quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Predestinação

                      Predestinação
  
                “Predestinação- é o ato de predestinar de antemão e predestinado significa eleito por Deus, destinado de antemão.”
É o que confirma Silas Malafaia em sua pregação sobre o assunto. Bem tudo estaria certo se ele tivesse parado ai, porém ele diz que a pessoa é predestinado depois que recebe a Jesus.
Veja oque a bíblia realmente diz:
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,     
Ora, aqui fica clara a ordem dos fatos, Deus elegeu antes da fundação do mundo. Outro fato é que Deus nos escolheu não por sermos santos mas para nos santificar, logo o homem não tem mérito algum pois tudo é a vontade de Deus.
Malafaia também diz que a predestinação é vocacional, mas veja o que a bíblia diz.
¶ Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade;

2 Tessalonicenses 2:13
Aqui fica claro que Deus elege o perdido para santificar e salvar.


LIVRE AGÊNCIA
Certamente, o ser humano tem liberdade para agir. Contudo, quando
consideramos sua vontade, será que tem a capacidade de optar pelas coisas aprovadas? A
ideia do livre-arbítrio é muito difundida, ainda mais em uma época em que há forte
incentivo para que cada pessoa faça o que bem entende. Existe livre-arbítrio? Se existe,
em que termos? Qual é a condição da nossa vontade?
I – O Livre Arbítrio Perdido
Por definição, a expressão “Livre Arbítrio” diz respeito a uma capacidade humana
de escolher o bem em detrimento do mal. Contudo, isso é possível a um pecador? Já no V século de nossa era, a questão do livre-arbítrio foi largamente debatida especialmente devido à grande controvérsia travada entre Agostinho e Pelágio. Agostinho, baseado nas Escrituras, reconheceu como heréticas as posições defendidas e ensinadas por Pelágio.
Basicamente, o problema foi causado devido à descaracterização dos efeitos da queda no ser humano. Pelágio ensinava que o homem nasce perfeito, sem pecado, e com a plena habilidade de viver em estado de perfeição. Para ele, o pecado é uma experiência que acontece no decorrer da vida. Portanto, seus pressupostos negavam o pecado original, bem como a transmissão e a imputação do pecado na vida dos descendentes de Adão.
Além disso, esvaziou de significado e importância o sacrifício de Cristo, uma vez que o homem pode viver a plena humanidade em perfeição absoluta. Para ele, a vontade do homem era livre para manter-se pura e incontaminada, não sendo escravizada pelo pecado. Contra esses “dogmas” pelagianos levantou-se Agostinho. Este escreveu várias obras afirmando a corrupção total do homem, ou seja, que o pecado invadiu todos os recantos da existência humana, não restando nenhuma parte do homem que se manteve incontaminada. Reconheceu e ensinou a doutrina do pecado original, não apenas a sua transmissão por nascimento no decurso das gerações, mas também a imputação, considerando Adão como “cabeça de raça”, isto é, a função representativa que tinha no paraíso, quando recebeu a primeira aliança, a aliança da Criação. Esta era um pacto de obras. Se Adão desobedecesse, ou seja, se ele viesse a praticar a desobediência, quebraria a aliança. Se, ao contrário, se mantivesse firme diante da tentação do diabo, conquistaria o direito de viver para sempre em perfeição e santidade, numa ordem de criação perfeita e inalterável. Contudo, não somente ele, mas toda a sua posteridade se beneficiaria com sua retidão original. Conseqüentemente, sua desobediência traria também culpa e condenação sobre todos os seus descendentes. Essa representatividade é evidente no ensino bíblico que apresenta Cristo como o último Adão. Paulo deixa claro que em Adão, todos pecaram (Rm 5.12), e que os que crêem em Cristo não estão mais debaixo da representatividade do primeiro homem, mas sim de Jesus (Rm 5.12-20; 1Co 15.21,22, 45-49).

Assim, o pecado passou a caracterizar a existência humana como um todo, já a
partir de sua concepção no ventre materno (Sl 51.5). Agostinho enfatizou a necessidade da obra de Cristo que nos substitui naquilo que precisamos satisfazer para a justiça requerida por Deus. Toda nossa dívida foi cancelada. Jesus nos substituiu na vida e na morte, nos concedendo a ressurreição para a eternidade. Em vida, Cristo cumpriu perfeitamente a lei (Mt 5.17; Lc 2.21) com o objetivo de nos representar nesse cumprimento, repassando assim os méritos de suas obras a todos os que nele crêem. Em sua morte, assume o juízo que merecidamente nos aguardava, tornando nossa morte física o ponto final da história do pecado em nossa existência e o renascer para a vida plena e perfeita. Na queda, Deus sujeitou o homem ao tempo a fim de que o pecado e a queda ficassem para trás e a história, conduzida por Deus, trouxesse um futuro de restauração em Cristo Jesus. Sem a obra substitutiva de Cristo, o único destino humano seria o inferno eterno. Agostinho também deixou claro que a vontade do homem não é livre para escolher o bem. Influenciado por Agostinho, séculos mais tarde Lutero veio a escrever uma célebre obra enfatizando a prisão na qual se encontra a vontade humana, intitulada De servo arbítrio, ou seja, A Escravidão da Vontade, uma reação à obra de Erasmo de Roterdã cujo título era De libero arbítrio, isto é, a liberdade da vontade. Na verdade, apenas Adão e Eva, antes de pecarem, experimentaram o Livre Arbítrio, pois não tinham a concupiscência da carne “entre os quais todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Ef 2.3). O apóstolo está afirmando que o pecado está interferindo em todo pensamento, desejo e obra. Hoje, é impossível ao homem natural, mesmo o crente, experimentar tal pureza e isenção de influência maligna, que o leve a querer e a praticar por si mesmo o bem. Tanto Lutero quanto Calvino refletem Agostinho em muito de seus pensamentos. A rejeição completa pelos reformadores do Livre Arbítrio para o homem caído é um exemplo disso.

II – Realidade Presente: Livre Agência

A livre agência pode ser definida como a liberdade para refletir o próprio coração
em tudo o que se faz. Essa é a presente realidade humana. Adão, após cair, perdeu a capacidade de refletir perfeição em seus pensamentos e atos. Contudo, passou a mostrar a sua nova e terrível realidade interior. Note o que Paulo diz sobre o gentio, ou seja, o homem natural: “Quando, pois, os gentios, que não tem lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração” (Rm 2.14,15). O que o apóstolo está expressandoé o fato de o homem agir segundo o que está em seu coração. Existe a norma da lei gravada no coração de todo homem “por natureza”. Há o conhecimento da vontade moral de Deus no centro da vida de todo ser humano. E, de fato, por vezes o ímpio reflete padrões de ética e moral. Contudo, tal conhecimento não é suficiente para a santidade, pois esta só pode existir na vida daqueles que conhecem a Cristo como Senhor e Salvador.
De qualquer forma, mesmo esse agir segundo a lei no homem natural não significa jamais o seu cumprimento, pois o homem, mesmo o crente, não pode cumpri-la em seu estado atual.
Ora, não é preciso argumentação para compreender que o coração do homem no
paraíso era perfeitamente bom. De certa forma, não havia santidade ali, pois não havia do que se separar. Tudo era perfeito. O coração do homem só refletia a pura e cristalina vontade de Deus. Contudo, uma vez que desobedeceu à ordem de Deus, tornou-se imperfeito e desligado da comunhão perfeita com Deus, como tinha no Éden. A morte espiritual passou a caracterizar o ser humano, que só poderia voltar a se relacionar com Deus nesta vida de forma precária, devido ao pecado, e como resultado da obra de Deus de resgatar aqueles que escolheu. O estado do homem sem Cristo é de trevas absolutas.
Não há contradição entre esta afirmação e o fato de refletirem a Lei em suas atitudes de vez em quando. Mesmo tal cumprimento é parcial e sem o entendimento que vem do Espírito. A luz do conhecimento de Deus só raia quando Cristo se manifesta
salvadoramente na vida do pecador. Portanto, o ímpio tem liberdade para refletir o seu coração. Todavia, só operará o pecado, mesmo quando estiver refletindo algum aspecto da Lei de Deus, pois não considera o Senhor em nada daquilo que faz. O pecador vive como se fosse o senhor de sua própria vida. Sobre isso, diz Paulo: “entre os quais todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Ef 2.3). O homem sem Deus só pode refletir a vontade da carne e dos seus próprios pensamentos. Por isso, encontra-se em trevas. Ele jamais poderá optar pelo bem. Na verdade, nem mesmo o reconhece, pois as trevas de seu conhecimento não foram
iluminadas para compreender. Assim, suas melhores obras, quando refletem a Lei de Deus em algum aspecto, apenas distinguem trevas densas de trevas não tão densas (Mt 6.22,23).
Chegamos então ao crente. O crente tem livre arbítrio? Certamente, não. Como
ilustra a figura acima, o livre arbítrio pressupõe o estado de perfeição, para que se opte e se decida sem a inclinação natural para o mal. O crente vive certa dualidade. Existe nele a natureza caída, a dívida contraída por Adão como representante da humanidade. Todavia,
há também nele a herança de Cristo, o representante dos eleitos. Nossa responsabilidade é: “andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gl 5.16,17). Pela busca incessante de Deus na comunhão do Espírito, o crente é habilitado a vencer a carne. Por lutar ainda contra essa natureza caída, o crente jamais conseguirá fazer nada perfeito, nem mesmo separar e distinguir claramente seus próprios desejos e intenções. Por vezes, alguns desejos tidos como “nobres” e “santos” têm intenções malignas como motivação.
Enganoso é o coração. Por isso, mesmo o crente não consegue separar e discernir perfeitamente os impulsos e as motivações de sua própria alma. Não pode exercer o livre arbítrio, como foi o caso de Adão e Eva, antes de pecarem.

CONCLUSÃO:

A ideia do livre-arbítrio surgiu como um modo de preservar a dignidade do ser
humano, conferindo-lhe algum mérito e direito na sua própria salvação. A condição de “morto” não é agradável ao ser humano. O homem natural se rebelou contra Deus para ser soberano sobre si mesmo. Assim, confessar completa dependência do Senhor para a sua salvação não é agradável ao coração humano. Tenta-se desesperadamente marcar um “gol de honra”, algo que possa dar ao homem a possibilidade de dizer “pelo menos isso...”. O ser humano não tende a gostar da graça quando o assunto é salvação, porque ela declara e atesta a sua total incompetência e miséria. Devemos estar cientes de que somos incapazes de optar naturalmente por Deus. Isso só é possível quando somos chamados eficazmente pelo Santo Espírito de Deus, que nos habilita a aceitar a salvação em Cristo Jesus.

Rev. Jair de Almeida Júnior.



[i][i] Trecho tirado da exposição do Rev Jair de Almeida Junior sobre LIVRE AGENCIA.

Esta é a posição de todo homem em relação a Deus, não obrigado a nada, mas agindo segundo o que lhe é natureza “o pecado”. Só Deus é quem convence o pecador de seus delitos e pecados e ele também chama e pelo Espirito faz a mudança.

 Veja:

¶ E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,
Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência;
Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
¶ Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.

Efésios 2:1-10

Nesta leitura vimos claramente que tudo é operar de Deus e que em nada o homem coopera, mas que Deus faz tudo em todos sem que o homem tenha mérito a se gloriar.

O próprio Jesus declarou:

Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.
Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia.
Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha

João 6:37-40

Em João 17 Jesus reafirma que todos aqueles que creram, só creram porque o Pai os havia enviado a ele confirmando Efésios 2:8.

Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.

João 17:12

Mais referências :

E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
¶ Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos q

Romanos 8:28-30

¶ Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas;
Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.
Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.
E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai;
Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor.
Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.
¶ Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.
Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.
Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.
Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?
Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?
Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição;
Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,
Romanos 9:6-23

Conclusão
 Devemos reconhecer a Soberania de Deus dando glória ao dono de toda a glória, Deus é Soberano e faz tudo segundo sua própria vontade, Ele não é injusto, pois todo homem é culpado então Deus não escolhe entre inocentes mas dentre culpados escolhe para salvar. Logo, Deus mostra justiça ao dar a retribuição do pecado e maldade humana e mostra sua misericórdia salvando muitos que estavam condenados a perdição eterna.
A predestinação não é uma doutrina nova, ela é bíblica e verdadeira sendo reconhecida pelos primeiros reformadores entre eles o próprio Luthero.


Sandro Francisco do Nascimento

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.


                                     As Antigas Doutrinas da Graça

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