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domingo, 16 de fevereiro de 2020

Louvor a Deus por derramar suas bênçãos sobre seus eleitos.



Tema: Três bênçãos mencionadas por Paulo que nos devem conduzir a bendizer o Nome de Deus.

Texto base:  Efésios 1.1-14.


Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da gloria de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para o louvor da sua gloria, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua gloria.

Introdução

A.    Apesar de não ser muito sábio adotar uma parte especifica da Escritura, acredito que a recorrência de citações, estudos e sermões, já devem ter feito os irmãos perceberem o quanto admiro o conteúdo contido na carta aos Efésios.
B.     A carta parece ser uma síntese de todo cristianismo.
C.     Ela, ao contrário da maioria das cartas paulinas, não é uma carta circunstancial especifica ou controvérsia.
D.    Efésios expressa:
·         Louvor a Deus por causa da unidade daqueles que estão em Cristo, e das bençãos que eles recebem (Ef .1.3);
·         Como devemos viver em unidade e santidade para chegarmos ao “pleno conhecimento do Filho de Deus” (Ef 4.13);
·         Que devemos andar como filhos da luz (Ef 5.8).

Autor

A.    Apesar de parecer obvia, a autoria paulina é contestada por alguns teólogos de convicção liberal.
·         “Os liberais são teólogos, que, em resumo, redefinem ou modificam doutrinas”.
·         “Liberalismo é qualquer movimento disposto a redefinir ou mudar as doutrinas e práticas tradicionais do cristianismo”.[1]
B.     A argumentação para rejeitar a autoria paulina, reside no fato de que, segundo eles, a linguagem é bastante impessoal, o remetente parece não conhecer o destinatário. Em romanos, por exemplo, Paulo escreve há uma igreja que ele não conhecia pessoalmente, mesmo assim cita diversos nomes (Rm 16.1-20).
C.     Em resposta, temos a favor da autoria paulina, o fato de que muitos manuscritos que foram encontrados, suprimem o destinatário. Por esse motivo, alguns eruditos consideram Efésios uma carta circular, e não dirigida particularmente à igreja de Éfeso. Ao que tudo indica, a carta era também direcionada as cidades circunvizinhas.

Data e local

A.    O apostolo Paulo escreveu essa carta de sua primeira prisão em Roma, com data oscilando entre os anos 59-63 d.C.
B.     Por este motivo, Efésios, na companhia de colossenses, Filipenses e Filemom, são denominadas de cartas da prisão.

Exposição

A.    No verso 1 ele apresenta-se como:
                                I.            Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus:
1.      Vocacionado e enviado por Cristo;
A palavra traduzida aqui por apostolo é a palavra grega de mesmo som- a,postoloj- que pode ser traduzida como delegado, enviado, mensageiro. Um apostolo é alguém que representa a presença do Próprio Cristo.
2.      Sua autoridade repousa no fato de que seu ministério tem a chancela do próprio Deus. Paulo não é enviado por vontade humana, Deus o enviou para servir a igreja de Cristo. Certamente irmãos, podemos entender também que Paulo deve estar falando até de si mesmo como não sendo autor de sua vocação, o apostolo que outrora perseguia a Cristo e sua igreja, foi vencido pelo poder de Deus no caminho de Damasco.
B.     Os destinatários:
1.      “aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus,”
O residir em Cristo é o que lhes confere santidade e fidelidade.
2.      Éfeso é a localização geográfica, terrena desses santos que vivem em Cristo.
C.     No verso 2 ele transmite uma saudação que é comum as suas cartas e a época.
“graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.”
“Graça” indica uma iniciativa gratuita de Deus, e paz indica o nível de vida em que passamos a viver desde que Ele reconciliou os pecadores consigo mesmo e uns com os outros na sua nova comunidade. Em outras palavras, “a paz vem pela graça.” John stott.
·         A graça de Deus nos trouxe paz para com o próprio Deus, e também derrubou a parede que separava Judeus e gentios. A igreja de Cristo é formada por pessoas de todas as raças, nacionalidades, etnias, condição social ...

“Tendo visto essas questões introdutórias, quero compartilhar com a igreja três bençãos mencionadas por Paulo que nos devem conduzir a bendizer o Nome de Deus.”

D.    A benção de ser escolhido pelo Pai (Ef 1.3-6).
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da gloria de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,”
                               I.            Fomos escolhidos em Cristo.
a.      Exposição.
Essa benção não é algo terreno, ela provém diretamente dos céus. Paulo a chama de toda sorte de benção espiritual, fomos escolhidos em Cristo, saímos da condição do velho Adão e em Cristo, localizados Nele, enraizados Nele, a eleição nos alcança. Em outras palavras, sem Cristo não pode haver eleição e muito menos salvação, pois a soberana vontade de Deus providenciou o meio pelo qual podemos ser salvos, somente pela representação dos méritos de Cristo.
b.      Ilustração.
Certo dia, conversando com alguns colegas no trabalho, fui questionado sobre essa nova teologia do “coaching”, são os chamados pregadores “Nutella”. Felizmente irmãos tive a oportunidade de ofender bastante um desses meus colegas, digo isso porque ele ouviu da minha boca aquilo que é o evangelho, a única verdade que existe sobre a graça de Deus e como ela alcança pecadores miseráveis que voluntariamente estavam caminhado para o inferno. Deus nos escolheu! Não pelas qualidades que possuímos ou pelas habilidades que podemos adquirir. Ele nos escolheu “em Cristo Jesus”, Ele é quem nos dá valor diante do Pai, um valor que é totalmente seu, de seus méritos conquistados na cruz.
c.       Aplicação.
Como podemos aplicar essa verdade em nossas vidas? Reconhecendo que Deus nos escolheu para si, sem que pudéssemos pagar pelo seu favor. Contando ao mundo o que Deus fez e faz por nós, em nós e por meio de nós.
                             II.            Fomos escolhidos antes da fundação do mundo.
a.      Exposição.
Antes que que o universo viesse a ser formado por Deus, na mente divina, Pai, Filho e Espírito Santo, reunidos em comunhão trinitária, já haviam escolhido em Cristo um povo para o louvor da sua graça.
b.      Ilustração.
O pastor Batista, Luiz Sayão, comentando esse texto na bíblia brasileira de estudos, diz: “ a palavra utilizada aqui, significa literalmente origem, alicerce, embasamento, colocação da pedra angular, como em Mateus 25.34.” ou seja, antes que Deus estabelecesse o alicerce do universo, Ele já havia nos escolhido para fazer parte do seu povo.
c.       Aplicação.
Podemos aplicar essa verdade em nossas vidas, bendizendo a Deus pela sua eternidade e eterno poder, reconhecendo que Ele é o autor da vida e da igreja.
                          III.            Deus nos escolheu para sermos santos e irrepreensíveis.
a.       Exposição
A doutrina da eleição não pode ser desculpa para que vivamos uma vida de pecado. O Deus que nos escolheu definiu um propósito para seu povo escolhido, “para sermos santos e irrepreensíveis”. A linguagem utilizada por Paulo aqui nos remete a ideia dos sacrifícios que tornavam propício o pecador arrependido. Por meio do sacrifício de Cristo somos irrepreensíveis no sentido de que o diabo não tem poder condenatório sobre nós, somos separados para o louvor e Glória de Deus.
b.      Ilustração.
Infelizmente, até muitos daqueles que nem creem na doutrina da eleição, têm uma tendência de enfatizar e em fazer uma dicotomia entre o amor e a justiça de Deus. Observamos que o amor de Deus é imensamente mais enfatizado pelos “crente” que vivem uma vida deplorável. Não é assim que ensina a escritura, Deus é igualmente amoroso e justo.
Tenho visto pessoas pregarem tanto amor por parte de Deus que muitos nem acreditam na realidade do inferno. Deus nos escolheu para sermos santos, isso por si já é uma prova de amor Dele para com seu povo, pois por meio da santidade em Cristo Jesus podemos nos aproximar do Pai.



c.       Aplicação.
Faço uma pergunta para os irmãos: a escolha soberana de Deus tem sido evidente na sua vida? Você tem exalado uma vida que demonstre o propósito eterno de Deus?
Irmãos, podemos nos esconder do pastor, dos presbíteros, dos outros irmãos, e pasmem, podemos até mesmo enganar a nós mesmos, mas não podemos ocultar nem sequer um pensamento da presença de Deus. Se não estamos vivendo em busca da santidade, acredito que devemos parar e pensar se de fato entendemos nosso privilégio de ser escolhidos por Deus e as consequências dessa verdade para nossas vidas.
Vivamos irmãos uma vida separada para o louvor do nome Deus, isso fará com que o nome Dele seja glorificado pelo mundo em nossas vidas.
                          IV.            Ele nos adotou como filhos.
a.       Exposição.
Nós, que éramos naturalmente filhos da ira, agora, por meio de Cristo, somos filhos de Deus. Cristo nos faz agora aproximar do Pai, Ele nos torna propícios a Deus. Por meio Dele, Deus criou uma nova comunidade, a qual ele determinou para o louvor da sua graça de forma gratuita no amado. Novamente, Paulo nos mostra que não poderíamos pagar pelo favor divino e que só Ele mesmo pode nos apresentar dignos diante Dele.
b.      Ilustração.
É muito comum ouvirmos pessoas que não têm qualquer compromisso com o evangelho, dizer: “todos somos filhos de Deus!”. Essas pessoas estão enganando a si mesmas, a única maneira de se pertencer a família de Deus, é por meio da representação em Cristo. Qualquer pessoa que diz ser filho de Deus, deve ter de fato um compromisso genuíno com Cristo, com o evangelho. Caso contrário, estará sempre debaixo da maldição do pacto de obras, não pode justificar a si mesmo e jamais poderá se aproximar do Pai.
Por meio de Cristo Deus nos registrou com seu próprio nome, somos sua herança, somos agora seus herdeiros por direito.
c.       Aplicação.
Você é Filho de Deus? Cristo de fato tem sido evidenciado na sua vida? Se sim, você tem sido grato a Deus por ter lhe adotado, lhe dado a honra de por meio de Cristo ser chamado Filho? Devemos bendizer a Deus pelo seu amor paternal, demonstrado por nós em Cristo Jesus!
E.     A segunda benção pela qual devemos bendizer a Deus é a benção de sermos redimidos pelo Filho (Ef 1.7-12).
                                I.            Redenção.
a.       Exposição.
A palavra denota uma remissão de dívida mediante o pagamento de determinado valor. Em Cristo fomos libertados da condenação, em Cristo somos livres do pecado.
O preço da liberdade foi o sangue de Cristo. Por meio de seu sacrifício substitutivo, Ele pagou nossa dívida contraída em Adão com o Pai. Esse termo sacrificial nos lembra o sangue dos animais que eram oferecidos em oferta a Deus em favor dos pecados do povo. Esses sacrifícios apontavam para o último e definitivo sacrifício que seria realizado em Cristo, Ele por meio de seu sangue inocente pagou uma vez por todas a dívida do povo de Deus.
b.      Ilustração.
É importante enfatizar que não existe uma dicotomia entre a salvação do crente da antiga aliança e nós que pertencemos à nova. A salvação nunca foi por meio dos sacrifícios oferecidos em favor do povo, eles sempre apontaram para a pessoa de Cristo, a salvação sempre foi por graça, eles olhando para a obra que Cristo iria realizar e nós olhando para o que Cristo fez.
Imaginem um projeto que tem como objetivo criar uma ponte para transpor um rio, o engenheiro faz um desenho que tem as medidas que serão utilizadas na construção da ponte, e até certo ponto o projeto já é a ponte, mas quando a obra é concretizada temos a ponte de fato construída. Assim, podemos dizer que o projeto era um benefício porvir para aqueles que só tinha quem sabe uma maquete, vislumbrando o futuro, mas para aqueles que vierem depois pois a ponte é um benefício que tem origem no passado.
c.       Aplicação.
devemos viver uma vida tranquila e sossegada, em Cristo nossa dívida no “SPC” de Deus já foi paga, não estamos negativados, o nosso fiador pagou de uma vez por todas a nossa ofensa cometida tanto em Adão, quanto nossas ofensas pessoais.
                            II.            Unificação (Ef 1.9-10).
a.      Exposição.
O propósito de Deus é o de estabelecer uma nova criação, na qual todos confessem que Cristo é a cabeça. Nela não haverá distinção entre raça, cor ou gênero (falo isso me referindo aos gêneros masculino e feminino, não as ideologias trazidas pela pós modernidade).
A expressão em Efésios 1.10 “de fazer convergir nele”, literalmente significa “debaixo de uma só cabeça”. O plano de Deus é unir debaixo da autoridade de Cristo, tudo que existe no céu e na terra. A obra realizada por Deus em Cristo visa restabelecer a harmonia que existia no cosmo antes da entrada do pecado.
b.      Aplicação.
É por este motivo que devemos nos submeter ao senhorio de Cristo, Ele é o Senhor da igreja, somos membros do seu corpo, com funções a serem obedecidas para que a igreja de Deus seja a cada dia a aperfeiçoada a imagem de Cristo.
                          III.            Herança (Ef 1.11-12).
                                                        I.            Exposição.
A interpretação mais provável é que nós somos a herança (propriedade particular) de Deus. Isso tem ideia similar no A.T ( Dt 32.9; Sl 33.12;106.40; Jr 10.16), e em 1Pedro 2.9.
Somos sua herança por causa da sua vontade (Ef 1.5,9 e 11).
Somos feitos herança para o louvor da sua glória ((Ef 1.5,6,12 e 14).
O alvo de Deus é que a sua glória venha a ser conhecida por meio do seu povo.
                                                     II.            Ilustração.
A igreja demonstra o propósito de Deus quando prega a verdade do evangelho, quando se uni para por meio de ações práticas para influenciar positivamente a sociedade. O proposito de Deus é evidenciado quando fazemos o certo quando ninguém nos vê.
Essa semana tive uma experiencia no meu trabalho que causou espanto em alguns colegas de trabalho. Em uma palestra promovida pela empresa, fui questionado sobre o que me motiva todos os dias, minha resposta foi que a ética é o meu motivador. Meus colegas não entenderam o que eu quis dizer, grande maioria na verdade disse que seus motivadores seriam coisas como família, dinheiro, planos para o futuro e coisa do tipo.
Eu, no entanto, entendo que minha motivação é viver de forma a evidenciar os valores contidos na sagrada escritura, é por meio desses valores que procuro ser bom pai, bom filho, bom esposo, bom empregado e em tudo na minha vida.
                                                  III.            Aplicação.
Fazer parte do povo de Deus é um privilégio, mas também é uma responsabilidade que devemos assumir. Em tudo que fizermos, como diz o apostolo, que seja para a glória de Deus.
F.     Devemos bendizer a Deus pelo selo e segurança da nossa salvação (Ef 1.13-14).
                                                       I.            O Espírito Santo é o Selo.
a.      Exposição.
A presença do Espírito Santo no Seu povo é a prova  de que este pertence a Deus. Após nos habilitar para ouvir e entender a palavra do evangelho, o Espírito nos sela, recebemos a marca do povo de Deus.
O selo fala de propriedade, podemos usar aqui a figura de um fazendeiro que marca com as iniciais de seu nome os animais que lhe pertencem. Esse selo é a prova de que somos sua propriedade exclusiva.
 O selo também fala de segurança. Quando um senhor enviava uma correspondência, selava com seu brasão, dessa forma ela só poderia ser violada quando chegasse a seu destino.
o Espírito Santo é o penhor, ou seja, a garantia de que Cristo virá novamente nos buscar. A ideia é de alguém que deixa em uma loja um objeto como garantia de que irá retornar com o pagamento.
No caso específico, a garantia aqui é que Cristo voltará finalmente para cumprir a totalmente com seus planos e estaremos com Ele para Sempre.
Esse selo não pode ser retirado, pois Paulo diz que Ele é a garantia da nossa herança “até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”.

b.      Ilustração.
Ainda hoje em muitos museus, ou mesmo pessoas que guardam relíquias, dispõem desse tipo de selo.
Na palavra de Deus podemos encontrar outros exemplos também, a cova onde Daniel foi posto, o sepulcro onde Cristo foi colocado.
c.       Aplicação.
Devemos bendizer a Deus pela sua misericórdia, por ter nos chamado para fazer parte do seu povo, por nos remir por meio do Filho e garantir a nossa chegada segura até o dia do retorno de Cristo, quando nos reuniremos e nunca mais haverá separação entre o Senhor e seu povo.


Que o Senhor nos abençoe!



[1] Dicionário popular de teologia, p. 115.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Exposição de Romanos 1.1-7.




Exposição da palavra de Deus em Romanos 1.1-7. Sermão pregado no dia do Senhor, Domingo da Ressurreição, 19/01/2020, na Igreja Presbiteriana do Cabo de Santo Agostinho- PE. 
Rev. Jefferson Andrade.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Pai nosso!




Verdades essenciais no Pai nosso!

Por meio da oração Deus nos faz transpor os limites da existência. Quando dizemos: "Pai nosso que estais nos céus". Confessamos que fomos criados por Ele e para Ele. Quando dizemos: “santificado seja o teu nome”. Confessamos que Ele está acima de tudo que existe nos céus e na terra. Quando dizemos: “perdoa-nos as nossas dívidas”. Reconhecemos que precisamos de sua misericórdia. E finalmente, quando dizemos: “seja feita a tua vontade”. Nos colocamos inteiramente sob os cuidados de sua Providência.



Graça e paz vos sejam multiplicadas!



Atenciosamente: Presb.º. Sandro Francisco do Nascimento.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Os três elementos fundamentais da oração Bíblica





Texto base: Neemias 1.4-11.
E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. 5  E disse: Ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!  6  Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos. 7  De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo. 8  Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos. 9  E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os fareis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam no cabo do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. 10  Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão. 11  Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo e dá-lhe graça perante este homem. Então, era eu copeiro do rei. 

Propositalmente o título desta reflexão deve ter levado o leitor atento a questionar: ora, se existe uma oração que pode ser considerada bíblica, isso quer dizer que alguém pode orar de forma não bíblica? A resposta é muito clara. Sim! Vivemos uma geração que deseja ter seus desejos atendidos, para muitos, Deus se tornou o Gênio da lâmpada. Coloque Deus contra a parede! Dizem eles. Você é uma joia rara, não se sinta menor que Deus!
Neemias (“o Senhor consola”), era o copeiro do rei  persa Artaxerxes; liderou o terceiro grupo de exilados para Jerusalém para reconstruir o muro da cidade (1.1;13.7).[1] Em sua oração, Neemias nos fornece os três elementos fundamentais para uma oração bíblica. São eles:
1.      Adoração: quando orarmos, devemos em primeiro lugar lembrar quem Deus é. Nos aproximamos de Deus porque Ele é aquele a quem pertence toda à glória, não importa o quanto estamos oprimidos, ou quão difícil é a provação pela qual estamos passando, Deus é infinitamente mais. Ele é santo;  Poderoso; Ele é eterno, imensurável é a sua majestade. Quando lembrarmos da grandeza de Deus, o seu eterno poder, podemos descansar Nele. “Inicie sua oração glorificando a Deus por quem Ele é"! (1.5).
2.      Confissão: quando oramos, seja sozinho ou em grupo, nosso segundo passo é confessar nossas faltas. Devemos rogar a Deus que tenha misericórdia de nós, que como Pai amável, nos seja favorável. Contudo, não devemos nos dirigir a Deus com falsidade, lembre-se que Ele nos conhece intimamente e se agrada quando buscamos sua misericórdia. Quando confessar suas faltas ao Senhor, o faça com um coração arrependido, submisso. (1.6-7).
3.      Petição: finalmente irmãos, o terceiro passo para orar de forma bíblica é pedir a Deus. Quando pedimos a Deus aquilo que ele mesmo prometeu para nós, o agradamos. Demonstramos confiança que Ele é fiel para cumprir tudo quanto promete a seu povo. Quando pedirmos a Deus, devemos também nos colocar sob sua providência, rogando que Ele nos atenda conforme sua soberana vontade. (1.11).
Oremos irmãos! Oremos sem sessar! Mas com entendimento, para que Deus seja o centro dos nossos atos.
Graça e paz vos sejam multiplicadas!
Atenciosamente: Presb.º. Sandro Francisco do Nascimento.

domingo, 1 de dezembro de 2019

O Que Precisamos Saber Sobre o Divórcio?



SERMÃO PREGADO PELO REV. JEFFERSON DE ANDRADE AZEVEDO, NA NOITE DE 01 DE DEZEMBRO DE 2019, NA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL, EM CABO DE SANTO AGOSTINHO/ PE.
Texto: Mateus 19:3-12

Introdução
·         Queridos irmãos, eu quero iniciar minha exposição citando as palavras (a meu ver muito precisas) do Dr. Andreas Köstemberger: “Embora a beleza do plano de Deus para o casamento seja exposta claramente nas Escrituras e muitos anseiem experimentar o tipo de intimidade e amor que apenas o casamento bíblico pode proporcionar, a realidade triste é que relacionamentos conjugais muitas vezes se rompem e ficam a aquém do ideal bíblico”.
·         As palavras do Dr. Köstemberger traz consigo questões sobre as quais devemos refletir com muita atenção:
a)      O casamento conforme o ensino bíblico é em si mesmo belo.
b)     O casamento é belo porque foi devidamente planejado por Deus.
c)      Muitos anseiam experimentar a intimidade e o amor que só o casamento pode propiciar.
d)     Lamentavelmente muitos casamentos se rompem.
e)      E muitos casais ficam aquém do ideal bíblico (inclusive quando se divorciam por qualquer razão).  
·         Fatos como esses deveriam nos fazer refletir sobre que compreensão temos sobre a realidade e identidade do casamento. Mais que isso, esses fatos deveriam nos fazer pensar sobre a possibilidade e gravidade de seu rompimento. Em alguns países 50% dos casamentos terminam por divórcio.
·         Pode parecer estranho, mas hoje é alarmante o número de casais que se dizem evangélicos, e que decidem se divorciar por qualquer razão desconsiderando o fato de que o casamento é um pacto, e que, portanto, deve ser preservado para a glória de Deus. Mais que isso, é estranho que muitos se divorciem e casem novamente sem sequer observar o que Jesus ensina sobre isso.
·         No texto lido Jesus lidou com essas três questões: Casamento, Divórcio e Novo Casamento norteando e esclarecendo a questão.

Elucidação
·         O contexto em que Jesus elucidou seu ensino sobre o Casamento, Divórcio e Novo Casamento se deu num contexto marcado por uma polêmica. O texto diz que alguns Fariseus vieram para experimentá-lo. Em outras palavras, vieram pra pô-lo a prova. E a pergunta dirigida a Jesus teve a ver com a licitude ou ilicitude do divórcio. Jesus respondeu a pergunta afirmando não apenas quando a pessoa pode se divorciar. Jesus ampliou sua resposta e falou sobre Casamento, Divórcio e Novo Casamento. E deixou muito claro que:
a)      O Casamento é a união de um homem e uma mulher, e o padrão é que ambos vivam de modo vitalício.
b)     O Divórcio é a lastimável e indesejável ruptura dessa união.
c)      O Novo Casamento é uma segunda união para aqueles que sofreram infidelidade e resolveram se divorciar, e após o Divórcio casaram outra vez.
·         Hoje, entretanto nosso intuito é falar sobre o divórcio. Por isso, eu quero refletir com os irmãos sobre a seguinte questão:

Tema: O Que Precisamos Saber Sobre o Divórcio?

1º O Divórcio não pode ocorrer por qualquer causa (v.3-6).
·         Vivemos um momento histórico delicado onde as pessoas muitas vezes ingressam no casamento já com uma perspectiva pessimista: “Se der certo deu”. Quando não: “Eu caso e se não der eu me divorcio e caso de novo”. E ingressam no casamento com essa perspectiva pessimista por duas razões: ou não sabem quão grave é romper o Casamento, ou são licenciosos (as vezes é uma questão de depravação mesmo). De qualquer forma é alarmante o número de Divórcios entre cristãos e nós nem podemos fechar os olhos para isso, nem podemos enxergar nisso algo normal.
·         O Rev. Hernandes Dias Lopes em seu livro Casamento, Divórcio e Novo Casamento cita algumas causas ilícitas para o divórcio: “ausência de diálogo, emancipação da mulher, mudança do padrão profissional, desemprego, arrocho financeiro, facilidades legais para o divórcio, declínio da fé". Eu ainda acrescento outras duas: incompatibilidade de gênio, e porque o amor acabou (hoje está na moda estas duas desculpas). A meu ver duas desculpas sem a menor justificativa.
·         Nos dias de Jesus, a discussão envolvendo a possibilidade do Divórcio era dominada por das Escolas Rabínicas: a Escola de Hillel e a Escola de Shammai. Esses dois Rabinos se posicionaram acerca daquilo que está em Deuteronômio 24:1-4. Especificamente no v.1 quando o texto fala “coisa indecente”. Hillel interpretava isso numa perspectiva mais aberta (inclusive uma refeição mal feita). Shammai interpretava essa questão afirmando que ela se refere à imoralidade sexual (mas também abria exceções quando suas Regras de Conduta eram transgredidas). Jesus é taxativo ao dizer que apenas a infidelidade poderia ser causa para o Divórcio.
·         Eu fico a pensar que quando as pessoas dizem ama outra pessoa, e após casar, pouco tempo depois, ou por qualquer motivo se divorciam elas mentem. A semana passada aprendemos com base em Gênesis 2:23-24 que a única coisa que justifica o Casamento é o amor. E Paulo vai dizer em 1Coríntios 13:8: “O amor jamais acaba”. O texto grego diz literalmente: “O amor jamais cai/termina”. Ou seja, quem ama até o fim. Logo, um divórcio ilegítimo é sinônimo de nunca houve amor.
·         O que podemos aprender aqui? Aprendemos que o Divórcio não pode ser tratado como algo normal e que deva ser aceito com tal. Aprendemos que o Divórcio não deve ser idealizado antes de ingressar no Casamento como um modo adequado de resolver certos impasses que surgirão no decorrer do mesmo. Por mais que o Divórcio se mostre atraente nos momentos em que o Casamento está eivado de problemas, saiba que ele nem é a única nem a melhor opção.

2º O divórcio ocorre por permissão, não como padrão (v.7-8, 12).
·         Essa distinção deve ser repetida e enfatizada. O Divórcio foi tolerado e permitido por Deus, mas não estabelecido por Ele. Nos vs.3-4 Jesus já havia aludido à ordem da criação onde homem e mulher são descritos como “uma só carne”. Essa tolerância aparece claramente em Deuteronômio 24:1-4. Ali o Divórcio é regulamentado por Moisés. No contexto de Deuteronômio 24 nada é dito sobre as razões pelas quais Deus permitiu que Moisés incluísse na Lei tal permissão. Jesus em Mateus 19:8 esclarece que foi por causa “da dureza do coração do homem”.
·         O v.8 deixa muito claro que o divórcio foi permitido por causa da obstinação humana, não por iniciativa divina. Deus tem prazer na perpetuação do casamento, não em sua dissolução. E mais, o que os Fariseus chamam de mandamento, Jesus esclarece ser uma permissão. Uma permissão que não pode ser vista como padrão. A prova disso é que no final do v.8 Jesus disse: “Não foi assim desde o princípio”. O Dr. Köstemberger diz algo interessante: “Embora tanto Jesus quanto Paulo tenham defendido energicamente o ideal bíblico de um matrimônio monógamo e vitalício, ambos trataram da possibilidade de divórcio e novo casamento”. Possibilidade não é padrão, é exceção.
·         O padrão é o Casamento tal como Deus idealizou e Jesus mencionou nos vs.3-4. O grande problema é que o homem desde a Queda perverte os padrões estabelecidos por Deus ao acolher para si padrões que ele mesmo tende a criar. Hoje vemos muitos cristãos e até pastores tentam justificar o injustificável. Muitos já casaram e se divorciaram mais de uma vez e por isso fazem de tudo para defender como normal tal prática. Muitos inclusive se divorciaram em condições que a Bíblia não legitima. Esses também não são exemplos a serem seguidos ou levados a sério. O padrão é o Casamento duradouro. 
·         Quando olhamos para Gênesis 2:20-24 vemos claramente a alegria de Adão quando o Senhor criou Eva. Ele a chamou de “osso dos meus ossos e carne da minha carne”. Ou seja, ele a chamou de “pedaço de mim”. Logo, esse deve ser o padrão. Por outro lado, quando olhamos para um Divórcio vemos o oposto disso. Vemos o padrão estabelecido por Des sendo posto de lado. E lamentavelmente ouvimos pessoas dizendo o seguinte: “Durou muito. Eu pensava que iria durar menos”.
·         O que podemos aprender aqui? Aprendemos que nossos olhos devem estar voltados para a ordem da criação. O Casamento foi uma criação divina dada a homem como mandamento. Lembremos que em Gênesis 1:31Deus viu que tudo que Ele havia criado era muito bom”. Isso inclui o Casamento. Logo, o Divórcio o oposto disso. Ele é muito mau. Deus o deia, e aqueles que passam por ele jamais serão os mesmos.

3º O divórcio PODE ocorrer em caso de infidelidade (v.9-11).
·         O texto é claro ao dizer que o divórcio PODE ocorrer em caso de infidelidade. O texto não diz que o divórcio DEVE ocorrer em tal caso. Isso porque o cônjuge que sofreu a infidelidade PODE perdoar e permanecer com o cônjuge que cometeu infidelidade (ou não). O texto não diz que ele DEVE permanecer. Essas observações são importantes para não criminalizarmos todos os Divórcios. Aliás, só quem pode criminalizar um Divórcio é a Escritura.
·         Uma coisa é fato: Deus em sua santidade abomina o divórcio. Mas essa atitude divina precisa ser devidamente compreendida: O Rev. Jay Adams chama a nossa atenção para um fato importante: “Todos os divórcios são causados por pecados, mas nem todos os divórcios são pecaminosos [...] Deus odeia o divórcio, não como processo, mas por suas causas pecaminosas e por muitas das suas consequências devastadoras”. Ou seja, há divórcios lícitos e ilícitos.
·         O que é que estamos chamando de infidelidade? A palavra usada por Jesus e traduzida como “relações sexuais ilícitas” em Mateus 19:9 é porneia. Essa palavra abarca toda sorte de pecados sexuais. Ou seja, essa palavra abarca todos os pecados proibidos pelo sétimo mandamento (Êxodo 20:14 “Não adulterarás). D.A.Carson diz que porneia aqui pode ser traduzida como “imoralidade sexual”. Ou seja, infidelidade tem a ver com o envolvimento de um cônjuge com toda forma de vínculo sexual fora do casamento: adultério, pedofilia, incesto, homossexualismo, bestialidade etc.
·         Não é possível ignorar o fato de que quando Jesus afirma ser a infidelidade causa para o divórcio, ao mesmo tempo Ele afirme ser ela base legítima para o Novo Casamento. Ou seja, uma vez que a infidelidade é confirmada, o cônjuge que sofre a infidelidade PODE requerer carta de divórcio, e posteriormente vir a casar novamente. Por isso, aqueles que pensam em se divorciar e casar novamente devem ouvir o que Jesus diz sobre essa questão. E Jesus é claro: o Novo Casamento pode ocorrer após infidelidade sofrida e divórcio consumado.
·         O que podemos aprender aqui? Aprendemos que o Divórcio pode ocasionar a ruptura do Casamento. Uma ruptura traumática e cujas consequências serão sofridas por ambos os cônjuges (e para os filhos se houverem). Também aprendemos que o Divórcio uma vez consumado dá a parte ofendida a possibilidade (o direito) de ingressar em um Novo Casamento não sendo o mesmo permitido a parte ofensora.
Aplicações

1ª O Divórcio nunca será o padrão para nós cristãos.
2ª Não podemos transformar a exceção em regra.
3ª Avalie se de fato o divórcio é a melhor opção.

Conclusão
·         Finalizo citando o Rev. Jay Adams: “Diferentemente do Casamento o divórcio é uma instituição humana [...] Deus não deu origem a esse conceito como parte de sua ordem para o ser humano. Logo, o Divórcio e uma inovação humana [...] O fato de que Deus não estabeleceu o Divórcio, mas o permite em certas condições, é uma razão pela qual a Igreja tem tido problema em sua consideração essa prática”.