domingo, 5 de fevereiro de 2017

Homem Presbiteriano







Texto Base: Jó 1;1.
Por: Sandro Francisco do Nascimento.

Introdução

Hoje, primeiro domingo do mês de fevereiro, comemoramos o dia do homem presbiteriano. Em primeiro lugar desejo expor minha alegria em fazer parte deste grupo de homens que buscam viver a verdade da palavra de Deus.

Mas o que é um homem presbiteriano? Penso que um homem presbiteriano é comprometido com a palavra de Deus, que prega e vive o evangelho de Cristo, em outras palavras: “um homem bíblico”.
Iremos então fazer uma breve analise sobre a vida de um homem de Deus cujo nome era Jó, creio que a escritura é bastante generosa ao relatar detalhes tão preciosos sobre a vida deste homem de Deus.

Sobre o livro 

Sobre a autoria do livro de Jó, ainda é um ponto de debate. A tradição sugere que Moisés foi o autor, embora alguns acreditem que Salomão teria escrito o livro. Eu pessoalmente sou a favor da autoria mosaica, não creio que a alegação de que Salomão teria melhor condição de ser o autor pela sua sabedoria e conhecimento de diversos povos e culturas. Moisés foi criado em meio à família real do Egito, certamente tinha uma cultura muito elevada e de igual modo poderia ter recebido as informações sobre a vida de Jó de algum estrangeiro. Além da questão cultural, podemos perceber também que certamente Jó viveu na época dos patriarcas, uma vez que não percebemos no texto a presença da lei mosaica. Claramente Jó aparece como sacerdote da sua casa, isto é uma prova de que sua história é de fato do período patriarcal. Outro argumento a favor da autoria de Moisés, é que Uz era vizinha de Midiã, onde Moisés passou quarenta anos, antes de retornar ao Egito.
Outros argumentos poderiam ser usados aqui á favor da autoria mosaica, contudo creio que não seja necessário prolongar este assunto.





Exposição do texto

Jó 1:1
1 - HAVIA um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.
O narrador em suas primeiras palavras parece introduzir quem é a pessoa de Jó:
a.       Ele fala sobre onde Jó vivia;

HAVIA um homem na terra de Uz

b.      Diz o seu nome;

cujo nome era Jó

c.       Atribui a Jó qualidades.
e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.

Verdades sobre Jó

1.      Integro.

· Expressão utilizada para designar um homem que tem caráter, dignidade e honestidade[1].
Este é um termo muito raro, e quase que exclusivamente poético, sendo frequentemente traduzido como perfeito. No entanto, não isento de falhas (cons. Jó 14:16).
16 - Mas agora contas os meus passos; porventura não vigias sobre o meu pecado?
2.      Reto.

Reto e integro são palavras diferentes que designam a mesma coisa. Um homem reto é um Homem integro. Talvez o autor tenha usado aqui uma redundância a fim de enfatizar a integridade de Jó. Creio pessoalmente que seja bem possível, pois é comum a tradição judaica esse tipo de expressão. Um bom exemplo desta linguagem a fim de dar ênfase é o próprio Senhor Jesus, que por varias vezes usou expressões como: em verdade, em verdade; sai para fora.


Moody, ao comentar este versículo disse o seguinte:

Íntegro e reto, não se refere à perfeição sem pecado, (cons. Jó reconhecendo seus pecados; por exemplo, 7:20; 13:26; 14:16 e segs.), mas à integridade sincera, especificamente a lealdade para com a aliança (cons. Gn, 17:1, 2). Havia uma harmonia honesta entre a sua profissão de fé e a sua vida, exatamente o oposto da hipocrisia da qual ele foi acusado por Satanás e mais tarde por seus amigos.[2]

3.      Temente a Deus.

No V.T. "o temor do Senhor" é o nome da religião verdadeira. A piedade de Jó era fruto de submissão genuína ao Senhor, diante de quem ele andava em reverência, rejeitando resolutamente o que Ele tivesse proibido.[3]

Em outras palavras, a vida piedosa e frutuosa de Jó dava testemunho do Deus todo poderoso.

4.      Desviava-se do mal.

A palavra aqui traduzida como desviava-se, poderia ser traduzida literalmente como: afastar; ou evitar; ou dar as costas.
Aqui parece que temos um resultado natural do temor a Deus. Se Jó era temente a Deus, ou seja, tinha uma vida segundo os preceitos do Senhor, era natural que ele se desviasse do mal.

Aplicações

1.      Um homem piedoso glorifica a Deus em sua forma de viver.

Jó 1:8
8 - E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.

Deus glorifica a si mesmo quando aponta para Jô como sendo fruto da sua graça redentora.

2.      Um homem que honra a Deus, ora por sua família.

Jó 1:5
5 - Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.


3.      Um homem bíblico não tem sua fé edificada sobre seus bens.

Em gêneses o diabo colocou em descrédito a índole de Deus para Adão e Eva, no entanto, no caso de Jó ele condicionou sua fidelidade a Deus as riquezas que o Senhor lhe dera.

Gênesis 3:4-5
4 - Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
5 - Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

Jó 1:10-11
10 - Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra.
11 - Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.

4.      Um homem que honra a Deus reconhece que não possui nada de si, mas que tudo vem de Deus.

Jó 1:21
21 - E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR.

5.      Um homem bíblico, ainda que passando por provações permanece sendo servo.

Jó 1:20-22
20 - Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou.
22 - Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas


[1] http://www.dicionarioinformal.com.br/homem%20%C3%ADntegro/
[2] (Comentário Bíblico Moody)
[3] (Comentário Bíblico Moody)

domingo, 29 de janeiro de 2017

A Identidade do Espírito Santo

Estudo 37 




Autor: Pastor Marcos Granconato, Igreja Batista Redenção.



    1.       A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo não é uma força, uma energia cósmica ou a personificação do poder de Deus. Ele é uma “pessoa”, a terceira pessoa da Trindade. A Bíblia é generosa em apontar essa realidade:

A. O Espírito Santo possui atributos pessoais
            a)      É inteligente (Rm 8.27 e 1Co 2.10,11,13);
            b)      Tem emoções (Ef 4.30);
            c)      Tem vontade própria (At 16.6-11 e 1Co 12.11).
 B. O Espírito Santo tem atitudes de uma pessoa
            a)      Convence do pecado (Jo 16.8);
            b)      Guia os crentes à verdade (Jo 16.13);
            c)       Realiza milagres (At 8.39);
            d)     Intercede pelos crentes (Rm 8.26).

 C. O Espírito Santo recebe atribuições que somente uma pessoa poderia receber

            a)      Deve ser obedecido (At 10.19-21);
            b)      Pode-se mentir a ele (At 5.3);
            c)      Pode ser resistido (At 7.51);
            d)     Pode ser entristecido (Ef 4.30);
            e)      Pode ser ultrajado (Hb 10.29).

 D. O Espírito Santo se relaciona de modo pessoal com outras pessoas

            a)      Com os apóstolos (At 15.28);
            b)      Com Jesus (Jo 16.14);

    2.       A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

 O Espírito Santo não é apenas uma pessoa. Ele também é Deus.

 A. O Espírito Santo possui nomes divinos

            a)      Espírito de Deus (1Co 6.11 e 2Co 3.3);
            b)      Espírito de Cristo (At 16.7 e Rm 8.9).



B. O Espírito Santo possui atributos divinos

           a)      Onisciência (Is 40.13; 1Co 2.12);
           b)      Onipresença (Sl 139.7);
           c)      Onipotência (Jó 33.4 e Sl 104.30).

 C. O Espírito Santo realiza obras divinas

            a)      Foi o autor da concepção virginal (Lc 1.35);
            b)      Foi o agente da inspiração das Escrituras (2Pe 1.21);

            c)      Estava envolvido na criação (Gn 1.2).

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Enchei-vos do Espírito




Texto base: Efésios 5: 18.
Por: Sandro Francisco do Nascimento.
E não vos embriagueis com o Vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito
Introdução
Ser cheio do Espírito é certamente um assunto muito comum no meio evangélico. No entanto, no movimento moderno de avivamento Espiritual, podemos perceber que há pouco ou quase nada do conhecimento do que é ser cheio do Espírito. É evidente que há um distanciamento da interpretação, bem como da prática da ordem dada por Paulo. Ou seja, uma má interpretação do texto bíblico tem sido o fator responsável por uma geração vazia, que não tem produzido frutos dignos do Espírito.
Certamente, qualquer crente sincero que busca o entendimento do texto, irá ser confrontado com as praticas modernas da plenitude do Espírito. Nesta exposição, iremos nos aproximar do texto sagrado a fim de entender a ordem tão clara acerca do nosso compromisso em buscar as dádivas do Espírito.
Sobre Éfeso
[1]Éfeso era a maior, mais rica e mais importante cidade da Ásia Menor. Era chamada “a feira das vaidades” do mundo antigo.[2] Um escritor romano a chamou: “a luz da Ásia”. [3]A cidade tinha uma população estimada em mais de duzentas mil pessoas. Os efésios construíram um teatro que podia oferecer assento para cerca de 24 mil pessoas.[4]
Em Éfeso, ficava o mais importante porto da Ásia Menor.[5] Para todos os que desejavam viajar para algum lugar da Ásia, Éfeso era a entrada obrigatória. Mais tarde, quando muitos mártires foram capturados na Ásia e levados a Roma para ser lançados aos leões, Inácio rebatizou Éfeso de “a porta dos mártires”.[6]
Éfeso era o centro do culto a Diana (Atos 19:35), cujo templo jônico era uma das sete maravilhas do mundo antigo.[7] Nesse templo, havia centenas de prostitutas sagradas. Tudo isso fazia de Éfeso uma cidade sobremodo imoral.[8] Simon Kistemaker, citando o filosofo grego Heráclito, diz que a moral do templo era pior que a moral dos animais, pois nem mesmo os cães promíscuos mutilavam uns aos outros.[9] Era uma cidade mística, cheia de superstição e também um dos centros do culto ao imperador.
Paulo visitou a cidade no final da sua segunda viagem missionária por volta do ano 52 D.C. Em sua terceira viagem, permaneceu em Éfeso por três anos.
Apesar de todos os problemas morais da cidade, houve ali alguns sinais de avivamento: as pessoas ao ouvirem o evangelho denunciavam publicamente suas obras; rompiam com o ocultismo, queimando seus livros de magia; e dali o evangelho de Cristo se espalhou para toda Ásia Menor (Atos 19:1-20).

Verdades implícitas no texto

1.      Todo crente verdadeiro é habitado pelo Espírito Santo.
Para afirmar esta verdade recorro à própria epistola aos Efésios 1:13-14.

Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória.

2.      Ser habitado pelo Espírito implica em viver em Espírito.

E não vos embriagueis com o Vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, Éfésios 5:18.

Em seu livro “Cheios do Espírito”, o Rev. Augustus Nicodemus comenta:

A embriaguez era algo bastante comum entre pagãos, assim como entre os habitantes de Éfeso, especialmente por ocasião dos festivais promovidos aos seus deuses, entre os quais se destacava Baco, o deus do vinho. Durante a Bacanália, o festival ao deus Baco, os participantes se embriagavam e se entregavam às mais baixas paixões carnais, totalmente submetidos à influência do vinho. O resultado era aswtia, palavra grega que Paulo usa aqui e que significa “dissolução, luxúria, lascívia”.[10]

3.      Encher-se do Espírito é uma ordem.

O verbo empregado esta no imperativo, isso quer dizer que Paulo não esta sugerindo que os crentes sejam cheios, mas ele esta na verdade ordenando que sejamos cheios do Espírito.

4.      É um dever de todos os crentes.

E não vos embriagueis com o Vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, Éfésios 5:18.

5.      Está na voz passiva.

O sentido segundo John Stott é: “deixai o Espírito Santo encher-vos”.

Comentando o versículo John Stott faz um paralelo com Cl 3:16, “habite ricamente em vós a palavra de Cristo”.
Ou seja, obedecer à palavra e encher-se do Espírito são coisas idênticas e que não devem ser separadas.

A própria ideia de encher-se é como um copo embaixo de uma torneira, sendo assim cheio ate transbordar. Não há nenhuma ação daquele que é cheio, mas daquele que o enche.
Logo, nos enchemos do Espírito quando estamos cheios dele.

6.      A ordem é continua.

A ordem esta no presente, isto indica que devemos sempre nos encher do Espírito, durante toda caminhada Cristã.

 No grego há dois tipos de imperativo, um aoristo que descreve uma ação única, e um presente quando a ação é contínua. Assim, quando Jesus disse durante as bodas em Caná: “Enchei d`água as talhas” (Jo 2.7), o imperativo é aoristo, visto que as talhas deviam ser enchidas uma só vez. Quando, porém, Paulo nos diz: Enchei-vos do Espírito, emprega um imperativo no presente, o que subentende que devemos continuar ficando cheios. A plenitude do Espírito, pois, não é uma experiência de uma vez para sempre que nunca podemos perder, mas, sim, um privilégio que deve ser continuamente renovado pelo continuado crer e pela continuada apropriação obediente. Fomos selados com o Espírito de uma vez por todas; temos necessidade de encher-nos do Espírito e continuar ficando cheios todos os dias e todos os momentos do dia. ”[11]


Aplicações
1.      Devemos buscar a plenitude do Espírito.

Como já mencionado acima, é dever da igreja buscar encher-se do Espírito, pois é a vontade de Deus.

Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. Efésios 5:17.

2.      Uma igreja cheia do Espírito prestara um culto segundo a vontade de Deus.

Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, Efésios 5:19.

3.      Uma igreja cheia do Espírito é Teocêntrica.

Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, Efésios 5:19.

4.      Uma igreja cheia do Espírito é grata a Deus.

Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Efésios 5: 20.

5.      Uma igreja cheia do Espírito vive em comunhão, seus membros vivem em submissão, honrando, amando e respeitando uns aos outros.
                             Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. Efésios 5: 21.

Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas.


[1] Rev. Hernandes Dias Lopes, Ouça o que o Espírito diz às Igrejas, p. 43-44.
[2] Barclay, William. Apocalipsis, p.70
[3] Barclay, William. Apocalipsis, p.70.
[4] Kistemaker, Simon. Apocalipse, p.148.
[5] Ladd, George. Apocalipse, p.30.
[6] Barclay, William. Apocalipsis, p.70.
[7] Stott, John. O que Cristo pensa da Igreja, p.16.
[8] Barclay, William. Apocalipsis, p.72.
[9] Kistemaker, Simon. Apocalipse, p.150.
[10] Nicodemus, Augustus. Cheios do Espírito p.22.
[11] John Stott.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Onde está Deus?




Por: Valdejane Maria da S. Nascimento
http://coisasdemulhercris.blogspot.com.br/

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, assim os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55:8, 9).

Quando acontece uma tragédia algumas pessoas se perguntam: Onde estava Deus? Normalmente as pessoas têm o costume de pensar que se Deus está vendo tudo, então nada de ruim vai acontecer, ou que, se Deus é bom; logo tragédias não deveriam acontecer. No entanto, elas não percebem que Deus habita em uma esfera diferente da nossa, que tem planos diferentes dos nossos. Deus não trabalha conforme a nossa vontade, nós não determinamos o que ele deve fazer, ele não é guiado por nós; somos pecadores ele é santo; somos limitados ele é ilimitado. Ele faz conforme o seu querer e não conforme nossos desejos.  Em meio à tragédia, ele é o mesmo Deus, ele é soberano do mesmo jeito, ele é fiel.

Nós enxergamos o presente, ele vê o presente e o futuro; nós almejamos desfrutar bênçãos matérias, ele quer que gozemos de sua maravilhosa presença; lembramos constantemente das nossas dores, mas não paramos para refletir no sofrimento que Jesus passou por nós; julgamos injusto alguém morrer em uma tragédia, esquecemos que a maior injustiça aconteceu quando um homem santo, justo, sem pecado morreu para nos justificar, sendo nós miseráveis pecadores, que nem se quer merecíamos sua graça.

Os pensamentos de Deus são diferentes dos nossos, os caminhos dele são diferentes dos nossos, ele tem um plano diferente, o qual nós nunca iremos entender. Ele vê a eternidade, ele sabe o motivo pelo qual tudo acontece, quem somos nós para questionarmos os planos de Deus? Quem somos nós para querermos entender? Por acaso ele nos deve explicações? Ele é o criador de tudo, ele projeta caminhos que nós nunca poderemos entender, faz coisas inimagináveis acontecerem, o que é impossível para nós é possível para ele. “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite” (Salmos 90:4).  

Jamais conseguiríamos medir o tamanho do seu poder, nem a intensidade do seu amor, nossos pecados são tão grandes que nunca conseguiríamos nos aproximar de Deus, mas a sua graça é tão imensurável que nos alcançou. Embora não possamos entender ou ver seus propósitos sabemos que ele está no controle de tudo em nossa vida, em qualquer situação ele está conosco, ele nunca nos deixa só. Assim só nos resta confiarmos nossas vidas a ele. Abandone o desejo de entender e dizer como Deus deve agir e apenas confie.


quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Confissão de fé de Westminster




CAPÍTULO IV
DA CRIAÇÃO


I. Ao princípio aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a manifestação da glória do seu eterno poder, sabedoria e bondade, criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bom, o mundo e tudo o que nele há, visíveis ou invisíveis.

Rom. 9:36; Heb. 1:2; João 1:2-3, Rom. 1:20; Sal. 104:24; Jer. 10: 12; Gen. 1; At. 17:24; Col. 1: 16; Exo. 20: 11.

II. Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea, com almas racionais e imortais, e dotou-as de inteligência, retidão e perfeita santidade, segundo a sua própria imagem, tendo a lei de Deus escrita em seus corações, e o poder de cumpri-la, mas com a possibilidade de transgredi-la, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, que era mutável. Além dessa escrita em seus corações, receberam o preceito de não comerem da árvore da ciência do bem e do mal; enquanto obedeceram a este preceito, foram felizes em sua comunhão com Deus e tiveram domínio sobre as criaturas.


Gen. 1:27 e 2:7; Sal. 8:5; Ecl. 12:7; Mat. 10:28; Rom. 2:14, 15; Col. 3:10; Gen. 3:6.



terça-feira, 8 de novembro de 2016

Confissão de fé de Westminster





CAPÍTULO III
DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS


I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.

Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34.

II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições.

At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.

III. Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.

I Tim.5:21; Mar. 5:38; Jud. 6; Mat. 25:31, 41; Prov. 16:4; Rom. 9:22-23; Ef. 1:5-6.

IV. Esses homens e esses anjos, assim predestinados e preordenados, são particular e imutavelmente designados; o seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem aumentado nem diminuído.

João 10: 14-16, 27-28; 13:18; II Tim. 2:19.

V. Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa.

Ef. 1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9.

VI. Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também, pelo eterno e mui livre propósito da sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente chamados para a fé em Cristo pelo seu Espírito, que opera no tempo devido, são justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora. Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo.

I Pedro 1:2; Ef. 1:4 e 2: 10; II Tess. 2:13; I Tess. 5:9-10; Tito 2:14; Rom. 8:30; Ef.1:5; I Pedro 1:5; João 6:64-65 e 17:9; Rom. 8:28; I João 2:19.

VII. Segundo o inescrutável conselho da sua própria vontade, pela qual ele concede ou recusa misericórdia, como lhe apraz, para a glória do seu soberano poder sobre as suas criaturas, o resto dos homens, para louvor da sua gloriosa justiça, foi Deus servido não contemplar e ordená-los para a desonra e ira por causa dos seus pecados.

Mat. 11:25-26; Rom. 9:17-22; II Tim. 2:20; Jud. 4; I Pedro 2:8.

VIII. A doutrina deste alto mistério de predestinação deve ser tratada com especial prudência e cuidado, a fim de que os homens, atendendo à vontade revelada em sua palavra e prestando obediência a ela, possam, pela evidência da sua vocação eficaz, certificar-se da sua eterna eleição. Assim, a todos os que sinceramente obedecem ao Evangelho esta doutrina fornece motivo de louvor, reverência e admiração de Deus, bem como de humildade diligência e abundante consolação.


Rom. 9:20 e 11:23; Deut. 29:29; II Pedro 1:10; Ef. 1:6; Luc. 10:20; Rom. 5:33, e 11:5-6, 10.