domingo, 17 de fevereiro de 2019

Cristo, o Alvo









 Por:Sandro F. do Nascimento.
Texto base: Hebreus 12.1-3.

Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.

Introdução

Muita discussão se tem levantado sobre a carta aos Hebreus, uma delas, diz respeito à sua autoria. Keener, em seu comentário Histórico-Cultural do novo testamento, afirma:

“Na companhia de Lucas-Atos e de algumas “cartas gerais”, o texto de Hebreus exibe o estilo grego mais sofisticado do novo testamento; seu autor provavelmente tinha formação retórica e habilidades literárias sofisticadas”.[1]

Os biblicistas não sabem ao certo quem foi o autor da Epístola aos Hebreus. Martinho Lutero sugeriu que o autor era Apolo. Ele baseou-se em Atos 18.24-28, onde Apolo é mencionado como um judeu instruído, helênico, de Alexandria, no Egito. Tertuliano (escrevendo em 150-230 d. C.) disse que a Epístola aos Hebreus era de autoria de Barnabé. Adolf Harnack e J. Rendel Harris especularam que ela foi escrita por Priscila (ou Prisca). William Ramsey sugeriu que o autor fora Felipe. Contudo, a posição tradicional é de que o apóstolo Paulo escreveu esta Epístola.

Objetivo

O objetivo da Epístola era assegurar aos Cristãos judeus de que sua fé em Jesus, como o Messias, era correta e legítima. Além disso, a Epístola também pretendia prepara-los para o eminente desastre, a destruição de Jerusalém por Roma.

Exposição

1)      “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas,”.
·         O autor usa uma conjunção conclusiva para dar continuidade aquilo que deve ser o clímax de sua fala. No capítulo anterior, ele elabora uma lista com os nomes dos chamados heróis da fé, uma galeria formada por indivíduos que seguramente encontraram oposição superior ao enfrentado pelos leitores da carta. A conclusão dele então é a seguinte: tendo em vista os obstáculos enfrentados pelos heróis da fé, vendo a promessa de longe, foram féis ao propósito e cumpriram a carreira. Daí a metáfora de estar rodeado por uma grande nuvem de testemunhas, a ideia é um estádio lotado de testemunhas, uma multidão.

·         Metaforicamente, os heróis, agora, formam uma plateia que assiste a maratona.

2)      “desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos,”.

·         Imaginemo-nos em uma competição, quais os vestuários devemos utilizar para que possamos ter melhor desenvoltura, velocidade, menos desgaste físico? Quais treinamentos devemos ter para que possamos vencer? Qual a melhor alimentação?
A ideia é propriamente essa, que nos dispamos, nos livremos, abandonemos, tudo que pode nos impedir de chegar à final.

·         Pecado- Simon J. kistemaker, comentando a carta diz: “...Um obstáculo em si mesmo não é um pecado, mas porque retarda um competidor, pode-se tornar um pecado. O pecado embaraça, assim como uma túnica que chega aos pés embaraçaria um corredor nos tempos antigos. Livre-se desses obstáculos, diz o autor de Hebreus”.[2]
Ou seja, é bem provável que os desvios apareçam na nossa caminhada cristã, contudo, o desvio por si só não é pecado, mas o desvio sendo alimentado se torna pecado.

3)      “corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta”.

·         Segundo Simon J. kistemaker, o autor parece ecoar 2 Timóteo 4.7- “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” - no fim de sua carreira quando apóstolo sabia que sua morte estava próxima.

·         O imperativo está acompanhado de – “com perseverança” - upomonh-hipomoné- é a capacidade de suportar circunstâncias difíceis, ao que tudo indica, levando em conta o contexto que os circundava (provavelmente perseguição, tanto por parte dos judaizantes, quanto por parte dos romanos), é compreensivo o conselho para que perseverem.
·         O percurso da corrida obviamente foi proposto por Deus, fomos vocacionados.

4)      “olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus,”.

·         Nossa carreira deve ser perseverante, contudo, nossa perseverança só pode ser possível, se olharmos para Cristo. O atleta vê de longe a linha de chegada, seus olhos contemplam só o destino que lhe aguarda, nada, absolutamente nada pode tirar sua atenção do alvo. É precisamente por este motivo, o alvo seguro a sua frente, que ele não desanima diante das dificuldades.
·         Cristo é o alvo. Ele é o autor e consumador da fé.
Simon J. kistemaker, observa que: o autor não colocou Jesus entre os heróis da fé, Ele é o autor da salvação (2.10). Podemos traçar um paralelo com a afirmação de Paulo aos Filipenses (1.6)- “que começou boa obra em vós há
de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”.

5)      “o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma”.
·         Sobre o significado de “a alegria que lhe estava proposta”, Simon J. kistemaker, apresenta duas possibilidades interpretativas:

                                I.            A primeira proposta é entender que Cristo troca a alegria celeste pelo sofrimento terreno.
                             II.            A segunda, entende que Cristo suportou o sofrimento, por causa da alegria que haveria de ter após sua morte e ressurreição.

Contextualmente, a segunda opção parece ser a correta. Se formarmos um paralelo entre esta afirmação e textos com Isaias (53.4-6), chegaremos a conclusão de que, “Deus destinou o caminho de sofrimento para Jesus e depois encheu-o de alegria, Salmo (16.11) ;Atos(2.28)”.[3]

·         Jesus, não fez caso da vergonha, suportou o fardo de ser condenado a pena mais vergonhosa de sua época. Os judeus que exigiram à pena de Cristo sabiam o que Deus havia falado sobre os que eram condenados à morte de cruz, “o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus (Dt 21.23; veja também G1 3.13)”.

·         Por fim, o escritor os instrui a considerar Cristo, não só considerar, mas que considerem Cristo com atenção. A ideia parece apontar para que eles refletissem com atenção em toda oposição enfrentada por Cristo, como Ele foi obediente mesmo diante da aposição. Se Cristo que é o autor da nossa fé, passou por oposição, e vencendo, confirma também nossa vitória por meio do Seu próprio mérito, não iriamos sucumbir diante das dificuldades.

Aplicação

1.      Em nossa caminhada Cristã, iremos passar por dificuldades.
·         “desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia,”. Lembro-me de uma obra de “John Bunyan, O Peregrino”, onde ele conta a história de um homem chamado Cristão. Esse homem vive a aflição de carregar um fardo pesadíssimo nas costas. Quantos de nós, estamos a tanto tempo trilhando este caminho, e mesmo depois de tanto tempo, continuamos a carregar vícios, pecados, dúvidas, tantas coisas que nos fazem perder o foco? Quantas vezes retrocedemos, olhamos para trás e desviamos nossos olhos de Cristo?

2.      Enquanto vivermos um cristianismo superficial, jamais olharemos atentos para Cristo. Ele nunca será o nosso alvo, nossa linha de chegada, enquanto não nos despirmos das nossas paixões.
·         Certamente somos assediados por nossas paixões mundanas, devemos seguir o exemplo dos heróis da fé, eles somente concluíram a carreira, porque tinham seus olhos focados no salvador.
3.      Assim como Cristo, devemos suportar as aflições desta vida.
·         Ele nos deu motivos para ter esperança, somo vocacionados por Ele, ou seja, fomo chamados.
·         Por este motivo, não devemos temer as perseguições.

4.      Para concluir, retorno a história do “Peregrino”, só teremos real descanso, quando focarmos em Cristo, Sua obra, e lançarmos sobre Ele nossas preocupações.
·         Aqueles crentes estavam passando por uma terrível perseguição, o peregrino teve em seu caminho vários empecilhos que o fizeram até mesmo sair por um breve tempo do caminho. No fim da história ele encontra descanso quando ao focar no caminho da retidão, encontra-se com a cruz de Cristo e deixa a seus pés o fardo tão pesado que lhe seguia nos lombos.




Que o Senhor pois nos abençoe!



[1] Keener, Craig S., Comentário Histórico-Cultural da Bíblia, Novo Testamento- Vida Nova. P.756.
[2] Kistemaker Simon, Comentário de Hebreus, p. 514, Cultura Cristã.
[3] Simon J. kistemaker

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Teologia inclusiva?





Autor: Sandro Francisco do Nascimento
Texto base: Rm 1.24-27.

Definição: teologiainclusiva ou teologia gay”,  é uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor, aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde que haja este sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento de igrejas onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a eles é ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e à salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. A falácia desse pensamento é que a mesma Bíblia que nos ensina que Deus é amor igualmente diz que ele é santo e que sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela seja expressa dentro do casamento heterossexual, sendo proibidas as relações homossexuais.[1]
A teologia inclusiva a semelhança de sua mãe “teologia liberal”, nega a confiabilidade da interpretação dos textos bíblicos que condenam o pecado homossexual. Os textos dizem eles representam a visão de uma cultura preconceituosa. Eles dizem também: tais proibições aludem praticas pagãs, sendo condenados então não a pratica em si mesma mas, a pratica em rituais pagãos. Argumentam que tais textos estão relacionados com outras proibições que perderam sua validade com a vinda da nova aliança, tais como: ordenanças alimentares (comer sangue, carne de porco) etc.
Liberalismo teológico: que tem como característica o método histórico-crítico de interpretação das escrituras, negam a suficiência e a inerrância  da Bíblia. Desse grupo surge os libertinos, que defendem o sexo antes e fora do casamento, a simpatia pelo homossexualismo, entre outras aberrações teológicas.
Por causa do pouco tempo que temos para discorrer sobre o assunto, iremos nos concentrar nas principais alegações daqueles que defendem tais ideias.
Como dito anteriormente, é muito comum aos defensores da “teologia inclusiva” dizerem que os textos do antigo testamento que falam contra a união homoafetiva, estão na verdade proibindo tais praticas como parte de rituais pagãos. Argumentam também que essas proibições estão diretamente ligadas a outras proibições que por ocasião da nova aliança não são mais proibidas.
É bem verdade que os Cananeus e também outros povos gentílicos da época praticavam sexo homoafetivo em seus rituais. Também é verdade que as proibições a relação homossexual estão ligadas no texto a outras proibições que na nova aliança não têm mais qualquer utilidade. Então estariam eles corretos em sua afirmação? Obvio que não. Uma analise mais atenta nos revelará a diferença entre as coisas proibidas, uma vez que estamos tratando no texto de itens da Lei de Deus: a “Lei Cerimonial”, Lei civil e  “Lei Moral de Deus!”
A lei cerimonial e civil de fato foram abolidas na cruz do calvário, por isso não somos mais obrigados a observar as mesmas. Contudo, a Lei Moral de Deus não foi mudada, continua valendo e temos o dever de cumprir todas.
Como podemos então saber que a proibição homossexual não foi também abolida? Vamos comparar os textos:
Ler antes (Catecismo Maior de Westminster) perguntas: 93 a 97.

93. Que é a lei moral?
A lei moral é a declaração da vontade de Deus, feita ao gênero humano, dirigindo e obrigando todas as pessoas à conformidade e obediência perfeita e perpétua a ela - nos apetites e disposições do homem inteiro, alma e corpo, e no cumprimento de todos aqueles deveres de santidade e retidão que se devem a Deus e ao homem, prometendo vida pela obediência e ameaçando com a morte a violação dela. Dt 5.1, 31, 33; Lc 10.26-28; Gl 3.10; 1Ts 5.28; Lc 1.75; At 24.16; Rm 10.15. 
94. É a lei moral de alguma utilidade ao homem depois da queda? Embora nenhum homem, depois da queda, possa alcançar a retidão e a vida pela lei moral, todavia ela é de grande utilidade a todos os homens, tendo uma utilidade especial aos não regenerados e outra aos regenerados. Rm 8.3; Gl 2.16; 1Tm 1.8. 
95. De que utilidade é a lei moral a todos os homens? A lei moral é de utilidade a todos os homens, para os instruir sobre a natureza e vontade de Deus e sobre os seus deveres para com Ele, obrigando-os, a andar conforme a essa vontade; para os convencer de que são incapazes de a guardar e do estado poluto e pecaminoso da sua natureza, corações e vidas; para os humilhar, fazendo-os sentir o seu pecado e miséria, e assim ajudando-os a ver melhor como precisam de Cristo e da perfeição da sua obediência. Lv 20.7-8; Rm 7.12; Tg 2.10; Mq 6.8; Sl 19.11-12; Rm 3.9, 20, 23 e 7.7, 9, 13; Gl 3.21-22; Rm 10.4. 
96. De que utilidade especial é a lei moral aos homens não regenerados? A lei moral é de utilidade aos homens não regenerados para despertar as suas consciências a fim de fugirem da ira vindoura e forçá-los a recorrer a Cristo; ou para deixá-los inescusáveis e sob a maldição do pecado, se continuarem nesse estado e caminho. 1Tm 1.9-10; Gl 3.10, 24; 1.20. 
97. De que utilidade especial é a lei moral aos regenerados? Embora os que são regenerados e crentes em Cristo sejam libertados da lei moral, como pacto de obras, de modo que nem são justificados nem condenados por ela; contudo, além da utilidade geral desta lei comum a eles e a todos os homens é ela de utilidade especial para lhes mostrar quanto devem a Cristo por cumpri-la e sofrer a maldição dela, em lugar e para bem deles, e assim provocálos a uma gratidão maior e a manifestar esta gratidão por maior cuidado da sua parte em conformarem-se a esta lei, como regra de sua obediência. Rm 6.14 e 7.4, 6; Gl 4.4-5; Rm 3.20 e 8.1, 34 e 7.24-25; Gl 3.13-14; Rm 8.3-4; 2Co 5.21; Cl 1.12-14; Rm 7.22 e 12.2; Tt 2.11-14.


Textos:
Com homem não te deitarás , como se fosse mulher; é abominação. Nem te deitarás com animal, para te contaminares com ele, nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele; é confusão.
Lv 18.22-23. Comparar com o texto de romanos 1.24-27.
Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.
Lv 20.13.
Quando estavam entretidos, alguns vadios da cidade cercaram a casa. Esmurrando a porta, gritaram para o homem idoso, dono da casa: "Traga para fora o homem que entrou em sua casa para que tenhamos relações com ele!" O dono da casa saiu e lhes disse: "Não sejam tão perversos, meus amigos. Já que esse homem é meu hóspede, não cometam essa loucura. 
Jz 1922-23.
E outros: 1Co 6.9-11;Rm 1.24-27...
Comparando os textos é perceptível que todas as ordens que fazem parte da lei moral, são reafirmadas no novo testamento. Vários exemplos podem ser citados a fim de mostrar que as proibições que tinham o objetivo de obediência a lei moral foram reafirmadas na nova aliança, a lei moral é então uma lei permanente e não transitória.
O relato bíblico de homens de Deus que foram polígamos
Outro argumento usado pelos defensores da “teologia inclusiva” é que, homens de Deus como (Abraão, Moisés, Davi, Salomão e outros, foram polígamos. A resposta a esse argumento no entanto é muito simples, uma vez que a revelação de Deus é progressiva, Deus suportou pacientemente a ignorância humana durante a história. Contudo, com a vinda de Cristo que é o ápice da revelação, fica estabelecido pela relação de Cristo com sua igreja o padrão para o casamento, a união heterossexual e monogâmica. Ef 5.22-33.
Sodoma e Gomorra
Sodoma e Gomorra foram destruídas entre outros motivos (de natureza social Ez 16.48-50), por causa da prática homossexual de seus habitantes. Gn 18.20;19.5.
A historia de Sodoma se tornou paradigma do castigo de Deus contra a perversão sexual (2Pe 2.6; Jd 7). Considerava-se abominação o ato de um homem deitar-se com outro como se fosse com mulher (Lv 18.22). A prostituição cultual, que incluía a pratica homossexual, era proibida em Israel (Dt 23.17; 1Rs 14.24).[2]
No entanto, os defensores da “teologia inclusiva” alegam que o pecado de Sodoma e Gomorra não foi a homossexualidade, mas a falta de hospitalidade aos visitantes de Ló (Gn 19..1-5). O argumento deles para essa afirmação esta de o original hebraico de Gênesis 19.5 dizer que os homens de Sodoma queriam conhecer os visitantes de Ló. Contudo, uma analise contextual nos revelará que o termo yadah traduzido como conhecer, é o mesmo que Ló usa para afirmar no verso 8 que suas filhas eram virgens: “Elas nunca conheceram (yadah) homem”.[3]
 Filo, um judeu do primeiro século, em sua obra sobre a vida de Abraão, afirma que os homens de Sodoma se acostumaram gradativamente a ser tratados como mulheres”.
Qual o modelo bíblico para a relação sexual
Em Gênesis 2.18-25 nos é relatado de forma detalhada a formação da mulher, esse relato nos mostra alguns padrões a serem observados:
·         Deus viu que não era bom que o homem estivesse só.
·         O Senhor fez a mulher como sua auxiliadora.
·         A mulher foi feita do homem e para o homem.
Estabelece-se que: o casamento é uma união entre dois indivíduos (monogâmico) de sexos opostos (heterossexuais).
É o mandato de Deus na Criação, que especifica a relação do homem com o cosmo. Este mandato esta principalmente fundamentado no relato de Gênesis 1.28.
A primeira frase deste texto “sede fecundos, multiplicai-vos” – “significa desenvolver o mundo social: formar famílias, igrejas, escolas, cidades, governos, leis. A segunda frase – enchei a terra e sujeitai-a – significa subordinar o mundo natural: fazer colheitas, construir pontes, projetar computadores, compor músicas.” [4]
A relação como explicitada na criação é reafirmada por Cristo no novo testamento:
3 Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo? 4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher  5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? 6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7 Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? 8 Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio. 9 Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério. 10 Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar. 11 Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado. 12 Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita.
Conclusão
Ainda que nossa abordagem não tenha contemplado todos os argumentos defendidos pela “teologia inclusiva, creio que respondemos satisfatoriamente a esses que talvez sejam de fato os principais e mais utilizados argumentos dos tais. Os argumentos levantados por eles no entanto são claramente frutos de uma tentativa desesperada de dar fundamento á suas praticas infundadas. Concluímos então que, a relação homossexual ofende frontalmente a lei de Deus, que se opõe a sua santidade e que é justamente repudiada em toda escritura. Suas tentativas de corromper os textos, uma vez analisados a luz de uma interpretação coerente das escrituras, mostram a fragilidade daquilo que eles têm denominado de “teologia inclusiva”.
Subescrevo as palavras do Rev. Augustus em seu livro “polêmicas na Igreja”: “ o relacionamento sexual que, biblicamente, é padrão, normal, aceitável e ordenado por Deus: o casamento monogâmico heterossexual”. Gênesis 1.27-28; Mateus 19.4-5.[5]
O homossexualismo é um pecado tanto quanto o adultério ou a fornicação, e aqueles que o praticam necessitam da graça de Deus para serem libertos de seu pecado e salvos. Devemos pregar a palavra da verdade, não com ódio ou mesmo desprezo mas, demonstrando a eles o quanto como nós, são dependentes da graça de Deus para a salvação e que suas praticas de outrora não são de forma alguma aceitas para Deus.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Estudos na Epístola de Tito








Como observar um texto?
Texto: Tito 2.11-14.
I.                   Leitura rápida do texto.
Traduções lidas
·         Bíblia de estudos palavras chave, ARC.
·         Almeida século 21
·         Bíblia de estudo de Genebra, revisada e ampliada
·         Novo Testamento Interlinear Grego-Português, RA-NTLH
II.                Forma literária- Epístola.
III.             Estrutura- exortação, ensino.
IV.             Contexto-
·         Histórico- estabelecimento da igreja local, repreensão dos falsos mestres, estruturação do corpo eclesiástico e conduta cristã.
·         Imediato- exorta aqueles que são parte do corpo a viverem em consonância com a fé.
·         Mais amplo- aplicação da fé na prática, vida e conduta.

V.                Gramática-
Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens e ensinando-nos para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos neste mundo de maneira sóbria, justa e piedosa, aguardando a bendita esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus, que se entregou a si mesmo por nós para nos remir de toda a maldade e purificar para si um povo todo seu, consagrado às boas obras. Tito 2.11-14 Almeida século 21.

Anotações

Paulo inicia o versículo 11 com a conjunção porque, isso indica o motivo da oração ou período anterior. No verso anterior após exortar diversas classes de pessoas, Paulo encerra usando a expressão: “Para que em tudo mostrem a beleza da doutrina de Deus, nosso Salvador”. Ou seja, nossas obras devem ser literalmente o adorno da doutrina que aprendemos de Deus, e o motivo é porque a graça de Deus nos foi manifesta.
A expressão “todos os homens”se isolada do contexto que o precede pode incorrer em um erro de interpretação. Contextualmente “todos os homens” refere-se a pessoas de idades, classes, sexo, posição social... Tt 2.1-10.
Essa mesma graça revelada por Deus em Jesus Cristo nos instrui para que vivamos em novidade de vida, não mais vivendo nos prazeres da carne mas produzindo obras dignas da vocação recebida.
Em suma podemos resumir o texto da seguinte forma:
·         Deus, em  Jesus Cristo, manifestou sua graça salvadora;
·         Essa mesma graça nos ensina a renunciar nossa antiga forma de viver, passando a refletir de forma prática obras que dão testemunho de Cristo.
·         Também por esta mesma graça vivemos na esperança do cumprimento da promessa, (cf Tt 2.13; Rm 8.24-25).
·         O motivo pelo qual podemos esperar com confiança é que Cristo se entregou para nos remir, aqui fica clara a doutrina da expiação substitutiva de Cristo em favor dos seus eleitos (expiação vicária).
·         Por fim, o texto nos mostra que motivação levou Cristo a se entregar em lugar de pecadores, purificar para si um povo exclusivamente seu. Este pensamento ecoa a o mesmo argumento usado por Paulo em sua carta aos Efésios 1.4; 2.8-10. Ao que parece também podemos observar paralelos com o texto de Ezequiel 37, onde Deus diz que irá purificar o seu povo.