domingo, 21 de dezembro de 2014

Perda da salvação

Perda da salvação
Texto Básico: Hb 6.1-8.
Introdução
Em nossos dias temos visto uma teologia centrada numa suposta liberdade humana que os garante como senhor de seus destinos. Tal pensamento é ensinado pela maioria das denominações existente, contrariando os ensinamentos da palavra de Deus.
Partindo deste pressuposto que o homem tem livre acesso a Deus no momento em que bem deseja descartando-o quando não mais lhe é necessário, tais pessoas também ensinam que da mesma forma que o homem por sua própria capacidade pode ir a Deus também pode decair da graça e dizer que não quer ser salvo. Nosso estudo tem como objetivo provar o equivoco de acomodações feitas em textos bíblicos para provar oque o texto não esta dizendo.
Sobre a Epístola aos Hebreus
Os biblicistas não sabem ao certo quem foi o autor da Epístola aos Hebreus. Martinho Lutero sugeriu que o autor era Apolo. Ele baseou-se em Atos 18.24-28, onde Apolo é mencionado como um judeu instruído, helênico, de Alexandria, no Egito. Tertuliano (escrevendo em 150-230d.C.) disse que  a Epístola aos Hebreus era de autoria de Barnabé. Adolf Harnack e J. Rendel Harris especularam que ela foi escrita por Priscila(ou Prisca) . William Ramsey sugeriu que o autor fora Felipe. Contudo, a posição tradicional é de que o apóstolo Paulo escreveu esta Epístola.
Objetivo
O objetivo da Epístola era assegurar aos Cristãos judeus de que sua fé em Jesus, como o Messias, era correta e legítima. Além disso, a Epístola também pretendia prepara-los para o eminente desastre, a destruição de Jerusalém por Roma.
A Perda da Salvação e as Escrituras

Não existe sequer uma passagem bíblica falando em perda de salvação; levando em consideração o Deus cuidadoso com o seu povo como é o nosso, se fosse possível que a salvação pudesse ser perdida pelo salvo, acredito eu que haveria inúmeras advertências nas Escrituras dizendo que tivéssemos cuidado para não perdê-la.



Respondendo objeções.

1 ¶ Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,
2 E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.
3 E isto faremos, se Deus o permitir.
4 Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,
5 E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro,
6 E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.
7 Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus;
8 Mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.

Hb 6.1-8

O propósito do cristão é plenamente expresso pela palavra grega teleioteta que é traduzida como “perfeição” (v. 1). O conceito é de que o crente deve buscar um estado de maturidade, em lugar de retroceder para os rudimentos iniciais do cristianismo e da fé básica (v. 2). A expressão “lançando de novo o fundamento” refere-se à ideia de que, se um cristão perdesse a sua salvação, precisaria ser regenerado novamente. Para interpretar esta perícope é necessário um entendimento apropriado da seção controversa dos versículos 4 a 6. A noção principal é de que toda passagem é hipotética. Por exemplo, é preciso aceitar a suposição de que alguém pode passar pelo processo de salvação, e então “recair” (v. 6), ou perder a salvação. A explicação nos versículos seguintes pretende mostrar como esta posição é estranha (v. 4). A impossibilidade está diretamente conectada ao infinitivo do versículo 6,”renovar” (anakainidzein).
Ao examinar o quarto particípio grego (v. 5), geusamenous (cf. v. 4), devemos considerar que a interpretação é semelhante á da voz média na expressão “provaram”. Ela aparece nesta forma para revelar ao homem a sua responsabilidade para com a palavra de Deus.
Voltemos nossa atenção mais uma vez para a expressão “é impossível” (v. 4), e combinemo-la com o infinitivo grego anakainidzein, que significa “renovar outra vez” (v. 6). Aplicado ao versículo 6, este termo refere-se a um arrependimento novo e diferente. Se fosse necessária uma forma diferente de arrependimento, Cristo também teria que morrer na cruz uma segunda vez. Isto, no entanto, é inconsistente com o contexto do restante da Epístola aos Hebreus.

assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.
Hb. 9.28


11 Ora, todo sacerdote se apresenta dia após dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados;

12 mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à direita de Deus,
   Hb. 10. 10-11

O ensinamento é óbvio: Cristo morreu uma vez pelos pecados do homem. Se sua morte fosse insuficiente, não haveria segurança para os crentes.
É precisamente por isto que o autor da Epistola aos Hebreus usa este exemplo. Em linguagem filosófica, esta forma de raciocínio é chamada reductio ad absurdum (redução a um absurdo). A partir de uma suposição falsa, chega-se a conclusões absurdas. Seria falso supor que um crente poderia cair, porque o seu arrependimento, baseado na divindade de Cristo, seria invalidado. Não haveria segurança e Cristo precisaria ser crucificado novamente.

Fonte: bíblia de estudo palavra-chave

Apostasia de crise – Hb 6. 4-8.

Para melhor compreensão deste texto, devemos ressaltar que a Carta aos Hebreus foi escrita entre as duas mais perversas campanhas de perseguição da Igreja: a de Nero, em 64 d. C.; e a de Domiciano, em 85 d. C. Insere-se neste período a Revolta Judaica e a queda de Jerusalém ( 67 a 70 d. C.). Foram tempos terríveis! Em 18 de julho de 64, houve o incêndio de Roma, certamente criminoso, que Nero atribuiu aos cristãos, tidos por inimigos da humanidade. Eles foram presos e, sob tortura, centenas negaram a fé em Cristo, escapando da morte física, mas transformando-se em apóstatas. Os que destemidamente confessaram fidelidade ao “Kyrius Christus”; foram lançados às feras nas arenas ou queimados em praça pública para servirem de iluminação aos 22 . Os confessantes, em decorrência da confissão, perdiam suas vidas de maneira crudelíssima. Os covardes, os renegadores da fé cristã, sobreviviam, sendo posteriormente rejeitados pelos descendentes dos mártires, cuja fé confessada sustentou a Igreja durante as perseguições. Foi, pois, neste contexto histórico, que o autor de Hebreus levantou a questão da apostasia, que não era apenas suposição, uma possibilidade, mas um quadro historicamente real, crudelissimamente verdadeiro.

A Promessa do Espírito Santo

Ao aceitar Cristo o crente recebe o Espírito Santo. O mesmo não o abandona mais.
Pelo contrário, veja só a promessa do Senhor. Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre. Jo 14:16.
De acordo com as palavras de Paulo em Efésios 1:10,11, recebemos o Espírito quando cremos em Jesus Cristo, como selo. É Ele o
penhor (garantia) da nossa herança (o céu).Quando o crente peca, o Espírito de Deus não sai dele, apenas se entristece. Pois este
selo é para sempre, até o dia da redenção. Veja: E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia
da redenção. Ef 4:30.
Paulo também adverte: não extingais o Espírito, I Ts 5:19. Isto porque muitos crentes anulam toda ação do Espírito Santo na sua vida.
Todavia, no Novo Testamento não existe um vocábulo referente ao Santo Espírito sair do crente.

Conclusão

A ideia de perda da salvação por si só não se sustenta. Ao se fazer tal afirmação usando o texto de Hb 6, os arminianos se colocam em contradição teológica própria.

Observe:

4 Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,

5 e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro,

6 e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério.

Se este texto realmente falasse a respeito de perda da salvação como os arminianos afirmam, como ficaria a defesa deles em respeito a liberdade humana, uma vez que para os tais o homem tem livre acesso a Deus para se salvar ou perder a salvação a qualquer momento. Sendo que nem mesmo os tais condenam as pessoas que se afastam, mas ao contrário, recebem-nas como crentes que nunca se afastaram? Não seria isto um apoio arminiano a doutrina da perseverança dos santos?
Deve-se entender esta passagem a luz do contexto geral das escrituras. Sendo a nossa eleição uma obra totalmente dependente de Deus que assegura todas a condições para nossa salvação não a podemos perde-la pelo motivo simples e lógico de que não fizemos nada para merece-la , mas confiantes que Deus nos conduzira a estatura de varão pereito.
No demais irmãos temos nossa consolação na palavra de Deus que nos assegura a eterna promessa e confirmação do amor de Deus.
31 Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?

32 Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas?

33 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica;

34 Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós;

35 quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?

36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro.

37 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.

38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades,

39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
Rm 8.31-38


Por: Sandro Francisco do Nascimento




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