domingo, 30 de agosto de 2020

Três verdades que você precisa saber sobre a pregação do evangelho.

 





Pregação Expositiva

Cabo de Santo Agostinho, 30/08/2020.

Por: Sandro Francisco do Nascimento.

Texto base: Mateus 28:18-20.

 

“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”

 

·         Introdução

Inicio esta exposição fazendo uma citação do livro do renomado autor Norte Americano, Mark W. Baker, “Jesus, o maior psicólogo que já existiu”. Ele conta que quando estava na faculdade observava um grupo de cristãos que costumava fazer pregações nos pontos mais frequentados do campus. Ele disse que ficava impressionado com “sinceridade” e o poder da “convicção” de um desses cristãos em particular. Depois de ouvi-lo por meses, Mark disse que passou a crer que aquele rapaz, por meio de sua “fervorosa pregação”, deveria ter conseguido a conversão de muitas pessoas. No entanto, para surpresa de Mark, aquele rapaz revelou que não havia conseguido atrair ninguém a Cristo durante todo aquele tempo. Ele disse: “[...] isso não importa. É a nossa missão.”

Aquele rapaz tinha a convicção de que sua postura diante dos resultados de sua pregação não tinha nenhuma importância, desde que, de qualquer forma, ele cumprisse aquilo que em sua mente deveria ser cumprido. “Ordem dada, ordem cumprida”.

Segundo Mark, aquela atitude indiferente do rapaz produziu em muitos de seus ouvintes irritação e antipatia para com o “Deus indiferente” pregado por ele. Sou sincero em dizer para os irmãos que não concordo com todas as afirmações feitas pelo auto com respeito a sua interpretação de Cristo e das Escrituras,  mas nesse caso específico, percebo que muitos de nós que dizemos pregar e que encorajamos outros a fazerem o mesmo, temos agido de forma semelhante por desconhecer qual a natureza da “Missão” e da pregação do evangelho. 

O texto que lemos a alguns instantes nos mostra pelo ao menos três verdades que nós, cooperadores na “Missão”, devemos saber. Por este motivo, convido os irmãos a ler esse texto e o observar na perspectiva do seguinte tema: três verdades que você precisa saber sobre a pregação do evangelho.

 

·         Exposição

“A primeira verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

A.     A pregação do evangelho faz parte da missão de Cristo, Missio Dei (Missão de Deus). ( cf. verso 18)

“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” ( cf. verso 18)

                                                      I.            Exposição:

a.      Encontramos aqui a base para a pregação - Tendo cumprido tudo que haveria de cumprir, Jesus tem autoridade legal para ordenar que sua missão (a Missio Dei)(Missão de Deus) prossiga e alcance seus eleitos de todas as nações.  Podemos constatar isso em (cf. Lc 24.44-47)

 

“Texto paralelo”

“Depois lhes disse: São estas as palavras que vos falei, estando ainda convosco: Era necessário que se cumprisse tudo o que estava escrito sobre mim  na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as escrituras, e disse-lhes: Está escrito que o Cristo sofreria, e ao terceiro dia ressuscitaria dentre os mortos; e que em seu nome se pregaria o arrependimento para perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.”

 

b.      Devemos ainda entender o que Jesus quis dizer quando afirmou que toda autoridade lhe foi dada - Hendriksen, em seu comentário, faz distinção entre a autoridade de Cristo antes da ressurreição e após. Diz ele:

 

Antes de seu triunfo sobre a morte, o uso desse dom estava sempre restringido de algum modo”.

 

Ou seja, enquanto Cristo não fosse morto e ressuscitado como previa o cumprimento da lei, ainda faltava vencer um inimigo do povo de Deus, a saber, “a morte”.

 

                                                   II.            Ilustração:

Algo que poderíamos utilizar aqui como ilustração, embora toda ilustração com respeito a obra de Cristo seja simplista diante da dimensão do ato divino, é a imagem de um homem que com muito trabalho, penoso, consegue pagar o penhor de uma propriedade. Após efetuar o pagamento, ele é levado à um cartório e a propriedade é passada para o seu nome. Ele agora é de fato o dono, mesmo que antes ele já utilizasse a propriedade para plantar, por exemplo, mas legalmente, a propriedade lhe pertence quando por meio do total pagamento ele a tem em seu próprio nome.

Após ser declarado legalmente o dono, por meio do pagamento reconhecido em cartório, ele, diante de seus servos, lhes dá a ordem para construir e edificar moradias. “Ele tem autoridade para tal.”

 

                                                 III.            Aplicação:

Como podemos aplicar essa verdade?

·          Com base na autoridade de Cristo, Bradando ao mundo como o apostolo Paulo o fez: “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego.” (Rm 1.16)

 

“A primeira verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

A.     A pregação do evangelho faz parte da missão de Cristo, Missio Dei (Missão de Deus). ( cf. verso 18)

“A segunda verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

B.     Somos convocados a participar da Missão. (cf. verso 19a)

 

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,”

 

                                                      I.            Exposição:

Somos chamados por Cristo para participar da “Missão” ao menos de duas formas.  

a.      Por meio da pregação .

Literalmente, o “ide”, segundo Hendriksen, pode ser tranquilamente traduzido como “havendo ido”. O imperativo aqui é “fazer discípulos”.

 Voltando ao exemplo de nossa introdução, gostaria de revelar aos irmãos uma impressão que tenho sobre a prática de entregar literaturas. Particularmente, acho que tem pouco efeito, ao menos se negligenciarmos o fato de que estamos lidando com pessoas e que como é parte do indivíduo social humano, somos muito mais receptivos quando envolvidos em relação pessoal e interativa. A ordem de Cristo é muito clara, “havendo ido, fazei discípulos”, isso pressupõe que sigamos em direção aqueles que haverão de ser chamados.

b.      Por meio do ensino.

“[..]batizando-os, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.”

O batismo obviamente é o resultado do chamado eficaz, quando o indivíduo, após ter ouvido a pregação do evangelho, é convertido pelo Espírito Santo e inicia sua caminhada cristã. O que se segue é que como cooperadores da “Missão de Cristo”, temos o dever de acompanhar aqueles que são chamados pela palavra, ensinando-os a andar segundo a sua vocação.

O ensino deve seguir a vida daqueles que são chamados a aliança a fim de que eles obedeçam a todas as coisas que Cristo ordenou. ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”.

 

                                                   II.            Ilustração:

Uma excelente ilustração que podemos utilizar aqui é o compromisso do apostolo Paulo para com as igrejas plantadas por ele, seja de forma direta ou indireta. Em Filipenses, por exemplo, ele trata de forma muito amável aqueles irmãos que receberam o evangelho por meio de sua missão evangelística. Nos versos 3 e 4 do primeiro capítulo, por exemplo, o apostolo expressa seu cuidado para com os filipenses por meio de súplicas e agradecendo a Deus por saber que aqueles irmãos estão prosperando e crescendo na graça.

  

                                                 III.            Aplicação:

Como podemos aplicar essa verdade?

Em primeiro lugar, tornando-nos dispostos a ir. Precisamos sair de nossa zona de conforto, as almas estão sedentas, não fomos chamados para a inatividade.

Em segundo lugar, sendo atenciosos, amáveis, lançando a semente e visitando a terra para garantir que a planta irá prosperar.

 

“A primeira verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

A.     A pregação do evangelho faz parte da missão de Cristo, Missio Dei (Missão de Deus). ( cf. verso 18)

“A segunda verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

B.     Somos convocados a participar da Missão. (cf. verso 19a)

“A terceira verdade que precisamos saber sobre a pregação do Evangelho é:”

C.     Embora a Missão não seja fácil, Cristo garantiu que não estaríamos sozinhos.

“E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mt 28.20b)

 

                                                      I.            Exposição:

Como Cristo está conosco?

a.      Por meio da presença do Espírito Santo que  nos garante as ferramentas para a missão.

Embora tenhamos a responsabilidade de buscar o conhecimento necessário e os meios para o cumprimento da missão, devemos nos sujeitar ao Santo Espírito, por meio dele é que nossas palavras alcançarão êxito. Podemos constatar essa verdade em Atos 16.6-10, onde o Espírito intervém nos planos do apóstolo o enviando para a Macedônia, local onde o evangelho floresceu e para quem Paulo enviou uma de suas cartas. É por meio do Espírito de Cristo que somos direcionados segundo a vontade de Deus

b.      A presença do Espírito Santo nos garante que os eleitos receberão a palavra para a salvação.

Novamente devemos ter em mente que tanto a conversão, quanto o crescimento,-Filipenses 1.6- são frutos da ação soberana de Deus na pessoa do seu Santo Espírito. embora sejamos o canal para a operação do Espírito no descrente, não devemos pensar que a conversão de “a” mais “b” se deu por causa do nosso próprio intelecto. Podemos facilmente exemplificar essa verdade ao observar os resultados da intervenção do Espírito em Atos 16.

  •       Demônios foram expulsos;
  •          Milagres ocorreram;
  •          Pessoas foram convertidas.

 

                                                   II.            Ilustração:

Para ilustrar essa verdade, vou utilizar a imagem de um jovem que ao completar seus 18 anos, segue para uma junta militar com o fim de alistar-se. Ele passa por todo processo de alistamento e posteriormente, sendo convocado, irá receber todo treinamento necessário para prestar seu serviço a pátria. Ele é um agente passivo, se submete a autoridade para que sendo convocado possa estar preparado, mas por outro lado ele é ativo em fazer-se disponível para o treinamento. Da mesma forma, uma vez convocados por Deus para a missão, somos passivos pois recebemos de Deus tanto a missão quando as ferramentas necessárias para ir até o descrente, mas ao mesmo tempo devemos nos dispor a fazer a vontade de Deus ou caso contrário seremos negligentes para com a nossa vocação.

                                                 III.            Aplicação:

 

Como podemos aplicar essa verdade em nossas vidas?

·         Tendo a consciência que devemos nos submeter ao Espírito de Deus se quisermos ter êxito na evangelização.

·         Sabendo que devemos nos preparar, utilizar as ferramentas que o Senhor nos dá por meio de sua palavra.

·         Mesmo passando por dificuldades por causa do Evangelho, não devemos desanimar, pois aquele que nos chamou para a missão está conosco.

 

 

Conclusão

O que aprendemos por meio desse texto?

Aprendemos que:

  •         A evangelização faz parte da “Missão de Deus”, Ele, por meio da obra de Cristo, tem toda autoridade legal para enviar seus cooperadores a convocar seus eleitos que estão espalhados pelo mundo;
  •          Somos convocados a participar da Missão de Cristo, a evangelização é um imperativo e se não estamos abandonando nossa zona de conforto para cumprir com nosso chamado estamos em desobediência direta e aberta a Cristo;
  •          Que certamente encontramos dificuldades diversas para cumprir a missão, mas que devemos confiar em Deus, pois por meio de seu Espírito veiculado pela palavra pregada as almas são convertidas para a glória de Deus.

 

Que o Senhor aplique sua palavra em nossas vidas!

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Louvor a Deus por derramar suas bênçãos sobre seus eleitos.



Tema: Três bênçãos mencionadas por Paulo que nos devem conduzir a bendizer o Nome de Deus.

Texto base:  Efésios 1.1-14.


Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da gloria de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para o louvor da sua gloria, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua gloria.

Introdução

A.    Apesar de não ser muito sábio adotar uma parte especifica da Escritura, acredito que a recorrência de citações, estudos e sermões, já devem ter feito os irmãos perceberem o quanto admiro o conteúdo contido na carta aos Efésios.
B.     A carta parece ser uma síntese de todo cristianismo.
C.     Ela, ao contrário da maioria das cartas paulinas, não é uma carta circunstancial especifica ou controvérsia.
D.    Efésios expressa:
·         Louvor a Deus por causa da unidade daqueles que estão em Cristo, e das bençãos que eles recebem (Ef .1.3);
·         Como devemos viver em unidade e santidade para chegarmos ao “pleno conhecimento do Filho de Deus” (Ef 4.13);
·         Que devemos andar como filhos da luz (Ef 5.8).

Autor

A.    Apesar de parecer obvia, a autoria paulina é contestada por alguns teólogos de convicção liberal.
·         “Os liberais são teólogos, que, em resumo, redefinem ou modificam doutrinas”.
·         “Liberalismo é qualquer movimento disposto a redefinir ou mudar as doutrinas e práticas tradicionais do cristianismo”.[1]
B.     A argumentação para rejeitar a autoria paulina, reside no fato de que, segundo eles, a linguagem é bastante impessoal, o remetente parece não conhecer o destinatário. Em romanos, por exemplo, Paulo escreve há uma igreja que ele não conhecia pessoalmente, mesmo assim cita diversos nomes (Rm 16.1-20).
C.     Em resposta, temos a favor da autoria paulina, o fato de que muitos manuscritos que foram encontrados, suprimem o destinatário. Por esse motivo, alguns eruditos consideram Efésios uma carta circular, e não dirigida particularmente à igreja de Éfeso. Ao que tudo indica, a carta era também direcionada as cidades circunvizinhas.

Data e local

A.    O apostolo Paulo escreveu essa carta de sua primeira prisão em Roma, com data oscilando entre os anos 59-63 d.C.
B.     Por este motivo, Efésios, na companhia de colossenses, Filipenses e Filemom, são denominadas de cartas da prisão.

Exposição

A.    No verso 1 ele apresenta-se como:
                                I.            Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus:
1.      Vocacionado e enviado por Cristo;
A palavra traduzida aqui por apostolo é a palavra grega de mesmo som- a,postoloj- que pode ser traduzida como delegado, enviado, mensageiro. Um apostolo é alguém que representa a presença do Próprio Cristo.
2.      Sua autoridade repousa no fato de que seu ministério tem a chancela do próprio Deus. Paulo não é enviado por vontade humana, Deus o enviou para servir a igreja de Cristo. Certamente irmãos, podemos entender também que Paulo deve estar falando até de si mesmo como não sendo autor de sua vocação, o apostolo que outrora perseguia a Cristo e sua igreja, foi vencido pelo poder de Deus no caminho de Damasco.
B.     Os destinatários:
1.      “aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus,”
O residir em Cristo é o que lhes confere santidade e fidelidade.
2.      Éfeso é a localização geográfica, terrena desses santos que vivem em Cristo.
C.     No verso 2 ele transmite uma saudação que é comum as suas cartas e a época.
“graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.”
“Graça” indica uma iniciativa gratuita de Deus, e paz indica o nível de vida em que passamos a viver desde que Ele reconciliou os pecadores consigo mesmo e uns com os outros na sua nova comunidade. Em outras palavras, “a paz vem pela graça.” John stott.
·         A graça de Deus nos trouxe paz para com o próprio Deus, e também derrubou a parede que separava Judeus e gentios. A igreja de Cristo é formada por pessoas de todas as raças, nacionalidades, etnias, condição social ...

“Tendo visto essas questões introdutórias, quero compartilhar com a igreja três bençãos mencionadas por Paulo que nos devem conduzir a bendizer o Nome de Deus.”

D.    A benção de ser escolhido pelo Pai (Ef 1.3-6).
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da gloria de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,”
                               I.            Fomos escolhidos em Cristo.
a.      Exposição.
Essa benção não é algo terreno, ela provém diretamente dos céus. Paulo a chama de toda sorte de benção espiritual, fomos escolhidos em Cristo, saímos da condição do velho Adão e em Cristo, localizados Nele, enraizados Nele, a eleição nos alcança. Em outras palavras, sem Cristo não pode haver eleição e muito menos salvação, pois a soberana vontade de Deus providenciou o meio pelo qual podemos ser salvos, somente pela representação dos méritos de Cristo.
b.      Ilustração.
Certo dia, conversando com alguns colegas no trabalho, fui questionado sobre essa nova teologia do “coaching”, são os chamados pregadores “Nutella”. Felizmente irmãos tive a oportunidade de ofender bastante um desses meus colegas, digo isso porque ele ouviu da minha boca aquilo que é o evangelho, a única verdade que existe sobre a graça de Deus e como ela alcança pecadores miseráveis que voluntariamente estavam caminhado para o inferno. Deus nos escolheu! Não pelas qualidades que possuímos ou pelas habilidades que podemos adquirir. Ele nos escolheu “em Cristo Jesus”, Ele é quem nos dá valor diante do Pai, um valor que é totalmente seu, de seus méritos conquistados na cruz.
c.       Aplicação.
Como podemos aplicar essa verdade em nossas vidas? Reconhecendo que Deus nos escolheu para si, sem que pudéssemos pagar pelo seu favor. Contando ao mundo o que Deus fez e faz por nós, em nós e por meio de nós.
                             II.            Fomos escolhidos antes da fundação do mundo.
a.      Exposição.
Antes que que o universo viesse a ser formado por Deus, na mente divina, Pai, Filho e Espírito Santo, reunidos em comunhão trinitária, já haviam escolhido em Cristo um povo para o louvor da sua graça.
b.      Ilustração.
O pastor Batista, Luiz Sayão, comentando esse texto na bíblia brasileira de estudos, diz: “ a palavra utilizada aqui, significa literalmente origem, alicerce, embasamento, colocação da pedra angular, como em Mateus 25.34.” ou seja, antes que Deus estabelecesse o alicerce do universo, Ele já havia nos escolhido para fazer parte do seu povo.
c.       Aplicação.
Podemos aplicar essa verdade em nossas vidas, bendizendo a Deus pela sua eternidade e eterno poder, reconhecendo que Ele é o autor da vida e da igreja.
                          III.            Deus nos escolheu para sermos santos e irrepreensíveis.
a.       Exposição
A doutrina da eleição não pode ser desculpa para que vivamos uma vida de pecado. O Deus que nos escolheu definiu um propósito para seu povo escolhido, “para sermos santos e irrepreensíveis”. A linguagem utilizada por Paulo aqui nos remete a ideia dos sacrifícios que tornavam propício o pecador arrependido. Por meio do sacrifício de Cristo somos irrepreensíveis no sentido de que o diabo não tem poder condenatório sobre nós, somos separados para o louvor e Glória de Deus.
b.      Ilustração.
Infelizmente, até muitos daqueles que nem creem na doutrina da eleição, têm uma tendência de enfatizar e em fazer uma dicotomia entre o amor e a justiça de Deus. Observamos que o amor de Deus é imensamente mais enfatizado pelos “crente” que vivem uma vida deplorável. Não é assim que ensina a escritura, Deus é igualmente amoroso e justo.
Tenho visto pessoas pregarem tanto amor por parte de Deus que muitos nem acreditam na realidade do inferno. Deus nos escolheu para sermos santos, isso por si já é uma prova de amor Dele para com seu povo, pois por meio da santidade em Cristo Jesus podemos nos aproximar do Pai.



c.       Aplicação.
Faço uma pergunta para os irmãos: a escolha soberana de Deus tem sido evidente na sua vida? Você tem exalado uma vida que demonstre o propósito eterno de Deus?
Irmãos, podemos nos esconder do pastor, dos presbíteros, dos outros irmãos, e pasmem, podemos até mesmo enganar a nós mesmos, mas não podemos ocultar nem sequer um pensamento da presença de Deus. Se não estamos vivendo em busca da santidade, acredito que devemos parar e pensar se de fato entendemos nosso privilégio de ser escolhidos por Deus e as consequências dessa verdade para nossas vidas.
Vivamos irmãos uma vida separada para o louvor do nome Deus, isso fará com que o nome Dele seja glorificado pelo mundo em nossas vidas.
                          IV.            Ele nos adotou como filhos.
a.       Exposição.
Nós, que éramos naturalmente filhos da ira, agora, por meio de Cristo, somos filhos de Deus. Cristo nos faz agora aproximar do Pai, Ele nos torna propícios a Deus. Por meio Dele, Deus criou uma nova comunidade, a qual ele determinou para o louvor da sua graça de forma gratuita no amado. Novamente, Paulo nos mostra que não poderíamos pagar pelo favor divino e que só Ele mesmo pode nos apresentar dignos diante Dele.
b.      Ilustração.
É muito comum ouvirmos pessoas que não têm qualquer compromisso com o evangelho, dizer: “todos somos filhos de Deus!”. Essas pessoas estão enganando a si mesmas, a única maneira de se pertencer a família de Deus, é por meio da representação em Cristo. Qualquer pessoa que diz ser filho de Deus, deve ter de fato um compromisso genuíno com Cristo, com o evangelho. Caso contrário, estará sempre debaixo da maldição do pacto de obras, não pode justificar a si mesmo e jamais poderá se aproximar do Pai.
Por meio de Cristo Deus nos registrou com seu próprio nome, somos sua herança, somos agora seus herdeiros por direito.
c.       Aplicação.
Você é Filho de Deus? Cristo de fato tem sido evidenciado na sua vida? Se sim, você tem sido grato a Deus por ter lhe adotado, lhe dado a honra de por meio de Cristo ser chamado Filho? Devemos bendizer a Deus pelo seu amor paternal, demonstrado por nós em Cristo Jesus!
E.     A segunda benção pela qual devemos bendizer a Deus é a benção de sermos redimidos pelo Filho (Ef 1.7-12).
                                I.            Redenção.
a.       Exposição.
A palavra denota uma remissão de dívida mediante o pagamento de determinado valor. Em Cristo fomos libertados da condenação, em Cristo somos livres do pecado.
O preço da liberdade foi o sangue de Cristo. Por meio de seu sacrifício substitutivo, Ele pagou nossa dívida contraída em Adão com o Pai. Esse termo sacrificial nos lembra o sangue dos animais que eram oferecidos em oferta a Deus em favor dos pecados do povo. Esses sacrifícios apontavam para o último e definitivo sacrifício que seria realizado em Cristo, Ele por meio de seu sangue inocente pagou uma vez por todas a dívida do povo de Deus.
b.      Ilustração.
É importante enfatizar que não existe uma dicotomia entre a salvação do crente da antiga aliança e nós que pertencemos à nova. A salvação nunca foi por meio dos sacrifícios oferecidos em favor do povo, eles sempre apontaram para a pessoa de Cristo, a salvação sempre foi por graça, eles olhando para a obra que Cristo iria realizar e nós olhando para o que Cristo fez.
Imaginem um projeto que tem como objetivo criar uma ponte para transpor um rio, o engenheiro faz um desenho que tem as medidas que serão utilizadas na construção da ponte, e até certo ponto o projeto já é a ponte, mas quando a obra é concretizada temos a ponte de fato construída. Assim, podemos dizer que o projeto era um benefício porvir para aqueles que só tinha quem sabe uma maquete, vislumbrando o futuro, mas para aqueles que vierem depois pois a ponte é um benefício que tem origem no passado.
c.       Aplicação.
devemos viver uma vida tranquila e sossegada, em Cristo nossa dívida no “SPC” de Deus já foi paga, não estamos negativados, o nosso fiador pagou de uma vez por todas a nossa ofensa cometida tanto em Adão, quanto nossas ofensas pessoais.
                            II.            Unificação (Ef 1.9-10).
a.      Exposição.
O propósito de Deus é o de estabelecer uma nova criação, na qual todos confessem que Cristo é a cabeça. Nela não haverá distinção entre raça, cor ou gênero (falo isso me referindo aos gêneros masculino e feminino, não as ideologias trazidas pela pós modernidade).
A expressão em Efésios 1.10 “de fazer convergir nele”, literalmente significa “debaixo de uma só cabeça”. O plano de Deus é unir debaixo da autoridade de Cristo, tudo que existe no céu e na terra. A obra realizada por Deus em Cristo visa restabelecer a harmonia que existia no cosmo antes da entrada do pecado.
b.      Aplicação.
É por este motivo que devemos nos submeter ao senhorio de Cristo, Ele é o Senhor da igreja, somos membros do seu corpo, com funções a serem obedecidas para que a igreja de Deus seja a cada dia a aperfeiçoada a imagem de Cristo.
                          III.            Herança (Ef 1.11-12).
                                                        I.            Exposição.
A interpretação mais provável é que nós somos a herança (propriedade particular) de Deus. Isso tem ideia similar no A.T ( Dt 32.9; Sl 33.12;106.40; Jr 10.16), e em 1Pedro 2.9.
Somos sua herança por causa da sua vontade (Ef 1.5,9 e 11).
Somos feitos herança para o louvor da sua glória ((Ef 1.5,6,12 e 14).
O alvo de Deus é que a sua glória venha a ser conhecida por meio do seu povo.
                                                     II.            Ilustração.
A igreja demonstra o propósito de Deus quando prega a verdade do evangelho, quando se uni para por meio de ações práticas para influenciar positivamente a sociedade. O proposito de Deus é evidenciado quando fazemos o certo quando ninguém nos vê.
Essa semana tive uma experiencia no meu trabalho que causou espanto em alguns colegas de trabalho. Em uma palestra promovida pela empresa, fui questionado sobre o que me motiva todos os dias, minha resposta foi que a ética é o meu motivador. Meus colegas não entenderam o que eu quis dizer, grande maioria na verdade disse que seus motivadores seriam coisas como família, dinheiro, planos para o futuro e coisa do tipo.
Eu, no entanto, entendo que minha motivação é viver de forma a evidenciar os valores contidos na sagrada escritura, é por meio desses valores que procuro ser bom pai, bom filho, bom esposo, bom empregado e em tudo na minha vida.
                                                  III.            Aplicação.
Fazer parte do povo de Deus é um privilégio, mas também é uma responsabilidade que devemos assumir. Em tudo que fizermos, como diz o apostolo, que seja para a glória de Deus.
F.     Devemos bendizer a Deus pelo selo e segurança da nossa salvação (Ef 1.13-14).
                                                       I.            O Espírito Santo é o Selo.
a.      Exposição.
A presença do Espírito Santo no Seu povo é a prova  de que este pertence a Deus. Após nos habilitar para ouvir e entender a palavra do evangelho, o Espírito nos sela, recebemos a marca do povo de Deus.
O selo fala de propriedade, podemos usar aqui a figura de um fazendeiro que marca com as iniciais de seu nome os animais que lhe pertencem. Esse selo é a prova de que somos sua propriedade exclusiva.
 O selo também fala de segurança. Quando um senhor enviava uma correspondência, selava com seu brasão, dessa forma ela só poderia ser violada quando chegasse a seu destino.
o Espírito Santo é o penhor, ou seja, a garantia de que Cristo virá novamente nos buscar. A ideia é de alguém que deixa em uma loja um objeto como garantia de que irá retornar com o pagamento.
No caso específico, a garantia aqui é que Cristo voltará finalmente para cumprir a totalmente com seus planos e estaremos com Ele para Sempre.
Esse selo não pode ser retirado, pois Paulo diz que Ele é a garantia da nossa herança “até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”.

b.      Ilustração.
Ainda hoje em muitos museus, ou mesmo pessoas que guardam relíquias, dispõem desse tipo de selo.
Na palavra de Deus podemos encontrar outros exemplos também, a cova onde Daniel foi posto, o sepulcro onde Cristo foi colocado.
c.       Aplicação.
Devemos bendizer a Deus pela sua misericórdia, por ter nos chamado para fazer parte do seu povo, por nos remir por meio do Filho e garantir a nossa chegada segura até o dia do retorno de Cristo, quando nos reuniremos e nunca mais haverá separação entre o Senhor e seu povo.


Que o Senhor nos abençoe!



[1] Dicionário popular de teologia, p. 115.