Pregação Expositiva
Sermão pregado na Escola Bíblica Dominical , Dia do Senhor, Cabo
de Santo Agostinho, 03/11/2019.
Por: Presb. Sandro Francisco do
Nascimento.
Texto base: Mateus 28:18-20.
Jesus,
aproximando-se, falou-lhes, dizendo: toda a autoridade me foi dada no céu e na
terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os, em
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as
coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à
consumação do século.
Introdução
Autor e Data
Ao contrário das cartas
paulinas, por exemplo, o Evangelho segundo Mateus, não trás o nome do autor.
Apesar disso, a tradição tem atribuído a autoria a Mateus o publicano. Nos
Evangelhos de Marcos e Lucas, ele é chamado pelo nome de Levi (Mc 2.14; Lc
5.27).[1]
Eusébio, por
volta de 265-339 d.C., cita Orígenes,(185-254 d.C.),
aproximadamente:
Entre os quatro
Evangelhos, que são os únicos indiscutíveis na Igreja de Deus debaixo do céu, aprendi pela tradição que o
primeiro foi escrito por Mateus, que havia sido publicano, mas que
posteriormente tornou-se apóstolo de Jesus Cristo, e foi preparado para os
convertidos do judaísmo (história eclesiástica, 6:25).
Alguns autores
identificam Mateus como sendo um judeu da palestina e que teria escrito para
judeus da dispersão. A base para esta afirmação está ligada ao fato de ele
citar profecias do A.T por mais de sessenta vezes. Além disso, Mateus sempre se
refere ao “reino de Deus” como “reino dos céus”, um equivalente para não se referir
ao nome de Deus, pois para um judeu, falar o nome de Deus era algo ofensivo.
Alguns estudiosos sugerem
que tenha sido escrito antes do ano 70 d.C., por volta das décadas de 50 ou 60
d.C.
Propósito
O propósito, como parece
evidente, é apresentar Jesus como o Messias prometido. A genealogia que leva
Jesus até Abrão tem como objetivo demonstrar que Jesus é o cumprimento fiel de
todas as profecias do A.T, a aliança é
literalmente cumprida em Cristo, Nele, Abrão, pai da fé, se torna pai de todos
aqueles que por meio da fé são alcançados pelo sacrifício de Jesus. Essa
verdade é constantemente enfatizada na teologia paulina, em Cristo, somos
feitos filhos de Abraão, com quem a aliança foi primeiro estabelecida.
Em seu comentário do A.T.
e N.T, John MacArthur diz:
“Mateus
demonstra a realeza de Cristo ao se referir a ele por “Filho de Davi” (1.1;
9.27; 12.23; 15.22; 20.30; 21.9,15; 22.42,45)”.
Exposição
1.
No verso 18b, Jesus estabelece a base pela
qual os seus discípulos podem ter a liberdade de pregar o Evangelho. “toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.”
I.
O Cristo prometido, tendo cumprido
fielmente os termos da aliança, agora reivindica a recompensa. A lei de Deus
agora foi legalmente satisfeita e a salvação pode finalmente, em Cristo, ser
proclamada a todas as nações.
II.
Hendriksen,
em seu comentário, faz distinção entre a autoridade de Cristo antes da
ressurreição e após. Diz ele: “Antes de seu triunfo sobre
a morte, o uso desse dom estava sempre restringido de algum modo”.
Ou seja,
enquanto Cristo não fosse morto e ressuscitado como previa o cumprimento da
lei, ainda faltava vencer um inimigo do povo de Deus, a saber, a“ morte”.
2. Em um
primeiro momento de sua missão, Jesus ordena que as boas novas sejam pregadas
inicialmente a Israel, Mt 10.5-7. No
verso 19, no entanto, agora fica claro que as boas novas devem percorrer por
todas as nações. Para Hendriksen, o “ide”, ou “vão”, também aponta para a ideia de que seguir a
Cristo não consiste somente em vir a igreja, mas em ir e levar as boas novas para os outros. “... Ide, portanto, fazei discípulos de todas
as nações, batizando-os, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo...”.
I.
Segundo Hendriksen, a tradução literal deste verso é: “Havendo ido, portanto, façam discípulos...”. Neste
caso, diz Hendriksen: ...tanto o particípio quanto o
verbo que o segue pode ser - no presente caso deve ser – interpretado como
tendo forca imperativa, “Façam discípulos” é por natureza um imperativo. É
um mandamento enérgico, uma ordem...
II.
Tanto Hendriksen, quanto Sayão, concordam que o verbo principal é:
...“façam discípulos”..., sendo assim, batizando e
ensinando, são os meios pelos quais se produzirá discípulos.
3. O batismo deve ser feito em um único nome: o Pai, Filho e Espírito
Santo “batizando-os, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. O batismo tem para aqueles que
são incluídos na aliança, um sentido de união com o Deus Trindade.
4.
O ensino deve seguir a vida daqueles que são chamados a aliança a
fim de que eles obedeçam a todas as coisas que Cristo ordenou. “ensinando-os
a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”. Ele finaliza o
verso vinte com um consolo: “E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século”.
Aplicações
1.
Devemos
pregar o evangelho?! Devemos pregar o evangelho por pelo menos três motivos:
·
Jesus nos deu autoridade para pregar as boas novas do evangelho, somos seus
representantes legais;
·
Pregar
o evangelho não é uma opção, todos os eleitos de Deus são ordenados a proclamar
as boas novas;
·
O
evangelho é o meio pelo qual Deus chama seus eleitos.
2.
A pregação do evangelho tem função dupla, atrair os
eleitos e sentenciar os reprovados.
Muito recentemente, conversando com um amado irmão, presbítero da
IPAD, Igreja Pentecostal Assembleia de Deus, ouvi algo que me deixou estarrecido.
O referido irmão, disse-me que soube por alguns irmãos calvinistas, que por
causa da doutrina da eleição não se fazia necessário evangelizar os perdidos,
ao contrário, diziam eles, “os eleitos irão ser chamados soberanamente, sem a
necessidade da pregação”.
Essa
afirmação não possui qualquer amparo bíblico, os eleitos de Deus são atraídos
pela pregação. O Espírito Santo trabalha neles para que ouvindo a palavra
entendam e venha a se arrepender.
3.
Devemos evangelizar com fervor, com alegria, pois Cristo
prometeu estar conosco e essa é a garantia de que a nossa pregação irá operar
segundo a vontade soberana de Deus, seja salvando, seja condenando.
Que o Senhor pois nos abençoe!
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