domingo, 16 de fevereiro de 2020

Louvor a Deus por derramar suas bênçãos sobre seus eleitos.



Tema: Três bênçãos mencionadas por Paulo que nos devem conduzir a bendizer o Nome de Deus.

Texto base:  Efésios 1.1-14.


Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da gloria de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para o louvor da sua gloria, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua gloria.

Introdução

A.    Apesar de não ser muito sábio adotar uma parte especifica da Escritura, acredito que a recorrência de citações, estudos e sermões, já devem ter feito os irmãos perceberem o quanto admiro o conteúdo contido na carta aos Efésios.
B.     A carta parece ser uma síntese de todo cristianismo.
C.     Ela, ao contrário da maioria das cartas paulinas, não é uma carta circunstancial especifica ou controvérsia.
D.    Efésios expressa:
·         Louvor a Deus por causa da unidade daqueles que estão em Cristo, e das bençãos que eles recebem (Ef .1.3);
·         Como devemos viver em unidade e santidade para chegarmos ao “pleno conhecimento do Filho de Deus” (Ef 4.13);
·         Que devemos andar como filhos da luz (Ef 5.8).

Autor

A.    Apesar de parecer obvia, a autoria paulina é contestada por alguns teólogos de convicção liberal.
·         “Os liberais são teólogos, que, em resumo, redefinem ou modificam doutrinas”.
·         “Liberalismo é qualquer movimento disposto a redefinir ou mudar as doutrinas e práticas tradicionais do cristianismo”.[1]
B.     A argumentação para rejeitar a autoria paulina, reside no fato de que, segundo eles, a linguagem é bastante impessoal, o remetente parece não conhecer o destinatário. Em romanos, por exemplo, Paulo escreve há uma igreja que ele não conhecia pessoalmente, mesmo assim cita diversos nomes (Rm 16.1-20).
C.     Em resposta, temos a favor da autoria paulina, o fato de que muitos manuscritos que foram encontrados, suprimem o destinatário. Por esse motivo, alguns eruditos consideram Efésios uma carta circular, e não dirigida particularmente à igreja de Éfeso. Ao que tudo indica, a carta era também direcionada as cidades circunvizinhas.

Data e local

A.    O apostolo Paulo escreveu essa carta de sua primeira prisão em Roma, com data oscilando entre os anos 59-63 d.C.
B.     Por este motivo, Efésios, na companhia de colossenses, Filipenses e Filemom, são denominadas de cartas da prisão.

Exposição

A.    No verso 1 ele apresenta-se como:
                                I.            Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus:
1.      Vocacionado e enviado por Cristo;
A palavra traduzida aqui por apostolo é a palavra grega de mesmo som- a,postoloj- que pode ser traduzida como delegado, enviado, mensageiro. Um apostolo é alguém que representa a presença do Próprio Cristo.
2.      Sua autoridade repousa no fato de que seu ministério tem a chancela do próprio Deus. Paulo não é enviado por vontade humana, Deus o enviou para servir a igreja de Cristo. Certamente irmãos, podemos entender também que Paulo deve estar falando até de si mesmo como não sendo autor de sua vocação, o apostolo que outrora perseguia a Cristo e sua igreja, foi vencido pelo poder de Deus no caminho de Damasco.
B.     Os destinatários:
1.      “aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus,”
O residir em Cristo é o que lhes confere santidade e fidelidade.
2.      Éfeso é a localização geográfica, terrena desses santos que vivem em Cristo.
C.     No verso 2 ele transmite uma saudação que é comum as suas cartas e a época.
“graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.”
“Graça” indica uma iniciativa gratuita de Deus, e paz indica o nível de vida em que passamos a viver desde que Ele reconciliou os pecadores consigo mesmo e uns com os outros na sua nova comunidade. Em outras palavras, “a paz vem pela graça.” John stott.
·         A graça de Deus nos trouxe paz para com o próprio Deus, e também derrubou a parede que separava Judeus e gentios. A igreja de Cristo é formada por pessoas de todas as raças, nacionalidades, etnias, condição social ...

“Tendo visto essas questões introdutórias, quero compartilhar com a igreja três bençãos mencionadas por Paulo que nos devem conduzir a bendizer o Nome de Deus.”

D.    A benção de ser escolhido pelo Pai (Ef 1.3-6).
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da gloria de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,”
                               I.            Fomos escolhidos em Cristo.
a.      Exposição.
Essa benção não é algo terreno, ela provém diretamente dos céus. Paulo a chama de toda sorte de benção espiritual, fomos escolhidos em Cristo, saímos da condição do velho Adão e em Cristo, localizados Nele, enraizados Nele, a eleição nos alcança. Em outras palavras, sem Cristo não pode haver eleição e muito menos salvação, pois a soberana vontade de Deus providenciou o meio pelo qual podemos ser salvos, somente pela representação dos méritos de Cristo.
b.      Ilustração.
Certo dia, conversando com alguns colegas no trabalho, fui questionado sobre essa nova teologia do “coaching”, são os chamados pregadores “Nutella”. Felizmente irmãos tive a oportunidade de ofender bastante um desses meus colegas, digo isso porque ele ouviu da minha boca aquilo que é o evangelho, a única verdade que existe sobre a graça de Deus e como ela alcança pecadores miseráveis que voluntariamente estavam caminhado para o inferno. Deus nos escolheu! Não pelas qualidades que possuímos ou pelas habilidades que podemos adquirir. Ele nos escolheu “em Cristo Jesus”, Ele é quem nos dá valor diante do Pai, um valor que é totalmente seu, de seus méritos conquistados na cruz.
c.       Aplicação.
Como podemos aplicar essa verdade em nossas vidas? Reconhecendo que Deus nos escolheu para si, sem que pudéssemos pagar pelo seu favor. Contando ao mundo o que Deus fez e faz por nós, em nós e por meio de nós.
                             II.            Fomos escolhidos antes da fundação do mundo.
a.      Exposição.
Antes que que o universo viesse a ser formado por Deus, na mente divina, Pai, Filho e Espírito Santo, reunidos em comunhão trinitária, já haviam escolhido em Cristo um povo para o louvor da sua graça.
b.      Ilustração.
O pastor Batista, Luiz Sayão, comentando esse texto na bíblia brasileira de estudos, diz: “ a palavra utilizada aqui, significa literalmente origem, alicerce, embasamento, colocação da pedra angular, como em Mateus 25.34.” ou seja, antes que Deus estabelecesse o alicerce do universo, Ele já havia nos escolhido para fazer parte do seu povo.
c.       Aplicação.
Podemos aplicar essa verdade em nossas vidas, bendizendo a Deus pela sua eternidade e eterno poder, reconhecendo que Ele é o autor da vida e da igreja.
                          III.            Deus nos escolheu para sermos santos e irrepreensíveis.
a.       Exposição
A doutrina da eleição não pode ser desculpa para que vivamos uma vida de pecado. O Deus que nos escolheu definiu um propósito para seu povo escolhido, “para sermos santos e irrepreensíveis”. A linguagem utilizada por Paulo aqui nos remete a ideia dos sacrifícios que tornavam propício o pecador arrependido. Por meio do sacrifício de Cristo somos irrepreensíveis no sentido de que o diabo não tem poder condenatório sobre nós, somos separados para o louvor e Glória de Deus.
b.      Ilustração.
Infelizmente, até muitos daqueles que nem creem na doutrina da eleição, têm uma tendência de enfatizar e em fazer uma dicotomia entre o amor e a justiça de Deus. Observamos que o amor de Deus é imensamente mais enfatizado pelos “crente” que vivem uma vida deplorável. Não é assim que ensina a escritura, Deus é igualmente amoroso e justo.
Tenho visto pessoas pregarem tanto amor por parte de Deus que muitos nem acreditam na realidade do inferno. Deus nos escolheu para sermos santos, isso por si já é uma prova de amor Dele para com seu povo, pois por meio da santidade em Cristo Jesus podemos nos aproximar do Pai.



c.       Aplicação.
Faço uma pergunta para os irmãos: a escolha soberana de Deus tem sido evidente na sua vida? Você tem exalado uma vida que demonstre o propósito eterno de Deus?
Irmãos, podemos nos esconder do pastor, dos presbíteros, dos outros irmãos, e pasmem, podemos até mesmo enganar a nós mesmos, mas não podemos ocultar nem sequer um pensamento da presença de Deus. Se não estamos vivendo em busca da santidade, acredito que devemos parar e pensar se de fato entendemos nosso privilégio de ser escolhidos por Deus e as consequências dessa verdade para nossas vidas.
Vivamos irmãos uma vida separada para o louvor do nome Deus, isso fará com que o nome Dele seja glorificado pelo mundo em nossas vidas.
                          IV.            Ele nos adotou como filhos.
a.       Exposição.
Nós, que éramos naturalmente filhos da ira, agora, por meio de Cristo, somos filhos de Deus. Cristo nos faz agora aproximar do Pai, Ele nos torna propícios a Deus. Por meio Dele, Deus criou uma nova comunidade, a qual ele determinou para o louvor da sua graça de forma gratuita no amado. Novamente, Paulo nos mostra que não poderíamos pagar pelo favor divino e que só Ele mesmo pode nos apresentar dignos diante Dele.
b.      Ilustração.
É muito comum ouvirmos pessoas que não têm qualquer compromisso com o evangelho, dizer: “todos somos filhos de Deus!”. Essas pessoas estão enganando a si mesmas, a única maneira de se pertencer a família de Deus, é por meio da representação em Cristo. Qualquer pessoa que diz ser filho de Deus, deve ter de fato um compromisso genuíno com Cristo, com o evangelho. Caso contrário, estará sempre debaixo da maldição do pacto de obras, não pode justificar a si mesmo e jamais poderá se aproximar do Pai.
Por meio de Cristo Deus nos registrou com seu próprio nome, somos sua herança, somos agora seus herdeiros por direito.
c.       Aplicação.
Você é Filho de Deus? Cristo de fato tem sido evidenciado na sua vida? Se sim, você tem sido grato a Deus por ter lhe adotado, lhe dado a honra de por meio de Cristo ser chamado Filho? Devemos bendizer a Deus pelo seu amor paternal, demonstrado por nós em Cristo Jesus!
E.     A segunda benção pela qual devemos bendizer a Deus é a benção de sermos redimidos pelo Filho (Ef 1.7-12).
                                I.            Redenção.
a.       Exposição.
A palavra denota uma remissão de dívida mediante o pagamento de determinado valor. Em Cristo fomos libertados da condenação, em Cristo somos livres do pecado.
O preço da liberdade foi o sangue de Cristo. Por meio de seu sacrifício substitutivo, Ele pagou nossa dívida contraída em Adão com o Pai. Esse termo sacrificial nos lembra o sangue dos animais que eram oferecidos em oferta a Deus em favor dos pecados do povo. Esses sacrifícios apontavam para o último e definitivo sacrifício que seria realizado em Cristo, Ele por meio de seu sangue inocente pagou uma vez por todas a dívida do povo de Deus.
b.      Ilustração.
É importante enfatizar que não existe uma dicotomia entre a salvação do crente da antiga aliança e nós que pertencemos à nova. A salvação nunca foi por meio dos sacrifícios oferecidos em favor do povo, eles sempre apontaram para a pessoa de Cristo, a salvação sempre foi por graça, eles olhando para a obra que Cristo iria realizar e nós olhando para o que Cristo fez.
Imaginem um projeto que tem como objetivo criar uma ponte para transpor um rio, o engenheiro faz um desenho que tem as medidas que serão utilizadas na construção da ponte, e até certo ponto o projeto já é a ponte, mas quando a obra é concretizada temos a ponte de fato construída. Assim, podemos dizer que o projeto era um benefício porvir para aqueles que só tinha quem sabe uma maquete, vislumbrando o futuro, mas para aqueles que vierem depois pois a ponte é um benefício que tem origem no passado.
c.       Aplicação.
devemos viver uma vida tranquila e sossegada, em Cristo nossa dívida no “SPC” de Deus já foi paga, não estamos negativados, o nosso fiador pagou de uma vez por todas a nossa ofensa cometida tanto em Adão, quanto nossas ofensas pessoais.
                            II.            Unificação (Ef 1.9-10).
a.      Exposição.
O propósito de Deus é o de estabelecer uma nova criação, na qual todos confessem que Cristo é a cabeça. Nela não haverá distinção entre raça, cor ou gênero (falo isso me referindo aos gêneros masculino e feminino, não as ideologias trazidas pela pós modernidade).
A expressão em Efésios 1.10 “de fazer convergir nele”, literalmente significa “debaixo de uma só cabeça”. O plano de Deus é unir debaixo da autoridade de Cristo, tudo que existe no céu e na terra. A obra realizada por Deus em Cristo visa restabelecer a harmonia que existia no cosmo antes da entrada do pecado.
b.      Aplicação.
É por este motivo que devemos nos submeter ao senhorio de Cristo, Ele é o Senhor da igreja, somos membros do seu corpo, com funções a serem obedecidas para que a igreja de Deus seja a cada dia a aperfeiçoada a imagem de Cristo.
                          III.            Herança (Ef 1.11-12).
                                                        I.            Exposição.
A interpretação mais provável é que nós somos a herança (propriedade particular) de Deus. Isso tem ideia similar no A.T ( Dt 32.9; Sl 33.12;106.40; Jr 10.16), e em 1Pedro 2.9.
Somos sua herança por causa da sua vontade (Ef 1.5,9 e 11).
Somos feitos herança para o louvor da sua glória ((Ef 1.5,6,12 e 14).
O alvo de Deus é que a sua glória venha a ser conhecida por meio do seu povo.
                                                     II.            Ilustração.
A igreja demonstra o propósito de Deus quando prega a verdade do evangelho, quando se uni para por meio de ações práticas para influenciar positivamente a sociedade. O proposito de Deus é evidenciado quando fazemos o certo quando ninguém nos vê.
Essa semana tive uma experiencia no meu trabalho que causou espanto em alguns colegas de trabalho. Em uma palestra promovida pela empresa, fui questionado sobre o que me motiva todos os dias, minha resposta foi que a ética é o meu motivador. Meus colegas não entenderam o que eu quis dizer, grande maioria na verdade disse que seus motivadores seriam coisas como família, dinheiro, planos para o futuro e coisa do tipo.
Eu, no entanto, entendo que minha motivação é viver de forma a evidenciar os valores contidos na sagrada escritura, é por meio desses valores que procuro ser bom pai, bom filho, bom esposo, bom empregado e em tudo na minha vida.
                                                  III.            Aplicação.
Fazer parte do povo de Deus é um privilégio, mas também é uma responsabilidade que devemos assumir. Em tudo que fizermos, como diz o apostolo, que seja para a glória de Deus.
F.     Devemos bendizer a Deus pelo selo e segurança da nossa salvação (Ef 1.13-14).
                                                       I.            O Espírito Santo é o Selo.
a.      Exposição.
A presença do Espírito Santo no Seu povo é a prova  de que este pertence a Deus. Após nos habilitar para ouvir e entender a palavra do evangelho, o Espírito nos sela, recebemos a marca do povo de Deus.
O selo fala de propriedade, podemos usar aqui a figura de um fazendeiro que marca com as iniciais de seu nome os animais que lhe pertencem. Esse selo é a prova de que somos sua propriedade exclusiva.
 O selo também fala de segurança. Quando um senhor enviava uma correspondência, selava com seu brasão, dessa forma ela só poderia ser violada quando chegasse a seu destino.
o Espírito Santo é o penhor, ou seja, a garantia de que Cristo virá novamente nos buscar. A ideia é de alguém que deixa em uma loja um objeto como garantia de que irá retornar com o pagamento.
No caso específico, a garantia aqui é que Cristo voltará finalmente para cumprir a totalmente com seus planos e estaremos com Ele para Sempre.
Esse selo não pode ser retirado, pois Paulo diz que Ele é a garantia da nossa herança “até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”.

b.      Ilustração.
Ainda hoje em muitos museus, ou mesmo pessoas que guardam relíquias, dispõem desse tipo de selo.
Na palavra de Deus podemos encontrar outros exemplos também, a cova onde Daniel foi posto, o sepulcro onde Cristo foi colocado.
c.       Aplicação.
Devemos bendizer a Deus pela sua misericórdia, por ter nos chamado para fazer parte do seu povo, por nos remir por meio do Filho e garantir a nossa chegada segura até o dia do retorno de Cristo, quando nos reuniremos e nunca mais haverá separação entre o Senhor e seu povo.


Que o Senhor nos abençoe!



[1] Dicionário popular de teologia, p. 115.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Exposição de Romanos 1.1-7.




Exposição da palavra de Deus em Romanos 1.1-7. Sermão pregado no dia do Senhor, Domingo da Ressurreição, 19/01/2020, na Igreja Presbiteriana do Cabo de Santo Agostinho- PE. 
Rev. Jefferson Andrade.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Pai nosso!




Verdades essenciais no Pai nosso!

Por meio da oração Deus nos faz transpor os limites da existência. Quando dizemos: "Pai nosso que estais nos céus". Confessamos que fomos criados por Ele e para Ele. Quando dizemos: “santificado seja o teu nome”. Confessamos que Ele está acima de tudo que existe nos céus e na terra. Quando dizemos: “perdoa-nos as nossas dívidas”. Reconhecemos que precisamos de sua misericórdia. E finalmente, quando dizemos: “seja feita a tua vontade”. Nos colocamos inteiramente sob os cuidados de sua Providência.



Graça e paz vos sejam multiplicadas!



Atenciosamente: Presb.º. Sandro Francisco do Nascimento.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Os três elementos fundamentais da oração Bíblica





Texto base: Neemias 1.4-11.
E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. 5  E disse: Ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!  6  Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos. 7  De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo. 8  Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos. 9  E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os fareis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam no cabo do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. 10  Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão. 11  Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo e dá-lhe graça perante este homem. Então, era eu copeiro do rei. 

Propositalmente o título desta reflexão deve ter levado o leitor atento a questionar: ora, se existe uma oração que pode ser considerada bíblica, isso quer dizer que alguém pode orar de forma não bíblica? A resposta é muito clara. Sim! Vivemos uma geração que deseja ter seus desejos atendidos, para muitos, Deus se tornou o Gênio da lâmpada. Coloque Deus contra a parede! Dizem eles. Você é uma joia rara, não se sinta menor que Deus!
Neemias (“o Senhor consola”), era o copeiro do rei  persa Artaxerxes; liderou o terceiro grupo de exilados para Jerusalém para reconstruir o muro da cidade (1.1;13.7).[1] Em sua oração, Neemias nos fornece os três elementos fundamentais para uma oração bíblica. São eles:
1.      Adoração: quando orarmos, devemos em primeiro lugar lembrar quem Deus é. Nos aproximamos de Deus porque Ele é aquele a quem pertence toda à glória, não importa o quanto estamos oprimidos, ou quão difícil é a provação pela qual estamos passando, Deus é infinitamente mais. Ele é santo;  Poderoso; Ele é eterno, imensurável é a sua majestade. Quando lembrarmos da grandeza de Deus, o seu eterno poder, podemos descansar Nele. “Inicie sua oração glorificando a Deus por quem Ele é"! (1.5).
2.      Confissão: quando oramos, seja sozinho ou em grupo, nosso segundo passo é confessar nossas faltas. Devemos rogar a Deus que tenha misericórdia de nós, que como Pai amável, nos seja favorável. Contudo, não devemos nos dirigir a Deus com falsidade, lembre-se que Ele nos conhece intimamente e se agrada quando buscamos sua misericórdia. Quando confessar suas faltas ao Senhor, o faça com um coração arrependido, submisso. (1.6-7).
3.      Petição: finalmente irmãos, o terceiro passo para orar de forma bíblica é pedir a Deus. Quando pedimos a Deus aquilo que ele mesmo prometeu para nós, o agradamos. Demonstramos confiança que Ele é fiel para cumprir tudo quanto promete a seu povo. Quando pedirmos a Deus, devemos também nos colocar sob sua providência, rogando que Ele nos atenda conforme sua soberana vontade. (1.11).
Oremos irmãos! Oremos sem sessar! Mas com entendimento, para que Deus seja o centro dos nossos atos.
Graça e paz vos sejam multiplicadas!
Atenciosamente: Presb.º. Sandro Francisco do Nascimento.

sábado, 28 de dezembro de 2019

Não tenho fé suficiente para ser ateu

PREFÁCIO 

Na condição de uma pessoa que veio a Cristo depois de vários anos de ceticismo, tenho uma afeição particular pelos livros de apologética cristã. Eles são uma das minhas paixões. Existem muitas provas conclusivas que garantem a confiabilidade das Escrituras, a autoridade da Bíblia como Palavra de Deus inspirada e a perfeição do registro bíblico dos eventos históricos que retrata, incluindo a vida terrena de Jesus Cristo. Há provas incontestáveis e convincentes de que o cristianismo é a única religião verdadeira, que o Deus trino que se revela em suas páginas é o único Deus do Universo e que Cristo morreu pelos nossos pecados para que pudéssemos viver. 

É claro que as provas não substituem a fé, que é essencial para nossa salvação e comunhão com Deus. O estudo apologético também não desrespeita a nossa fé. Em vez disso, a enfatiza, qualifica, reforça e renova. Se não fosse assim, a Bíblia não diria "Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês" (IPe 3.15). 

Não tenho fé suficiente para ser ateu é o melhor livro que já vi capaz de preparar os crentes para darem as razões de sua fé e para os céticos que estão abertos à verdade. Este livro servirá como uma ferramenta indispensável de evangelização, especialmente quando se lida com não-cristãos que colocam obstáculos "intelectuais" diante da fé. Como sabemos, os obstáculos intelectuais normalmente são apenas uma desculpa para os não-cristãos, mas, quando se remove a essência de suas desculpas, ficam desprotegidos para confrontar seus obstáculos reais, seus verdadeiros demônios. 

Creio que existe outra razão importante para o mandamento bíblico "estejam preparados para responder". Não é simplesmente para nos ajudar a comunicar de maneira eficiente o evangelho, mas para equipar-nos com as ferramentas adequadas para resistir a certas dúvidas persistentes que encontramos nos momentos de fraqueza. Isso fortificará a nossa fé porque reunirá provas a favor do cristianismo. 

Sem dúvida, precisamos estar mais bem equipados com as evidências, seja para nos ajudar a evangelizar de maneira melhor, seja para fortalecer a nossa própria fé. Como se já não bastasse termos de lidar com as tentações da carne, também somos confrontados diariamente com influências externas negativas. Essas influências ficaram cada vez mais sinistras e insidiosas nos dias atuais, como a Bíblia advertiu que aconteceria. 

No passado, a dúvida dos não-cristãos era se o cristianismo era a única religião verdadeira, se alguma das outras religiões era verdadeira ou se Deus existia. Mas, de maneira geral, eles não estavam sobrecarregados pelo fardo de determinar se havia a assim chamada verdade. 

Nossa cultura pós-moderna apresenta uma série de idéias sobre a verdade. 

Ela ensina que a verdade e a moralidade são relativas, que não existe essa coisa de verdade absoluta. Para a elite intelectual que domina as nossas universidades e os principais meios de comunicação, essas idéias são consideradas sábias e progressistas, embora todos compreendamos intuitivamente que existe uma verdade absoluta e, mais importante, que todos conduzimos nossa vida baseados nesse reconhecimento. 

Se você encontrar um desses gênios, tão certos de que a verdade é um constructo social definido pelos poderosos para que continuem no poder, pergunte se ele estaria disposto a testar sua teoria pulando do topo do edifício mais alto da vizinhança. Você também poderá fazer perguntas sobre a lei da não-contradição. Pergunte se ele acredita que duas coisas contraditórias podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Se ele tiver a desonestidade intelectual de dizer "sim", então pergunte sobre quão seguro está de que a verdade absoluta não existe. Estaria ele absolutamente certo? 

Sim, a verdade é uma vítima de nossa cultura popular. Quando a verdade desaparece, a autoridade do evangelho diminui, porque o evangelho diz tudo sobre a Verdade. Podemos ver evidência disso em todos os lugares hoje. As noções atuais de "tolerância" e "pluralismo" são um resultado direto do ataque direto por parte da cultura à verdade. 

Os secularistas liberais insistem que a tolerância é a mais elevada virtude. 

Mas não dizem o que realmente entendem por "tolerância”. Para eles, a tolerância não envolve simplesmente tratar com respeito e civilidade aqueles que têm idéias diferentes. Significa afirmar que suas idéias são válidas, algo que os cristãos não podem fazer sem renunciar suas próprias crenças. Se, por exemplo, você defende a posição bíblica de que o comportamento homossexual é pecaminoso, então você não pode afirmar ao mesmo tempo que tal comportamento não é pecaminoso. 

O secularista pós-moderno não aborda tais questões porque rejeita o conceito da verdade absoluta e da lei da não-contradição. Ele simplesmente segue seu caminho dando lições de moral a todos sobre tolerância e nunca explicando a contradição intrínseca de sua visão. 

Os mercadores da tolerância são ainda mais expostos como fraudulentos quando verificamos que simplesmente não praticam aquilo que pregam — pelo menos com aqueles cristãos chatos e teimosos. Absolutamente não estão dispostos a "tolerar" a premissa cristã de que Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Para eles, reconhecer isso seria necessariamente refutar seu conceito de tolerância, o qual afirma que todas as idéias são do mesmo mérito. Em sua infinita criatividade, encontram uma exceção para sua exigência de tolerância universal quando a questão é lidar com cristãos. 

Para eles, as prerrogativas da verdade exclusiva do cristianismo estão simplesmente fora dos limites, algo que chega a ponto de desqualificar os cristãos como pessoas dignas de receber a tolerância dos outros. Um administrador de uma universidade secular, por exemplo, disciplinou uma professora de posição conservadora por ter apresentado a literatura à sua classe em uma concepção cristã, o que incluiu um artigo sobre como os professores deveriam abordar a homossexualidade. O administrador afirmou: "Não podemos tolerar o intolerável". Como se vê, é muito fácil para esses tipos livrarem-se de suas posições indefensáveis. Eles simplesmente mudam de lugar os marcos de referência. Isso é que é definir a verdade por meio do poder! 

Mas a crença que os cristãos têm de que a sua religião é a única verdadeira não os faz ser intoleráveis com as outras pessoas nem desrespeitosos ao direito que os outros têm de crer e adorar da maneira em que optaram por fazê-lo. Nossa cultura atual está tristemente confusa por causa dessa discriminação, e, assim, usam a confiança que os cristãos têm em seu próprio sistema de crenças para pichá-los como intolerantes para com aqueles que possuem um sistema de crenças distinto. Não existe nada mais falso do que isso. Além do mais, apenas para registrar, o cristianismo não é a única religião com afirmações exclusivas da verdade. Todas as grandes religiões fazem tais afirmações. Muitas das idéias centrais das principais religiões não podem ser reconciliadas, o que dá margem à última mentira da moda que diz que, em seu cerne, todas as religiões são iguais. 

É comum ouvirmos ou lermos que todas os pessoas, em todos os lugares, adoram o mesmo Deus por meio de diferentes linguagens e culturas. Essa idéia, com o devido respeito, é absurda pelo que se apresenta. O islamismo, por exemplo, ensina que Cristo foi simplesmente um profeta, e não uma divindade. Como observou C. S. Lewis, se Cristo não é Deus, então não poderia ter sido um profeta exemplar ou um grande professor de moralidade, pois ele afirmava ser Deus. Se não era quem dizia ser, então ele era um mentiroso ou um lunático, e dificilmente um grande mestre de moral ou profeta. 

Outro exemplo bastante óbvio é a afirmação de certas religiões orientais de que Deus está em tudo e que não existe uma distinção clara entre o Criador e a criação, o que é totalmente conflitante com o cristianismo. Os exemplos são infindáveis, mas a questão é que, embora as várias religiões possam compartilhar de valores semelhantes, muitas das crenças fundamentais não podem se ajustar. Fazer de conta que todas as religiões são essencialmente as mesmas pode levar as pessoas a se sentirem melhor, mas é muito fácil demonstrar que esse conceito é falso. 

Mas o politicamente correto em nossa cultura acaba sendo vitorioso. Até mesmo muitas de nossas igrejas se corromperam com essas noções erradas de tolerância e pluralismo. Elas permitiram que sua teologia se diluísse e que a autoridade das Escrituras fosse denegrida em favor das idéias "evoluídas" que a sociedade tem sobre moralidade. Somente uma versão de cristianismo que prega que todas as religiões são iguais é tolerante e amorosa. Tradicionalmente, o cristianismo fundamentado na Bíblia é intolerante, insensível, exclusivo e não amoroso. 

Portanto, até que ponto ser amoroso é tornar-se cúmplice da destruição da própria verdade, a ponto do esvaziamento do evangelho? Ser sensível é ajudar as pessoas a se afastarem do caminho da vida? Como cristão, de que maneira se pode explicar a decisão de Cristo voluntariamente se submeter à indignidade e à humilhação da forma humana, a experimentar a total separação do Pai, a fisicamente aceitar toda a ira real do Pai pelos pecados do passado, do presente e do futuro de toda a humanidade e sofrer o indescritível tormento e morte na cruz se todos os outros caminhos levam igualmente a Deus? Que imensurável afronta à obra completa de Cristo na cruz! Que ato de deliberada desobediência às orientações de Cristo para que levemos o evangelho a todos os cantos da Terra! Pois se todas as religiões são iguais, então tornamos Cristo mentiroso e consideramos sua Grande Comissão uma farsa inútil, porque removemos todo o incentivo para evangelizar. 

Não estou sugerindo que os cristãos devam abordar a questão da evangelização de maneira vociferante e desrespeitosa. Certamente devemos honrar os princípios de que todas as pessoas são iguais diante de Deus e dignas de igual proteção da lei, assim como de tratamento justo, cortês e respeitosa. Mas não existe um imperativo moral que nos diga que devamos adotar a idéia de que todos os sistemas de crenças são igualmente verdadeiros. Existe um imperativo moral para que não façamos isso. 

O texto bíblico ao qual me referi no início, que nos instrui para estarmos preparados a dar a razão de nossa fé, é imediatamente seguido por uma advertência: "Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias" (IPe 3.16). 

Devemos dar atenção também à seguinte declaração: "É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal. Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus" (IPe 3.17,18). Devemos pregar a verdade, mesmo se isso custar a nossa popularidade, mesmo se isso nos levar a sermos considerados intolerantes ou insensíveis, mesmo se for para sofrermos perseguição e sofrimento. Sim, devemos evangelizar com mansidão e respeito, mas, acima de tudo, devemos evangelizar. Não podemos ficar calados diante da política de tolerância. 

Costumo manter contato com pessoas que ou não acreditam no cristianismo ou que acreditam mas têm sérios problemas com algumas partes da Bíblia ou elementos da doutrina cristã. Certamente não sou um especialista em teologia. Então, o que vou fazer com essas pessoas? Muito além de sugerir a resposta simples de ler a Bíblia do começo ao fim, de que maneira posso ajudá-las a descobrir as verdades que eu tardiamente conheci? 

Existem livros maravilhosos que podem ajudar, mas parece que há alguns obstáculos em cada um deles. São muito intelectuais, muito incompletos ou muito difíceis de ler. Para obter o pacote completo, normalmente preciso recomendar mais de um livro, o que diminui significativamente as chances de que alguma pessoa possa lê-los. 

Recentemente um amigo me pediu informações sobre algum material apologético que pudesse compartilhar com seu irmão não-cristão. Sabia que essa era uma chance única num futuro próximo, de modo que precisava indicar o livro perfeito. Sendo muito franco, eu posterguei a decisão porque simplesmente não podia decidir entre três ou quatro dos meus recursos favoritos, os quais, na minha opinião, não seriam suficientes se fossem usados sozinhos. 

Enquanto estava me preparando para dar uma desculpa e fazer uma recomendação de vários livros, em vez de apenas um, recebi um bilhete de Frank Turek pedindo-me que revisasse Não tenho fé suficiente para ser ateu. Depois de ler os primeiros capítulos do livro, fiquei convencido de que o contato com esta obra foi providencial. 

Finalmente, pensei, existe um livro que cobre o todo de uma maneira bastante fácil de ler. Ao concluir sua leitura, disse a Frank que este era o livro pelo qual eu estava esperando como uma ferramenta de evangelização, uma que poderia explanar as idéias e revelar a verdade de uma maneira muito superior à média. Com a impressão deste livro, tenho uma fonte única que posso recomendar aos céticos, aos que têm dúvidas e aos cristãos que precisam de provas mais contundentes. Já fiz uma lista com os nomes de dez pessoas para quem vou mandar este livro. Certamente ele foi enviado por Deus. 

Frank Turek, que descobri ser um grande cavalheiro e estudioso cristão, é autor deste livro juntamente com um gigante entre os gigantes no campo da apologética cristã, o dr. Norman Geisler. Possuo várias outras obras do dr. Geisler, dentre elas Christian Apologetics [Apologética cristã], When Critics Ask [Manual popular de dúvidas, enigmas e "contradições" da Bíblia] 1e When Skeptics Ask [Quando os céticos questionam]. Fui apresentado ao dr. Geisler por meio de meu amigo e ex-vizinho, dr. Steve Johnson, formado no Seminário Teológico de Dallas e um dos meus mentores espirituais. Steve emprestou-me (e não me lembro se devolvi!) uma fita de vídeo na qual o dr. Geisler explicava as verdades do cristianismo de uma maneira cativante e alegre. Foi naquele momento que decidi comprar e ler um grande número de seus excelentes livros sobre o assunto. 

Posso recomendar todo e qualquer livro do dr. Geisler, mas Não tenho fé suficiente para ser ateu é exatamente aquilo que um médico receitaria como uma dose única para aqueles que possivelmente não estejam dispostos a ler uma grande quantidade de livros. Tenho de admitir que o título intrigou-me de maneira particular desde que o ouvi. Sempre acreditei que é preciso ter muito mais fé para ser ateu. Certamente é preciso mais fé para crer que os seres humanos evoluíram de uma interação aleatória de moléculas (que, de alguma maneira, passaram a existir) do que acreditar num Criador. 
Este livro também me chamou a atenção porque, antes de tocar a questão da verdade do cristianismo, aborda a questão da própria verdade, provando de modo definitivo a existência da verdade absoluta. Ele destrói as tolices do relativismo moral e da pós-modernidade e, então, continua a marchar sistematicamente rumo à inescapável verdade da religião cristã. Este é um livro que precisava ser escrito e publicado. Existem muitas pessoas famintas esperando pelas verdades que são mostradas de maneira brilhante nesta obra. 


DAVID LIMBAUGH  



PREFÁCIO DOS AUTORES  
De quanta fé você precisa para acreditar neste livro? 

Os céticos à religião acreditam que livros como este não são confiáveis no que se refere a objetividade porque são escritos por pessoas religiosas que têm suas crenças. Na verdade, é desta maneira que os céticos vêem a Bíblia: ela é um livro tendencioso, escrito por pessoas tendenciosas. A avaliação dessas pessoas pode ser verdadeira para alguns livros sobre religiões, mas não é verdadeira para todos eles. Se fosse assim, não se poderia confiar em nada que se leia sobre religião, incluindo livros escritos por ateus ou céticos, porque todo escritor tem um ponto de vista sobre religião. 

Portanto, o que isso significa para você, leitor? Você deveria desacreditar aquilo que um ateu escreve sobre o cristianismo simplesmente porque o autor é ateu? Não necessariamente, porque ele pode estar dizendo a verdade. Você deveria desacreditar o que um cristão escreve sobre ateísmo simplesmente porque ele é cristão? Mais uma vez, não necessariamente, pois ele também pode estar dizendo a verdade. 

Mas e quanto às tendências do autor? Será que essa tendência fatalmente corromperá a sua objetividade? Se fosse assim, nenhum livro seria objetivo, incluindo aqueles escritos por ateus e céticos. Por quê? Porque todos os livros são escritos por uma razão; todos os autores têm uma tendência e eles (ou, pelo menos, a maioria deles) acreditam naquilo que escrevem! Contudo, isso não significa que aquilo que escrevem seja falso ou que não seja objetivo. Ainda que os autores muito raramente sejam neutros em relação aos seus objetos de pesquisa (motivações pessoais fazem-nos escrever), todavia podem apresentá-los maneira objetiva. 

Vejamos um exemplo. Os sobreviventes do Holocausto certamente não foram espectadores passivos. Acreditavam plenamente que os nazistas estavam errados e foram levados a relatar suas experiências de modo que o mundo jamais pudesse esquecer-se do Holocausto e, espera-se, que jamais o repita. Será que sua paixão ou suas intenções os fizeram torcer os fatos? Não necessariamente. O fato é que sua paixão pode ter produzido o efeito oposto. Enquanto a paixão pode induzir algumas pessoas a exagerar, também pode levar outras a serem ainda mais meticulosas e precisas, a ponto de não comprometerem a credibilidade da mensagem que desejam comunicar. 

Como você verá, entendemos que os autores da Bíblia seguiram por este caminho, o da meticulosidade e precisão. Esse também é o caminho que estamos tentando seguir neste livro (ao terminar esta leitura, diga-nos se realmente achou que o trilhamos). 

Enquanto isso, se você é cético, por favor, tenha em mente que deve acreditar ou não naquilo que dizemos em função das provas que apresentamos, e não porque defendemos determinado conjunto de crenças religiosas. Nós dois somos cristãos, mas não fomos sempre cristãos. Passamos a crer por meio das provas. Assim, o fato de que somos cristãos não é o mais importante; porque somos cristãos é o ponto central. Esse é o foco deste livro. 

NORMAN GEISLER E FRANK TUREK  janeiro de 2004