Pregação
Expositiva
Cabo de Santo
Agostinho, 30/08/2020.
Por: Sandro Francisco
do Nascimento.
Texto base: Mateus 28:18-20.
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: toda a
autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século.”
·
Introdução
Inicio esta exposição
fazendo uma citação do livro do renomado autor Norte Americano, Mark
W. Baker, “Jesus, o maior
psicólogo que já existiu”. Ele conta que quando estava na faculdade observava
um grupo de cristãos que costumava fazer pregações nos pontos mais frequentados
do campus. Ele disse que ficava impressionado com “sinceridade” e o poder da “convicção” de um desses cristãos em particular. Depois de
ouvi-lo por meses, Mark disse que passou a crer que aquele rapaz, por meio de
sua “fervorosa pregação”, deveria ter
conseguido a conversão de muitas pessoas. No entanto, para surpresa de Mark,
aquele rapaz revelou que não havia conseguido atrair ninguém a Cristo durante
todo aquele tempo. Ele disse: “[...] isso não importa. É a nossa missão.”
Aquele rapaz tinha a
convicção de que sua postura diante dos resultados de sua pregação não tinha
nenhuma importância, desde que, de qualquer forma, ele cumprisse aquilo que em
sua mente deveria ser cumprido. “Ordem dada, ordem cumprida”.
Segundo Mark, aquela atitude
indiferente do rapaz produziu em muitos de seus ouvintes irritação e antipatia
para com o “Deus indiferente” pregado por ele. Sou sincero em dizer para os irmãos
que não concordo com todas as afirmações feitas pelo auto com respeito a sua
interpretação de Cristo e das Escrituras, mas nesse caso específico, percebo que muitos
de nós que dizemos pregar e que encorajamos outros a fazerem o mesmo, temos
agido de forma semelhante por desconhecer qual a natureza da “Missão” e da
pregação do evangelho.
O texto que lemos a alguns
instantes nos mostra pelo ao menos três verdades que nós, cooperadores na
“Missão”, devemos saber. Por este motivo,
convido os irmãos a ler esse texto e o observar na perspectiva do seguinte
tema: três verdades que você precisa saber sobre a pregação do
evangelho.
·
Exposição
“A primeira verdade que
precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”
A.
A pregação do evangelho faz parte da missão de
Cristo, Missio Dei (Missão de Deus). ( cf. verso 18)
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: toda a
autoridade me foi dada no céu e na terra.” ( cf. verso 18)
I.
Exposição:
a.
Encontramos aqui a base para a pregação - Tendo
cumprido tudo que haveria de cumprir, Jesus tem autoridade legal para
ordenar que sua missão (a Missio Dei)(Missão de Deus) prossiga e alcance seus
eleitos de todas as nações. Podemos
constatar isso em (cf. Lc 24.44-47)
“Texto paralelo”
“Depois lhes disse: São estas
as palavras que vos falei, estando ainda convosco: Era necessário que se
cumprisse tudo o que estava escrito sobre mim
na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o
entendimento para compreenderem as escrituras, e disse-lhes: Está
escrito que o Cristo sofreria, e ao terceiro dia ressuscitaria dentre os
mortos; e que em seu nome se pregaria o arrependimento para perdão dos pecados
a todas as nações, começando por Jerusalém.”
b.
Devemos ainda entender o que Jesus quis dizer quando
afirmou que toda autoridade lhe foi dada - Hendriksen, em seu comentário,
faz distinção entre a autoridade de Cristo antes da ressurreição e após. Diz
ele:
“Antes
de seu triunfo sobre a morte, o uso desse dom estava sempre restringido de
algum modo”.
Ou
seja, enquanto Cristo não fosse morto e ressuscitado como previa o cumprimento
da lei, ainda faltava vencer um inimigo do povo de Deus, a saber, “a morte”.
II.
Ilustração:
Algo que poderíamos utilizar aqui como ilustração, embora
toda ilustração com respeito a obra de Cristo seja simplista diante da dimensão
do ato divino, é a imagem de um homem que com muito trabalho, penoso,
consegue pagar o penhor de uma propriedade. Após efetuar o pagamento, ele é
levado à um cartório e a propriedade é passada para o seu nome. Ele agora é de
fato o dono, mesmo que antes ele já utilizasse a propriedade para plantar, por
exemplo, mas legalmente, a propriedade lhe pertence quando por meio do total
pagamento ele a tem em seu próprio nome.
Após ser declarado legalmente o dono, por meio do pagamento
reconhecido em cartório, ele, diante de seus servos, lhes dá a ordem para
construir e edificar moradias. “Ele tem autoridade para tal.”
III.
Aplicação:
Como podemos aplicar essa verdade?
·
Com base
na autoridade de Cristo, Bradando ao mundo como o apostolo Paulo o fez: “Porque
não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo
aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego.” (Rm 1.16)
“A primeira verdade que
precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”
A.
A pregação do evangelho faz parte da missão de Cristo,
Missio Dei (Missão de Deus). ( cf. verso 18)
“A segunda verdade que
precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”
B.
Somos convocados a participar da Missão. (cf.
verso 19a)
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,”
I.
Exposição:
Somos chamados por Cristo para
participar da “Missão” ao menos de duas formas.
a.
Por meio da pregação .
Literalmente, o “ide”, segundo Hendriksen, pode ser
tranquilamente traduzido como “havendo ido”. O imperativo aqui é “fazer
discípulos”.
Voltando ao exemplo
de nossa introdução, gostaria de revelar aos irmãos uma impressão que tenho
sobre a prática de entregar literaturas. Particularmente, acho que tem pouco
efeito, ao menos se negligenciarmos o fato de que estamos lidando com pessoas e
que como é parte do indivíduo social humano, somos muito mais receptivos
quando envolvidos em relação pessoal e interativa. A ordem de Cristo é
muito clara, “havendo ido, fazei discípulos”, isso pressupõe que sigamos
em direção aqueles que haverão de ser chamados.
b.
Por meio do ensino.
“[..]batizando-os, em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.”
O batismo obviamente é o resultado do chamado eficaz, quando
o indivíduo, após ter ouvido a pregação do evangelho, é convertido pelo
Espírito Santo e inicia sua caminhada cristã. O que se segue é que como
cooperadores da “Missão de Cristo”, temos o dever de acompanhar aqueles que são
chamados pela palavra, ensinando-os a andar segundo a sua vocação.
O ensino deve seguir a vida daqueles que são chamados a aliança a
fim de que eles obedeçam a todas as coisas que Cristo ordenou. “ensinando-os
a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”.
II.
Ilustração:
Uma excelente ilustração que
podemos utilizar aqui é o compromisso do apostolo Paulo para com as igrejas
plantadas por ele, seja de forma direta ou indireta. Em Filipenses, por
exemplo, ele trata de forma muito amável aqueles irmãos que receberam o
evangelho por meio de sua missão evangelística. Nos versos 3 e 4 do primeiro
capítulo, por exemplo, o apostolo expressa seu cuidado para com os filipenses
por meio de súplicas e agradecendo a Deus por saber que aqueles irmãos estão
prosperando e crescendo na graça.
III.
Aplicação:
Como podemos aplicar essa
verdade?
Em primeiro lugar, tornando-nos
dispostos a ir. Precisamos sair de nossa zona de conforto, as almas
estão sedentas, não fomos chamados para a inatividade.
Em segundo lugar, sendo
atenciosos, amáveis, lançando a semente e visitando a terra para garantir
que a planta irá prosperar.
“A primeira verdade que
precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”
A.
A pregação do evangelho faz parte da missão de Cristo,
Missio Dei (Missão de Deus). ( cf. verso 18)
“A segunda verdade que
precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”
B.
Somos convocados a participar da Missão. (cf. verso
19a)
“A terceira verdade que precisamos
saber sobre a pregação do Evangelho é:”
C.
Embora a Missão não seja fácil, Cristo garantiu
que não estaríamos sozinhos.
“E eis que estou convosco todos os dias até à consumação
do século.” (Mt
28.20b)
I.
Exposição:
Como Cristo está conosco?
a.
Por meio da presença do Espírito Santo que nos garante as ferramentas para a missão.
Embora tenhamos a responsabilidade de buscar o conhecimento
necessário e os meios para o cumprimento da missão, devemos nos sujeitar ao
Santo Espírito, por meio dele é que nossas palavras alcançarão êxito. Podemos
constatar essa verdade em Atos 16.6-10, onde o Espírito intervém nos
planos do apóstolo o enviando para a Macedônia, local onde o evangelho
floresceu e para quem Paulo enviou uma de suas cartas. É por meio do
Espírito de Cristo que somos direcionados segundo a vontade de Deus
b.
A presença do Espírito Santo nos garante que os
eleitos receberão a palavra para a salvação.
Novamente devemos ter em
mente que tanto a conversão, quanto o crescimento,-Filipenses
1.6- são frutos da ação soberana de Deus na pessoa do seu Santo Espírito.
embora sejamos o canal para a operação do Espírito no descrente, não devemos
pensar que a conversão de “a” mais “b” se deu por causa do nosso próprio
intelecto. Podemos facilmente exemplificar essa verdade ao observar os
resultados da intervenção do Espírito em Atos 16.
- Demônios foram
expulsos;
- Milagres
ocorreram;
- Pessoas foram
convertidas.
II.
Ilustração:
Para ilustrar essa verdade,
vou utilizar a imagem de um jovem que ao completar seus 18 anos, segue para uma
junta militar com o fim de alistar-se. Ele passa por todo processo de
alistamento e posteriormente, sendo convocado, irá receber todo treinamento
necessário para prestar seu serviço a pátria. Ele é um agente passivo,
se submete a autoridade para que sendo convocado possa estar preparado, mas por
outro lado ele é ativo em fazer-se disponível para o treinamento. Da mesma
forma, uma vez convocados por Deus para a missão, somos passivos pois recebemos
de Deus tanto a missão quando as ferramentas necessárias para ir até o
descrente, mas ao mesmo tempo devemos nos dispor a fazer a vontade de Deus ou
caso contrário seremos negligentes para com a nossa vocação.
III.
Aplicação:
Como podemos aplicar essa
verdade em nossas vidas?
·
Tendo a consciência
que devemos nos submeter ao Espírito de Deus se quisermos ter êxito na
evangelização.
·
Sabendo que
devemos nos preparar, utilizar as ferramentas que o Senhor nos dá por meio de
sua palavra.
·
Mesmo passando
por dificuldades por causa do Evangelho, não devemos desanimar, pois aquele que
nos chamou para a missão está conosco.
Conclusão
O que aprendemos por meio
desse texto?
Aprendemos que:
- A evangelização
faz parte da “Missão de Deus”, Ele, por meio da obra de Cristo, tem toda autoridade
legal para enviar seus cooperadores a convocar seus eleitos que estão
espalhados pelo mundo;
- Somos convocados
a participar da Missão de Cristo, a evangelização é um imperativo e se não
estamos abandonando nossa zona de conforto para cumprir com nosso chamado
estamos em desobediência direta e aberta a Cristo;
- Que certamente
encontramos dificuldades diversas para cumprir a missão, mas que devemos
confiar em Deus, pois por meio de seu Espírito veiculado pela palavra pregada as
almas são convertidas para a glória de Deus.
Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas!