quinta-feira, 9 de maio de 2019

SANTIDADE

 


A santidade é um assunto que parece estar relegado à seção de história dos assuntos religiosos contemporâneos; aliás, o termo santidade parece estranho a muitos cristãos hoje e remete à idéia de homens e mulheresangelicais, imaculados e semi-perfeitos de uma era remota da história cristã.

Esta situação torna urgente e atualíssima esta obra clássica de J. C. Ryle, publicada pela primeira vez na Inglaterra em 1879. O problema do pecado - sua seriedade e malignidade - tratado com maestria logo no primeiro capítulo, é apresentado como a barreira intransponível que impede nossa comunhão com Deus. O sacrifício propiciatório de Cristo na cruz remove esta barreira; agora precisamos que a santidade de Deus nos seja comunicada pelo Espírito e exercida por nós, para que possamos, como diz o autor da epístola aos Hebreus, ver o Senhor. 

Nesta obra prima da literatura cristã, Ryle fala aos nossos corações de forma clara, persuasiva e franca, ensinando-nos sobre a santidade de Deus e do nosso dever de vivermos vidas santas. É uma obra que, como disse J. I. Packer, todo cristão verdadeiro considerará como um banquete, uma mina de ouro, um aguilhão, comida e bebida, remédio e vitamina - tudo isso em um só livro. Tolle, lege. - Tiago Santos - Editor-Chefe.

ESTUDOS NO SERMÃO DO MONTE



Estudos no Sermão do Monte, Lloyd Jones toca o coração do leitor da mesma forma que um cirurgião cardíaco faz: dramática e precisamente. Sua análise penetrante do texto bíblico e ricas aplicações, permitem-nos refletir com seriedade acerca das elevadas demandas da vida cristã.

Na ocasião do lançamento deste livro, foi comentado a seu respeito tratar-se de a mais profunda sondagem do coração de todas as exposições do Sermão do Monte já publicadas no século XX.
Agora, mais de 25 anos após o seu lançamento em português, esta obra que já se tornou um clássico, continua cativando o coração do leitor, levando-o a considerar a beleza e a profundidade das palavras do Senhor Jesus Cristo registradas em Mateus 5, 6 e 7. O Sermão do Monte, conforme diz Lloyd Jones, não é um código de ética ou moral; é, antes, uma descrição do que o cristão deve ser.

A análise cuidadosa que Dr. Lloyd Jones faz do texto bíblico, bem como suas ricas aplicações, permitem-nos refletir com muita seriedade acerca das elevadas exigências da vida cristã.

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JOÃO CALVINO, INSTITUTAS DA RELIGIÃO CRISTÃ


Esta primeira edição das Institutas, escrita originalmente em latim, apresenta ao leitor o fundamento do pensamento e o coração de Calvino, estabelecendo-se como a mais importante obra de sua vida — obra que ele reeditou cinco vezes, até a sua última edição, em 1559. Depois de cinco séculos de seu lançamento, as Institutas permanecem úteis e relevantes para o estudo da doutrina e da piedade cristã. Dividida em duas partes, esta edição histórica oferece uma visão profunda do conhecimento de Deus e da vida cristã, e é uma obra que serve tanto ao interessado em aprofundar seu conhecimento da doutrina cristã como ao estudioso da obra do reformador francês.                           

JOÃO CALVINO ERA ASSIM


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João Calvino Era Assim foi escrito para contar a história de uma vida. É uma tentativa de fazê-lo viver, de recapitular algo da extraordinária e inspiradora personalidade de João Calvino. Não tem a pretensão de discutir sua teologia — outros com competência para tanto já o fizeram muitas vezes.
É surpreendente descobrir-se quanto se pode conhecer da vida de Calvino por intermédio das suas cartas e escritos, dos registros dos seus dias, e dos bons livros que foram escritos a seu respeito. Fui beneficiada por essa leitura, e pelos dias que passei em Strasbourg e em Genebra nos meados de 1958.
Este livro constituiu-se num empreendimento conjunto em nosso lar. Meu marido forneceu-me material, sugestões, e inspiração para escrever. Revisou o manuscrito, preparando-lhe o índice. Por tudo isso, e mais, desejo agradecer-lhe.
Sou grata, também, ao Dr. John Kromminga, Reitor do Calvin Seminary e Catedrático de História Eclesiástica, pela sua gentileza em ler o manuscrito.
Quando Calvino morreu, seu amigo Guilherme Farel disse: “Ó, quão alegremente correu uma nobre carreira. Corramos como ele, de acordo com a medida da graça que nos foi dada”. Espero que esta narrativa da história de Calvino nos dê inspiração para a carreira que cada um de nós tem de correr.
— Thea. B. Van Halsema
Grand Rapids, Michigan,
E. U. A. 3 de abril de 1959

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Qual seu espinho?





Reflexão
Por

Sandro Francisco do Nascimento.


Texto base: 2 co 12.7-9.

E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo”.

Introdução

Lembro-me de uma vez quando estava ajudando o esposo da minha mãe a tombar alguns tijolos velhos em um carro de mão. Acho que tinha entre 13 e 14 anos, em uma daquelas viagens com o carrinho de mão sofri um pequeno acidente, pois tinha que passar por sobre um estreito canal. A tabua que estava servindo de ponte acabou quebrando com o peso e o carro me puxou, no calor do momento não percebi o que havia acontecido, uma lasca daquela tabua de aproximadamente 5 centímetros perfurou bem abaixo do meu calcanhar. Eu como bom representante do sexo masculino, depois que vi o que havia acontecido, comecei a gritar de dor. Em seguida fui ao hospital e o médico tirou parcialmente aquele corpo estranho do meu pé. Eu não sabia, mas o medico só havia tirado um pedaço daquela madeira ficando a outra parte.
Sei como é ter um espinho enfiado na carne, e isso de forma literal.

Elucidação

O texto que acabamos de ler é precedido por uma revelação que Paulo faz sobre uma experiência pessoal dele com Deus, ainda que num primeiro momento ele tenha falado como se tal experiência fosse de um terceiro, o contexto aponta para que ele estivesse falando de si mesmo. Ele esta agora não só defendendo seu apostolado, mas também tem que defender sua autoridade apostólica, e em contra argumento a seus opositores ele vai falar das evidências que confirmam sua autoridade apostólica.

O referido espinho ainda é indefinido, o texto não nos dá informações suficientes para termos uma posição conclusiva. Contudo, se lermos de forma literal, o espinho poderia ser uma doença, ou uma perturbação de um demônio, ou a perseguição dos judeus.

verdades implícitas no texto.

1.      Independente de que seja o referido espinho, foi colocado em Paulo pelo próprio Deus. Apesar de Paulo não dizer claramente o agente da ação, fica claro no texto que aquele homem citado por ele no verso 2 era ele mesmo, logo, a única interpretação plausível é que Deus o tenha posto um espinho a fim de que o mesmo não revelasse o conteúdo de sua gloriosa visão. Apesar de parecer estranho a ideia, mas como disse Lutero: “o diabo é o diabo de Deus”.

2.      Por causa de nossa natureza pecaminosa, somos facilmente levados a nos apropriar da gloria que é devida somente a Deus. Temos visto isso em grande proporção no meio evangélico atual, as pessoas assim como em corinto buscam status, seus dons e talentos não são usados para a gloria de Deus e seu reino. As pessoas atribuem mais valor a suas “experiências individuais” do que a consonância da escritura, não mais julgam suas experiências a luz da escritura, ao contrario eles agora julgam a escritura a luz de suas experiências.

3.      Não importa o quanto peçamos a Deus para que afaste nosso espinho, ele fará aquilo que for melhor para seu eterno propósito.

4.      Não importa o quanto sejamos afligidos nesta vida, a graça de Deus é suficiente para nos suprir em toda e qualquer situação.

Aplicação

1.      Todos nós temos nosso próprio espinho. Certamente cada um de nós que aqui esta tem algo entranhado em sua carne, algo que o constrange, que o envergonha profundamente. Nosso espinho pode ser qualquer coisa, de um sentimento guardado a uma ação deplorável.

2.      Devemos descansar em cristo, apesar de certos desvios nossos ainda muito tempo depois de convertidos  nos trazer vergonha, ele não tem mais poder sobre nossa vida. Tudo foi pago na cruz!

3.      Assim como o apóstolo devemos nos submeter a justiça que não vem de nossos esforços mas unicamente  da redenção em Cristo.



Que o Senhor pois nos abençoe!

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Cristo, o Alvo









 Por:Sandro F. do Nascimento.
Texto base: Hebreus 12.1-3.

Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.

Introdução

Muita discussão se tem levantado sobre a carta aos Hebreus, uma delas, diz respeito à sua autoria. Keener, em seu comentário Histórico-Cultural do novo testamento, afirma:

“Na companhia de Lucas-Atos e de algumas “cartas gerais”, o texto de Hebreus exibe o estilo grego mais sofisticado do novo testamento; seu autor provavelmente tinha formação retórica e habilidades literárias sofisticadas”.[1]

Os biblicistas não sabem ao certo quem foi o autor da Epístola aos Hebreus. Martinho Lutero sugeriu que o autor era Apolo. Ele baseou-se em Atos 18.24-28, onde Apolo é mencionado como um judeu instruído, helênico, de Alexandria, no Egito. Tertuliano (escrevendo em 150-230 d. C.) disse que a Epístola aos Hebreus era de autoria de Barnabé. Adolf Harnack e J. Rendel Harris especularam que ela foi escrita por Priscila (ou Prisca). William Ramsey sugeriu que o autor fora Felipe. Contudo, a posição tradicional é de que o apóstolo Paulo escreveu esta Epístola.

Objetivo

O objetivo da Epístola era assegurar aos Cristãos judeus de que sua fé em Jesus, como o Messias, era correta e legítima. Além disso, a Epístola também pretendia prepara-los para o eminente desastre, a destruição de Jerusalém por Roma.

Exposição

1)      “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas,”.
·         O autor usa uma conjunção conclusiva para dar continuidade aquilo que deve ser o clímax de sua fala. No capítulo anterior, ele elabora uma lista com os nomes dos chamados heróis da fé, uma galeria formada por indivíduos que seguramente encontraram oposição superior ao enfrentado pelos leitores da carta. A conclusão dele então é a seguinte: tendo em vista os obstáculos enfrentados pelos heróis da fé, vendo a promessa de longe, foram féis ao propósito e cumpriram a carreira. Daí a metáfora de estar rodeado por uma grande nuvem de testemunhas, a ideia é um estádio lotado de testemunhas, uma multidão.

·         Metaforicamente, os heróis, agora, formam uma plateia que assiste a maratona.

2)      “desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos,”.

·         Imaginemo-nos em uma competição, quais os vestuários devemos utilizar para que possamos ter melhor desenvoltura, velocidade, menos desgaste físico? Quais treinamentos devemos ter para que possamos vencer? Qual a melhor alimentação?
A ideia é propriamente essa, que nos dispamos, nos livremos, abandonemos, tudo que pode nos impedir de chegar à final.

·         Pecado- Simon J. kistemaker, comentando a carta diz: “...Um obstáculo em si mesmo não é um pecado, mas porque retarda um competidor, pode-se tornar um pecado. O pecado embaraça, assim como uma túnica que chega aos pés embaraçaria um corredor nos tempos antigos. Livre-se desses obstáculos, diz o autor de Hebreus”.[2]
Ou seja, é bem provável que os desvios apareçam na nossa caminhada cristã, contudo, o desvio por si só não é pecado, mas o desvio sendo alimentado se torna pecado.

3)      “corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta”.

·         Segundo Simon J. kistemaker, o autor parece ecoar 2 Timóteo 4.7- “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” - no fim de sua carreira quando apóstolo sabia que sua morte estava próxima.

·         O imperativo está acompanhado de – “com perseverança” - upomonh-hipomoné- é a capacidade de suportar circunstâncias difíceis, ao que tudo indica, levando em conta o contexto que os circundava (provavelmente perseguição, tanto por parte dos judaizantes, quanto por parte dos romanos), é compreensivo o conselho para que perseverem.
·         O percurso da corrida obviamente foi proposto por Deus, fomos vocacionados.

4)      “olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus,”.

·         Nossa carreira deve ser perseverante, contudo, nossa perseverança só pode ser possível, se olharmos para Cristo. O atleta vê de longe a linha de chegada, seus olhos contemplam só o destino que lhe aguarda, nada, absolutamente nada pode tirar sua atenção do alvo. É precisamente por este motivo, o alvo seguro a sua frente, que ele não desanima diante das dificuldades.
·         Cristo é o alvo. Ele é o autor e consumador da fé.
Simon J. kistemaker, observa que: o autor não colocou Jesus entre os heróis da fé, Ele é o autor da salvação (2.10). Podemos traçar um paralelo com a afirmação de Paulo aos Filipenses (1.6)- “que começou boa obra em vós há
de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”.

5)      “o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma”.
·         Sobre o significado de “a alegria que lhe estava proposta”, Simon J. kistemaker, apresenta duas possibilidades interpretativas:

                                I.            A primeira proposta é entender que Cristo troca a alegria celeste pelo sofrimento terreno.
                             II.            A segunda, entende que Cristo suportou o sofrimento, por causa da alegria que haveria de ter após sua morte e ressurreição.

Contextualmente, a segunda opção parece ser a correta. Se formarmos um paralelo entre esta afirmação e textos com Isaias (53.4-6), chegaremos a conclusão de que, “Deus destinou o caminho de sofrimento para Jesus e depois encheu-o de alegria, Salmo (16.11) ;Atos(2.28)”.[3]

·         Jesus, não fez caso da vergonha, suportou o fardo de ser condenado a pena mais vergonhosa de sua época. Os judeus que exigiram à pena de Cristo sabiam o que Deus havia falado sobre os que eram condenados à morte de cruz, “o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus (Dt 21.23; veja também G1 3.13)”.

·         Por fim, o escritor os instrui a considerar Cristo, não só considerar, mas que considerem Cristo com atenção. A ideia parece apontar para que eles refletissem com atenção em toda oposição enfrentada por Cristo, como Ele foi obediente mesmo diante da aposição. Se Cristo que é o autor da nossa fé, passou por oposição, e vencendo, confirma também nossa vitória por meio do Seu próprio mérito, não iriamos sucumbir diante das dificuldades.

Aplicação

1.      Em nossa caminhada Cristã, iremos passar por dificuldades.
·         “desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia,”. Lembro-me de uma obra de “John Bunyan, O Peregrino”, onde ele conta a história de um homem chamado Cristão. Esse homem vive a aflição de carregar um fardo pesadíssimo nas costas. Quantos de nós, estamos a tanto tempo trilhando este caminho, e mesmo depois de tanto tempo, continuamos a carregar vícios, pecados, dúvidas, tantas coisas que nos fazem perder o foco? Quantas vezes retrocedemos, olhamos para trás e desviamos nossos olhos de Cristo?

2.      Enquanto vivermos um cristianismo superficial, jamais olharemos atentos para Cristo. Ele nunca será o nosso alvo, nossa linha de chegada, enquanto não nos despirmos das nossas paixões.
·         Certamente somos assediados por nossas paixões mundanas, devemos seguir o exemplo dos heróis da fé, eles somente concluíram a carreira, porque tinham seus olhos focados no salvador.
3.      Assim como Cristo, devemos suportar as aflições desta vida.
·         Ele nos deu motivos para ter esperança, somo vocacionados por Ele, ou seja, fomo chamados.
·         Por este motivo, não devemos temer as perseguições.

4.      Para concluir, retorno a história do “Peregrino”, só teremos real descanso, quando focarmos em Cristo, Sua obra, e lançarmos sobre Ele nossas preocupações.
·         Aqueles crentes estavam passando por uma terrível perseguição, o peregrino teve em seu caminho vários empecilhos que o fizeram até mesmo sair por um breve tempo do caminho. No fim da história ele encontra descanso quando ao focar no caminho da retidão, encontra-se com a cruz de Cristo e deixa a seus pés o fardo tão pesado que lhe seguia nos lombos.




Que o Senhor pois nos abençoe!



[1] Keener, Craig S., Comentário Histórico-Cultural da Bíblia, Novo Testamento- Vida Nova. P.756.
[2] Kistemaker Simon, Comentário de Hebreus, p. 514, Cultura Cristã.
[3] Simon J. kistemaker