terça-feira, 16 de outubro de 2018

Teologia inclusiva?





Autor: Sandro Francisco do Nascimento
Texto base: Rm 1.24-27.

Definição: teologiainclusiva ou teologia gay”,  é uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor, aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde que haja este sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento de igrejas onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a eles é ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e à salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. A falácia desse pensamento é que a mesma Bíblia que nos ensina que Deus é amor igualmente diz que ele é santo e que sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela seja expressa dentro do casamento heterossexual, sendo proibidas as relações homossexuais.[1]
A teologia inclusiva a semelhança de sua mãe “teologia liberal”, nega a confiabilidade da interpretação dos textos bíblicos que condenam o pecado homossexual. Os textos dizem eles representam a visão de uma cultura preconceituosa. Eles dizem também: tais proibições aludem praticas pagãs, sendo condenados então não a pratica em si mesma mas, a pratica em rituais pagãos. Argumentam que tais textos estão relacionados com outras proibições que perderam sua validade com a vinda da nova aliança, tais como: ordenanças alimentares (comer sangue, carne de porco) etc.
Liberalismo teológico: que tem como característica o método histórico-crítico de interpretação das escrituras, negam a suficiência e a inerrância  da Bíblia. Desse grupo surge os libertinos, que defendem o sexo antes e fora do casamento, a simpatia pelo homossexualismo, entre outras aberrações teológicas.
Por causa do pouco tempo que temos para discorrer sobre o assunto, iremos nos concentrar nas principais alegações daqueles que defendem tais ideias.
Como dito anteriormente, é muito comum aos defensores da “teologia inclusiva” dizerem que os textos do antigo testamento que falam contra a união homoafetiva, estão na verdade proibindo tais praticas como parte de rituais pagãos. Argumentam também que essas proibições estão diretamente ligadas a outras proibições que por ocasião da nova aliança não são mais proibidas.
É bem verdade que os Cananeus e também outros povos gentílicos da época praticavam sexo homoafetivo em seus rituais. Também é verdade que as proibições a relação homossexual estão ligadas no texto a outras proibições que na nova aliança não têm mais qualquer utilidade. Então estariam eles corretos em sua afirmação? Obvio que não. Uma analise mais atenta nos revelará a diferença entre as coisas proibidas, uma vez que estamos tratando no texto de itens da Lei de Deus: a “Lei Cerimonial”, Lei civil e  “Lei Moral de Deus!”
A lei cerimonial e civil de fato foram abolidas na cruz do calvário, por isso não somos mais obrigados a observar as mesmas. Contudo, a Lei Moral de Deus não foi mudada, continua valendo e temos o dever de cumprir todas.
Como podemos então saber que a proibição homossexual não foi também abolida? Vamos comparar os textos:
Ler antes (Catecismo Maior de Westminster) perguntas: 93 a 97.

93. Que é a lei moral?
A lei moral é a declaração da vontade de Deus, feita ao gênero humano, dirigindo e obrigando todas as pessoas à conformidade e obediência perfeita e perpétua a ela - nos apetites e disposições do homem inteiro, alma e corpo, e no cumprimento de todos aqueles deveres de santidade e retidão que se devem a Deus e ao homem, prometendo vida pela obediência e ameaçando com a morte a violação dela. Dt 5.1, 31, 33; Lc 10.26-28; Gl 3.10; 1Ts 5.28; Lc 1.75; At 24.16; Rm 10.15. 
94. É a lei moral de alguma utilidade ao homem depois da queda? Embora nenhum homem, depois da queda, possa alcançar a retidão e a vida pela lei moral, todavia ela é de grande utilidade a todos os homens, tendo uma utilidade especial aos não regenerados e outra aos regenerados. Rm 8.3; Gl 2.16; 1Tm 1.8. 
95. De que utilidade é a lei moral a todos os homens? A lei moral é de utilidade a todos os homens, para os instruir sobre a natureza e vontade de Deus e sobre os seus deveres para com Ele, obrigando-os, a andar conforme a essa vontade; para os convencer de que são incapazes de a guardar e do estado poluto e pecaminoso da sua natureza, corações e vidas; para os humilhar, fazendo-os sentir o seu pecado e miséria, e assim ajudando-os a ver melhor como precisam de Cristo e da perfeição da sua obediência. Lv 20.7-8; Rm 7.12; Tg 2.10; Mq 6.8; Sl 19.11-12; Rm 3.9, 20, 23 e 7.7, 9, 13; Gl 3.21-22; Rm 10.4. 
96. De que utilidade especial é a lei moral aos homens não regenerados? A lei moral é de utilidade aos homens não regenerados para despertar as suas consciências a fim de fugirem da ira vindoura e forçá-los a recorrer a Cristo; ou para deixá-los inescusáveis e sob a maldição do pecado, se continuarem nesse estado e caminho. 1Tm 1.9-10; Gl 3.10, 24; 1.20. 
97. De que utilidade especial é a lei moral aos regenerados? Embora os que são regenerados e crentes em Cristo sejam libertados da lei moral, como pacto de obras, de modo que nem são justificados nem condenados por ela; contudo, além da utilidade geral desta lei comum a eles e a todos os homens é ela de utilidade especial para lhes mostrar quanto devem a Cristo por cumpri-la e sofrer a maldição dela, em lugar e para bem deles, e assim provocálos a uma gratidão maior e a manifestar esta gratidão por maior cuidado da sua parte em conformarem-se a esta lei, como regra de sua obediência. Rm 6.14 e 7.4, 6; Gl 4.4-5; Rm 3.20 e 8.1, 34 e 7.24-25; Gl 3.13-14; Rm 8.3-4; 2Co 5.21; Cl 1.12-14; Rm 7.22 e 12.2; Tt 2.11-14.


Textos:
Com homem não te deitarás , como se fosse mulher; é abominação. Nem te deitarás com animal, para te contaminares com ele, nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele; é confusão.
Lv 18.22-23. Comparar com o texto de romanos 1.24-27.
Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.
Lv 20.13.
Quando estavam entretidos, alguns vadios da cidade cercaram a casa. Esmurrando a porta, gritaram para o homem idoso, dono da casa: "Traga para fora o homem que entrou em sua casa para que tenhamos relações com ele!" O dono da casa saiu e lhes disse: "Não sejam tão perversos, meus amigos. Já que esse homem é meu hóspede, não cometam essa loucura. 
Jz 1922-23.
E outros: 1Co 6.9-11;Rm 1.24-27...
Comparando os textos é perceptível que todas as ordens que fazem parte da lei moral, são reafirmadas no novo testamento. Vários exemplos podem ser citados a fim de mostrar que as proibições que tinham o objetivo de obediência a lei moral foram reafirmadas na nova aliança, a lei moral é então uma lei permanente e não transitória.
O relato bíblico de homens de Deus que foram polígamos
Outro argumento usado pelos defensores da “teologia inclusiva” é que, homens de Deus como (Abraão, Moisés, Davi, Salomão e outros, foram polígamos. A resposta a esse argumento no entanto é muito simples, uma vez que a revelação de Deus é progressiva, Deus suportou pacientemente a ignorância humana durante a história. Contudo, com a vinda de Cristo que é o ápice da revelação, fica estabelecido pela relação de Cristo com sua igreja o padrão para o casamento, a união heterossexual e monogâmica. Ef 5.22-33.
Sodoma e Gomorra
Sodoma e Gomorra foram destruídas entre outros motivos (de natureza social Ez 16.48-50), por causa da prática homossexual de seus habitantes. Gn 18.20;19.5.
A historia de Sodoma se tornou paradigma do castigo de Deus contra a perversão sexual (2Pe 2.6; Jd 7). Considerava-se abominação o ato de um homem deitar-se com outro como se fosse com mulher (Lv 18.22). A prostituição cultual, que incluía a pratica homossexual, era proibida em Israel (Dt 23.17; 1Rs 14.24).[2]
No entanto, os defensores da “teologia inclusiva” alegam que o pecado de Sodoma e Gomorra não foi a homossexualidade, mas a falta de hospitalidade aos visitantes de Ló (Gn 19..1-5). O argumento deles para essa afirmação esta de o original hebraico de Gênesis 19.5 dizer que os homens de Sodoma queriam conhecer os visitantes de Ló. Contudo, uma analise contextual nos revelará que o termo yadah traduzido como conhecer, é o mesmo que Ló usa para afirmar no verso 8 que suas filhas eram virgens: “Elas nunca conheceram (yadah) homem”.[3]
 Filo, um judeu do primeiro século, em sua obra sobre a vida de Abraão, afirma que os homens de Sodoma se acostumaram gradativamente a ser tratados como mulheres”.
Qual o modelo bíblico para a relação sexual
Em Gênesis 2.18-25 nos é relatado de forma detalhada a formação da mulher, esse relato nos mostra alguns padrões a serem observados:
·         Deus viu que não era bom que o homem estivesse só.
·         O Senhor fez a mulher como sua auxiliadora.
·         A mulher foi feita do homem e para o homem.
Estabelece-se que: o casamento é uma união entre dois indivíduos (monogâmico) de sexos opostos (heterossexuais).
É o mandato de Deus na Criação, que especifica a relação do homem com o cosmo. Este mandato esta principalmente fundamentado no relato de Gênesis 1.28.
A primeira frase deste texto “sede fecundos, multiplicai-vos” – “significa desenvolver o mundo social: formar famílias, igrejas, escolas, cidades, governos, leis. A segunda frase – enchei a terra e sujeitai-a – significa subordinar o mundo natural: fazer colheitas, construir pontes, projetar computadores, compor músicas.” [4]
A relação como explicitada na criação é reafirmada por Cristo no novo testamento:
3 Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo? 4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher  5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? 6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7 Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? 8 Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio. 9 Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério. 10 Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar. 11 Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado. 12 Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita.
Conclusão
Ainda que nossa abordagem não tenha contemplado todos os argumentos defendidos pela “teologia inclusiva, creio que respondemos satisfatoriamente a esses que talvez sejam de fato os principais e mais utilizados argumentos dos tais. Os argumentos levantados por eles no entanto são claramente frutos de uma tentativa desesperada de dar fundamento á suas praticas infundadas. Concluímos então que, a relação homossexual ofende frontalmente a lei de Deus, que se opõe a sua santidade e que é justamente repudiada em toda escritura. Suas tentativas de corromper os textos, uma vez analisados a luz de uma interpretação coerente das escrituras, mostram a fragilidade daquilo que eles têm denominado de “teologia inclusiva”.
Subescrevo as palavras do Rev. Augustus em seu livro “polêmicas na Igreja”: “ o relacionamento sexual que, biblicamente, é padrão, normal, aceitável e ordenado por Deus: o casamento monogâmico heterossexual”. Gênesis 1.27-28; Mateus 19.4-5.[5]
O homossexualismo é um pecado tanto quanto o adultério ou a fornicação, e aqueles que o praticam necessitam da graça de Deus para serem libertos de seu pecado e salvos. Devemos pregar a palavra da verdade, não com ódio ou mesmo desprezo mas, demonstrando a eles o quanto como nós, são dependentes da graça de Deus para a salvação e que suas praticas de outrora não são de forma alguma aceitas para Deus.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Estudos na Epístola de Tito








Como observar um texto?
Texto: Tito 2.11-14.
I.                   Leitura rápida do texto.
Traduções lidas
·         Bíblia de estudos palavras chave, ARC.
·         Almeida século 21
·         Bíblia de estudo de Genebra, revisada e ampliada
·         Novo Testamento Interlinear Grego-Português, RA-NTLH
II.                Forma literária- Epístola.
III.             Estrutura- exortação, ensino.
IV.             Contexto-
·         Histórico- estabelecimento da igreja local, repreensão dos falsos mestres, estruturação do corpo eclesiástico e conduta cristã.
·         Imediato- exorta aqueles que são parte do corpo a viverem em consonância com a fé.
·         Mais amplo- aplicação da fé na prática, vida e conduta.

V.                Gramática-
Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens e ensinando-nos para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos neste mundo de maneira sóbria, justa e piedosa, aguardando a bendita esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus, que se entregou a si mesmo por nós para nos remir de toda a maldade e purificar para si um povo todo seu, consagrado às boas obras. Tito 2.11-14 Almeida século 21.

Anotações

Paulo inicia o versículo 11 com a conjunção porque, isso indica o motivo da oração ou período anterior. No verso anterior após exortar diversas classes de pessoas, Paulo encerra usando a expressão: “Para que em tudo mostrem a beleza da doutrina de Deus, nosso Salvador”. Ou seja, nossas obras devem ser literalmente o adorno da doutrina que aprendemos de Deus, e o motivo é porque a graça de Deus nos foi manifesta.
A expressão “todos os homens”se isolada do contexto que o precede pode incorrer em um erro de interpretação. Contextualmente “todos os homens” refere-se a pessoas de idades, classes, sexo, posição social... Tt 2.1-10.
Essa mesma graça revelada por Deus em Jesus Cristo nos instrui para que vivamos em novidade de vida, não mais vivendo nos prazeres da carne mas produzindo obras dignas da vocação recebida.
Em suma podemos resumir o texto da seguinte forma:
·         Deus, em  Jesus Cristo, manifestou sua graça salvadora;
·         Essa mesma graça nos ensina a renunciar nossa antiga forma de viver, passando a refletir de forma prática obras que dão testemunho de Cristo.
·         Também por esta mesma graça vivemos na esperança do cumprimento da promessa, (cf Tt 2.13; Rm 8.24-25).
·         O motivo pelo qual podemos esperar com confiança é que Cristo se entregou para nos remir, aqui fica clara a doutrina da expiação substitutiva de Cristo em favor dos seus eleitos (expiação vicária).
·         Por fim, o texto nos mostra que motivação levou Cristo a se entregar em lugar de pecadores, purificar para si um povo exclusivamente seu. Este pensamento ecoa a o mesmo argumento usado por Paulo em sua carta aos Efésios 1.4; 2.8-10. Ao que parece também podemos observar paralelos com o texto de Ezequiel 37, onde Deus diz que irá purificar o seu povo.



Estudos na Epístola de Tito









Analise Sintética
Texto: Tito.

Traduções lidas
·         Bíblia de estudos palavras chave, ARC.
·         Almeida século 21
·         Bíblia de estudo de Genebra, revisada e ampliada
·         Novo Testamento Interlinear Grego-Português, RA-NTLH

Classe Literária: Epístola.
As cartas de Paulo relacionadas a assuntos pastorais, especificamente 1—2 Timóteo e Tito.[1]

O que é uma epístola?[2]

Etimologia- do grego epistolh, : carta epístola.[3]
Forma de missiva mais formal que uma carta simples. Uma epístola teria uma maior qualidade literária que uma carta, além de conter uma mensagem mais importante, que faz contraste com o caráter informal e, algumas vezes, superficial, de uma simples carta. As epístolas, missivas de natureza mais formal, incluem os tratados religiosos, as orações publicas, os tratados filosóficos, os tratados políticos, as exortações morais, etc.
Uma epístola é uma obra de arte; uma carta é um pedaço da vida diária.

Características de uma epístola[4]

·         Uma saudação pessoal, com a usual palavra grega carij, graça, como parte dessa saudação;
·         Uma espécie de ação de graças ou saudação;
·         Expressão de desejo pelo bem estar dos leitores da epístola, o que, no Novo Testamento, normalmente assume a forma de uma oração;
·         O tratamento da mensagem principal a ser comunicada, o que no Novo testamento, inclui instruções doutrinárias e éticas, de mistura com informes pessoais;
·         Uma benção, que geralmente contém alguma forma de saudação pessoal;
·         A assinatura, para propósitos de identificação e autenticação. (Gál 6.11; II Tes 3.17).

Autor: apesar de críticos modernistas[5] (Modernismo)[6] tentarem atacar a autoria paulina das epístolas pastorais (1-2 Timóteo e Tito), não há nenhuma razão plausível para negar que Paulo as tenha escrito. A favor da autoria paulina possuímos evidências internas (texto Bíblico) (1Tm 1.1; 2Tm 1.1; Tt 1.1) e evidências externas(da Igreja primitiva).

Argumentos contra autoria paulina[7]:

1.      As referências históricas nas epístolas pastorais não podem ser harmonizadas com a cronologia da vida de Paulo dada em Atos;
2.      O falso ensino descrito nas epístolas pastorais é gnosticismo plenamente elaborado do século II;
3.      A estrutura organizacional da igreja nas epístolas pastorais é a do século II e era desenvolvida demais para a época de Paulo;
4.      As epístolas pastorais não contém os grandes temas da teologia de Paulo;
5.      O vocábulo grego das epístolas pastorais contém muitas palavras que não se encontram nas outras cartas de Paulo, nem no restante do Novo Testamento.

Respostas as críticas dos modernistas:[8]

1.      Esse argumento de incompatibilidade histórica é válido somente se Paulo nunca foi liberto da prisão em Roma, mencionado em Atos, mas ele foi libertado, uma vez que Atos não registra a execução de Paulo e ele próprio esperava ser liberto (Fp 1.19,25-26). Os acontecimentos históricos nas epístolas pastorais não se encaixam na cronologia de Atos porque ocorreram depois da conclusão da narrativa do livro, que termina com a primeira prisão de Paulo em Roma;
2.      Apesar de haver semelhanças entre o gnosticismo das epístolas pastorais e o gnosticismo do século II, também há diferenças importantes. Os falsos mestres nas epístolas pastorais estavam dentro da comunidade da igreja (cf 1.3-7), também ressalta-se o fato de que os seus ensinamentos eram baseados no legalismo judaico (Tm 1.7; Tt 1.10-14;3.9);
3.      A estrutura organizacional da igreja mencionada nas epístolas pastorais estão em consonância com a que Paulo estabeleceu (Atos 14.23; Fp 1.1);
4.      As epístolas mencionam os temas centrais da teologia de Paulo: a inspiração das escrituras (2Tm 3.15-17);a eleição (2Tm 1.9; Tt 1.1-2); a salvação (Tt 3.5-7); a divindade de Cristo (Tt 2.13); a sua obra como mediador ( Tm 2.5) e expiação substitutiva ( Tm 2.6);
5.      Os temas diferentes nas epístolas pastorais exigiram um vocábulo diferente em uma carta pessoal a um colega pastor, em comparação com o que usaria em uma obra de teologia sistemática.

Além dos argumentos já apresentados em oposição a crítica quanto a autoria paulina, pode-se acrescentar algumas dificuldades que seriam enfrentadas caso a ideia de que as  epístolas tenham  sido escritas por um impostor fosse verdadeira.

·         Denúncia por parte da igreja primitiva que não aprovaria esse tipo de pratica (cf. 2Ts 2.1-2;3.17);
·         Um impostor não teria motivo para falsificar cartas que têm conteúdo semelhante e nenhuma divergência;
·         No caso de uma falsificação, um impostor teria acomodado os fatos das cartas a se encaixarem com a narrativa de Atos;
·         E o mais lógico, quem querendo enganar, incluiria nas epístolas advertências a respeito de enganadores se ele mesmo era um? Seria como atirar no próprio pé!

Propósito[9]

Paulo escreveu para incentivar Tito a terminar o seu ministério em Creta. Especificamente, Paulo queria que Tito completasse a organização das igrejas (1.5-9), confrontasse os falsos mestres que ali se encontravam (1.10-14; 3.9-11) e desse instruções às igrejas acerca de uma conduta adequada (2.1; 3.8).

Sobre o título

O nome da epístola obviamente provém de seu destinatário, Tito, que é citado 13 vezes  no NT ( Tt 1.4; Gl 2.1-3; 2Tm 4.10; 2 Co 2.13; 7.6,13-14; 8.6,16,2312.18). O título no NT grego literalmente diz: “A Tito”.

Principais personagens.

·         Paulo.
·         Tito.


Quem era Tito?[10]

Tito não é mencionado nos Atos, sabendo-se dele apenas o que encontramos nas epístolas de Paulo. Sabemos que ele era grego de nascimento, conforme observado em Gálatas 2.3, “mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se”[11]. Sua conversão ao cristianismo se deu por influência do Apóstolo Paulo, Tito 1.1, foi companheiro de Paulo e Barnabé na viagem a Jerusalém, Gálatas 2.1. Ao contrário de Timóteo, Tito era filho de pais gentios, motivo pelo qual Paulo não o permitiu que fosse circuncidado, especialmente por ter sido exigido pelo partido dos judaizantes, grupo que além de guardar costumes da nação de Israel ainda tinham uma visão muito estreita com relação a inclusão dos gentios no povo de Deus.

O evangelho em Creta.[12]

A origem da igreja de Creta ainda permanece no campo da especulação, ao que tudo indica, é provável que alguns judeus da diáspora que residiam nesta ilha estiveram em Jerusalém no dia de pentecostes. Esses judeus teriam ouvido o famoso sermão de Pedro naquela ocasião, posteriormente retornando a Creta com sua nova fé.
Ao que parece, Paulo também trabalhou na pregação do evangelho ali, ao que tudo indica gerando bons frutos. Contudo, por algum motivo teve que partir apressadamente não tendo tempo suficiente para por em ordem os negócios da igreja.

Semelhanças com I Timóteo[13]

Devido a grande semelhança entre I Timóteo e Tito, acredita-se que ambas foram escritas aproximadamente na mesma data, cerca de 65 d.C. Paulo os instrui para que sejam levantados lideres apropriados para estar a frente das igrejas.

Principais Doutrinas

·         A eleição.
·         Graça Salvadora.
·         A Divindade de Cristo e sua segunda vinda.
·         A expiação substitutiva de Cristo.
·         A regeneração e a renovação dos cristãos pelo Espírito Santo.

O caráter de Deus

·         Deus é bondoso-3.4-6.
·         Deus é amoroso-3.4-7.
·         Deus é misericordioso-1.18;3.5.
·         Deus cumpri suas promessas-1.2.
·         Deus é verdadeiro-1.2.

Esboço

                   I.            Saudação (1.1-4)
                II.            Fundamentos para o evangelismo eficaz (1.5;3.11)
A.    Entre os lideres (1.5-16)
1.      Identificação dos presbíteros (1.5-9)
2.      Repreensão aos falsos mestres (1.10-16)
B.     Na igreja (2.1-15)
1.      Vida santa (2.1-10)
2.      Sã doutrina (2.11-15)
C.     No mundo (3.1-11)
1.      Vida santa (3.1-4)
2.      Sã doutrina (3.5-11)
             III.            Conclusão (3.12-14)
             IV.            Bênção (3.15)


[1] Dicionário Popular de Teologia Pág 147, Millard J. Erickson, Ed. Mundo Cristão.
[2] Champlin, volume 2 pág 407, Ed Hagnos.
[3] Léxico do Novo Testamento-Grego/Português pág 83, F.Wilbur Gingrich/Frederick W. Danker, Ed. Vida Nova.
[4]Champlin, volume 2 pág 408, Ed Hagnos.
[5] Dicionário Popular de teologia pág 127, Millard J. Erickson, Ed. Mundo Cristão.
[6] Dicionário Popular de teologia pág 127, Millard J. Erickson, Ed. Mundo Cristão.
[7] Manual Bíblico MacArthur págs 491-492, John MacArthur, Ed. Thomas Nelson.
[8] Manual Bíblico MacArthur págs 491-492, John MacArthur, Ed. Thomas Nelson.
[9] Bíblia de Estudo de Genebra.
[10] História , Doutrina e Interpretação da Bíblia pág 703, Joseph Angus, Ed. Hagnos.
[11] Bíblia de Estudos Palavras Chave pág 1227, Almeida Revista e Corrigida.
[12] História , Doutrina e Interpretação da Bíblia pág 704, Joseph Angus, Ed. Hagnos.
[13] Manual Bíblico de Halley pág 674, Edição Revista e Ampliada Nova versão Internacional, Ed Vida.