segunda-feira, 30 de maio de 2016

PREGAÇÃO EXPOSITIVA: Unidade Cristã.



Autor: Sandro Francisco do Nascimento
Texto Base: Efésios 4:1-6.
Tema: Unidade Cristã.
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vossa vocação a que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.
Introdução
Nos três primeiros capítulos, Paulo faz uma apresentação do mistério da graça, da eleição e da união dos povos em Cristo. Ele traz uma visão completa da obra redentora de Cristo, a quem são convergidas todas as coisas. Paulo procura apresentar o plano da redenção e suas implicações.
No capítulo 1° ele fala das riquezas da graça e da glória de Jesus Cristo. Paulo fala da garantia que é dada: primeiro por se tratar de um plano do próprio Deus, logo não falhará; como também é garantido pelo selo do Espírito Santo.
No capítulo 2° e 3° ele apresenta a posição da humanidade quando estranhos a aliança, colocando-os em pé de igualdade (escravos do pecado e carentes da graça de Deus). Explica também na prática como é aplicada esta benção e sua extensão, que não é mais dirigida unicamente aos judeus, mas alcança também os gentios.
Visto todas estas coisas, Paulo começa então o capítulo 4 trazendo todas as implicações destas verdades na vida prática dos crentes.
EFÉSIOS 4: 1-6.
Paulo agora condiciona sua exortação ao entendimento de tudo aquilo que ele havia ensinado anteriormente. “Ou seja, tendo em vista tudo aquilo que vos ensinei!”
Neste primeiro versículo Paulo leva seus leitores a lembrar de toda a estrutura que ele construiu anteriormente para assim fortificar agora sua argumentação.
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vossa vocação a que fostes chamados,
A expressão andeis, é melhor entendida como conduta. É um apelo à mudança de vida, uma vida que seja condizente com a vocação.
No versículo 2 ele continua seu raciocínio, apresentando como convém ao eleito andar.
Com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
De fato, aqui Paulo convida seus leitores a manifestar em suas vidas os dons do Espírito. Uma vez que eles agora são habitados pelo Espírito de Deus, suas virtudes têm que se fazer evidente em suas vidas.
·         Humildade: Característica de pessoas francas, que aceitam a verdade e que têm senso de realidade apurado. Reconhecem seus erros e acertos com a mesma naturalidade. Não subestimam, nem supervalorizam fatos, pessoas, coisas ou a si mesmos![1]
·         Mansidão: Estado de espírito de alguém que tem controle e domínio sobre seu temperamento e atitudes; calma; paciência; controle da situação; domínio próprio.[2]
·         Longanimidade: Qualidade do que é longânime; firmeza de ânimo; coragem; resignação; magnanimidade. Significa suportar pacientemente o mal ou a provocação, junto com a recusa de perder a esperança de haver melhora no relacionamento perturbado.[3]
Gálatas, Cap. 5. v. 22
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. 
·         Suportar: Ter algo sobre si. Ser base ou suporte de alguma coisa. 
Aguentar o peso de algo. Sofrer, tolerar, admitir.[4]
·         Amor: Esta palavra traduzida como amor é a palavra grega aga,ph (ágape) que é um substantivo de agapaw, tem o sentido de uma festa de amor; festa de caridade; benevolente.[5]

Versículo 3.
Esforçando-vos diligentemente[6] por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;

Agora o apostolo pede que se esforcem com toda dedicação para manter a unidade do Espírito, isso nos leva a entender que esta unidade já existe e que os crentes têm o dever de mantê-lo firme.
Calvino em seu comentário em Efésios não nega que de fato a unidade do Espírito seja aquela operada no momento da conversão, porém entendia que também se referia a uma unidade de mente (pensamento), pois diz ele, é composta por o vínculo da paz. Como temos muitas vezes pensamentos diversos e isto desperta com frequência ódio e ressentimento, devemos nos esforçar para termos paz com nossos irmãos.

Versículo 4

Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados.
numa só esperança da vossa vocação;

Somente um corpo. O organismo composto do Senhor Jesus Cristo na qualidade de Cabeça e de todos os crentes nEle. É a nova criação, o corpo mencionado antes na epístola (1:23).[7]
a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.

Calvino entendia que Paulo estava aqui expressando como deveria ser perfeita a unidade dos Cristãos. Denota a unidade dos cristãos não só no corpo físico, mas também na alma, ou seja, no homem como um todo. Isto se levado em consideração levará o corpo a um crescimento em todos os sentidos da vida cristã e secular. Segue então o valor da unidade por sermos participantes de uma mesma herança e uma só vida.

Versículo 5.

Há um só Senhor, e uma só fé, um só batismo;

Certamente esta expressão “Um só Senhor” denota Cristo como governador de seu povo, Ele como cabeça de um corpo com vários membros sujeitos a sua autoridade. A expressão é então muito pertinente à abordagem que Paulo deseja fazer, uma vez que Cristo é o cabeça, seu corpo não pode ser dividido ou lacerado.

Uma só fé denota confiança e confissão.

Um só batismo, sobre esta expressão posso apresentar aqui duas interpretações que entendo ser plausíveis.

1.      O batismo como o novo nascimento, operado por Deus no eleito. Ou seja, todos aqueles que foram eleitos e passaram pelo novo nascimento formando assim um só corpo sendo Cristo a cabeça.
·         Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Mateus 3:11.
·         Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. 1 coríntios 12:13.

2.      O batismo praticado como iniciação comum a todos os cristãos. Símbolo representativo da aliança.
·         Em nome da santíssima trindade.
·         Símbolo visível de inclusão no pacto.
João Calvino não entendia que “um só batismo” se referia à quantidade, mas de fato a união mística que acontece do cristão no corpo de Cristo, que é comum a todos os cristãos.[8]

No entanto, não é necessário negar o batismo como número, uma vez que o batismo é um símbolo de entrada no pacto, não é necessária sua repetição.

Versículo 6

Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está
em todos.

Nos versículos 4, 5 e 6 Paulo menciona as três pessoas da trindade, um Espírito (4), um só Senhor (5), um só Deus e Pai (6).

Neste versículo Paulo demonstra na prática está união, pois nossa vocação é comum.

·         Um só Deus e Pai.
·         Sujeitos ao mesmo governo.
·         E no final ele parece estar introduzindo a questão seguinte sobre a dispensação dos dons, o crente como membro funcional de um só corpo. Benefícios e deveres na harmonia deste corpo.


Considerações

                               I.            Fomos vocacionados: Ef. 4:1.

1. Ato de chamar.
2. Escolha, chamamento, predestinação.
3. Tendência, disposição, pendor.
4. P. ext. Talento, aptidão. [9]

Do grego klh/sij que quer dizer “chamado”, convocado a participar. Com isso Paulo esta querendo dizer que eles foram de fato chamados à responsabilidade.

                            II.            Esta vocação é santa, devemos dar testemunho digno (adequado, apropriado). Ef. 4:1.

                         III.            Se de fato recebemos esta ordenação, temos a responsabilidade de manter está união no Espírito. Ef. 4: 3.

                         IV.            Devemos usar sabiamente os dons do Espírito para manter a união e a paz, que é o vinculo ou elo que nutri o corpo. Ef. 4: 1- 4.



Aplicações

Texto ilustrativo

 A jornalista e filósofa Lia Diskin durante o Festival Mundial da Paz, ocorrido em Florianópolis, em 2006, contou o seguinte caso de uma tribo na África:

Um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo Ubuntu e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Como tinha muito tempo ainda até o embarque, ele propôs, então, uma brincadeira para as crianças que achou ser inofensiva.   Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, colocou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse “já!”, elas deveriam sair correndo até o cesto e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro. As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse “Já!” instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.  O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces. Elas simplesmente responderam:   –Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?   Ele ficou pasmo. Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?  Ubuntu significa: “Eu sou porque nós somos” ou, em outras palavras “Eu só existo porque nós existimos”.[10]




Este texto reflete algumas verdades bíblicas que devemos pôr em prática em nossa vida cristã.
O interessante é que esta tribo tem um conceito moral de união e fraternidade que é muito similar ao que aprendemos pela palavra de Deus. Isso se deve a revelação geral ou a graça comum que é dispensada a toda a humanidade, possibilitando assim que pessoas estranhas à aliança produzam obras dignas.
Isto nos leva então a pensar: se pessoas longe da aliança muitas vezes refletem a influência da graça de Deus, quão grande é nossa responsabilidade em vivermos vidas dignas?

Isto nos mostra algumas verdades sobre a vida cristã:

·         Em Cristo Jesus “somos um!”.
Efésios 4:4. Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação.

Romanos 12: 5. Assim também nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e cada membro está ligado a todos os outros. 

1 Coríntios 10:17. Como há somente um pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão.

Efésios 4:25. Portanto, cada um de vós deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo Corpo.

·         Cristo é a cabeça e Senhor deste corpo, portanto devemos honra-lo com nossa vida.
Efésios 4: 1. Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados.



·         Deus é glorificado na comunhão da igreja.
Efésios 4: 5-6. Há um só Senhor, e uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.





Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas!




[1]http://www.dicionarioinformal.com.br
[2]http://www.dicionarioinformal.com.br
[3]http://www.dicionarioinformal.com.br
[4]http://www.dicionarioinformal.com.br
[5] James Strong, bíblia de estudos palavra chave.
[6] Dedicação.
[7]Moody, pág. 24.
[8] Calvino, comentário em Efésios.
[9] Dicionário Aurélio.
[10]http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/ubuntu-o-que-a-africa-tem-a-nos-ensinar/

sexta-feira, 11 de março de 2016

A Soberania de Deus em meio o Sofrimento.


PREGAÇÃO EXPOSITIVA

HEMÃ

Autor: Sandro Francisco do Nascimento

Texto Base: Salmo 88: 1-18.

Tema: A Soberania de Deus em meio o Sofrimento.

1 Ó Senhor, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti. 2 Chegue à tua presença a minha oração, inclina os teus ouvidos ao meu clamor;3 porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida se aproxima do Seol.4 Já estou contado com os que descem à cova; estou como homem sem forças,5 atirado entre os finados; como os mortos que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras, e que são desamparados da tua mão.6 Puseste-me na cova mais profunda, em lugares escuros, nas profundezas.7 Sobre mim pesa a tua cólera; tu me esmagaste com todas as tuas ondas.8 Apartaste de mim os meus conhecidos, fizeste-me abominável para eles; estou encerrado e não posso sair.9 Os meus olhos desfalecem por causa da aflição. Clamo a ti todo dia, Senhor, estendendo-te as minhas mãos. 10 Mostrarás tu maravilhas aos mortos? ou levantam-se os mortos para te louvar?11 Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade no Abadom?12 Serão conhecidas nas trevas as tuas maravilhas, e a tua justiça na terra do esquecimento?13 Eu, porém, Senhor, clamo a ti; de madrugada a minha oração chega à tua presença. 14 Senhor, por que me rejeitas? por que escondes de mim a tua face?15 Estou aflito, e prestes a morrer desde a minha mocidade; sofro os teus terrores, estou desamparado. 16 Sobre mim tem passado a tua ardente indignação; os teus terrores deram cabo de mim.17 Como águas me rodeiam todo o dia; cercam-me todos juntos.18 Apartastes de mim amigos e companheiros; os meus conhecidos se acham nas trevas.

Sobre o salmo

O salmo 88 é considerado o mais triste de todos, ao contrário da maioria, este não trás qualquer esperança de livramento ou libertação.

Esta lamentação e oração individual completamente envolvidas em desânimo e desespero termina sem uma resposta ou mesmo um vislumbre de esperança. Embora alguns intérpretes considerem o salmo como uma continuação corporativa de porções do livro das lamentações, os aspectos pessoais são intensos demais para tal interpretação nacional. O salmista não pode ser localizado dentro da história, pois seus sofrimentos têm uma qualidade sem ligação alguma com o tempo[1].

Sobre o autor

Hemã era da tribo de Levi e do clã dos coatitas, era músico, filho de Joel e neto do profeta Samuel (I Cr. 6.33). Hemã no hebraico significa "Fiel", este nome aparece dezesseis vezes na Bíblia. Hemã sempre serviu ao Senhor junto com Etã e Asafe, ele foi um famoso líder de música no último período do reinado de Davi, quando celebravam os cultos no Tabernáculo e depois, no governo de Salomão, no Templo, após sua construção e inauguração (I Cr. 6.33-48). Asafe, Hemã e Etã (algumas vezes aparece com o nome de Jedutum) fundaram as três primeiras famílias de cantores (I Cr. 25).



Exposição do Salmo

  1. Suplicas á Deus para que o ouça (vs. 1-2).

    Hemã mesmo em meio o sofrimento era fiel ao Senhor e reconhecia que ele era o seu SALVADOR.

    1 Ó Senhor, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti. 2 Chegue à tua presença a minha oração, inclina os teus ouvidos ao meu clamor;

    O salmista espera que Deus literalmente o ouça. Sabe que o Senhor é sua esperança.

  2. Descrição do seu sofrimento (3-8).

    Do versículo 3 ao 8 temos uma descrição da situação que se encontrava Hemã.


a.    Em estado de humilhação. “Sou contado com os que baixam à cova” (v.4). A palavra “cova” (באש - b ̂e’osh) que significa também poço, cisterna, mas talvez o sentido aqui, seja de um lugar de mau cheiro, de odor repulsivo. Talvez descrevendo o seu estado físico causado pela doença, a lepra. Todavia não se pode provar que ele era leproso, por sua posição no templo como levita e mesmo seu prestigio.



b.    Em um estado de desamparo, sem ajuda (vs. 4).



c.    Abandonado por não haver mais solução (vs. 5). Talvez fazendo alusão aos feridos de guerra que eram abandonados no campo de batalha.

3-8. Suas Queixas. A minha vida já se abeira da morte. Seu problema é tão sério que ele se sente como se já estivesse para morrer. Nada lhe resta além da sepultura e do Sheol[2]. Seu termo mais descritivo para o Sheol é a cova (v. 4), lugar de trevas onde os mortos são deixados fora do alcance de Deus. Parece que ele sente que o Senhor já não se lembra dele, uma vez que é considerado pertencente ao número dos mortos[3].

  1. Atribui a Deus sua condição (vs. 6-8).


. Isso faz parte da consciência judaica que atribui a Deus todas as coisas, sejam boas ou más. No Judaismo se entendia que o autor das aflições era o próprio Deus. Assim diz no profeta Isaias 48: 10: Veja, eu refinei você, embora não como prata; eu o provei na fornalha da aflição. (NVI)”.

  1. Argumenta com Deus (vs. 9-12).     

    O argumento dele se baseia tão somente em que Deus pode ser glorificado pela sua vida, em quanto ele viver glorificará a Deus entre os viventes.
  2. Insiste em orar mesmo sem esperança de obter resposta (vs. 13).

    . O salmista não cessa a sua oração por socorro, mesmo sem obter resposta. Diferente dos demais salmos de lamentações este salmo termina sem esperança, a ultima palavra do salmo é “trevas”.

Considerações

Deus também sofreu. Enquanto Deus olhava para seu Filho em angústia na cruz, ele sofria. Este sofrimento não era causado pela fraqueza de Deus. Não era como se Jesus tivesse esgotado todos os seus esconderijos e seus inimigos finalmente o tivessem apanhado e executado contra sua vontade. Não, Jesus entregou sua vida voluntariamente (João 10:17-18). Ele decidiu voltar ao mesmo lugar onde sabia que Judas poderia encontrá-Lo (João 18:1-2). Ele se recusou a chamar os anjos para que o salvassem, ainda que legiões deles estivessem à sua disposição (Mateus 26:53). Ele nada disse para se defender durante o julgamento, ainda que, se tivesse feito isso, sem dúvida teria escapado da cruz. Cristo sofreu porque decidiu sofrer. Sofreu porque nos amava. O fato que o Senhor sofre conosco nos assegura de sua compaixão e auxílio, e dá-nos forças para enfrentarmos nossas dificuldades (Hebreus 2:14-18; 4:14-16; 5:7-10).

Não sabemos todas as respostas.

Ainda que não consigamos com nossas mentes limitadas entender o porque de nossos sofrimentos, devemos crer que Deus é Soberano e que tem controle sobre todas as coisas. Jó um homem temente a Deus passou por vários sofrimentos, e sequer soube o porquê! Deus se revela em nossas vidas da forma que lhe apraz e cabe a nós confiar na sua sabedoria e poder.

O sofrimento nos aproxima de Deus.

.Deus segreda-nos nos nossos prazeres, fala conosco na nossa consciência, mas grita-nos nas nossas dores: são o Seu megafone para acordar um mundo surdo.
 (C. S. Lewis)[4]
···.

"Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2 Coríntios 12:10).

Isto tem que ser uma reação lógica na vida do Cristão, quando sofremos devemos buscar mais nosso Senhor, pois Ele é poderoso e nos ajudará a passar pelo sofrimento

Paulo e seu espinho que não conhecemos, sua aflição o fazia reconhecer seu lugar de servo. Devemos sentir prazer de estar no lugar mais alto que podemos e devemos estar: “prostrados aos pés do Soberano Deus”

APLICAÇÃO:

  1. Mesmo os homens mais santos e fieis, não estão isentos de sofrimento.
    Exemplo a vida de Jó, que era um homem irrepreensível, mas foi provado passando por aflições terríveis ordenados por Deus.

 Certa viúva que tinha por nome “FELICIDADE”, mulher destemida que tinha sete filhos e denunciada ao prefeito de Roma viu seus filhos serem torturados e mortos diante de seus olhos. O mais incrível a se observar sobre esta mulher é que depois de ver seus filhos mortos por amor à fé, a mesma agradeceu a Deus por ter seus filhos coragem para morrer e não negarem sua fé.

Ainda oprimida por seus inquiridores, ela disse: “viva, eu te vencerei”. Seu inquiridor respondeu: “eu te mato”. E ela disse: “morta, vencer-te-ei ainda mais”.

Assim FELICIDADE foi morta com grande suplicio e sofrimento!



  1. Esses períodos podem durar muito tempo.
    Deus não esta sujeito ao tempo, nós sim. O sofrimento pode durar um tempo ou toda uma vida.
    Mas temos um consolo: que nossa estadia aqui neste mundo não durará para sempre. As aflições deste tempo de modo algum podem ser comparadas com o porvir no reino de Deus.

Rm 8:18 Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós.



  1. Esses sofrimentos sobrevêm para mostrar o quanto nós somos fracos.
    O sofrimento também é uma ferramenta de Deus, e nos faz perceber que somos pequenos e necessitados de sua misericórdia. Assim sempre foi na relação de Deus com seu povo Israel, momentos de “paz” e momentos de “provação”. Quando o povo estava rebelde Deus enviava um povo para escravizar Israel e assim seu povo voltava a ter comunhão com o Senhor. Assim Deus os livrava de seus opressores e seu nome era glorificado.



  1. Devemos lembrar que somos pecadores.
    O sofrimento também é decorrente do pecado, tanto presente quanto original.



  1. Devemos buscar mais comunhão com Deus.
    Não devemos nos sentir perdidos, mas buscar a Deus com mais intensidade.



  1. Perseverar em oração.
    Ser fiel em oração, buscar sua face. Pedindo-lhe brandura, mas confiante que ele fará sempre o melhor ainda que não entendamos.















[1] Moody
[2] No hebraico “Sepultura”.
[3] Genébra.
[4] Clive Staples Lewis, comumente mais referido como C. S. Lewis, foi um professor universitário, escritor, romancista, poeta, crítico literário, ens aísta e apologista cristão britânico. Durante sua carreira acadêmica, foi professor e membro do Magdalen College, tanto da Universidade de Oxford como da Universidade de Cambridge. Ele é mais conhecido por seus trabalhos envolvendo a apologia cristã, incluindo as obras O Problema do Sofrimento, Milagres e Cristianismo Puro e Simples, e a ficção e a fantasia, sendo as obras As Crônicas de Nárnia, Cartas de um diabo ao seu aprendiz e Trilogia Espacial, exemplos de sua produção literária voltadas para esses temas. Foi também um respeitado estudioso da literatura medieval e renascentista, tendo produzido alguns dos mais renomados trabalhos acadêmicos envolvendo esses temas no século XX.

terça-feira, 9 de junho de 2015

A arte expositiva de João Calvino

Calvino não tinha outra arma senão a Bíblia... Ele
pregava a Bíblia todos os dias, e, sob o poder desta pregação,
a cidade começou a ser transformada. Conforme
o povo de Genebra adquiria conhecimento da Palavra
de Deus e era transformado por ela, a cidade tornouse,
como John Knox chamou-a mais tarde, uma Nova
Jerusalém, de onde o evangelho espalhou-se para o resto
da Europa, para a Inglaterra, e para o Novo Mundo.
— James Montgomery Boice

Fogo Estranho

Particularmente este foi o melhor livro que li até o meio do ano, John MacArthur explora o assunto tão controverso e que tem escandalizado o evangelho de Cristo . Nesta obra ele faz uso de fundamentos históricos e Bíblicos para mostrar-nos qual a realidade deste fogo que temos visto em nossos dias!

Calvinismo

Sem dúvida este foi o melhor livro sobre as antigas doutrinas da graça que já li, digo isto porque quando o li a primeira vez era estranho pra mim todas as santas doutrinas e os cinco pontos do calvinismo pois fui criado no meio pentecostal que exercíta pouco ou quase nada o ensino da teologia bíblica, mas a linguagem usada pelo autor Rev. Paulo Anglada pode ser entendida facilmente por leigos da teologia.Considero este livro uma leitura necessária para quem esta começando a conhecer as doutrinas da graça!