικόν”
[23] Hendrikus Berkhof, La Doctrina del Espíritu Santo, Buenos Aires: Junta de Publicaciones de las Iglesias Reformadas/ Editorial La Aurora, 1969, p. 120.
[24] J.D.G. Dunn, Espírito: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, Vol. II, p. 144. De igual forma, interpretam: F. Baumgärtel, Πνευ̑μα: In: G. Friedrich; G. Kittel, eds. Theological Dictionary of the New Testament, Vol. VI, p. 421; A.A. Hoekema, A Bíblia e o Futuro, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1989, p. 88-90; Idem., Criados à Imagem de Deus, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 268; W. Hendriksen, A Vida Futura Segundo a Bíblia, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1988, p. 193; Ray Summers, A Vida no Além, 2ª ed. Rio de Janeiro: JUERP., 1979, p. 90-91; Wayne A. Grudem, Teologia Sistemática, p. 520. Charles Hodge, sem aludir ao texto, faz uma distinção entre o céu e o inferno, dizendo: “O céu é um lugar e estado em que o Espírito reina com absoluto controle. O inferno é um lugar ou estado em que o Espírito já não refreia nem controla. A presença ou ausência do Espírito estabelece toda a diferença entre céu e inferno” (Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo: Editora Hagnos, 2001, p. 983-984).
[25] João Calvino, Exposição de 1Coríntios, São Paulo: Paracletos, 1996, (1Co 15.44), p. 483-484.


LIDERANÇAS PROTESTANTES NA BRASIL







LIDERANÇAS PROTESTANTES NO BRASIL
(LIVRO)

Editora: UFPE
Organizadores:
*      Ester Fraga Vilas-Bôas do Nascimento.
*      Newton Darwin de Andrade Cabral.
*      José Roberto de Souza.

Sobre os autores

Emerson José Sena da Silveira Doutor em Ciência da Religião, com estágio de pós-doutorado em antropologia. Docente no programa de pós-graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (PPCIR-UFJF).

Leonildo Silveira Campos - É doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (1996). Atualmente é docente no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo.

Sérgio Ricardo Gonçalves Dusilek - Mestrado de Pós-Graduação em ciência da Religião da UFJF. Filho de Darci e Nancy Dusilek.

Micheline Reinaux de Vasconcelos - Possui graduação em História pela Universidade Federal de Pernambuco (1999), mestrado e doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005 e 2010).

Alderi Souza de Matos – Possui Graduação em Teologia- Seminário Presbiteriano do Sul (1974), graduação em Filosofia- Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1979), graduação em Direito- Faculdade de Direito de Curitiba (1983), mestrado em Novo Testamento- Andover Newton Theological School (1988) e doutorado em História da Igreja...

Júlio César Tavares Dias – Doutorado em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Bolsista CNPQ. Professor da rede Pública do Estado de Pernambuco.


Prefácio

Publicado recentemente como e-book (aguardando a versão impressa), pela Editora UFPE, o livro é composto por maioria de autores reconhecidos das áreas Ciências da Religião, História e Educação, de renomadas Instituições de ensino no Brasil. Publicação de ideia gestada no Programa de Ciências da Religião da Unicap, tem como organizadores os pesquisadores Ester Fraga Vilas-Bôas do Nascimento, Newton Darwin de Andrade Cabral e José Roberto de Souza.
De acordo com o prof. Drance Elias da Silva, que prefaciou o trabalho, “no contexto de sociedade que estamos vivendo e, particularmente, no que diz respeito ao campo religioso brasileiro, justifica essa coletânea de artigos que se ocupa de apresentar e refletir sobre pessoas – como viveram suas vidas, o que pensaram sobre Deus, Mundo, Religião, Igreja.
As pessoas aqui reunidas por mais diferentes que sejam uma da outra, têm como denominador comum, o situarem-se no mundo do Protestantismo Histórico. No Brasil, como lideranças que foram, importa suas experiências desenvolvidas como especialistas na administração do sagrado, bem como intelectuais que marcaram posição no âmbito de suas instituições religiosas.
Essas lideranças, mesmo situadas em épocas diferentes, tiveram consciência dos diversos processos históricos de caráter eminentemente secularizantes: Renascimento, Reforma Protestante, Iluminismo, Revolução industrial, Urbanização crescente, Ascensão das ciências exatas, biológicas e humanas, Emancipação da educação do poder eclesiástico e sua virtual socialização para o conjunto da população, Separação da Igreja do Estado, Laicização da cultura e dos valores.

Essa avalanche de coisas provocara significativas mudanças no âmbito do sistema religioso cristão. E a vida dessas lideranças evangélicas que aqui iremos ver perfilar, foram marcadas por esse contexto. Mas não só, construíram pontes para firmar compromissos com a história de um povo que, necessariamente, teria que aprofundar sua consciência de cidadania religiosa e política.” (Drance Elias da Silva).

domingo, 2 de junho de 2019

PREGAÇÃO BÍBLICA







CURSO DE INTRODUÇÃO AO GREGO KOINÊ



AULA 1
HISTÓRIA DA LÍNGUA GREGA
A língua grega é um dos membros da grande família denominada indo-europeias, formada por quase toda Europa e parte da Ásia (Irã e Índia).
Caixa de texto: Extraído:
NOÇÕES DO GREGO BÍBLICO: gramática fundamental, Rega, Lourenço Stelio, Bergmann, Johannes.-3. Ed.rev.- São Paulo: Vida Nova, 2014. 
Línguas indo-europeias:
·         Grego;
·         Sânscrito;
·         Latim;
·         Armênio;
·         Germânico;
·         Báltico;
·         Eslavo;
·         Albanês e
·         Diversas outras línguas.






De acordo com a linguística comparada, todas essas línguas provem de uma raiz comum, uma língua falada por um primitivo povo que teria habitado na Ásia Ocidental. Esse povo teria sido formado por grandes famílias e viviam em um modelo patriarcal, num contexto agropecuário e com fortes convicções monoteístas.
No terceiro milênio a.C., esse povo teria se dispersado causando uma variação linguística, diversificando seu próprio idioma e produzindo novos idiomas. No segundo milênio a.C., uma dessas tribos teria avançado até a originando os gregos.

DIVISÃO DO DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA GREGA:
·         PERÍODO FORMATIVO: período em que foi falado o grego primitivo, aproximadamente 1500 – 900 a.C. Época em que surgiram os três dialetos principais da língua grega (o dórico, o eólico e o jônico-ático).
·         PERÍODO CLÁSSICO: período entre c. 900.a.C.- a c. 330 a.C., tornou-se conhecido graças as obras literárias atribuídas a Homero (Ilíada e a Odisseia). Destaque para o dialeto ático, que seria também base para o grego koinê, grego em que seria escrito o NOVO TESTAMENTO.
·         PERÍODO KOINÊ: inicia-se no período de conquistas de Alexandre, c. 330 a.C., e se estende até c. de 330 d.C. O grego Koinê foi utilizado, depois de Alexandre, também, em todo o império Romano. O termo Koinê significa comum. O A.T. hebraico foi traduzido, por volta de 250 a.C., para o grego Koinê, surgindo a famosa Septuaginta (LXX).
·         PERÍODO BIZANTINO: língua de uso comum principalmente em Bizâncio e na Ásia Menor, muito mais do que na própria Grécia. A língua foi preservada juntamente com a cultura grega mesmo após a divisão do império romano. A ampla maioria dos manuscritos do N.T grego foram copiados na “era bizantina”, que se estendeu até a queda de Bizâncio (CONSTANTINOPLA) em 1453 d.C.
·         PERÍODO MODERNO: é o grego falado hoje nas ruas de Atenas, teve início a partir da queda do Império Romano Oriental.

O GREGO DO NOVO TESTAMENTO
Com as conquistas de Alexandre Magno, a cultura grega e, com ela, a língua, foi levada para todos os povoados do Império Romano. Assim, o grego koinê chegou a ser conhecido em e utilizado universalmente- muito mais que o inglês nos dias de hoje. O grego koinê era a língua que o povo falava no seu dia a dia: foi o grego que Jesus escutou na Galileia e em Jerusalém, o grego que Paulo usou para pregar em Atenas, Corinto e Roma, grego que Apolo aprendeu em Alexandria. Era a língua dos instruídos, assim como a língua usada nas ruas e nos mercados; era a língua usada no comércio, tanto quanto na correspondência familiar.[1]



EXERCÍCIOS
1     Assistir aos vídeos abaixo e dissertar sobre a influência de Alexandre, O Grande, na cultura e língua grega.








AULA 2

ALFABETO GREGO:
No período koinê o alfabeto grego possuía 24 letras.
LETRAS MAÍUSCULAS:
A B G D E Z H Q I K L M N X O P R S T U F C Y W.
LETRAS MINUSCULAS:
A b g d e z h q i k l m n x o p r s j t u f c y w.


Observação:
A letra sigma possui três formas distintas de escrita:
·         S forma maiúscula da letra;
·         s forma minúscula, utilizada exclusivamente no início ou meio da palavra;
·         j forma minúscula, utilizada exclusivamente no fim da palavra;
·         A letra sigma nunca é pronunciada com som de z, como em casa, mas sempre terá o som de ss.
Ex: seismoj – terremoto. Transliteração= seismos.

A letra gama é o que chamamos de gutural, assim como kapa e chi. Essas letras quando escritas antes de uma gutural soarão como o nosso N em anjo.
Ex: aggeloj – anjo. Transliteração= angelos.
A letra gama nunca terá o som de J, sempre o som será de g com em gato.

EXERCÍCIOS
1)      ASSISTA AO VÍDEO ABAIXO E EXERCITE A ESCRITA DAS LETRAS GREGAS, SEMPRE REPEDINDO EM ALTA VOZ SEUS RESPECTIVOS NOMES. (OBS: A PRONUNCIA PODE DISTOAR UM POUCO DE ACORDO COM A ESCOLA).







AULA 3

VOGAIS E DITONGOS.
As vogais gregas são 7:
Sempre breves:
e o
Sempre longas:
h w
Breves e Longas:
a i u


OBSERVAÇÃO:
As vogais h e w são, respectivamente, as formas alongadas de e e o.


e         é, h     ê.


o     ó, w     ô.

DITONGOS: quando duas vogais se unem e se combinam em um só som, temos um ditongo. Em grego, os ditongos são em número de oito.
ai
Ai
Em gaita
au
Au
Flauta
ei
Ei
Em peito
Eu
Eu
Neutro
oi
Oi
Em coisa
hu
Eu
Neutro
ui
ui
Em cuidado
ou
U
Nuvem



EXERCÍCIOS
1)      Translitere as palavras abaixo:
Ex: logoj = logos.
Kai,

Pauloj

Si,mwn

Pe,troj


2)      Translitere as palavras em português para as letras gregas.
Cadeira

Porta

Paulo

Roma

Pedro

Sapato

Aula

Zebra


CONCLUSÃO

Este curso, como descrito, buscou apresentar de forma introdutória a língua grega falada no período do novo testamento. A língua grega, apesar de não ser uma língua viva em nossa era, é um idioma fascinante e que nos proporciona ler e entender os documentos históricos do período bíblico. Caso tenha gostado da apresentação do idioma e queira aprender mais, entre em contato pelo whatsapp (81) 99932-3745.

Que Deus nos abençoe!



[1] NOÇÕES DO GREGO BÍBLICO: gramática fundamental, Rega, Lourenço Stelio, Bergmann, Johannes.-3. Ed.rev.- São Paulo: Vida Nova, 2014.