Autor:
Sandro Francisco do Nascimento
Texto base: Rm 1.24-27.
Definição:
“teologiainclusiva ou teologia gay”, é uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor,
aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde que haja este
sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento de igrejas
onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a eles é
ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e à
salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas
mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. A falácia
desse pensamento é que a mesma Bíblia que nos ensina que Deus é amor igualmente
diz que ele é santo e que sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela
seja expressa dentro do casamento heterossexual, sendo proibidas as relações
homossexuais.[1]
A teologia inclusiva a semelhança de sua mãe “teologia
liberal”, nega a confiabilidade da interpretação dos textos bíblicos que
condenam o pecado homossexual. Os textos dizem eles representam a visão de uma
cultura preconceituosa. Eles dizem também: tais proibições aludem praticas
pagãs, sendo condenados então não a pratica em si mesma mas, a pratica em
rituais pagãos. Argumentam que tais textos estão relacionados com outras
proibições que perderam sua validade com a vinda da nova aliança, tais como:
ordenanças alimentares (comer sangue, carne de porco) etc.
Liberalismo teológico: que
tem como característica o método histórico-crítico de interpretação das
escrituras, negam a suficiência e a inerrância
da Bíblia. Desse grupo surge os libertinos, que defendem o sexo antes e
fora do casamento, a simpatia pelo homossexualismo, entre outras aberrações
teológicas.
Por
causa do pouco tempo que temos para discorrer sobre o assunto, iremos nos
concentrar nas principais alegações daqueles que defendem tais ideias.
Como
dito anteriormente, é muito comum aos defensores da “teologia inclusiva”
dizerem que os textos do antigo testamento que falam contra a união
homoafetiva, estão na verdade proibindo tais praticas como parte de rituais
pagãos. Argumentam também que essas proibições estão diretamente ligadas a
outras proibições que por ocasião da nova aliança não são mais proibidas.
É
bem verdade que os Cananeus e também outros povos gentílicos da época
praticavam sexo homoafetivo em seus rituais. Também é verdade que as proibições
a relação homossexual estão ligadas no texto a outras proibições que na nova
aliança não têm mais qualquer utilidade. Então estariam eles corretos em sua
afirmação? Obvio que não. Uma analise mais atenta nos revelará a diferença
entre as coisas proibidas, uma vez que estamos tratando no texto de itens da
Lei de Deus: a “Lei Cerimonial”, Lei civil e
“Lei Moral de Deus!”
A
lei cerimonial e civil de fato foram abolidas na cruz do calvário, por isso não
somos mais obrigados a observar as mesmas. Contudo, a Lei Moral de Deus não foi
mudada, continua valendo e temos o dever de cumprir todas.
Como
podemos então saber que a proibição homossexual não foi também abolida? Vamos
comparar os textos:
Ler
antes (Catecismo Maior de Westminster) perguntas: 93 a 97.
93.
Que é a lei moral?
A lei moral é a declaração da vontade de Deus, feita ao
gênero humano, dirigindo e obrigando todas as pessoas à conformidade e
obediência perfeita e perpétua a ela - nos apetites e disposições do homem
inteiro, alma e corpo, e no cumprimento de todos aqueles deveres de santidade e
retidão que se devem a Deus e ao homem, prometendo vida pela obediência e
ameaçando com a morte a violação dela. Dt 5.1, 31, 33; Lc 10.26-28; Gl 3.10;
1Ts 5.28; Lc 1.75; At 24.16; Rm 10.15.
94. É a lei moral de alguma utilidade ao
homem depois da queda? Embora nenhum homem, depois da queda, possa alcançar a
retidão e a vida pela lei moral, todavia ela é de grande utilidade a todos os
homens, tendo uma utilidade especial aos não regenerados e outra aos
regenerados. Rm 8.3; Gl 2.16; 1Tm 1.8.
95. De que utilidade é a lei moral a
todos os homens? A lei moral é de utilidade a todos os homens, para os instruir
sobre a natureza e vontade de Deus e sobre os seus deveres para com Ele,
obrigando-os, a andar conforme a essa vontade; para os convencer de que são
incapazes de a guardar e do estado poluto e pecaminoso da sua natureza,
corações e vidas; para os humilhar, fazendo-os sentir o seu pecado e miséria, e
assim ajudando-os a ver melhor como precisam de Cristo e da perfeição da sua
obediência. Lv 20.7-8; Rm 7.12; Tg 2.10; Mq 6.8; Sl 19.11-12; Rm 3.9, 20, 23 e
7.7, 9, 13; Gl 3.21-22; Rm 10.4.
96. De que utilidade especial é a lei moral
aos homens não regenerados? A lei moral é de utilidade aos homens não
regenerados para despertar as suas consciências a fim de fugirem da ira
vindoura e forçá-los a recorrer a Cristo; ou para deixá-los inescusáveis e sob
a maldição do pecado, se continuarem nesse estado e caminho. 1Tm 1.9-10; Gl
3.10, 24; 1.20.
97. De que utilidade especial é a lei moral aos regenerados?
Embora os que são regenerados e crentes em Cristo sejam libertados da lei
moral, como pacto de obras, de modo que nem são justificados nem condenados por
ela; contudo, além da utilidade geral desta lei comum a eles e a todos os
homens é ela de utilidade especial para lhes mostrar quanto devem a Cristo por
cumpri-la e sofrer a maldição dela, em lugar e para bem deles, e assim
provocálos a uma gratidão maior e a manifestar esta gratidão por maior cuidado
da sua parte em conformarem-se a esta lei, como regra de sua obediência. Rm
6.14 e 7.4, 6; Gl 4.4-5; Rm 3.20 e 8.1, 34 e 7.24-25; Gl 3.13-14; Rm 8.3-4; 2Co
5.21; Cl 1.12-14; Rm 7.22 e 12.2; Tt 2.11-14.
Textos:
Com homem não te deitarás , como se
fosse mulher; é abominação. Nem te deitarás com animal, para te contaminares
com ele, nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele; é
confusão.
Lv 18.22-23. Comparar com o texto de
romanos 1.24-27.
Se um homem se deitar com outro
homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o
seu sangue cairá sobre eles.
Lv 20.13.
Quando estavam
entretidos, alguns vadios da cidade cercaram a casa. Esmurrando a porta,
gritaram para o homem idoso, dono da casa: "Traga para fora o homem que
entrou em sua casa para que tenhamos relações com ele!" O dono da casa
saiu e lhes disse: "Não sejam tão perversos, meus amigos. Já que esse
homem é meu hóspede, não cometam essa loucura.
Jz 1922-23.
E outros: 1Co 6.9-11;Rm 1.24-27...
Comparando os textos é perceptível que todas as ordens que
fazem parte da lei moral, são reafirmadas no novo testamento. Vários exemplos
podem ser citados a fim de mostrar que as proibições que tinham o objetivo de
obediência a lei moral foram reafirmadas na nova aliança, a lei moral é então
uma lei permanente e não transitória.
O relato bíblico de
homens de Deus que foram polígamos
Outro argumento usado pelos defensores da “teologia
inclusiva” é que, homens de Deus como (Abraão, Moisés, Davi, Salomão e outros,
foram polígamos. A resposta a esse argumento no entanto é muito simples, uma
vez que a revelação de Deus é progressiva, Deus suportou pacientemente a
ignorância humana durante a história. Contudo, com a vinda de Cristo que é o
ápice da revelação, fica estabelecido pela relação de Cristo com sua igreja o
padrão para o casamento, a união heterossexual e monogâmica. Ef 5.22-33.
Sodoma e Gomorra
Sodoma e Gomorra foram destruídas entre outros motivos (de
natureza social Ez 16.48-50), por causa da prática homossexual de seus
habitantes. Gn 18.20;19.5.
A historia de
Sodoma se tornou paradigma do castigo de Deus contra a perversão sexual (2Pe
2.6; Jd 7). Considerava-se abominação o ato de um homem deitar-se com outro
como se fosse com mulher (Lv 18.22). A prostituição cultual, que incluía a
pratica homossexual, era proibida em Israel (Dt 23.17; 1Rs 14.24).[2]
No entanto, os defensores da “teologia inclusiva” alegam
que o pecado de Sodoma e Gomorra não foi a homossexualidade, mas a falta de
hospitalidade aos visitantes de Ló (Gn 19..1-5). O argumento deles para essa
afirmação esta de o original hebraico de Gênesis 19.5 dizer que os homens de
Sodoma queriam conhecer os visitantes de Ló. Contudo, uma analise contextual
nos revelará que o termo yadah
traduzido como conhecer, é o mesmo que Ló usa para afirmar no verso 8 que suas
filhas eram virgens: “Elas nunca conheceram (yadah) homem”.[3]
“Filo, um judeu do primeiro século, em sua
obra sobre a vida de Abraão, afirma que os homens de Sodoma se acostumaram
gradativamente a ser tratados como mulheres”.
Qual o modelo
bíblico para a relação sexual
Em Gênesis 2.18-25 nos é relatado de forma detalhada a
formação da mulher, esse relato nos mostra alguns padrões a serem observados:
·
Deus viu que não era
bom que o homem estivesse só.
·
O Senhor fez a mulher
como sua auxiliadora.
·
A mulher foi feita do
homem e para o homem.
Estabelece-se que: o casamento é uma união entre dois
indivíduos (monogâmico) de sexos opostos (heterossexuais).
É o mandato de Deus na Criação, que especifica a relação do
homem com o cosmo. Este mandato esta principalmente fundamentado no relato de
Gênesis 1.28.
A primeira frase
deste texto “sede fecundos, multiplicai-vos” – “significa desenvolver o
mundo social: formar
famílias, igrejas, escolas, cidades, governos, leis. A segunda frase – enchei a
terra e sujeitai-a – significa subordinar o mundo natural: fazer colheitas, construir pontes, projetar
computadores, compor músicas.” [4]
A relação como explicitada na criação é reafirmada por Cristo
no novo testamento:
3 Vieram
a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido
repudiar a sua mulher por qualquer motivo? 4 Então,
respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e
mulher 5 e
que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher,
tornando-se os dois uma só carne? 6 De
modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou
não o separe o homem. 7 Replicaram-lhe: Por que mandou,
então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? 8 Respondeu-lhes
Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar
vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio. 9 Eu,
porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações
sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a
repudiada comete adultério. 10 Disseram-lhe os discípulos: Se essa é
a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar. 11 Jesus,
porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber este conceito, mas
apenas aqueles a quem é dado. 12 Porque há eunucos de
nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos
se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir
admita.
Conclusão
Ainda que nossa abordagem não
tenha contemplado todos os argumentos defendidos pela “teologia inclusiva,
creio que respondemos satisfatoriamente a esses que talvez sejam de fato os
principais e mais utilizados argumentos dos tais. Os argumentos levantados por
eles no entanto são claramente frutos de uma tentativa desesperada de dar
fundamento á suas praticas infundadas. Concluímos então que, a relação
homossexual ofende frontalmente a lei de Deus, que se opõe a sua santidade e
que é justamente repudiada em toda escritura. Suas tentativas de corromper os
textos, uma vez analisados a luz de uma interpretação coerente das escrituras,
mostram a fragilidade daquilo que eles têm denominado de “teologia inclusiva”.
Subescrevo as palavras do Rev.
Augustus em seu livro “polêmicas na Igreja”: “ o relacionamento sexual que,
biblicamente, é padrão, normal, aceitável e ordenado por Deus: o casamento
monogâmico heterossexual”. Gênesis 1.27-28; Mateus 19.4-5.[5]
O homossexualismo é um pecado
tanto quanto o adultério ou a fornicação, e aqueles que o praticam necessitam
da graça de Deus para serem libertos de seu pecado e salvos. Devemos pregar a
palavra da verdade, não com ódio ou mesmo desprezo mas, demonstrando a eles o
quanto como nós, são dependentes da graça de Deus para a salvação e que suas
praticas de outrora não são de forma alguma aceitas para Deus.