terça-feira, 18 de julho de 2017

Santificação e Pureza.



Texto base: Efésios 4:17-24.


Introdução

Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus.

 Efésios 5:15-16.

Embora o texto acima tenha sido escrito há 2.000 anos, o mesmo retrata a realidade dos dias atuais.
Quando falamos sobre santidade e pureza, não só os jovens são desafiados pelas dificuldades, mas todo cristão verdadeiro, independente da idade. Todos os dias somos bombardeados pelos meios de comunicação, a imoralidade se tornou algo comum, e todos que sustentam valores cristãos são oprimidos por uma política que marginaliza qualquer defesa a moralidade.
Por essas dificuldades se faz necessário que a igreja do Senhor viva os meios de graça, a fim de que por meio delas tenhamos forças e conhecimento para nos manter firmes e lutar contra os ataques a fé.
Além das dificuldades relacionadas às influencias do mundo, também sofremos com distúrbios teológicos doutrinários que obscurecem o real sentido da santidade e pureza. Creio que a agressão feita à doutrina da justificação torna a graça barata e por meio de sutilezas às vezes legalistas, e outras libertinas, desvirtua a necessidade de boas obras. Essa desvirtuação ocorre no sentido em que alguns entendem que precisam de obras para ser salvos, e entram pelo caminho do legalismo e fanatismo religioso. Por outro lado, o liberalismo prega uma salvação que não exige nenhuma responsabilidade daqueles que foram justificados pela graça.
Devemos evitar ambos e buscar o entendimento correto do papel das obras na vida daqueles que foram justificados por Cristo.

Sobre Éfeso

·         [1]Éfeso era a maior, mais rica e mais importante cidade da Ásia Menor. Era chamada “a feira das vaidades” do mundo antigo.[2] Um escritor romano a chamou: “a luz da Ásia”. [3]A cidade tinha uma população estimada em mais de duzentas mil pessoas. Os efésios construíram um teatro que podia oferecer assento para cerca de 24 mil pessoas.[4]
·         Em Éfeso, ficava o mais importante porto da Ásia Menor.[5] Para todos os que desejavam viajar para algum lugar da Ásia, Éfeso era a entrada obrigatória. Mais tarde, quando muitos mártires foram capturados na Ásia e levados a Roma para ser lançados aos leões, Inácio rebatizou Éfeso de “a porta dos mártires”.[6]
·         Éfeso era o centro do culto a Diana (Atos 19:35), cujo templo jônico era uma das sete maravilhas do mundo antigo.[7] Nesse templo, havia centenas de prostitutas sagradas. Tudo isso fazia de Éfeso uma cidade sobremodo imoral.[8] Simon Kistemaker, citando o filosofo grego Heráclito, diz que a moral do templo era pior que a moral dos animais, pois nem mesmo os cães promíscuos mutilavam uns aos outros.[9] Era uma cidade mística, cheia de superstição e também um dos centros do culto ao imperador.
·         Paulo visitou a cidade no final da sua segunda viagem missionária por volta do ano 52 D.C. Em sua terceira viagem, permaneceu em Éfeso por três anos.
·         Apesar de todos os problemas morais da cidade, houve ali alguns sinais de avivamento: as pessoas ao ouvirem o evangelho denunciavam publicamente suas obras; rompiam com o ocultismo, queimando seus livros de magia; e dali o evangelho de Cristo se espalhou para toda Ásia Menor (Atos 19:1-20).

Visão Panorâmica
1.      Autor: Paulo
2.      Destinatários: “Aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus” (Ef 1.1).
3.      Mensagem: O que Deus fez por meio de Cristo e sua obra de santificação por meio do Espírito.
4.      Tema central: A nova sociedade de Deus, a igreja.
5.      Data e local onde foi escrita: Provavelmente em prisão domiciliar, em Roma, entre os anos 61 a 63 d.C. (Ef 4.1; 6.20).

Esboço geral da carta, proposto por John stott
1.      Introdução à carta (Ef 1.1-2).
2.      A nova vida que Deus nos deu em Cristo (Ef 1.3-2.10).
3.      A nova sociedade que Deus criou mediante Cristo (Ef 2.11-3.21).
4.      Os novos padrões que Deus espera da nova sociedade (Ef 4.1-5.21).
5.      Os novos relacionamentos (Ef 5.22-6.24).

Exposição

Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos,
Paulo inicia o verso 17 confirmando o que havia falado anteriormente do verso 1-16.
É interessante que a doutrina da eleição não nos coloca numa posição de comodismo quanto nossa responsabilidade moral. Fomos eleitos para uma nova vida em Cristo, não mais andando como andávamos outrora, alienados, escravos do pecado, mas segundo a imagem do nosso Senhor.
Observem que ele usa a expressão “no Senhor”, que indica que o que esta falando tem a aprovação do Senhor.
Quando analisamos a declaração de Paulo, concluímos que há duas ideias combinadas:
a.       Ponham de lado sua antiga forma de vida; cf 2.1-3,12; 4.14,22.
b.      Em sua vida atual, não imitem o ambiente ímpio. A o falar da conduta gentílica Paulo acrescenta: futilidade de sua mente.

Paulo, ao falar da nova vida, usa uma linguagem tipificada. Há uma vida comum à maioria dos gentios, e uma vida comum à vida cristã. Para os efésios o que Paulo estava falando era verificável cotidianamente por quatro coisas que caracterizavam a vida gentílica ou pagã.
1.      Mente vazia.
2.      Vida alienada de Deus.
3.      Coração endurecido.
4.      Corpo entregue a toda sorte de impureza. (Ef 4.19).

O contraste a esta vida é o que Paulo chama de: “Mas não foi assim que aprendestes a Cristo” (Ef 4.20).
Esta afirmação de Paulo nos coloca não só como tendo aprendido com Cristo, mas aprendido o próprio Cristo. Ou seja, Cristo é o professor e também o conteúdo daquilo que temos aprendido.
Em seu comentário sobre Efésios, o Rev. Hernandes dias Lopes diz:
“Cristo é a substância, o mestre e o ambiente de ensino (4.21).”
Stott por sua vez disse:
“Jesus Cristo era o ensinador, o ensino, o conteúdo e o ambiente do aprendizado”.
  O próprio Senhor Jesus em sua oração sacerdotal em João 17.17 disse:
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.”
Cristo é o verbo Logoj
 (logos).
Cristo é a verdade. João 14.6.

Em outras palavras, se aprendemos de Cristo, com Cristo e em Cristo, é de se esperar coisas novas e melhores. É uma consequência lógica de se estar incluso na família de Deus.

Paulo então continua usando um argumento de contraste.

Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus, que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade.
Ef 4:20-24.

Nesses versículos Paulo explica o que de fato significa aprender a Cristo. Compreender a vida que Jesus nos deu, e os novos padrões que dela resultam.

“quanto a o trato passado” (“... quanto à antiga maneira de viver”- NVI), “vos despojeis do velho homem”.
A tônica do evangelho é então uma mudança total de vida, abandonando as antigas praticas e adotando praticas dignas da vocação dada por Deus.

·         O velho homem- é o homem carnal, morto em delitos e pecados (Ef 2.1-3), que anda segundo as inclinações da carne (Rm 8.5-11; Gl 5.16).
·         O novo homem- esse é renovado “no espírito do vosso entendimento” (Ef 4.23). A conversão tem haver com mudança de pensamento e atitudes, como Stott disse: “se a degradação dos pagãos se deve à mente vazia, a retidão do Cristão depende da constante renovação da mente”.

Aplicação

1.      Fomos eleitos para a santificação.
Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor. Ef 1.4.
2.      O Espírito Santo aplica a morte e ressurreição de Cristo a nós para que sejamos santificados.
Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Rm 6.4.
3.      Não devemos confundir “justificação” com “santificação”.
No Catecismo Maior de Westminster questão 75 é feita a seguinte pergunta:

“O que é santificação?”

R: A santificação é uma obra da graça de Deus, pela qual aqueles a quem Ele escolheu antes da fundação do mundo para serem santos são, no tempo devido- pela operação poderosa do Seu Espírito a o aplicar-lhes a morte e a ressurreição de Cristo- renovados em toda a sua humanidade à imagem de Deus; têm as sementes do arrependimento para a vida e recebem em seus corações todas as demais graças salvadoras que são estimuladas, aumentadas e fortalecidas para que eles morram mais e mais para o pecado e ressuscitem em novidade de vida.

Reparem que o catecismo afirma que a santificação é uma obra da graça de Deus. Porque diferentemente da justificação e da adoção, a santificação não é um ato, mas um processo. A justificação e a adoção são atos instantâneos, realizados de uma vez para sempre num ponto do tempo, mas a santificação é um processo para a vida inteira; inicia-se na hora em que a pessoa é regenerada e vai até o momento da sua morte, quando a alma adentra o estado de glória.[10]

Na questão 77 o Catecismo pergunta:

“Em que diferem a justificação e a santificação?”
R: Embora a santificação seja inseparavelmente unida à justificação, elas são, contudo, diferentes nisto: Deus, na justificação, imputa a justiça de Cristo; na santificação o seu Espírito infundi a graça e dá poder de exercita-la. Na primeira o pecado é perdoado; na outra é subjugado. Uma liberta igualmente todos os crentes da ira vingadora de Deus- e isso nesta vida, para que jamais sejam condenados; a outra não é igual em todos nem é perfeita em ninguém nesta vida, mas progride para a perfeição.[11]

Ø  Imputar- é um termo jurídico que significa atribuir ou colocar alguma coisa na conta de alguém
Ø  Infundir- significa derramar algo em alguma coisa.

Semelhanças entre justificação e santificação.[12]
·         Elas estão inseparavelmente unidas; não há justificação sem santificação, nem santificação sem justificação. Quem tem uma, tem também a outra.
·         Deus é o autor e a fonte de ambas, justificação e santificação.
·         Tanto a justificação quanto a santificação são procedentes da graça de Deus, ou amor e favor especial para com pecadores.

Pontos que diferem entre justificação e a santificação.[13]

JUSTIFICAÇÃO
SANTIFICAÇÃO
Um ato da livre graça de Deus
Uma obra da livre graça de Deus
Um ato mediante o qual Deus imputa a justiça de Cristo
Uma obra mediante a qual Deus infunde graça e poder
Um ato em que Deus perdoa o pecado
Uma obra em que Deus subjuga pecados
Total e igual para todos os casos
Difere em grau em diferentes pessoas
Completa e perfeita nesta vida
Incompleta e imperfeita nesta vida
Um veredicto judicial que livra da condenação e outorga a vida eterna
Um crescimento espiritual do caráter cristão, plantado e regado divinamente

4.      A santificação é uma necessidade da igreja, jovens e adultos.
5.      Uma vez que a santificação não é plena nesta vida, devemos instruir e compreender as limitações de nossos irmãos, sempre nos fortalecendo e não nos conformando com nossos pecados.
6.      Busquemos a santificação, pois o Senhor é Santo.







Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas.






[1] Rev. Hernandes Dias Lopes, Ouça o que o Espírito diz às Igrejas, p. 43-44.
[2] Barclay, William. Apocalipsis, p.70
[3] Barclay, William. Apocalipsis, p.70.
[4] Kistemaker, Simon. Apocalipse, p.148.
[5] Ladd, George. Apocalipse, p.30.
[6] Barclay, William. Apocalipsis, p.70.
[7] Stott, John. O que Cristo pensa da Igreja, p.16.
[8] Barclay, William. Apocalipsis, p.72.
[9] Kistemaker, Simon. Apocalipse, p.150.
[10] Catecismo Maior de Westminster Comentada por Johannes Gareerhus Vos.
[11] Catecismo Maior de Westminster Comentada por Johannes Gareerhus Vos.
[12] Catecismo Maior de Westminster Comentada por Johannes Gareerhus Vos.
[13] Catecismo Maior de Westminster Comentada por Johannes Gareerhus Vos.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Homem Presbiteriano







Texto Base: Jó 1;1.
Por: Sandro Francisco do Nascimento.

Introdução

Hoje, primeiro domingo do mês de fevereiro, comemoramos o dia do homem presbiteriano. Em primeiro lugar desejo expor minha alegria em fazer parte deste grupo de homens que buscam viver a verdade da palavra de Deus.

Mas o que é um homem presbiteriano? Penso que um homem presbiteriano é comprometido com a palavra de Deus, que prega e vive o evangelho de Cristo, em outras palavras: “um homem bíblico”.
Iremos então fazer uma breve analise sobre a vida de um homem de Deus cujo nome era Jó, creio que a escritura é bastante generosa ao relatar detalhes tão preciosos sobre a vida deste homem de Deus.

Sobre o livro 

Sobre a autoria do livro de Jó, ainda é um ponto de debate. A tradição sugere que Moisés foi o autor, embora alguns acreditem que Salomão teria escrito o livro. Eu pessoalmente sou a favor da autoria mosaica, não creio que a alegação de que Salomão teria melhor condição de ser o autor pela sua sabedoria e conhecimento de diversos povos e culturas. Moisés foi criado em meio à família real do Egito, certamente tinha uma cultura muito elevada e de igual modo poderia ter recebido as informações sobre a vida de Jó de algum estrangeiro. Além da questão cultural, podemos perceber também que certamente Jó viveu na época dos patriarcas, uma vez que não percebemos no texto a presença da lei mosaica. Claramente Jó aparece como sacerdote da sua casa, isto é uma prova de que sua história é de fato do período patriarcal. Outro argumento a favor da autoria de Moisés, é que Uz era vizinha de Midiã, onde Moisés passou quarenta anos, antes de retornar ao Egito.
Outros argumentos poderiam ser usados aqui á favor da autoria mosaica, contudo creio que não seja necessário prolongar este assunto.





Exposição do texto

Jó 1:1
1 - HAVIA um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.
O narrador em suas primeiras palavras parece introduzir quem é a pessoa de Jó:
a.       Ele fala sobre onde Jó vivia;

HAVIA um homem na terra de Uz

b.      Diz o seu nome;

cujo nome era Jó

c.       Atribui a Jó qualidades.
e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.

Verdades sobre Jó

1.      Integro.

· Expressão utilizada para designar um homem que tem caráter, dignidade e honestidade[1].
Este é um termo muito raro, e quase que exclusivamente poético, sendo frequentemente traduzido como perfeito. No entanto, não isento de falhas (cons. Jó 14:16).
16 - Mas agora contas os meus passos; porventura não vigias sobre o meu pecado?
2.      Reto.

Reto e integro são palavras diferentes que designam a mesma coisa. Um homem reto é um Homem integro. Talvez o autor tenha usado aqui uma redundância a fim de enfatizar a integridade de Jó. Creio pessoalmente que seja bem possível, pois é comum a tradição judaica esse tipo de expressão. Um bom exemplo desta linguagem a fim de dar ênfase é o próprio Senhor Jesus, que por varias vezes usou expressões como: em verdade, em verdade; sai para fora.


Moody, ao comentar este versículo disse o seguinte:

Íntegro e reto, não se refere à perfeição sem pecado, (cons. Jó reconhecendo seus pecados; por exemplo, 7:20; 13:26; 14:16 e segs.), mas à integridade sincera, especificamente a lealdade para com a aliança (cons. Gn, 17:1, 2). Havia uma harmonia honesta entre a sua profissão de fé e a sua vida, exatamente o oposto da hipocrisia da qual ele foi acusado por Satanás e mais tarde por seus amigos.[2]

3.      Temente a Deus.

No V.T. "o temor do Senhor" é o nome da religião verdadeira. A piedade de Jó era fruto de submissão genuína ao Senhor, diante de quem ele andava em reverência, rejeitando resolutamente o que Ele tivesse proibido.[3]

Em outras palavras, a vida piedosa e frutuosa de Jó dava testemunho do Deus todo poderoso.

4.      Desviava-se do mal.

A palavra aqui traduzida como desviava-se, poderia ser traduzida literalmente como: afastar; ou evitar; ou dar as costas.
Aqui parece que temos um resultado natural do temor a Deus. Se Jó era temente a Deus, ou seja, tinha uma vida segundo os preceitos do Senhor, era natural que ele se desviasse do mal.

Aplicações

1.      Um homem piedoso glorifica a Deus em sua forma de viver.

Jó 1:8
8 - E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.

Deus glorifica a si mesmo quando aponta para Jô como sendo fruto da sua graça redentora.

2.      Um homem que honra a Deus, ora por sua família.

Jó 1:5
5 - Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.


3.      Um homem bíblico não tem sua fé edificada sobre seus bens.

Em gêneses o diabo colocou em descrédito a índole de Deus para Adão e Eva, no entanto, no caso de Jó ele condicionou sua fidelidade a Deus as riquezas que o Senhor lhe dera.

Gênesis 3:4-5
4 - Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
5 - Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

Jó 1:10-11
10 - Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra.
11 - Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.

4.      Um homem que honra a Deus reconhece que não possui nada de si, mas que tudo vem de Deus.

Jó 1:21
21 - E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR.

5.      Um homem bíblico, ainda que passando por provações permanece sendo servo.

Jó 1:20-22
20 - Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou.
22 - Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas


[1] http://www.dicionarioinformal.com.br/homem%20%C3%ADntegro/
[2] (Comentário Bíblico Moody)
[3] (Comentário Bíblico Moody)

domingo, 29 de janeiro de 2017

A Identidade do Espírito Santo

Estudo 37 




Autor: Pastor Marcos Granconato, Igreja Batista Redenção.



    1.       A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo não é uma força, uma energia cósmica ou a personificação do poder de Deus. Ele é uma “pessoa”, a terceira pessoa da Trindade. A Bíblia é generosa em apontar essa realidade:

A. O Espírito Santo possui atributos pessoais
            a)      É inteligente (Rm 8.27 e 1Co 2.10,11,13);
            b)      Tem emoções (Ef 4.30);
            c)      Tem vontade própria (At 16.6-11 e 1Co 12.11).
 B. O Espírito Santo tem atitudes de uma pessoa
            a)      Convence do pecado (Jo 16.8);
            b)      Guia os crentes à verdade (Jo 16.13);
            c)       Realiza milagres (At 8.39);
            d)     Intercede pelos crentes (Rm 8.26).

 C. O Espírito Santo recebe atribuições que somente uma pessoa poderia receber

            a)      Deve ser obedecido (At 10.19-21);
            b)      Pode-se mentir a ele (At 5.3);
            c)      Pode ser resistido (At 7.51);
            d)     Pode ser entristecido (Ef 4.30);
            e)      Pode ser ultrajado (Hb 10.29).

 D. O Espírito Santo se relaciona de modo pessoal com outras pessoas

            a)      Com os apóstolos (At 15.28);
            b)      Com Jesus (Jo 16.14);

    2.       A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

 O Espírito Santo não é apenas uma pessoa. Ele também é Deus.

 A. O Espírito Santo possui nomes divinos

            a)      Espírito de Deus (1Co 6.11 e 2Co 3.3);
            b)      Espírito de Cristo (At 16.7 e Rm 8.9).



B. O Espírito Santo possui atributos divinos

           a)      Onisciência (Is 40.13; 1Co 2.12);
           b)      Onipresença (Sl 139.7);
           c)      Onipotência (Jó 33.4 e Sl 104.30).

 C. O Espírito Santo realiza obras divinas

            a)      Foi o autor da concepção virginal (Lc 1.35);
            b)      Foi o agente da inspiração das Escrituras (2Pe 1.21);

            c)      Estava envolvido na criação (Gn 1.2).

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Enchei-vos do Espírito




Texto base: Efésios 5: 18.
Por: Sandro Francisco do Nascimento.
E não vos embriagueis com o Vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito
Introdução
Ser cheio do Espírito é certamente um assunto muito comum no meio evangélico. No entanto, no movimento moderno de avivamento Espiritual, podemos perceber que há pouco ou quase nada do conhecimento do que é ser cheio do Espírito. É evidente que há um distanciamento da interpretação, bem como da prática da ordem dada por Paulo. Ou seja, uma má interpretação do texto bíblico tem sido o fator responsável por uma geração vazia, que não tem produzido frutos dignos do Espírito.
Certamente, qualquer crente sincero que busca o entendimento do texto, irá ser confrontado com as praticas modernas da plenitude do Espírito. Nesta exposição, iremos nos aproximar do texto sagrado a fim de entender a ordem tão clara acerca do nosso compromisso em buscar as dádivas do Espírito.
Sobre Éfeso
[1]Éfeso era a maior, mais rica e mais importante cidade da Ásia Menor. Era chamada “a feira das vaidades” do mundo antigo.[2] Um escritor romano a chamou: “a luz da Ásia”. [3]A cidade tinha uma população estimada em mais de duzentas mil pessoas. Os efésios construíram um teatro que podia oferecer assento para cerca de 24 mil pessoas.[4]
Em Éfeso, ficava o mais importante porto da Ásia Menor.[5] Para todos os que desejavam viajar para algum lugar da Ásia, Éfeso era a entrada obrigatória. Mais tarde, quando muitos mártires foram capturados na Ásia e levados a Roma para ser lançados aos leões, Inácio rebatizou Éfeso de “a porta dos mártires”.[6]
Éfeso era o centro do culto a Diana (Atos 19:35), cujo templo jônico era uma das sete maravilhas do mundo antigo.[7] Nesse templo, havia centenas de prostitutas sagradas. Tudo isso fazia de Éfeso uma cidade sobremodo imoral.[8] Simon Kistemaker, citando o filosofo grego Heráclito, diz que a moral do templo era pior que a moral dos animais, pois nem mesmo os cães promíscuos mutilavam uns aos outros.[9] Era uma cidade mística, cheia de superstição e também um dos centros do culto ao imperador.
Paulo visitou a cidade no final da sua segunda viagem missionária por volta do ano 52 D.C. Em sua terceira viagem, permaneceu em Éfeso por três anos.
Apesar de todos os problemas morais da cidade, houve ali alguns sinais de avivamento: as pessoas ao ouvirem o evangelho denunciavam publicamente suas obras; rompiam com o ocultismo, queimando seus livros de magia; e dali o evangelho de Cristo se espalhou para toda Ásia Menor (Atos 19:1-20).

Verdades implícitas no texto

1.      Todo crente verdadeiro é habitado pelo Espírito Santo.
Para afirmar esta verdade recorro à própria epistola aos Efésios 1:13-14.

Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória.

2.      Ser habitado pelo Espírito implica em viver em Espírito.

E não vos embriagueis com o Vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, Éfésios 5:18.

Em seu livro “Cheios do Espírito”, o Rev. Augustus Nicodemus comenta:

A embriaguez era algo bastante comum entre pagãos, assim como entre os habitantes de Éfeso, especialmente por ocasião dos festivais promovidos aos seus deuses, entre os quais se destacava Baco, o deus do vinho. Durante a Bacanália, o festival ao deus Baco, os participantes se embriagavam e se entregavam às mais baixas paixões carnais, totalmente submetidos à influência do vinho. O resultado era aswtia, palavra grega que Paulo usa aqui e que significa “dissolução, luxúria, lascívia”.[10]

3.      Encher-se do Espírito é uma ordem.

O verbo empregado esta no imperativo, isso quer dizer que Paulo não esta sugerindo que os crentes sejam cheios, mas ele esta na verdade ordenando que sejamos cheios do Espírito.

4.      É um dever de todos os crentes.

E não vos embriagueis com o Vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, Éfésios 5:18.

5.      Está na voz passiva.

O sentido segundo John Stott é: “deixai o Espírito Santo encher-vos”.

Comentando o versículo John Stott faz um paralelo com Cl 3:16, “habite ricamente em vós a palavra de Cristo”.
Ou seja, obedecer à palavra e encher-se do Espírito são coisas idênticas e que não devem ser separadas.

A própria ideia de encher-se é como um copo embaixo de uma torneira, sendo assim cheio ate transbordar. Não há nenhuma ação daquele que é cheio, mas daquele que o enche.
Logo, nos enchemos do Espírito quando estamos cheios dele.

6.      A ordem é continua.

A ordem esta no presente, isto indica que devemos sempre nos encher do Espírito, durante toda caminhada Cristã.

 No grego há dois tipos de imperativo, um aoristo que descreve uma ação única, e um presente quando a ação é contínua. Assim, quando Jesus disse durante as bodas em Caná: “Enchei d`água as talhas” (Jo 2.7), o imperativo é aoristo, visto que as talhas deviam ser enchidas uma só vez. Quando, porém, Paulo nos diz: Enchei-vos do Espírito, emprega um imperativo no presente, o que subentende que devemos continuar ficando cheios. A plenitude do Espírito, pois, não é uma experiência de uma vez para sempre que nunca podemos perder, mas, sim, um privilégio que deve ser continuamente renovado pelo continuado crer e pela continuada apropriação obediente. Fomos selados com o Espírito de uma vez por todas; temos necessidade de encher-nos do Espírito e continuar ficando cheios todos os dias e todos os momentos do dia. ”[11]


Aplicações
1.      Devemos buscar a plenitude do Espírito.

Como já mencionado acima, é dever da igreja buscar encher-se do Espírito, pois é a vontade de Deus.

Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. Efésios 5:17.

2.      Uma igreja cheia do Espírito prestara um culto segundo a vontade de Deus.

Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, Efésios 5:19.

3.      Uma igreja cheia do Espírito é Teocêntrica.

Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, Efésios 5:19.

4.      Uma igreja cheia do Espírito é grata a Deus.

Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Efésios 5: 20.

5.      Uma igreja cheia do Espírito vive em comunhão, seus membros vivem em submissão, honrando, amando e respeitando uns aos outros.
                             Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. Efésios 5: 21.

Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas.


[1] Rev. Hernandes Dias Lopes, Ouça o que o Espírito diz às Igrejas, p. 43-44.
[2] Barclay, William. Apocalipsis, p.70
[3] Barclay, William. Apocalipsis, p.70.
[4] Kistemaker, Simon. Apocalipse, p.148.
[5] Ladd, George. Apocalipse, p.30.
[6] Barclay, William. Apocalipsis, p.70.
[7] Stott, John. O que Cristo pensa da Igreja, p.16.
[8] Barclay, William. Apocalipsis, p.72.
[9] Kistemaker, Simon. Apocalipse, p.150.
[10] Nicodemus, Augustus. Cheios do Espírito p.22.
[11] John Stott.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Onde está Deus?




Por: Valdejane Maria da S. Nascimento
http://coisasdemulhercris.blogspot.com.br/

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, assim os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55:8, 9).

Quando acontece uma tragédia algumas pessoas se perguntam: Onde estava Deus? Normalmente as pessoas têm o costume de pensar que se Deus está vendo tudo, então nada de ruim vai acontecer, ou que, se Deus é bom; logo tragédias não deveriam acontecer. No entanto, elas não percebem que Deus habita em uma esfera diferente da nossa, que tem planos diferentes dos nossos. Deus não trabalha conforme a nossa vontade, nós não determinamos o que ele deve fazer, ele não é guiado por nós; somos pecadores ele é santo; somos limitados ele é ilimitado. Ele faz conforme o seu querer e não conforme nossos desejos.  Em meio à tragédia, ele é o mesmo Deus, ele é soberano do mesmo jeito, ele é fiel.

Nós enxergamos o presente, ele vê o presente e o futuro; nós almejamos desfrutar bênçãos matérias, ele quer que gozemos de sua maravilhosa presença; lembramos constantemente das nossas dores, mas não paramos para refletir no sofrimento que Jesus passou por nós; julgamos injusto alguém morrer em uma tragédia, esquecemos que a maior injustiça aconteceu quando um homem santo, justo, sem pecado morreu para nos justificar, sendo nós miseráveis pecadores, que nem se quer merecíamos sua graça.

Os pensamentos de Deus são diferentes dos nossos, os caminhos dele são diferentes dos nossos, ele tem um plano diferente, o qual nós nunca iremos entender. Ele vê a eternidade, ele sabe o motivo pelo qual tudo acontece, quem somos nós para questionarmos os planos de Deus? Quem somos nós para querermos entender? Por acaso ele nos deve explicações? Ele é o criador de tudo, ele projeta caminhos que nós nunca poderemos entender, faz coisas inimagináveis acontecerem, o que é impossível para nós é possível para ele. “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite” (Salmos 90:4).  

Jamais conseguiríamos medir o tamanho do seu poder, nem a intensidade do seu amor, nossos pecados são tão grandes que nunca conseguiríamos nos aproximar de Deus, mas a sua graça é tão imensurável que nos alcançou. Embora não possamos entender ou ver seus propósitos sabemos que ele está no controle de tudo em nossa vida, em qualquer situação ele está conosco, ele nunca nos deixa só. Assim só nos resta confiarmos nossas vidas a ele. Abandone o desejo de entender e dizer como Deus deve agir e apenas confie.